Aristides Pardo

A VIDA ENCONTRANDO A MORTE: A HISTÓRIA DA CIDADE CONTADA ENTRE AS SEPULTURAS DO CEMITÉRIO MUNICIPAL DE UNIÃO DA VITÓRIA

Aristides Leo Pardo



Introdução

O cemitério é um espaço sagrado que faz parte efetiva da vida cotidiana transportando o mundo dos vivos para o plano “Além Túmulo” através de representações individuais ou coletivas que estabelece um elo entre passado, presente e futuro, permitindo o conhecimento da sociedade local em diferentes épocas, por meio das localizações e disposições das sepulturas, monumentos, afrescos, fotografias, lápides, entre outros elementos dispostos nos jazigos dos entes queridos, de acordo com a religiosidade, profissão, grupo social ou preferências específicas do falecido ou de seus familiares.

Conforme afirmado por Silva (2006), o primeiro local na cidade destinado exclusivamente para enterrar os mortos vem dos tempos em que a cidade ainda era denominada Porto União da Vitória e era adjacente a Igreja Matriz, característica comum em tempos passados, e que durou até o ano de 1880, quando os restos mortais existentes no local foram retirados, no terreno foi construído o prédio em que funcionou a escola Professor Serapião (antes do acordo de limites entre os estados do Paraná e Santa Catarina) depois Balduíno Cardoso e depois de 1933, o Grupo Escoteiro Iguaçu, utilização mantida até os dias atuais.

A partir de 1881, o cemitério municipal de Porto União da Vitória foi transferido para o espaço em que se encontra ainda hoje, mas pertencente a Porto União, após a separação das cidades.

O primeiro sepultamento no local foi da Sra. Guilhermina de Loyola Amazonas, primeira esposa do Coronel Amazonas, o mesmo que doou o espaço para o “campo santo” da nova cidade paranaense (pós acordo de Limites, em 1916), objeto deste estudo, acerca da utilização deste espaço fúnebre para o ensino da História Local. Ainda em Silva (2006), podemos saber que este novo cemitério, situado na área central da cidade foi usado pela primeira vez para o sepultamento de Silvio da Cunha Carneiro, genro do Coronel Amazonas Marcondes, em 03 de novembro de 1918.


Figura 1. Entrada Do Cemitério Municipal com o Cristo em primeiro plano e vista para "Rua Principal". Foto: Acervo do Autor

Entre os vivos e os mortos: a representação social

Esta saída de campo vai de encontro com o propagado pelo Caderno Pedagógico de Santa Catarina (2008), que prega que os professores podem e devem criar novas temáticas para os conteúdos programáticos de História  “De acordo com a realidade da sua comunidade escolar, esta proposta não se encontra estanque, mas sim aberta a novas possibilidades de trabalho” e constata que:

Um dos grandes problemas enfrentados pelos professores de História diz respeito ao interesse e motivação do aluno pela disciplina.  A superação desse desinteresse é o nosso grande desafio.  Para que a História tenha sentido para os alunos, ela precisa seduzir interessar e ter significado para sua vida. (CADERNO PEDAGÓGICO, 2008, p. 45).

Antes de adentrar os muros que cercam o cemitério temos que lidar com algumas situações, como explanar ao alunado que o espaço é de oração, silencio e respeito, pois pode haver velórios, enterros ou visitas a entes queridos e por isso o cuidado e respeito aos que recordam ou despedem de seus entes queridos. Outro ponto crucial do uso do espaço como material didático é desmistificar que a visita pode parecer “desrespeitosa” com os falecidos ou mesmo “incomodar” os mesmos, sem contar que muitos não gostam de ouvir a palavra cemitério ou mesmo, entrar em tal lugar, provando assim, que os mundos dos vivos e mortos estão em constante encontro.

Uma estátua do Cristo Redentor de braços abertos, medindo quase quatro metros de altura “guarda” a entrada ao cemitério que se inicia com a avenida principal, representação do mundo dos vivos e espaço em que estão dispostos os túmulos e mausoléus das primeiras famílias da cidade e as outras mais abastadas que foram chegando a cidade e ocupando espaços de destaque na “área nobre” do cemitério após a reforma do mesmo.

A disposição dos túmulos leva para o mundo dos mortos os reflexos da sociedade, com “ruas” largas entre as sepulturas, placas informativas como a proibição do transito de motos e bicicletas, belas esculturas, túmulos sempre limpos e bem cuidados, que em muitos casos se tornaram “obras de arte” (exemplo deste fato é o mausoléu da família Sedano Rodrigues, uma réplica da Catedral da cidade). Nesta área estão em seu descanso eterno, as famílias mais tradicionais e/ou as de maiores poderes aquisitivos.


Figura 2. Mausoléu da Família Sedano Rodrigues. Réplica da Catedral da cidade. Foto: Acervo do Autor.

Em destaque e no centro da parte antiga do cemitério encontra-se o jazigo perpétuo da família Amazonas Marcondes, em que estão sepultados o próprio Coronal Amazonas, figura proeminente na história da cidade e seus parentes mais próximos, como Dona Júlia, sua segunda esposa e filhos.

A própria construção mortuária da família Amazonas por si só tem grande importância histórica, não só por abrigar um dos pioneiros no desenvolvimento local, como por estar tombado pelo patrimônio estadual. A construção é a maior do local (e continuará por todo o sempre assim sendo, pois nenhuma pode superar em tamanho de acordo com termos de doação do terreno) e pode ser vista de todo o cemitério e também através das ruas próximas ao local e tem em sua parte interna a pintura de um anjo com sua trombeta, referencia ao juízo final. Segundo uma lenda local, quando esse anjo tocar o instrumento, a cidade terá seu fim.


Figura 3. Mausoléu da Família Amazonas Marcondes em posição de destaque no cemitério. Foto: Acervo do Autor.

No espaço intermediário, disposto nas laterais e logo a área posterior do mausoléu dos Amazonas está disposta sepulturas das famílias abastadas e tradicionais, assim como de pequenos empreendedores, entre outros “moradores” e seus “lares” constantemente recebem visitas e mantém bom estado de conservação, podendo ser considerado Uma área de “classe média”.

Já no espaço mais ao fundo, até o muro delimitador do cemitério encontra-se o local que pode ser a olhos vistos, classificados como “periferia” ou “favela”, com túmulos abandonados ou sem conservação periódica, pouco espaço entre eles e quase nenhum ostentando imagens ou símbolos, nem mesmo identificação dos que ali jazem.

Além da reprodução social dos espaços urbanos, as sepulturas apresentam simbolismos que os mortos nutriam durante a vida, com conotações religiosas, esportivas, profissionais, entre outras.



Figura 4. Três ambientes distintos e bem delimitados do Cemitério: Área nobre com túmulos caros e bem espaçados entre eles; Classe Média com um misto de cada ala; e periferia.

A simbologia da vida após a morte

A utilização simbólica nos jazigos nem sempre é colocada de maneira consciente por aqueles de desejam marcarem os túmulos de familiares ou entes queridos, já que nem sempre o significado iconográfico é de domínio público, como os símbolos maçônicos. Os seguidores desta doutrina procuram em vida omitir sua participação nessa antiga confraria, porém, no túmulo, fazem questão de que seja colocados esquadros, a letra “G”, pirâmides com o “olho que tudo vê”, entre outros elementos da maçonaria.

Esses símbolos utilizados no espaço cemiterial, segundo Bellomo (2000, p. 121) é entendido “não como objeto concreto, e sim, com o significado que este pode trazer, isto é, a transmissão de culturas e valores sociais”.


Figura 5. Túmulo com símbolo maçônico. Descrição em vida e exposição além túmulo. Foto: Acervo do Autor.

Correntes, flores, cruzes de diferentes formatos (inclusive a Cruz Ortodoxa, devido a colonização ucraniana da cidade), anjos de diversos tamanhos e poses variadas, entre outros simbolismos, com destaque para o túmulo de Juan Sichero, pioneiro no comércio de barricas e erva mate na região, que tem em sua amplo terreno, diversas referencias de suas atividades em vida, destacados em alto relevo em uma placa, alam de uma árvore da erva. Ou ainda, o espaço reservado ao exército, localizado logo a esquerda da entrada do cemitério, com símbolos militares nas gavetas destinadas aos oficiais de alta patente que estiveram em missões internacionais da ONU, ou combatentes da FEB na II Guerra. Entre esses elementos de cunho militar estão a cobra “fumando” ou a homenagem ao soldado desconhecido.


Figura 6. Espaço destinado ao enterro de pracinhas e militares participantes de Missões Internacionais, com detalhe a direita da Homenagem ao "Soldado Desconhecido" e a "Cobra Fumando". Foto: Acervo do Autor

Elementos não faltam para o ensino da história local entre os muros do cemitério municipal, despertando nos alunos um encantamento perceptível no olhar de cada uma delas ao descobrirem que no local de repouso dos mortos há uma estreita relação com o mundo dos vivos.

Considerações finais

Conforme visto nessas linhas, o cemitério pode ser uma excelente ferramenta pedagógica para apresentar aos alunos e professores a história da cidade, desde os dois primeiro espaços destinados aos sepultamentos, surgidos quando a cidade ainda se chamava Porto União da Vitória até o aparecimento do campo santo da nova cidade paranaense surgida após o acordo de limites em 1916, já que a representação do mundo dos vivos é amplamente difundida na hora do derradeiro descanso.


Figura 7. Portal delimitador da parte antiga da parte nova do Cemitério com destaque para o Mausoléu Amazonas ao fundo. Foto: Acervo do Autor.

Referências

BELLOMO H. R. A Arte Funerária. In: BELLOMO, H.R. (Org.) Cemitérios do Rio Grande do Sul: Arte, Sociedade e Ideologia. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2000. P. 15-18.
CADERNO PEDAGÓGICO. História. Secretaria de Estado e Educação: Florianópolis, 2008.

SILVA, Cleto da. Apontamentos históricos de União da Vitória. Curitiba: Imprensa Oficial, 2006.


26 comentários:

  1. Muito interessante seu texto! Já utilizei, em sala de aula, texto do Funari que abordava as descrições feitas nas lápides dos cemitérios de Roma Antiga. Você já realizou uma intervenção pedagógica no cemitério? Como foi a receptividade por parte da comunidade escolar?

    Janaína Jaskiu

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    1. Boa Noite Janaína. Eu faço um trabalho com alunos e professores aqui da cidade há dois anos sobre a História visitando locais históricos e de memória, finalizando o roteiro no cemitério. Muitos veem com receio esta entrada no "Campo Santo", mas logo se soltam e se deslumbram quando começam a ouvir as intervenções e perceber que o espaço da morte está muito ligado a vida e saem destas aulas com outra visão.

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  2. Conversar sobre morte muitas vezes acaba trazendo à tona sua interpretação a partir da crença,da religião ou da religiosidade dos sujeitos. Isso ocorreu no momneto de sua aula-campo? Como realizar esse diálogo em aula?

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  3. Boa Noite Ivone. Acontece sempre, pois são diversas crenças envolvidas, tanto entre as sepulturas, quanto entre os participantes. Procuro sempre ressaltar que estamos estudando história e não religião e o julgamento por esse viés ficará a cargo da crença individual, pois diversas vezes escutei coisas do tipo: "o padre disse assim..." ou "meu pastor disse isso", mas no fim eles acabam aceitando que estamos pautados apenas no estudo histórico. O resultado está sendo bem positivo.

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  4. São por comunicações como essa que participo de eventos de história, gostei muito da proposta, ao mesmo tempo que achei bem diferente. Em 2011, por exemplo, fui ao Cemitério do Araça em São Paulo, que possui inúmeras sepulturas e artes que retratam períodos históricos e me encantei com o contexto histórico e magnitude das obras de artes lá encontradas. Também achei muito bacana a perspectiva do trabalho com a história local, apesar de trabalhar na concepção de história sem tantas divisões, e a forma como apresenta. Arístides, não se já conhece, mas como sugestão de algo que pode te ajudar tem o livro “A morte é uma festa” do professor João José Reis. E uma curiosidade, você já aplicou essa abordagem do cemitério em sala de aula? Como foi? E as reações, olhares e questionamentos


    Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

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    1. Bom Dia e obrigado pela pergunta Ary.
      Conheço e possuo em minha biblioteca o livro do João José Reis, agradeço a dica.
      Vou um pouco além de levar o tema para sala de aula, pois levo a sala de aula ao tema (rsrsrs), já que Eu faço um trabalho com alunos e professores aqui da cidade há dois anos sobre a História visitando locais históricos e de memória, finalizando o roteiro no cemitério local, quase centenário (1917). Muitos veem com receio esta entrada no "Campo Santo", mas logo se soltam e se deslumbram quando começam a ouvir as intervenções e perceber que o espaço da morte está muito ligado a vida e saem destas aulas com outra visão.
      Espero ter respondido seu questionamento e desde já, me coloco a disposição para maiores informações sobre estes e outros temas relacionados à História. (tidejor@gmail.com / Face: Tide Karioca).
      Abraços!

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    2. Muito bacana mesmo. Tenho certeza que eu e muitos aqui adoraríamos estarmos em suas aulas. Parabéns pelo trabalho. Vou pensar nesta inserção.

      Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

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  5. Qual ou quais os desafios enfrentados para a realização deste trabalho? Afinal, nem todxs veêm a morada dos mortos como uma extensão do mundo dos vivos. Abraço.
    Celimara Solange da Silva da Orlando Curbelo

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    1. Boa noite. Celimara. Os principais desafios são os pré-conceitos enraizados sobre o cemitério. Essa imagem logo é desfeita quando o alunado percebe que a relação entre a vida e a morte é mais próxima do que ele pensa....

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  6. Boa noite Aristides.Inicialmente existe alguma resistência dos alunos em entrar no cemitério?

    Greyce O. da Cunha

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    1. Boa Tarde! Obrigado pela pergunta Greyce.
      Inicialmente existe sim, porém ao começar as explicações, esse medo logo é quebrado e é interessante as percepções com que os alunos saem desta aula de campo. Espero ter respondido seu questionamento e desde já, me coloco a disposição para maiores informações sobre estes e outros temas relacionados à História. (tidejor@gmail.com / Face: Tide Karioca). Abraços

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  7. Ana Luiza de Vasconcelos Marques7 de março de 2016 às 16:52

    Boa noite, Aristides.

    Parabenizo pela temática interessante e que certamente desperta o olhar curioso dos alunos, sobretudo, por se tratar de um espaço pouco abordado em sala de aula. Ademais, é um modo de analisar a sociedade para além dos muros das cidades, refletindo como as diferenças de classes sociais se perpetuam em diversos ambientes, inclusive, na própria arquitetura e espaço delimitado para as sepulturas.

    Espero que a dita "Nova História" continue a instigar os pesquisadores a trazer novos elementos e debates ao ensino de história, despertando objetos que até então estavam apenas no nosso imaginário.

    Ana Luiza de Vasconcelos Marques.

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  8. Boa Tarde Ana e Obrigado pelos elogios.
    Nós professores precisamos buscar alternativas para que as aulas fiquem mais interessantes para os alunos. Eu gosto de trabalhar com temas alternativos, utilizo muito também, a história do futebol em minhas aulas, pois através desta temática, é possível explorar vários assuntos. Me coloco a disposição para maiores informações sobre estes e outros temas relacionados à História. (tidejor@gmail.com / Face: Tide Karioca). Abraços

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  9. Em Curitiba, existe um projeto que leva grupos de pessoas e alunos a aprender história da cidade, a visitação a mausoléus de pessoas de destaque na cidade e pessoas comuns. O objetivo é entender também um pouco da história da cidade numa visita ao cemitério. Penso que a proposta poderia ser um trabalho interdisciplinar em Português, Geografia, Artes, Ensino Religioso e História. O que você acha? Quais seriam os limites para utilizar a sua metodologia empregada com os alunos e alunas?

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    1. Olá Fábio. Não existe limites. Faço há mais de dois anos o trabalho de levar professores e alunos, nos lugares históricos e de memórias aqui da cidade. Na semana que vem irei junto com dois professores de Geografia e um de biologia fazer neste roteiro no qual já trabalho, uma aula de campo interdisciplinar. Me coloco a disposição para maiores informações sobre estes e outros temas relacionados à História. (tidejor@gmail.com / Face: Tide Karioca). Abraços

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  10. Boa tarde Arisitides. Você acha que os alunos entendem realmente o sentido religioso e até sócio econômico de um cemitério, ou ele apenas demonstram curiosidade natural pelo desconhecido? Exite algum cunho religioso na pesquisa ou é um estudo laico?

    JOCELAINE DA ROSA RODRIGUES

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  11. Boa tarde Jocelaine.
    Na verdade, a visitação não é pelo viés religioso e sim pelo histórico, pois procuro focar na história local, porém a religião faz parte da sociedade. A ida ao cemitério, é apenas o desfecho que uma longa caminhada de cerca de 6 horas que começa no ponto inicial de fundação da cidade e passa pela antiga estação ferroviária, a Praça central e o cemitério. A saída da sala de aula é antecedida por textos e explanações e após o regresso, uma avaliação é realizada e até agora tenho avaliado a ação de forma bem positiva, pois vários pais de alunos me procuram para dizer coisas que os filhos conheceram e eles não sabiam.... Me coloco a disposição para maiores informações sobre estes e outros temas relacionados à História. (tidejor@gmail.com / Face: Tide Karioca). Abraços

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  12. Áristides, agora uma questão mais curiosa: o que você utiliza, enquanto apoio, para fundamentar/embasar as aulas de campo que você ministra, afinal de contas, não sei se compreendi bem, mas você costuma fazer uso dessa temática aos alunos do ensino médio? Se for, é preciso se fazer inteligível didaticamente para que eles possam compreender diversas questões, sejam elas no âmbito simbólico, sejam elas no âmbito social.

    Ana Luiza de Vasconcelos Marques.

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    1. Boa Tarde Ana e obrigado por mais uma pergunta que passo-lhe em reposta. Essa visita ao Cemitério é só o encerramento da aula, depois de ter passado por outros lugares históricos e de memória, da história local. Costumo levar alunos do fundamental, médio, superior e professores. Dependendo da faixa etária, trabalho com textos locais, e outros, como "A Morte é uma Festa", de João José Reis. Mas sempre de acordo com nível do grupo que estou acompanhando...
      Espero ter respondido seu questionamento e desde já, me coloco a disposição para maiores informações sobre estes e outros temas relacionados à História. (tidejor@gmail.com / Face: Tide Karioca). Abraços

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  13. Olá Aristides. Trabalho com a temática morte no ensino de história desde 2011, e textos como o teu me fazem refletir que nao estou sozinha,que um grupo de pesquisadores estão investindo seu tempo nessa temática. Tenho enfrentado muitas duvidas. Gostaria de saber como você finaliza a experiencia pedagógica? Depois da visita ao cemitério existe algum modo de mensurar a aprendizagem? Qual o seu objetivo com a atividade? Obrigada

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  14. Boa Tarde Maria! Obrigado pela pergunta.

    Meu objetivo é mostrar de maneiras diferentes a história da cidade em que vivo, pois esta ida ao Cemitério Municipal é o término de uma aula de campo que passa por locais históricos e de memória da cidade. Quando levo turmas que dou aula, continuo o assunto em sala e realizo avaliações. Espero ter respondido seu questionamento e desde já, me coloco a disposição para maiores informações sobre estes e outros temas relacionados à História. (tidejor@gmail.com / Face: Tide Karioca). Abraços


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  15. Boa Noite Professor.

    Parabéns pelo texto e pela experiência.
    Gostaria de sugestões de textos que abordem a História Cemiterial para buscar realizar um trabalho semelhante, teria algum para me indicar?
    Por último, como trabalhar a questão da morte? seria possível uma interdisciplinaridade com a filosofia por exemplo pra abordar esse tema?

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  16. Boa Noite Zé Caetano.
    Claro que há possibilidade de e trabalhar com essa temática em várias áreas. Esse é um tema delicado, pois sempre pegamos turmas bem heterogêneas e por isso precisamos averiguar as possibilidades e as dificuldades de acordo com o grrupo a se trabalhar. Posso indicar os seguintes textos:

    ARIES, Philippe. História da Morte no Ocidente : da Idade Média aos nossos dias. Rio de Janeiro: F.Alves, 1977. O homem diante da morte. Rio de Janeiro: F.Alves. 1990.

    BRAET, Herman & VERBEKE, Werner. A morte na Idade Média. Trad.Heitor Megale, Yara F.Vieira e Maria Clara Cascato. SP: EDUSP. 1996.

    FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. Rio de Janeiro: Graal Edições. 1988.

    REIS, João José. A morte é uma festa: ritos fúnebres e revolta popular no Brasil do século XIX, SP: Cia das Letras. 1991

    Espero ter respondido seu questionamento e desde já, me coloco a disposição para maiores informações sobre estes e outros temas relacionados à História. (tidejor@gmail.com / Face: Tide Karioca). Abraços

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  17. Aristides,
    Gostei bastante do seu texto! O tema da morte e do imaginário em torno dela me interessa pessoalmente, então já te parabenizo logo pela escrita! Bom, entendo que o objetivo do seu texto foi destacar que o espaço do cemitério pode ser uma ferramenta pedagógica de potência no ensino da história local. No entanto, senti falta mesmo de saber das falas dos seus estudantes. Quais são as reações? O que surge como debate nesses deslocamentos? Isso é algo que tenho dito a outros colegas que participaram do evento, que trazer os relatos dos estudantes ajuda a dar cara e vida pra discussão, porque é um pouco provocar a pensar "o lado de lá", ou seja, como o que a gente prepara enquanto professor tá sendo recebido e significado por eles.
    Outra questão que logo me veio à cabeça foi a discussão sobre a disposição do cemitério. Pelo que você narra, a organização espacial segue a mesma lógica da sociedade brasileira, quer dizer, há lugares que são "de ricos" e lugares que são "de pobres". Esse limite entre centro e periferia também pode ser trazido pra discussão com os estudantes como forma de suscitar debates sobre política, desigualdade social, cidadania, direitos humanos... Uma boa provocação pra pensar que, mesmo depois de mortos, não vamos todos pro mesmo "buraco". Esse tipo de reflexão surge durante essas aulas nos cemitérios?
    Grande abraço e obrigada pela oportunidade!

    Caroline Trapp de Queiroz.

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  18. Bom Dia Caroline e obrigado pelos questionamentos.
    Sim, o debate sobre a disposição das classes alta, média e periferia encontradas no cemitério são trazidas para nossa realidade sim e levanta discussões bem interessantes, mostrando que o mundo dos mortos acaba sendo uma continuidade do mundo dos vivos. Estou recolhendo as informações necessárias para em um trabalho futuro dedicar aos resultados deste trabalho, pois ele caminha há pouco tempo e ainda não tenho materiais para fazer uma análise de qualidade. Espero ter respondido seu questionamento e desde já, me coloco a disposição para maiores informações sobre estes e outros temas relacionados à História. (tidejor@gmail.com / Face: Tide Karioca). Abraços

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