O ENSINO SUPERIOR NA
GUINÉ-BISSAU:
REFLEXÃO E DESAFIOS
Arnaldo Sucuma*
A
década de 70 marca o inicio de articulação de alguns esforços por parte do governo
Bissau-guineense de discutir o novo projeto educacional após a independência,
visando criar institutos de formação.
Nos
finais dos anos 90, as autoridades Bissau-guineenses começaram a
reconhecer a necessidade de valorizar as capacidades nacionais no âmbito da
formação, que passava necessariamente pela criação de uma capacidade nacional
de formação e investigação, inserção de assistência técnica e valorização de
recursos humanos na formação e viabilização de um programa de formação,
organização e gestão do mercado de trabalho. Inclusive o Ministério da Educação
incluiu no seu Plano-Quadro Nacional “Educação para o Desenvolvimento Humano”
no país onde o ensino superior, a pesquisa e o desenvolvimento devem ocupar um
espaço privilegiado, deixando de priorizar a formação no exterior como
alternativa, sem, no entanto oficializar a criação de uma universidade. Nesta
perspectiva começou a germinar a primeira reflexão sobre um projeto que visava
instituir uma Universidade na Guiné-Bissau desde os anos 80 até 90 proposto
pelo Carlos Lopes, ex-Diretor do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa
(INEP).
A
estrutura deste projeto se insere na criação de uma federação das instituições
universitárias e para-universitárias existentes no país. Daí nasce a proposta
da Universidade de Bissau (UNIBIS), quando em 1997 foi celebrado um protocolo
de intenção entre o Ministério da Educação e a Cooperativa de Ensino
Universidade Lusíada, prevendo instalação da Lusíada em Bissau. Com a queda do
governo de Manuel Saturnino Costa, o projeto foi paralisado (ESTUDO DE
VIABILIDADE DA UNIVERSIDADE AMILCAR CABRAL – VOLUME INTRODUÇÃO, 2000, ps. 2, 7).
Estes
esforços políticos para criar uma universidade na Guiné-Bissau são plausíveis,
porém em nenhum momento apontou-se que foi realizado um estudo de viabilidade
para justificar a criação da Universidade de Bissau. Apesar deste vazio era uma
proposta que merecia uma atenção do governo e da classe intelectual bissau-guineense,
fato que não aconteceu devidamente por causa de conflito que existia entre as
diferentes tendências políticas no poder.
Sobre
este processo Odete Semedo, Ministra da
Educação e uma das personalidades entrevistadas durante a pesquisa de campo
afirma:
O projeto
da UNIBIS proposto pelo Carlos Lopes iria acolher estudantes dos Países da
Língua Oficial Portuguesa (PALOP), com campos em Bissau. Tinha uma comissão
instaladora composta por: Benjamim Pinto Bul, Dom Settimio A. Ferazeta, Fátima
Silva, Maria Odete Semedo, Manecas dos Santos, Paulo Silva. O debate sobre a
proposta da UNIBIS ficou parado por um bom tempo quando Carlos Lopes assumiu a
diretoria do INEP em 1984, quando ainda o projeto não atingiu o seu
amadurecimento, como líder deste processo acabou passando o dossiê para o
Ministério da Educação. Em 1997 foi retomada a negociação do projeto que não
deu certo devido o conflito político-militar de 07 de junho de 1998. Outro
aspecto que contribuiu no fracasso deste projeto estava também nas preferências
de vários membros que participavam no processo em que alguns queriam a criação
da Universidade Lusíada para substituir a UNIBIS defendida por alguns e outros
defendiam a Lusófona posteriormente em 1999 na época em que Galde Baldé era
Ministro da Educação (entrevista realizada em 14 de junho de 2012, Bissau).
Este
cenário de conflito de tendências que é normal dentro de um processo de
construção de um projeto político-acadêmico, mas que não foi bem gerido, assim
demonstra o início de outros problemas que vieram a surgir depois no processo
da institucionalização de uma universidade de domínio público.
Em
1999 por intermédio do Governo da Unidade Nacional (GUN) foi criada a
Universidade Lusófona Amilcar Cabral (ULAC) em parceria com a Universidade
Lusófona, que é uma universidade privada com a sede principal em Lisboa,
através de decretos-lei: 6/99 de 3/12/99 que institui ULAC e 16/99 de 3/12/99
instituindo a Comissão Instaladora da ULAC. Conforme consta no estudo de viabilidade
da Universidade Amilcar Cabral (VOLUME INTRODUÇÃO, 2000, pp. 7, 8):
O
projeto da criação da Universidade Amilcar Cabral arranca com a aprovação pelo
Conselho de Ministro do Governo da Unidade Nacional de 2 Decretos-Lei em 10 de
Novembro de 1999. O Decreto-Lei N. 6/99 de 3/12/99 cria a Universidade Lusófona
Amilcar Cabral (ULAC). O Decreto-Lei N. 16/99 de 3/12/99 instituindo a Comissão
Instaladora da ULAC, empossada no dia 7 de janeiro de 2000. O Governo da
Guiné-Bissau, representado pelo Ministério da Educação Nacional, assina
protocolo de cooperação com a COFAC (Cooperativa de Fundação e Animação
Cultural) entidade instituidora da Universidade Lusófona de Humanidades e
Tecnologias (ULHT) representada pelo seu Presidente no dia 31 de janeiro de 2000.
O Protocolo celebrado tem como objeto a elaboração dos instrumentos normativos
da Universidade, do plano de instalação, de ação e de gestão. Após várias
discussões entre a Comissão Instaladora e a direção da ULHT e tendo em conta
que a Universidade Amilcar Cabral é uma instituição de direito público
guineense, decidiu-se, em comum acordo com o Ministério da Educação, de se
suprimir a sigla Lusófona, passando a ser denominada doravante Universidade Amílcar
Cabral.
Esta
segunda tentativa de instituir uma Universidade pública na Guiné-Bissau começou
com os passos importantes, considerado ideais neste processo a começar pela
publicação de decretos aprovado no conselho dos ministros do Governo da Unidade
Nacional-GUN (um governo de transição); em seguida a instauração de uma
comissão para realizar o estudo de viabilidade sobre a institucionalização de
uma universidade pública no país, fato que não tinha acontecido na primeira
tentativa da criação da UNIBIS (Universidade de Bissau).
Não
obstante, os passos começaram a fracassar em relação às outras ações
necessárias para construção do ensino superior, tais como a lei de ensino
superior, estatuto de carreira docência para as universidades etc. Ou seja, a
UAC começou a funcional sem aprovação destes instrumentos fundamentais para
construção do ensino superior.
O
governo instituiu o ensino superior criando uma universidade pública, cuja base
se enquadra numa parceria publico-privada entre o Governo e Universidade
Lusófona, com a finalidade de atender as demandas do país no que se refere à
formação superior dos cidadãos bissau-guineenses e promover o desenvolvimento
do país. A criação da UAC foi justificada pela necessidade de formar e reciclar
quadros, apoio na racionalização do funcionalismo público permitindo assim a
solução dos problemas do passado, presente e de futuro a serviço da sociedade.
Nos seus objetivos, a UAC recebeu a função de estruturar e federar as
instituições de ensino superiores universitárias e para-universitárias num campus
universitário; reorientar a assistência técnica voltada para pesquisa
científica; proporcionar aos jovens o acesso e continuidade de seus estudos
superiores; incentivar a produção científica na Universidade; contribuir na
formação de várias categorias profissionais tais como professores do ensino
básico e secundário, conselheiros pedagógicos, inspetores; a retenção de
quadros no país e desenvolver cooperações no âmbito da CPLP (Comunidade dos
Países da Língua Portuguesa), da sub-região, da Europa e Américas a fim de
potencializar a UAC.
Em
relação aos países da CPLP, dada a facilidade linguística entre os países
membros, foi necessário ampliar os espaços de fortalecimento de relações
técnicas e de transferência de tecnologia no âmbito da construção de
conhecimento científico entre as instituições do ensino superior capaz de
promover a inovação de buscar novas tecnologias que permitissem atender as
demandas do desenvolvimento social, educacional, econômico e saúde em todos os
países membros da comunidade. Segundo Vaz Lopes (p. 27, 2008):
As Universidades e
Institutos Superiores são e podem ser cada vez mais, no contexto do
relacionamento entre os Estados de Língua Portuguesa, instrumentos de
desenvolvimento, contribuindo para redução de pobreza e para criação de
comunidades sustentáveis, melhorando a educação e as competências, promovendo a
igualdade das oportunidades entre os jovens de diversas condições sociais e
entre gêneros, promovendo um clima favorável à disseminação do conhecimento e à
sua aplicação prática na sociedade e nas empresas, promovendo o crescimento da
produtividade e, por via da inovação, estimulando o emprego, e também apoiando
a melhoria dos sistemas de governação, na saúde, na educação, na vertente
ambiental e de ordenamento do território, em suma, na criação de fatores de
competitividade das nossas Nações no exigente contexto da globalização.
Neste
sentido, o empenho dos Estados membros da CPLP na promoção da cooperação que
provam o desenvolvimento comunitário assessorado pelas instituições do ensino
superior é extremamente útil, necessário e urgente.
A
criação da Universidade Amilcar Cabral pelo governo da Guiné-Bissau abriu as
portas para o nascimento das universidades privadas que começaram a surgir a
nível nacional. Esta proliferação das instituições de ensino superior apresenta
uma nova fase no processo educativo no âmbito do ensino superior. Porém, foi
necessário que o governo e assembleia criassem regras capazes de habilitar e
orientar o funcionamento dessas instituições.
Segundo
dados DGEPASE (Direção Geral dos Estudos Planificação e Avaliação do Sistema
Educativo) órgão pertencente ao Ministério da Educação, as instituições do
ensino superior recenseadas no país no ano letivo 2007/2008, compreendem 11
estabelecimentos, dos quais 05 Universidades (entre as quais Universidade
Colinas do Boé/UCB em 2003, Universidade Católica da África Ocidental/UCAO em
2007, Universidade Jean Piaget (UJP) em 2009, e 06 grandes escolas de formação
(entre as quais Escola Nacional de Administração/ENA, Escola Superior da
Educação/ESE em 2010/2011), todas elas públicas. A taxa de acesso ao ensino
superior: 4,8% (fonte: DGEPASE-2009), número de estudantes/100.000 habitantes:
351 (fonte: DGEPASE-2009), taxa de inscrição de estudantes: 33,3% (fonte:
DGEPASE-2009).
Em
termos de estratégia institucional, a UAC é uma instituição de direito público
cuja gestão é confiada a título de concessão a uma entidade gestora FUNPEC
(Fundação para a Promoção do Ensino e da Cultura) criada para o efeito. Esta
entidade bissau-guineense compõe com a COFAC (Cooperativa de Formação e
Animação Cultural, pertencente a Universidade Lusófona) uma sociedade
Luso-Guineense de gestão da UAC. O modelo da gestão abrange várias instituições
de nível universitário, politécnico, técnico-profissional e formação contínua.
A FUNPEC é uma instituição gestora da UAC sem fins lucrativos. Esta gestão inclui
as infraestruturas, equipamentos e fundos públicos e são propriedades da UAC
cedidas à FUNPEC para efeitos da gestão conforme previsto na 1ª clausula do
contrato de concessão do serviço público que permite o governo facultar à
FUNPEC a utilização e gestão para fins acadêmicos (ESTUDO DE VIABILIDADE DA UAC
- VOLUME INTRODUÇÃO, 2000).
A
criação da FUNPEC demonstra a dimensão do poder e responsabilidade que o
governo bissau-guineense possui na gestão da Universidade Amilcar Cabral. Por
isso, o governo no âmbito de sua competência precisa zelar pela fiscalização
rígida dos trabalhos da FUNPEC, que deve ser feito através do Ministério da
Educação a fim de acompanhar de perto a situação da UAC. Mas para que a
fiscalização governamental seja transparente é necessário que o governo cumpra
com as obrigações que tem dentro da universidade. Questionado sobre a
importância da FUNPEC, Tcherno Djaló, ex- Reitor da UAC, afirma que:
A FUNPEC e COFAC têm a
missão de garantir uma gestão criteriosa e transparente dos recursos que são
alocados; prevenir a interferência da classe política nos assuntos acadêmicos,
ou seja, evitar que haja nomeações políticas nos cargos acadêmicos (entrevista
realizada em 31 de Março de 2012, Bissau).
Neste
sentido, a comissão instaladora da UAC teve uma visão técnica coerente, a
saber: de proteger ou salvaguardar parte de autonomia da universidade que visa
valorizar as conquistas acadêmicas dos professores, funcionários administrativos,
estudantes e promover a construção de um caminho sólido que a UAC deve
percorrer em busca de excelência acadêmica que lhe permitirá um dia estar entre
as melhores universidades africanas e mundiais.
Segundo
estudo de viabilidade da UAC ficou determinado que a população estudantil na
universidade fosse composta pelos alunos de últimos anos do liceu relativamente
ao 10º e 11º anos. Estes alunos são potenciais alunos para as turmas dos
pré-universitários, que irão ingressar nos cursos de ensino médio especializado.
Os alunos provenientes do pré-universitário foram distribuídos pelos
respectivos cursos das faculdades e institutos, através de percentagens
estimadas. Para ingressar no Ensino Médio Especializado o aluno precisa
terminar 10º ano de escolaridade. Se esse aluno quer entrar no curso de Ensino
Superior Politécnico que confere o título de bacharelado ou no curso de Ensino
Superior Universitário que confere o título de licenciatura teria que terminar
11ª classe e fazer exame de admissão ou ingressar no Pré-universitário. No seu modelo
estrutural, a UAC integra ensino Politécnico, Técnico-profissional e
Universitário, assim formando um corpo universitário com Escolas Superiores,
Institutos e Faculdades organizadas da seguinte forma: Faculdades – Medicina e
Ciências da Saúde (medicina e enfermagem), Faculdade de Ciências Econômicas e
Sociais (que inclui formação profissional e ténico-profissional em gestão e
administração no CENFA, Departamento de Economia e Departamento de Sociologia),
Faculdade de Letras, de Ciência da Educação, da Comunicação e de Informação
(que inclui departamentos de Escola Normal Superior “Tchico Té” vocacionado
para formação de professores do ensino básico e secundário geral até 9º ano), departamento
de Letras que possui a função de formar professores para o Ensino Secundário
Complementar (10ª, 11ª, e 12ª classe) e Licenciaturas em Línguas Modernas,
Faculdade das Ciências da Comunicação e da Informação, Faculdade de Direito; as
Escolas Superiores são 04: Escola Nacional de Educação Física e Desportos,
Escola Nacional Superior de Artes e Ofícios, Escola Normal Superior “Tchico Té”
e CENFA/Escola Superior de Gestão e Administração – que faz parte de Ciências Econômicas
e Sociais; Institutos Superiores são dois: Instituto Superior de Ciências e
Tecnologia, Instituto Superior de Ciências Agrárias e Veterinárias (Estudo de
viabilidade da UAC - volumes cálculos previsionais e introdução, 2000).
O
estudo de viabilidade permitiu que a UAC fosse estruturada de forma abrangente,
permitindo albergar os cursos que seriam muito importantes para o país e que
atendam as demandas da sociedade em geral e se enquadrem dentro da vocação ou
potencialidades que o país possui.
Não
obstante, houve lacunas no campo operacional em relação ao funcionamento de
alguns cursos propostos para funcionar que não chegaram de funcionar, tais como
Instituto Superior de Ciências e Tecnologia; Instituto Superior de Ciências
Agrárias e Veterinárias; Escola Nacional Superior de Artes e Ofícios. Estes
cursos constituem áreas fundamentais para o desenvolvimento da Guiné-Bissau,
sobretudo na área agrícola, visto que o país tem um vasto potencial no âmbito
agrícola e na criação de animais. Segundo Tcherno Djaló primeiro e ex-Reitor da
UAC:
Nunca foi explicitamente
assumida a vontade política para viabilizar o projeto de ensino superior por
parte da classe política. A ideia de federação das instituições de formação que
já existiam no país dentro da UAC e criação de algumas novas instituições de
ensino superior proposta no estudo não chegou a funcionar por falta da vontade
política (entrevista realizada em 31 de Março de 2012, Bissau).
Neste
sentido é possível perceber a causa que motivou o não funcionamento das
instituições supracitadas e de um funcionamento pleno da proposta da federação
das instituições do ensino que já existiam antes da criação da UAC. Ou seja, o
impasse foi motivado pela falta de vontade política do governo e da classe
política em geral que não se empenhou suficientemente na defesa de um ensino
superior a serviço da sociedade guineense.
A
Universidade Amilcar Cabral (UAC) no seu primeiro ano começou a funcionar com
1244 alunos no curso Pré-universitário em 2003/2004. Vale salientar que o
pré-universitário só existiu na universidade, porque nos liceus bissau-guineenses
não existia 12º ano de escolaridade, fruto de carência de políticas
educacionais consistente para o sistema educativo guineense. Os alunos da UAC
têm a obrigação de pagar mensalidade, que garanta a sua permanência na
instituição, que era no valor de 10.000 Fcfa quando a universidade iniciou seu
funcionamento em 2003/2004. Vale salientar que Fcfa significa (Franco de
Comunidade Financeira Africana. Na época da colonização esta moeda significava
Franco de Colônia Francesa Africana). 10.000 Fcfa correspondem aproximadamente USD
24 dólares americano, equivalente a R$ 49, 36, podendo variar de acordo com o
câmbio. Vale ressaltar que o piso máximo do câmbio de dólar para Fcfa
estipulado pela União Econômica Monetária Oeste Áfricana/UEMOA (Uma organização
sub-regional que regula a moeda e política monetária) é: USD 1 dólar americano
= 475 Fcfa, segundo site perspectivas econômicas na África/PEA. Nas declarações
do então Reitor da UAC, Tcherno Djaló:
O orçamento da UAC era
composto por propinas mais o complemento inscrito no Orçamento Geral do Estado
(OGE). Com o dinheiro vindo das propinas pagas pelos alunos serve para cobrir
uma parte do custo de funcionamento da universidade comprando consumíveis
(resmas, combustível e outros), pagamento dos funcionários administrativos e
professores. Esta ação dos alunos demonstra uma consciência participativa no
destino da UAC (entrevista realizada em 31 de Março de 2012, Bissau).
Uma
das grandes dificuldades da maioria dos alunos da universidade está no
pagamento da mensalidade, visto que os encarregados de educação dos alunos são
funcionários do Estado que possuem um piso salarial muito baixo e insuficiente
para cobrir as despesas alimentares, saúde e educação, onde ainda são
descontados neste baixo salário são descontados os impostos. Sendo assim, o
governo deveria assumir a despesa de propina cobrada pela universidade, que é
um dever do Estado atender as demandas da sociedade em diferentes aspectos.
Aliás, o Governo deveria criar uma universidade pública mantida plenamente
pelos recursos públicos do estado, permitindo que todos os cidadãos tenham
possibilidades de acesso ao ensino superior. Sendo assim, esta possibilidade
evitaria a criação de uma universidade com base numa parceria publica-privada
como aconteceu no caso da UAC. Mas uma vez sendo criada a UAC resta empreender esforços
conjuntos por parte dos entes da cooperação a fim de implementar o projeto. Portanto, falta do engajamento total do
governo na criação de uma universidade pública mantida pelo estado levou os
alunos a pagarem propinas numa universidade de direito público sustentada por
uma parceria público-privada, assim como impediu a entrada de muitos jovens que
não têm condições financeiras para ingressar na universidade. É importante
incentivar a consciência participativa dos estudantes no destino da
universidade em diferentes aspectos da vida pública e acadêmica. Mas quando se
trata da questão financeira voltada para pagamento da mensalidade é necessário
analisar melhor as condições objetivas com que a sociedade guineense enfrenta.
Por isso, este aspecto deveria merecer uma atenção especial quando o governo
pretendia celebrar acordo com a Universidade Lusófona. Segundo Tcherno Djalo:
Foi a Universidade
Lusófona que financiou integralmente a reabilitação da infraestrutura da UAC,
colocando cadeiras e todos mobiliários, assim como forneceu móveis para CENFA,
ENEFD sem nenhuma participação substancial do governo da Guiné-Bissau
(entrevista realizada em 31 de Março de 2012, Bissau).
Este
cenário demonstra mais uma vez o fraco engajamento e participação do governo no
acordo. Isso dá margens para identificarmos as possibilidades de ver os
projetos de interesse nacional serem personalizados por um grupo de indivíduos
inseridos no processo. Portanto, em relação ao engajamento com mensalidade dos
alunos e infraestruturas da UAC, o Estado desempenhou um papel muito mais
deficiente do que estabilizador. O Estado bissau-guineense precisa dinamizar
mais a sua economia a fim de poder ampliar a sua capacidade de investimento no
campo da educação, sobretudo no ensino superior.
Nas
formulações de Robert Dahl (1997, p. 86):
Uma economia avançada não só pode como deve reduzir o analfabetismo,
disseminar a educação em geral, ampliar as oportunidades de educação superior e
fazer proliferar os meios de comunicação. Não só pode produzir uma força de
trabalho instruída como precisa dela: trabalhadores que saibam ler e escrever,
trabalhadores especializados capazes de ler projetos e executar instruções escritas,
engenheiros, técnicos, cientistas, contadores, advogados, gerentes de todos os
tipos.
Após
a sua criação, a UAC funcionou por um período de 05 anos. Posteriormente, o
acordo celebrado entre o Ministério da Educação, representando o Governo, e a
Universidade Lusófona foi suspenso em 2008. Neste sentido, ficou evidente que o
foco de conflito entre o Governo e Lusófona cinge na questão Institucional, que
envolve o cumprimento de acordo, e financeira. A partir desta suspensão do
acordo, a Universidade Lusófona da Guiné (ULG) assumiu a continuidade de
formação dos alunos que estudavam na UAC.
Em
relação aos professores que lecionaram na UAC e ULG podemos constatar os seguintes
dados numéricos: a Universidade Amilcar Cabral, ao longo do seu funcionamento
teve o total de 09 professores doutores que recebem por hora 4.750 Fcfa (Franco
de Comunidade Financeira Africana. Na época da colonização esta moeda
significava Franco de Colônia Francesa Africana), aproximadamente USD 11 dólares
americano; 22 mestres que recebem por hora 3.500 Fcfa, que corresponde
aproximadamente US$ 9 dólares americano e 63 licenciados ou graduados que
também recebem 2.750 Fcfa, valor correspondente aproximadamente USD 07 dólares
americano; os professores convidados – externos – ganhariam com base numa média
ponderada em torno de 10.000 Fcfa conforme consta no mapa do pagamento de julho
de 2008 da UAC. O valor pago aos professores convidados atinge aproximadamente USD
24 dólares americano. Enquanto que a Universidade Lusófona da Guiné-Bissau
conta com 08 professores com título de doutor, 37 mestres e 64 licenciados ou
graduados, que continuam a receber por hora de aula os mesmos valores que os
doutores, mestres e licenciados ou graduados recebiam na UAC, conforme consta
no mapa de pagamento de março de 2011 da ULG. Não existe o piso básico do
salário de professores universitários na UAC. Portanto, os professores recebem
por hora de aula dada. Vale salientar que até 2011 não existia nenhuma lei que
aprova o salário básico de professores universitários.
A
UAC começou a funcionar com poucos doutores e mestres. A grande maioria dos
professores é graduado/licenciados, mas este cenário poderia evoluir
paulatinamente. Neste sentido sugere-se que haja um período probatório de
primeiros cinco a dez anos de funcionamento no qual a universidade permita que
graduados ou licenciados lecionem nos cursos de graduação, na medida em que vão
chegando quadros com especialização ou mestrado os graduados seriam
substituídos. O piso de pagamento dos professores na UAC por uma hora de aula é
muito baixo para atrair os quadros guineenses que vivem do exterior. Por isso,
para que haja uma política salarial atrativa capaz de ser convidativa a
professores e evitar a fuga dos intelectuais habilitados para ensinar na
universidade é necessário rever a política salarial de professores. É verdade
que o estudo de viabilidade da UAC levou em conta o salário praticado na
administração pública e no país em geral mais a inflação. Conforme consta no
estudo de viabilidade da UAC volume I introdução (2000, p. 20): “A Universidade
Amilcar Cabral apostará na aplicação de uma política salarial mais atraente do
país, garantindo assim a atual disponibilidade para o ensino e a pesquisa do
seu corpo decente (...)”. Por outro lado é preciso levar em consideração outras
variáveis, tais como o valor pago aos professores nas universidades em
funcionamento na nossa sub-região. Tentar praticar uma política salarial que se
enquadrasse dentro desta perspectiva, permitindo que a UAC pudesse iniciar o
seu funcionamento num nível de competitividade institucional razoável a nível
sub-regional, contando com maior apoio do governo da Guiné-Bissau que deve
priorizar os investimentos financeiros na UAC cobrindo despesas com
infraestruturas, pesquisa, extensão, salários dos professores e outros.
A
falta de medidas estruturantes que pudessem garantir o melhor funcionamento
consistente da universidade e do engajamento do governo em avaliar
rigorosamente o funcionamento de acordo com a Lusófona acabou por gerar uma
crise institucional da UAC, que motivou a suspensão do acordo. Segundo Tcherno
Djaló:
A Lusófona retirou do
acordo porque o governo da Guiné-Bissau não estava cumprindo com suas
obrigações. Por isso, a Lusófona pediu a suspensão do acordo celebrado com a
UAC até quando o governo estiver em condições. Depois deste impasse decidiu-se
criar a Universidade Lusófona da Guiné (ULG) para dar continuidade aos
trabalhos da UAC permitindo que os alunos terminassem seus estudos. Em maio de
2011 a ULG entregou 349 diplomas de licenciatura (entrevista realizada em 31 de
Março de 2012, Bissau).
O
contexto acima nos permite perceber a fragilidade política e financeira do
governo Bissau-Guineense no que tange ao cumprimento do acordo ora suspenso.
Analisando o histórico do governo Bissau-Guineense referente aos acordos
assinados no campo da institucionalização de uma universidade pública,
verifica-se que sempre foram feitos acordos com as universidades privadas. O
primeiro acordo foi assinado em 1997 com Universidade Lusíada que não chegou a
funcionar e o segundo feito em 1999 com Universidade Lusófona que funcionou por
pouco tempo. Estes fatos nos levam a perceber que o governo guineense tem
dificuldades de se comprometer na criação de universidade pública mantida pelos
recursos públicos do estado, preferindo compartilhar esta responsabilidade com
as instituições do ensino privado. No entanto, mesmo numa parceria
público-privada o governo tem tido dificuldades de honrar com suas
responsabilidades, um exemplo concreto que podemos citar é o caso da suspensão
de acordo entre a Lusófona e o governo.
Portanto,
o envolvimento do governo no sistema educacional é muito pouco. Se formos ver o
Orçamento Geral do Estado de 2011, o governo disponibilizou 11. 808. 634
milhões de Fcfa para o Ministério da Educação que gera algo em torno de USD 55.
726 mil dólares americano, sendo que dos 100% deste orçamento 40% do orçamento
total são reservados para execução de 13 programas/projetos, tais como:
Programa Mundial de Alimentos “Saúde e Nutrição”, cantinas escolares e
reabilitação de educação; Reabilitação, Instalação e Reforço de capacidade
Institucional de “Formação de Professores e Integração de um sistema de Exames
Nacionais” Projeto de Apoio a Criação de Ambiente Favorável a Criação nas
Regiões; Educação às meninas e Apoio a Política Educativa; Programa Educação
base e Igualdade dos Gêneros. 100% do
total de 40% do orçamento global do Ministério da Educação destinado para
programas/projetos 22% vêm de empréstimos contraídos, 3% resultam da
participação do governo através da receita interna, 75% vem de doações. No que
tange ao Ministério da Defesa, o governo disponibilizou 9. 517. 535 milhões de
Fcfa, que corresponde aproximadamente USD 45. 208. 291 dólares americanos, deste
montante 3,81% vêm da participação do governo por meio da receita interna. Os
dados acima apresentados demonstram a incapacidade financeira do governo em
manter o funcionamento de suas instituições através da receita interna, visto
porque depende muito de doações e empréstimos, que nem sempre chegam. Quando
afirmamos que o governo tem um empenho fraco em relação ao sistema educativo,
partimos do pressuposto de que quando o governo disponibiliza 3% de recurso
interno para o investimento no setor educativo, que é muito pouco, demonstra
explicitamente que não existe possibilidade efetiva do governo promover o
desenvolvimento do setor educativo guineense. Inclusive, o recurso interno que
o governo aplica no Ministério da Defesa é pouco superior ao recuro investido
no setor educativo. Dada esta situação, o governo precisa melhorar o seu
mecanismo de aplicação de recurso e ampliar a quantidade de recurso interno
para investir nos setores chaves da produção como educação por meio de
financiamento de projetos de pesquisas e de capacitação, tendo em conta que o
setor educativo tem um potencial forte para trazer retorno financeiro para o
governo e melhorar os indicadores sociais.
Esta
conjuntura demonstra certa dependência externa do país, sobretudo no âmbito
financeiro para levar adiante o seu projeto público de ensino superior. Teresa Cruz
e Silva na sua reflexão sobre as características comum dos países de PALOP
sobre ensino superior afirma que (2005, p. 35) “um perfil comum caracteriza as
instituições de ensino superior destes países: dificuldades de acesso a
recursos; elevada dependência de doações externas para o ensino e,
particularmente, para pesquisa”. Este aspecto demonstra o grande desafio que o
Estado guineense tem para tentar diminuir essa dependência.
Ao
longo do funcionamento da UAC, o sistema de avaliação das Instituições de
Ensino Superior (IES) do Ministério da Educação era muito precário. Esta
avaliação se limita a apresentação de relatório apresentado ao Ministério pelos
Reitores das IES que operam no país. De acordo Rui Jandi (Reitor da
Universidade Lusófona da Guiné/ULG):
O governo, através do
Ministério da Educação Nacional, Ciência, Cultura, Juventude e Desporto exerce
a fiscalização dessas instituições por meio da apresentação de relatórios sobre
a sua atividade pedagógica. Neste momento, não existe incentivo financeiro para
as instituições de ensino superior privada. Mas há diligencias por parte do
governo no sentido de concessão de bolsas de estudo aos estudantes, o que
poderá proporcionar incentivo financeiro do governo para as universidades
(entrevista realizada em 28 de Maio de 2012, Bissau).
Esta
forma de avaliar as IES (Instituições de Ensino Superior) exclusivamente por
meio relatório de atividade pedagógica é muito vulnerável e insuficiente,
porque o relatório de atividade apesar de ser um instrumento importante nem sempre
traduz toda realidade empírica nas universidades. Por isso, deve ser
acompanhada com visitas de campo como forma de confrontar os fatos relatados no
relatório com a realidade acadêmica vivida nas instituições de ensino superior.
A falta de incentivo financeiro par parte do governo às instituições de ensino
superior atribuindo bolsas de estudo e entre outros diminui a possibilidade
promover um crescimento consistente e desejável das universidades e desestimula
a produção de conhecimento nos alunos.
Os
conselhos instituídos dentro da UAC, tais como Conselho Universitário, Conselho
Científico, Conselho Consultivo e outros constituem elementos fundamentais para
o melhor funcionamento da universidade. No entanto, a não aprovação dos
instrumentos legais voltados para ensino superior, como é o caso da lei de
ensino superior dificultou o melhor funcionamento operacional dos referidos
conselhos.
Na
busca de construir um caminho mais consistente nas instituições de ensino
superior, o governo, no âmbito da reforma no setor educativo, por intermédio do
Ministério da Educação Nacional, Cultura, Ciência, Juventude e dos Desportos publicou
no boletim oficial despacho No 24/2010 (p. 1 – 2) assinado pelo Ministro Artur
Silva no dia 24 de agosto de 2010, estabeleceu a revisão curricular do ensino
secundário, que implica a introdução do 12º ano de escolaridade como o último
do ensino secundário na Guiné-Bissau a partir do ano letivo 2010/2011 e os
alunos que concluíram o 11º ano até o ano letivo 2009/2010 puderam optar entrar
diretamente para o ensino superior cumprindo aí o primeiro ano preparatório
quando haja ou completar o 12º ano. Em 30 de setembro de 2010 o mesmo Ministro
publicou no boletim oficial o despacho No 38/2010 (p. 11) artigo 1º determinando
que o 12º ano seria implementado já no ano letivo 2010/2011 com uma
determinação de adoção do programa de ensino para 12º ano fornecido pelo
Ministério. No dia 29 de agosto de 2011 o Ministério publicou no boletim
oficial outro despacho No 11/2011 (p. 23), que no seu artigo 1º fixa extinto o
ano preparatório para o ingresso no ensino universitário e afim para todos os
alunos que tenham concluído o 12º ano ou equivalente, no artigo 2º determina o
acesso ao ensino universitário ou a fim é admitido somente aos alunos que já
terminaram o 12º ano ou equivalente. O artigo 5º determina que seja equivalente
ao 12º ano alunos que tenham concluído três anos de escolaridade subsequente ao
termino do 9º ano de escolaridade nas escolas de formação técnico-profissional.
Estes
despachos motivaram o Ministério a criar um grupo de trabalho para construir o
currículo escolar para 12º ano de escolaridade contratando especialistas
internacionais que juntaram num grupo de trabalho com os técnicos do Ministério.
Neste momento 12º ano é uma realidade no ensino secundário bissau-guineense.
Vale
salientar que, apesar do governo assumir a necessidade de implementar o 12º ano
no ensino secundário era necessário primeiro criar as condições objetivas que
irão permitir o melhor funcionamento do 12º ano. A falta de tempo suficiente
para elaborar o currículo escolar, a falta de professores licenciados
suficientes para lecionar em todos os liceus do país bem como as precárias
condições de trabalho dos professores contribui para ineficiência na efetivação
qualitativa do 12º ano e do sistema educativo bissau-guineense.
Existe
a necessidade de criar mecanismos que ajudem fortalecer o ensino secundário
guineense, visto que é porta de entrada para o ensino superior. Este
fortalecimento passa também pela adequação do sistema de ensino que atenda a
realidade sociocultural do país capaz de construir uma geração de intelectuais
que tenha condições de racionalizar o desenvolvimento do da Guiné-Bissau,
evitando assim o risco não ficar preso exclusivamente aos modelos educacionais
ocidentais. Segundo Cardoso (1998, p. 95):
(...) a nova
abordagem que dominara os primeiros anos de década de 70 e que
via a educação ao serviço de uma sociedade para um novo homem, uma nova
nação, um novo modelo de sociedade não conseguiu vingar.
(...) a educação que se
institui foi uma educação baseada em modelos ocidentais que pouco têm a ver com
a realidade sócio-cultural do país. A aposta é feita na língua do
colonizador em detrimento das línguas locais.
Os
esforços de tornar competitivo o sistema de ensino secundário devem continuar
em nível de ensino superior, visto que construir uma tradição capaz de formar
quadros superiores de qualidade aumenta chance de o país ocupar seu devido
espaço nas organizações sub-regionais e pelo mundo a fora.
Considerações finais
Em
linhas gerais, a institucionalização do ensino superior na Guiné-Bissau
constitui uma necessidade que permite fazer face o desafio de proporcionar os
cidadãos guineenses a possibilidade de ter uma formação superior dentro do seu
próprio país. Por isso, pode-se considerar que, este processo de
institucionalizar ensino superior no país gerou efeito positivo no sentido
oferecer a formação superior aos guineenses, que poderá ter um efeito direto no
processo do desenvolvimento do país, diminuindo também assim a quantidade de guineenses
que procuram realizar a formação superior no exterior e que muitas vezes não
retornam ao país natal. Não obstante, a operacionalização da universidade
pública Amilcar Cabral conheceu a sua primeira grande crise que obrigou a
paralisação do seu funcionamento, fato que foi provocado por duas questões
centrais: pela ausência do engajamento político e econômico do Governo no
processo, em primeiro lugar. E pelo conflito na gestão do acordo celebrado
entre o Governo da Guiné-Bissau e a Universidade Lusófona, que permitiu a
criação da Universidade Amilcar Cabral.
Apesar
de fragilidades institucionais supracitadas e que são evidentes no sistema de
ensino superior Bissau-Guineense, entende-se que existe potencial técnico e
político no seio dos intelectuais e da classe política Bissau-Guineense, e se
forem bem aproveitados, poderão trazer bons resultados que contribuam para
fortalecimento do ensino superior .
Referências
CARDOSO,
Carlos. Estado e Nação: Para uma Releitura da Construção Nacional na Guiné-Bissau.
In. Fundação Amílcar Cabral. Que
estados, que nações em construção nos Cinco? Colóquio Internacional de
Cidade de Praia, 21 a 23 de março de 1996. PRAIA, 1998.
DAHL,
Robert A. Sobre a Democracia.
Tradução de Beatriz Sidou. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2001.
LOPES,
Helder Vaz. “Das Redes de Conhecimento às Redes de Desenvolvimento”: o Papel
das Universidades na Formulação de Políticas Comuns na CPLP. In. ASSOCIAÇÃO DAS UNIVERSIDADES DE LÍNGUA
PORTUGUESA (AULP). Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento. XVIII Encontro da
Associação das Universidades de Língua Portuguesa. Brasília, Brasil: sersilito,
2008.
MINISTÉRIO
DA EDUCAÇÃO DA GUINÉ-BISSAU. Arquivo da
DGEPASE. Bissau, 2007-2011.
MINISTÉRIO
DA EDUCAÇÃO DA GUINÉ-BISSAU. Despacho No
11, Extinto o ano preparatório para ingresso no ensino universitário.
Bissau: INACEP - Boletim Oficial No 41, Quinta-feira, 13 de Outubro de 2011.
MINISTÉRIO
DA EDUCAÇÃO DA GUINÉ-BISSAU. Despacho Nº
24, Adotado a revisão curricular do ensino secundário, que implica a introdução
do 12º ano de escolaridade. Bissau: INACEP - Boletim Oficial No 42,
Quarta-feira, 20 de Outubro de 2010.
MINISTÉRIO
DA EDUCAÇÃO DA GUINÉ-BISSAU. Despacho No
38, Adotados os programas de ensino para 12º ano de escolaridade. Bissau:
INACEP - Boletim Oficial No 42, Quarta-feira, 20 de Outubro de 2010.
MINISTÉRIO
DA EDUCAÇÃO DA GUINÉ-BISSAU. Universidade
Amilcar Cabral - Educar, Desenvolver e Promover – Introdução (Estudo de
Viabilidade), 2000.
MINISTÉRIO
DA EDUCAÇÃO DA GUINÉ-BISSAU. Universidade
Amilcar Cabral - Educar, Desenvolver e Promover – Volume cálculos previsionais (Estudo
de Viabilidade), 2000.
MINISTÉRIO
DAS FINANÇAS DA GUINÉ-BISSAU. Proposta –
Orçamento Geral do Estado – OGE. Bissau, 2011.
SILVA
e Cruz Teresa. Instituições de Ensino
Superior e Investigação em Ciências Sociais: A herança colonial, a construção
de um sistema socialista e os desafios do século XXI, o caso de Moçambique.
In SILVA e Cruz Teresa; ARAÚJO de Manuel G. Mendes.
§
*Arnaldo Sucuma – Doutorando em Serviço Social/
UFPE, Mestre em Ciência Política pelo Programa de Pós-graduação em Ciência
Política da Universidade Federal de Pernambuco/PPGCP – UFPE, Graduado em
Serviço Social pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Professor na Escola
Nacional de Saúde/ENS e na Universidade Lusófona da Guiné/ULG, membro do Núcleo
de Estudos e Pesquisas Regionais e Desenvolvimento/D & R/UFPE, Escritor,
Coordenador da Associação Força Guiné (AFG).
Porque não existe um consenso, no que tange a criação da Universidade em Guiné-Bissau atrasando um avanço na politica educacional de Guiné-Bissau?
ResponderExcluirExiste um consenso, porque sempre foi uma demanda que iniciou desde a luta pela independência. Também o aumentou a quantidade de guineenses que procuram cursar ensino superior nos países vizinho como Senegal e outros. Apesar desta demanda, o governo ainda não conseguiu estruturar as políticas educacionais para o ensino superior por conta de golpes militares que acontecem no país.
ExcluirCaro Prof. Sucuma,
ResponderExcluirObrigado por sua clara explanação sobre o quadro da educação em Guiné-Bissau. Eu gostaria de perguntar: no cenário apresentado, entende-se que a estatização do ensino seria uma solução para superar as dificuldades do ensino privado. No Brasil, contudo, há uma tendência crescente em afirmar o contrário [que a privatização seria o ideal]. Como a experiência Bissau-guineese pode, no seu entender, contribuir nesse debate para a educação no mundo lusófono?
Obrigado,
Prof. André Bueno
Realmente, Na Guiné-Bissau, as primeiras faculdades isoladas criadas no país são públicas. Em 1999 quando foi institucionalizada a universidade pública, no âmbito de uma parceria público-privado, no mesmo ano começou também o processo de criação de universidades privadas. Acredito que a grande falha do governo era propor uma parceria publico-privada na criação da universidade Amilcar Cabral, que depois não deu certo. Isso pode servir como experiência para outros países da CPLP a cometeram o mesmo erro. O governo precisa assumir sua responsabilidade com a educação pública e de qualidade.
ExcluirProfessor Sacuma, Podemos dizer que o imperialismo ainda assombra a África se levarmos em conta que a independência da Guiné Bissau é muito recente e a distancia temporal entre ela e o projeto de universidade é muito curto acarretariam essas dificuldades do governo em estruturar e institucionalizar uma universidade publica e sua dependência de países europeus para disponibilizar uma educação privada ?
ResponderExcluirA administração colonial não fez nenhum investimento na área de ensino superior no país. Após independência, o país se endividou para investir na criação das primeiras faculdades bem como para arcar com despesas correntes do Estado. A universidade foi criada tendo em conta a necessidade da sociedade, mas as constantes crises políticas fizeram com o governo não consegue estruturar as políticas educacionais para o ensino superior. Com certeza, os endividamentos do estado abre caminho para uma dependência neocolonial.
ExcluirBom dia Prof. Sucuma! Eu gostaria de saber se existe algum programa de intercâmbio entre o Brasil e os países lusófonos africanos?
ResponderExcluirExiste sim um programa chamado Programa Estudantes-Convênio de Graduação/PEC-G e Programa Estudantes-Convênio de Pós-Graduação/PEC-PG, que abrange todos os países que falam português pelo mundo e outros países africanos. Também o programa abrange países da América Latina e Caribe.
ExcluirObrigado, essa iniciativa é muito importante para fomentar relações entre os países Lusófonos.
ExcluirDe que maneira as instituições de ensino superior público no Brasil poderiam contribuir com o desenvolvimento das instituições públicas de Guiné Bissau? Tendo em vista a aproximação cultural em virtude do idioma entre estes países - João Gilberto Solano
ResponderExcluirPelo que sei, o Governo brasileiro concedeu alguns apoios ao Governo da Guiné-Bissau na formação de professores da universidade no campo de pós-graduação. Mas o constante golpe de estado acabou paralisando o país.
ExcluirExiste alguma iniciativa privada que incentive ou ajude na criação e consolidação das instituições públicas em Guiné-Bissau? - João Gilberto Solano
ResponderExcluirEm relação ao ensino superior não. Mas as organizações da sociedade civil atuam muito nas negociações junto aos políticos como forma de mediar conflitos que paralisam o funcionamento das instituições da república no contexto de golpe de estado.
ExcluirGostaria de saber se a criação de convênios para intercambio entre universidades africanas e universidades de outros lugares do mundo como Brasil e EUA ajude na consolidação do ensino na GUINÉ-BISSAU?
ResponderExcluirCom certeza, os convênios podem sim ajudar no âmbito da troca de experiências. Mas a única troca de experiência que tenho conhecimento no campo do ensino superior foi com o Brasil sobre a formação de professores da universidade pública em nível de pós-graduação. Infelizmente o projeto não andou por conta de golpe militar que aconteceu no país em 2012.
ExcluirSIDINEI SGANZERLA
ResponderExcluirProf.apartir das consideraçoes sobre o atual sistema educacional em Guiné Bissau fica evidente que a educação não é prioridade,pois os recursos empregados no sistema educacional são mínimos, ao mesmo tempo que outras necessidades se mostram emergenciais. Entretanto,podemos concluir que o sistema universitário deste país ainda depende sobremaneira de Portugal?
Obrigado,
Prof.Sidinei Sganzerla - Curitiba-Pr
Existe sim uma dependência de países que possuem cooperação com Guiné-Bissau. O governo de Portugal fez menos neste processo. Por outro lado, os empresários portugueses já foram sócios na primeira etapa de funcionamento da Universidade Amilcar Cabral. O país que mais contribuiu é o Brasil. Mas o grande empecilho está nos dirigentes políticos do país que colocaram a universidade em suas prioridades.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirProfessor Sucuma,
ResponderExcluirVerificou-se através da sua explanação que o governo não possuindo condições de sustentar o ensino superior no país, recorreu por vezes a firmar contratos com Universidades Privadas, pois bem, não seria uma solução adotar políticas de diminuição de impostos para Universidades Privadas caso estas financiassem o acesso dos cidadãos Guiné-Bissauenses no ensino superior? Ou, como ocorre no Brasil adotar programas como o FIES (Fundo de Financiamento Estudantil)? Leanderson Cristiano Voznei
O que aconteceu é que o governo na época explicou que não tinha condições financeiras para arcar com despesa total para fazer funcionar a universidade. Por isso, recorreu a uma universidade privada portuguesa para montar uma universidade. Não tem características do FIES.
ExcluirADRIANO DA SILVA
ResponderExcluirPor ter diferentes tendências políticas no poder, o projeto na época, sofria mais influencia política, do que educacional ?
O projeto da universidade sofre mais com as perturbações políticas provocadas pela classe política, com respaldo dos militares, que acaba em golpe de estado. Também ensino superior não tem a prioridade que merece.
ExcluirCaro conferenciasta Arnaldo Sucuma,
ResponderExcluirqual o contributo, a seu ver, da UNILAB - Universidade Internacional da Integração da Lusofonia Afro-Brasileira para o Ensino Superior na Guiné-Bissau? Perspectivas de futuros profissionais...
Grato,
Antonio Luciano Morais Melo Filho
Uma das contribuições que a UNILAB poderá oferecer é formar professores em nível de ensino de pós-graduação, como também manter permanente troca de experiência de gestão no campo de gestão de uma universidade.
ExcluirBom dia Prof.Sucuma!
ResponderExcluir-O que seria o exame de admissão e o pré-universitário na Guiné e se são cursos pagos e como funcionam?
-Qual seria a justificativa para a falta de vontade política e dos políticos em geral em defesa do ensino superior Guineense?
-Foi falado sobre a grande dificuldade dos universitários em pagar as mensalidades dos cursos, e perguntamos se não há linhas de financiamento para os jovens universitários carentes na Guiné?
Alfredo Coleraus Sommer-Professor-Brasil
Nâo existe o exame de admissão. O que acontece é que os estudantes entravam no pré-universitário como ano preparatório, que lhes permitem no ano seguinte entrar no primeiro ano do curso. Infelizmente na universidade pública paga se a mensalidade.
ExcluirNão sei lhe justificar o comportamento dos políticos em não colocar ensino superior como prioridade. Mas na minha visão é ausência do espirito republicano. Não há nenhum tipo de financiamento público estatal para financiar bolsas de estudo dos estudantes.
Boa tarde. Quando falaste de universidade na África me lembrei logo da Universidade de Sankore em Tumbuctu. Porém a presença Européia na África escamoteou a influência da intelectualidade africana. Contemplando a questão da universidade em países lusófonos africanos, gostaria de saber se o estímulo financeiro para o professor é a única ferramenta necessária para a valorização do(a) intelectual africano(a). E também gostaria de saber de onde vêm os professores convidados. Eles vêm de fora?
ResponderExcluirCarlos Mizael dos Santos Silva
O estimulo financeiro não é único mecanismo de valorização do professor, mas na realidade da Guiné-Bissau é determinante. Porque um professor ganha equivalente a 500,00 (reais), aquele que possuem carga horária maior chegam a 1000,00. Por isso, o professor acaba trabalhando em duas ou três instituições. Nestas condições o professor não tem tempo para produzir conhecimento. No entanto, o professor precisa sustentar a sua família. É claro que o formação permanente do professor e as condições de trabalho são meios que ajudam estimular a valorização do professor. Mas nem isso o governo não consegue oferecer recurso financeiro para a Reitoria resolver estas pendências. Houve experiências de trazer professores visitantes do Senegal, Portugal e Brasil.
ExcluirBom dia Prof.Sucuna!Lendo esse texto pude notar,como o governo é eneficaz em relação a Educação,mesmo tendo uma ideia boa de oferecer Educação de Ensino Superior a população,sabemos que tanto erraram,que ouve o cancelamento.Queria saber como é o sistema político?
ResponderExcluirO sistema político da Guiné-Bissau é conhecido como modelo Semipresidencialimo. Tem um Presidente, que é Chefe de Estado e Primeiro Ministro que tem a função de governar o país.
ExcluirIlustre professor,
ResponderExcluirCom base na curta história de independência do seu país, qual fator o senhor considera mais impactante na evolução da educação, as seguidas disputas pelo poder ou a grande dificuldade econômica enfrentada pela Guiné-Bissau? Obs. Tendo em vista que um afeta o outro em certas circunstâncias. Grato pela sua grande contribuição.
João Batista Homem Fagundes
O cenário mais impactante tem haver com a disputa de poder que faz o país viver em constantes crises política e institucional que assola o país até hoje. Desde que o país inaugurou o multipartidarismo em 94 nenhum governo terminou seu mandato. Isso é grave. Nestas condições nada funciona.
ExcluirPelo texto apresentado, percebe-se que o governo de Guiné-Bissau não desenvolveu uma estrutura organizadora para que o ensino superior funcionasse adequadamente. Caso isso ocorresse, como seria o processo de ingresso na universidade? E qual a do governo em relação a formação básica dos alunos nos ensinos fundamental e médio? Visto que se há uma falta de interesse em relação ao futuro educacional do país, devemos considerar também a formação das crianças e adolescentes. Debora Shizue Matias Takano
ResponderExcluirO aluno ingressa na universidade cursando o ano pré-universitário, no ano seguinte entra no primeiro ano do curso. Sobre ensino médio e fundamental não é a minha especialidade. Mas pelo conhecimento geral que tenho na área de educação, os investimos para esta área ainda são fracos.
ExcluirProfessor, a respeito do ensino superior em Guiné-Bissau, na sua opinião o intercambio com professores de outros países favoreceriam a educação superior no pais?
ResponderExcluirCom certeza, o intercâmbio bastante pela troca de experiência na área de educação superior.
ExcluirProfessor, gostaria de saber se demais países que possuem um ensino superior qualificado pode contribuir para a educação de Guiné-Bissau?
ResponderExcluirProfessor Sucuma analisando os esforços sobre a criação do ensino superior em Guiné- Bissau, percebe- se que a um grande empenho e no Brasil que as pessoas tem a educação ao seu alcance e não a interesse. O que deveria ser feito para que as pessoas tivessem mais interesse em estudar?
ResponderExcluirLucinara da Silva Meireles
Acredito que o incentivo ou interesse pelo estudo passa por um processo que envolve os pais e a comunidade em que o individuo vive.
ExcluirCaro professor Sucura, gostaria de saber se há um modelo educacional no qual a educação superior de Guiné-Bissau se inspirou? É também quanto ao ensino filosófico, pois esse aspecto não é mencionado.
ResponderExcluirGrata.
Girlane Santos da Silva
Olha, a universidade pública na Guiné-Bissau bebeu muito da experiência de ensino superior portuguesa.
ExcluirProfessor, porque o governo do Guiné-Bissau e os demais governos de países que sofrem em consequências de igual modo, não se empenham em manter mais Universidades Públicas para os seus jovens, não será o próprio país o mais beneficiado com uma estrutura e qualificação mais adequada e abrangente ?
ResponderExcluirThereza Cristina Kling Bandeira
Não sei lhe justificar o comportamento dos políticos em não colocar ensino superior como prioridade. Mas na minha visão é ausência do espirito republicano. Não há nenhum tipo de financiamento público estatal para financiar bolsas de estudo dos estudantes.
ExcluirProfessor Sucuma o acesso fácil a educação no Brasil é o caminho para as pessoas terem acesso a um trabalho digno?
ResponderExcluirLucinara da Silva Meireles
Acredito que contribui para conquistar emprego de qualidade.
ExcluirTendo em vista o problema da falta de recursos para tornar maior e com qualidade o acesso ao ensino superior em Guiné-Bissau é possível, de acordo com as informações contidas no texto, identificar a necessidade do governo em instituir leis que garantam a obtenção desses mesmos recursos? Adriano de Campos
ResponderExcluirExiste um debate sobre a construção de uma nova constituição para o país. Isso pode ajudar colmatar algumas falhas que acontecem em diversos níveis.
ExcluirProfessor,qual era a desculpa que os políticos usavam para não aprovarem leis que facilitassem o projeto de ensino superior?
ResponderExcluirNa verdade, os políticos não recusaram de aprovar a lei. O que aconteceu a universidade foi criada sem que o governo apresente um projeto de lei sobre ensino superior. Só em 2012 foi criada a lei de ensino superior depois de muitos debates. Lembrando que o projeto de lei demorou para ser colocado na pauta para debate no plenário da assembleia. A justificativa é que tinha outros projeto que já se encontravam há muito tempo aguardando apreciação.
ExcluirProfessor,qual era a desculpa que os políticos usavam para não aprovarem leis que facilitassem o projeto de ensino superior?
ResponderExcluirSonia Arsenia Navarro Cernohovsky
Professor Sucuma, o primeiro passo para a implantação de um Ensino Superior público não seria um plano estratégico, um documento detalhado e rigoroso que pudesse orientar e embasar o processo? A falta de políticas públicas focadas na continuação da formação dos alunos a nível superior é a maior falha do governo da Guiné-Bissau?
ResponderExcluirA implantação do ensino superior em qualquer que seja o país constitui uma iniciativa estratégica e a Guiné – Bissau faz parte deste processo. No entanto no caso especifico da Guiné- Bissau houve falhas procedimentais ao longo do processo de instalação e estruturação do ensino superior. Evidentemente a ausência de politicas publicas voltadas para ensino superior cria dificuldades tanto para estudantes assim como para melhor funcionamento da universidade.
ExcluirBom dia, Sidinei Sganzerla. Parabéns pelo seu texto! A temática é fundamental nos tempos de hoje. Além do mais, é sempre importante retomar o processo de luta de Guiné-Bissau, o que nos leva sempre à Amilcar Cabral (um homem fundamental para o nosso tempo).
ResponderExcluirPossuo apenas uma pergunta: existe dentro dos projetos pedagógicos de Guiné-Bissau (seja no ensino superior ou não) alguma referência a percepção pedagógica de Amilcar Cabral?
att.
Prof. Danilo Ferreira da Fonseca
Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste)
Amilcar Cabral é considerado sempre uma referencia politica e pedagógica na sociedade guineense. Embora atualmente nos projetos pedagógicos das universidades guineenses ( publica ou privado) não existe referencia por escrita da Amilcar Cabral como referencia pedagógica.
ExcluirAo longo de um parágrafo do texto, o qual cita as instituições educacionais da Guiné-Bissau, me surgiu uma dúvida: qual a diferença no contexto acadêmico do país entre Escolas Superiores e Faculdades?
ResponderExcluirAlém do curso pré-universitário, ou do 12º ano escolar, existe alguma outra exigência, ou mecanismo de seleção à entrada de alunos nas instituições superiores?
E em relação ao ensino de história, embora a educação do país siga à risca o modelo ocidental, há práticas de valorização da cultura e história locais, no ensino básico e/ou no superior; mesmo tendo em vista as grandes dificuldades e impasses no setor educacional?
Karolliny Joally das Neves Miranda
Não há diferença entre Escolas Superiores Faculdades.
ExcluirO aluno ingressa na universidade cursando o ano pré-universitário, no ano seguinte entra no primeiro ano do curso.
Existe sim a pratica de valorização de cultura local.
PROFESSOR NO QUE TANGE AS QUESTÕES POLITICAS , SERIA VIÁVEL NA GUINÉ UM PROJETO POLITICO PEDAGOGICO PARA A CRIAÇÃO DE UNIVERSIDADES, UMA VEZ QUE ESTE LITIGIO IDEOLOGICO POLITICO , INTERROMPEU O PROCESSO DE ENSINO COMO UM TODO NO PAIS , QUAIS SÃO AS PERSPECTIVAS PARA QUE ISSO SE MODIFIQUE AO LONGO DOS IDOS , EM SUA VISÃO ..
ResponderExcluirNeste caso a estabilidade politica é uma condição indispensável para a construção e consolidação de qualquer projeto.
ExcluirNo Brasil temos o ENEM e PROUNI Que oportuniza a todos o acesso a um curso superior e em Guiné-Bissau como funciona?
ResponderExcluirNegros e brancos tem a mesma oportunidade
Eli Carvalho de Oliveira
Na Guiné- Bissau não existe nenhum programa de acesso a universidade como ENEM e PROUNI.
ExcluirNão há questão de oportunidade para Negros e Brancos. Porque a sociedade guineense é composta por mais 90% de negro. Portanto não a debate sobre oportunidades entre negros e brancos.
Nas nossas universidades o docente tem que ter pelo menos o mestrado e em Guiné-Bissau qual a formação necessária?
ResponderExcluirExiste intercambio entre Brasil e Guiné-Bissau
Leonilda Aparecida Borges
Existem professores com nível de graduação dando aulas nas universidades. Isso acontece porque a quantidade de professores com nível de mestrado e doutorados são poucos para atender as demandas das universidades no domínio da docência.
ExcluirExiste sim um programa chamado Programa Estudantes-Convênio de Graduação/PEC-G e Programa Estudantes-Convênio de Pós-Graduação/PEC-PG, que abrange todos os países que falam português pelo mundo e outros países africanos. Também o programa abrange países da América Latina e Caribe.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirCaro prof Sucuma. conforme o senhor relata o ensino público-privado não é acessível a todas as camadas sociais, devido ao seu alto ônus. Argumenta também que o governo devería subsidiar para que todos tivessem acesso.Isto seria maravilhoso. Porém como esta acontecendo aqui no Brasil universidade para todos, com auxilio do governo, onde facilita o acesso a quem tem menos poder aquisitivo e educação deficitária tanto no que tange ensino primário ao médio, o importante é o número de alunos em universidade,m isto não pode fazer gerar um mercantilismo educacional, com prejuizo para o prórprio discente que chega na faculdade com certo déficit educacional?
ResponderExcluirJosé Francisco Protas Tavares
Ate hoje a universidade só tem campo na capital Bissau. Isso limita possibilidade de acesso para cidadãos que moram no interior.
ExcluirPrezado, Arnaldo Sucuma,
ResponderExcluirObrigado pelas linhas esclarecedoras e por apresentar tão bem a realidade educacional do seu país, irmão lusófono. Gostaria de saber: 1) quantas e quais instituições, hoje, são responsáveis pela formação de professores de História em Guiné-Bissau? 2) já existe um currículo comum para todas elas? Caso sim, você poderia indicar uma ou duas referências sobre o tema? 3) existe uma mobilização forte e histórica a favor da melhoria da Educação por todos e pela própria categoria profissional?
Atenciosamente,
com os melhores cumprimentos,
Prof. Me. Danilo Cardoso.
Existe uma instituição responsável para formação dos professores de historia.
ExcluirA escola tem currículo.
Existe uma mobilização pela melhoria no processo de ensino e aprendizagem, pela melhoria das condições de trabalho e salarial dos professores. Estas lutas são protagonizadas pelos sindicatos de professores e ONGs que trabalham na área de educação.
Bom dia!
ResponderExcluirDurante meus estudos na UFMG tive a oportunidade de conhecer vários guineenses que vieram estudar no Brasil com bolsas e parcerias. Depois de formados, muitos foram para a Europa. Não existe um contrato que de certa forma faça com que estes estudantes retornem à Guiné-Bissau para que possam de alguma forma "enriquecer" o ensino neste país após o intercâmbio?
Bom dia!
ResponderExcluirAtravés da leitura do texto ficou claro que existem dificuldades a serem superadas quanto a institucionalização do ensino superior público. O senhor diria que isso está diretamente associado à questões políticas quanto a classe menos privilegiada da sociedade poder ter acesso a esse tipo de formação? E existe algum incentivo já no ensino fundamental para que as pessoas ingressem numa universidade?
Rebeca de Melo Araújo
Boa tarde, no texto ficou claro a fragilidade por parte do governo em se instalar e mais em manter um instituição de nível superior. Gostaria de saber se atualmente existe uma universidade pública em atividade e se o governo de Guiné-Bissau buscou parceira com o Brasil?
ResponderExcluirBruno da Silva Figueiredo
Olá, professor o fato do governo de Guiné-Bissau optar por fazer parcerias com instituições particulares pode ter ligação com possíveis práticas de corrupção? Uma vez que mesmo com os recursos vindo do exterior o governo não tem conseguido manter as instituições públicas de nível superior.
ResponderExcluirRaquel Duarte de Lima Figueiredo