Ary Albuquerque

ONDE ESTÃO AS MULHERES NA HISTÓRIA?  REFLEXÕES E POSSIBILIDADES EM SALA DE AULA

Ary Albuquerque Cavalcanti Junior



Ao longo do século XX, a História passou por inúmeros debates e acompanhou o surgimento das teorias e dos novos métodos apresentados pela escola francesa do Annales. Liderada por Lucien Févbre e Marc Bloch, esta passou a questionar as “verdades” trazidas pelo positivismo e a enxergar a história como problema, no sentido das subjetividades e no campo amplo que esta possuía desde sua origem (BLOCH, 2001).

Dessa forma, apesar de certo domínio da história política e econômica durante a metade do século anteriormente citado, nas últimas décadas foi possível observar o alargamento de obras e pesquisas que iam de encontro a campos como a cultura, gênero entre outros. Contudo, como rechaça Soihet e Pedro (2007, p. 281) “a história é a mais tardia das ciências humanas a abordar a mulher e sua vivência”, algo que para estas estudiosas, se deve ao fato de herdarmos da abordagem positivista a falta de estudos sobre as mulheres, localizando-as fora do âmbito político e de espaços públicos, estes só concernentes a homens.

Nessa perspectiva, estudos sobre as mulheres na história passaram a ganhar força, principalmente na década de 70, com as contribuições de Edward Thompson, Natalie Davis e Michelle Perrot. Por conseguinte, no Brasil destacamos Mary Del Priori, Susel da Rosa, Joana Pedro, Rachel Soihet, Carla Pinsky, Ana Colling e Margareth Rago, que a partir de excelentes trabalhos, que hoje são referências, possibilitaram o crescimento considerável dos estudos sobre a temática no país.

No seio das discussões sobre a história das mulheres, o enquadramento nos estudos de gênero permitiu ao historiador, ver a história de gênero como categoria útil para análise histórica como tão bem destaca Scott (1991) em seu célebre artigo de mesmo nome. Assim, a partir dos estudos da filósofa Judith Butler, bem como do célebre Michel Foucault é possível perceber o quanto as relações de poder e os discursos foram de extrema definição para a misoginia imposta pela sociedade ao dividir o que era “coisa de homem” e “coisa de mulher”. Como pontua Butler (2003), tanto sexo como gênero também podem ter sido construídos culturalmente, seja a partir de interesses políticos, sociais, etc. Logo, a naturalidade de se pensar tais questões na sociedade foram construídas a partir do discurso.

Observando tais discussões, com o andamento de minha pesquisa no Programa de Pós-graduação em História Regional e Local da Universidade do Estado da Bahia, que objetiva analisar memória de mulheres baianas e suas diferentes formas de resistência à ditadura civil-militar, comecei a refletir sobre a história das mulheres e/ou das relações de gênero em sala de aula, principalmente nos ensinos fundamental e médio.

Contando com a experiência em sala de aula e com algumas referências aqui expostas, percebe-se que na maioria dos centros de ensino, o livro didático se apresenta como um grande manual de história, trazendo suas verdades como absolutas e cristalizando heróis. Nesse ponto, quando nos referimos a heróis, esta palavra se adequa apenas a sujeitos do sexo masculino, no qual o livro didático os representa pelos grandes feitos. Assim, percebemos que em sua grande maioria, quando citadas, as mulheres apresentam poucas menções e voltadas a momentos isolados, ou por uma ação que a destacou entre homens (OLIVEIRA, 2011).

Fazendo uma reflexão em nosso país, a figura feminina na história dita “nacional” é quase que inexistente. Se não fosse a militância social e política de muitos grupos, pesquisadoras (es) e estudos nas últimas décadas, muitas mulheres de grandes realizações ficariam no esquecimento histórico, tais como Berta Luthz (Bióloga brasileira e uma das primeiras mulheres a lutar pelos direitos femininos), Terezinha Zerbini, uma das fundadoras do Movimento feminino pela anistia, algo que traz reflexos até hoje na luta pelos direitos humanos. Ainda nessa perspectiva, não podemos deixar de pontuar a quantidade de mulheres em estados e municípios que possuem grande representação local e que não conhecemos. Logo, uma das considerações e possibilidades para os docentes que busquem realizar um trabalho mais aprofundado, a pesquisa sobre tais poderia ser uma atividade de grande importância cultural e histórica a ser aplicada.

No campo cultural, se for pedida uma atividade com o intuito de pesquisar logradouros de ruas, nomes de grandes avenidas e até mesmo estádios de futebol, possivelmente os próprios discentes terão a sensação do quanto ausente é o nome das mulheres. Em contra partida, serão possíveis encontrar bustos e medalhas de honradez a militares de guerra, ex-presidentes dentre outros homens devido a seus grandes feitos. Logo, é possível perceber que as representações de grandes feitos sempre estão atreladas a feitos masculinos, influenciando a uma cultura histórica e educacional que afirma a falta das mulheres em acontecimentos ditos de grandes significados.

Dessa forma, é importante refletirmos, enquanto docentes ou pesquisadores, como a história das mulheres pode ser apresentada em sala de aula, haja vista os espaços vazios e as representações culturais falhas que deixam estas de fora dos ditos grandes acontecimentos? Acostumadas a serem cerceadas e representadas enquanto sexo frágil e donas do espaço privado, a casa, rainha do lar, existe uma importante reflexão a ser levada para a sala de aula, que foge a sua formação sócio-política, mas da própria consciência histórica dos discentes. Haja vista que com o crescente número de mídias digitais e suas mais variadas redes sociais, as mulheres ainda são representadas como o “outro” sexo, que apesar dos avanços, ainda carregam em suas costas as representações e os princípios morais de uma Era longínqua, mas sólida em nosso cotidiano (BUTLER, 2003; COLLING, 2014).

Ainda no que concerne a contemporaneidade, um grande exemplo, que para muitos passa despercebido, são às ofensas de gênero sofridas pela atual presidenta do Brasil, Dilma Rousseff. Em algumas redes sociais, é possível observar que as principais palavras e frases voltadas à presidenta não se remetem a sua forma de governo, mas à sua própria imagem de mulher. Assim, em sala de aula percebemos o poder da mídia e a reprodução por parte de muitos estudantes de uma distinção de gênero agressiva, onde nos principais adjetivos e comentários é representada como “cachorra”, “galinha”, “Isso que dá colocar mulher para governar”, “Mulher só comanda fogão”, “Se não dirige um carro, vai conseguir um país?” dentre outras que apesar de revoltantes, trazem a tona o centro de nossa discussão. Onde estão as mulheres na História?

Na tentativa de apresentar algumas possibilidades, atualmente a tecnologia permite dentro de segundos se ligar ao mundo e a uma variedade de estudos, filmes e músicas que permitem encontrar grandes auxiliares na luta por uma consciência histórica mais uniforme. Recentemente, por exemplo, foi lançado o filme “As Sufragistas” (2015) que traz uma excelente abordagem dos trabalhos realizados por mulheres inglesas e a luta por conquistas políticas e sociais, algo que pode ser usado pelo professor de diferentes formas. Uma delas seria a tentativa de questionar os padrões femininos impostos pela sociedade, além de fazer uma relação entre o estado atual das conquistas femininas com a daquelas mulheres representadas na obra cinematográfica.

Outra ferramenta a ser utilizada em sala de aula é a música, algo tão bem discutido por Napolitano (2002), pode-se usar a famosa música “Ai que saudade da Amélia”, aquela mesma que não tinha a menor vaidade e por isso era considerada “mulher de verdade” que foi composta por Ataulfo Alves / Mário Lago na década de 40. Com ela, será possível fazer uma análise da visão dos autores em relação à época a representação da mulher, algo que pode ser analisado com outras músicas até mesmo contemporâneas.

Logo, é importante que enquanto professores/ pesquisadores abordem as questões de gênero em sala de aula, no intuito de conscientizar os estudantes, dos mais variados níveis de ensino a importância de se pensar a história fora dos padrões escritos, principalmente os livros didáticos. Além disso, buscar apresentar as mulheres que também tiveram papel importante na história de seu bairro, cidade e estado, afinal a consciência histórica não possui manual, onde o espaço da mulher precisa ser melhor apresentado.         
Referências

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: Feminismo subversão da identidade. Trad: Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003
BITTENCOURT, Circe. O saber histórico na sala de aula. 11ª ed. São Paulo: Contexto, 2008
BLOCH, Marc. Apologia da História ou o Ofício do Historiador. Prefácio, Jacques Le Goff; Apresentação à edição brasileira, Lilia Moritz Schwarcz; tradução, André Telles –  Rio de Janeiro: Zahar, 2001
COLLING, Ana Maria. Tempos diferentes, discursos iguais: a construção do corpo feminino na história. Dourados, MS: Ed. UFGD, 2014
GONÇALVES, Andréa. História e gênero. História e Reflexões. Ed. Autentica, Belo Horizonte, 2015
MATOS, Maria Izilda S.de. Por uma história da mulher. Bauru, São Paulo: EDUSC, 2000
NAPOLITANO, Marcos. Música e história. História e Reflexões. Ed. Autentica, Belo horizonte, 2002
PERROT, Michelle. As mulheres ou os silêncios da história. Trad: Viviane Ribeiro. Bauru, São Paulo: EDUSC, 2005
SILVA, Juliana. Ensino de história e questões de gênero nos livros didáticos. Anais eletrônicos do VI encontro estadual de história, ANPUH/BA, 2013
SOIHET, Rachel; PEDRO, Joana. A emergência da pesquisa da história das mulheres e das relações de gênero. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 27, nº 54, p. 281-300 – 2007
SCOTT, Joan. Gênero; uma categoria útil para análise histórica. Trad. Christine Rufino Dabat e Maria Betânia Ávila. Do original Gender: An useful category of hystorical analyses. Recife: S.O.S. Corpo, 1991.
OLIVEIRA, Wilson. A imagem da mulher nos livros didáticos e relações de gênero. Revista Fórum identidades. Itabaiana: GepiaddE, Ano 5, Volume 9 , jan-jun de 2011.



72 comentários:

  1. Olá, colega!
    Tudo bem?

    Fiquei instigado a saber mais sobre os desdobramentos da referida pesquisa que objetivava ‘analisar as memórias de mulheres baianas e suas diferentes formas de resistência à ditadura civil-militar’. Na verdade, gostaria de saber se esse trabalho respingou nos/as alunos/as do ensino fundamental e do ensino médio? Se sim, quais as repercussões, questões, ambivalências e tensões surgiram em sala de aula durante as reflexões acerca das histórias das mulheres e/ou das relações de gênero? Existiu um envolvimento genuíno por parte dos/as alunos/as durante os momentos reflexivos?

    Parabéns pelo trabalho!

    Att,

    Antonio José de Souza

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    1. Olá Antônio, agradeço pelas palavras. Bem, estou na fase final da dissertação e gosto muito do que pesquiso. Atualmente trabalho com 4 mulheres baianas e suas memórias e visões sobre o período. Quanto a questão com os estudantes, sim, respinga todas as vezes que retomamos a questão histórica em sala. Primeiro que muitos nem sabiam que a Bahia viveu sobe os olhos da repressão e sofreu assim como qualquer outro estado brasileiro. E segundo que a consciência da participação da mulher na história ainda causa muita estranheza por parte da maioria, inclusive das meninas. Assim, apesar da abrangência do tema pude trabalhar questões de gênero, discutir a forma desigual como as mulheres são retratas e tratadas em nossa sociedade, bem como problematizar algumas passagens do livro didático. Quanto ao envolvimento deles, a princípio ficam surpresos, mas depois passam a fazer questionamentos, tendo inclusive aqueles estudantes com senso político mais aguçado fazendo excelentes problematizações. Qualquer coisa escreva mais. abraço

      Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

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    2. Apenas reiterar a relevância e pertinência de sua pesquisa. Boa sorte no final dos trabalhos!

      Antonio José de Souza

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  2. Prezado colega,

    A minha pergunta é relativa ao seu trabalho mas a resposta eu acho que vai ser uma opiniao mais pessoal. Você acha que o tradicionalismo da nossa sociedade, a Brasileira é de alguma forma a causa da falta do reconhecimento da mulher como figura de memória na Historia? Seria um pouco culpa do machismo opressor que nos herdamos com a nossa "republica democratica" tardia em relaçao à outros países?

    Obrigado,

    Fabiano Cabral de Lima.

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    1. Olá Fabiano. Então, os fatores culturais como o "tradicionalismo" e o próprio machismo são questões que influenciam em muito a figura da mulher na História. Contudo, ainda penso que nós enquanto professores, pesquisadores e conscientes de nossa sociedade podemos tentar reverter essa diferença. A questão da mulher na história e até dos debates da sociedade atual precisam ser levadas à sala de aula, pois acredito que não adianta fazermos os debates em eventos científicos, enquanto a reprodução da misoginia de gênero continua indo a frente. Mas, de toda forma, concordo com suas palavras. Espero ter ajudado, na dúvida leia a obra da Professora Ana Maria Colling "Tempos diferentes, discursos iguais", tem disponível na internet. Qualquer coisa escreva que vamos dialogando mais. Abraço

      Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

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  3. Olá caríssimo,

    Como podemos perceber, os livros didáticos são “adulterados” para expor apenas uma sociedade patriarcal onde o homem é o centro das descobertas e inovações. Sobre a ideologia de gênero e a mulher em sala de aula; em sua opinião, na prática, seria apropriado começar no micro espaço (bairro, cidade, etc), para depois uma expansão histórica? Ou iniciar com os grandes nomes e seus feitos (referindo-se as mulheres) e depois ir aproximando da realidade dos alunos?

    Grato,

    Daniel Costa Lisboa

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    1. Olá Daniel,

      Então, acredito que isso vá muito da realidade de cada escola e de cada turma. Por exemplo, geralmente todas as escolas possuem nomes de personalidades nacionais, regionais ou locais, sendo este carregado nos uniformes dos estudantes. Assim, o professor poderia fazer um trabalho de pesquisa sobre quem seria essa pessoa e situá-la historicamente e seus feitos para tal lembrança. No meu caso, tive uma experiência onde parti do Macro para o micro, haja vista que vinha fazendo pesquisas locais. Contudo, tenho certeza que ao terem contato com "personalidades" próximas a si faz toda a diferença do estudo e do pertencimento histórico. Espero ter te ajudado Daniel, qualquer coisa escreva mais. Abraço

      Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

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  4. Olá Ary,

    Nos últimos anos tem crescido o movimento Leia Mulheres,que consiste em incentivar a leitura de livros escritos por mulheres, você considera que essa também seja uma ferramenta para discutir com os alunos a questão do gênero? Como você vê também a questão do tempo em sala, que por ser as vezes curto não permite ao professor trabalhar questões além daquelas contidas no livro didático?

    Parabenizo pela discussão.

    Izabela Cristina de Melo Santos

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    1. Olá Izabela,

      Não tinha conhecimento do Movimento Leia Mulheres, e já estou aqui pesquisando, pois é uma excelente iniciativa. Respondendo a seus questionamentos, com certeza o movimento representa uma ferramenta importante para a discussão de gênero. Existe em nossa sociedade uma divisão entre aquilo que é coisa de mulher e aquilo que é coisa de homem, e sabemos que não é fácil desmistificar tais divisões. Contudo a inserção de novas ferramentas e uma boa mediação dos docentes tem papel de extrema importância. Quanto a questão do tempo em sala, esse é outro grande problema Izabela. As disciplinas de humanas, como a História sofrem com a questão que a tanto nos é peculiar, o tempo, Além disso, tem a questão dos conteúdos que muitas vezes são cobrados por determinados centros de ensino, mas podemos fazer adaptações e em todas as presenças de "grandes heróis" questionarmos a presença da mulher. Espero ter te respondido. Qualquer coisa escreva novamente.

      Att

      Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

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  5. Olá,

    Esse trabalho é extremamente importante se quisermos reduzir as desigualdades sociais e políticas relacionadas ao gênero e diminuir a violência que incide sobre as mulheres. Como as mulheres não figuram nos livros didáticos de História, cabe ao professor ou professora lançar mão de outros recursos para problematizar este tema. Recursos estes que podem ser buscados a partir da literatura, da música, do cinema, como o autor sugere. Gostaria que o autor (1) fornecesse mais exemplos de trabalhos práticos que poderiam ser trabalhados em sala de aula e (2) problematizasse as possibilidades da interseccionalidade de "classe, raça e gênero" em discussões com xs alunxs.

    Obrigada,
    Carmem S. F. Kummer Liblik

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    1. Olá Carmem,

      Então, um dos trabalhos práticos que podem ser realizados é pedir aos estudantes que escrevam coisas de menina e coisas de menino. Na prática verão como já possuem dentro de si a partir do que a cultura misógina determinou para mulheres e homens. Outra possibilidade seria levar imagens de "trabalhos masculinos" sendo realizados por mulheres, algo corriqueiro em nossa sociedade atual, contribuindo para a percepção do mundo do trabalho. Dessa forma Carmem, acredito que com as ferramentas que nós possuímos em nossas mãos na atualidade é possível encontrarmos alternativas bem legais. Caso queira pode me enviar e-mail e trocamos referencias e possibilidade (ajunior.ufrb@hotmail.com).

      Att

      Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

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  6. Olá Ary,

    Eu gostaria de saber como discutir as questões de gênero em sala de aula, para conscientizar aos alunos sobre a questão do machismo tão presente na sociedade atual, porém, que há um carga histórica por trás disso. Que materiais poderei usar?

    Att, Natália Cristiane Oliveira dos Santos

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    1. Olá Natália,

      então, uma das alternativas é você pedir aos estudantes que escrevam em uma folha, o que para eles são coisas de menina e coisas de menino. A partir dai, com certeza você terá respostas bem claras do quanto essa questão é importante para ser discutida em sala. Assim você pode problematizar que estas "coisas" foram surgindo ao longo do tempo e o quanto nós podemos passa-los a frente ou não. Recentemente vi uma cena onde o pai estava com duas crianças, menina e menino, e ambos estavam com vontade de urinar. Primeiro, que por mais errado que seja o ato de urinar na rua, ao menino foi permitido, mas para a menina, não pegava bem. Entende como podemos pegar questões tão simplórias e problematizá-las? Qualquer coisa escreva mais ou mande e-mail ajunior.ufrb@hotmail.com.


      Att

      Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

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  7. Aliquele Cristini da Silva7 de março de 2016 às 09:37

    Boa tarde Ary

    Embora não seja professora de história, percebo por minha vivência enquanto aluna e pelos livros didáticos com que trabalho em língua inglesa, que de fato a figura do herói é sempre masculina. Mesmo falando-se dos gêneros desenho infantil, histórias em quadrinhos, contos de fadas... as mulheres são quase sempre as vítimas, indefesas, frágeis que precisam ser salvas pois não são capazes de fazê-lo. Deste modo, acredito que para início de debates, considerando uma determinada faixa etária, poderíamos começar por temas mais lúdicos e depois, partir para a realidade familiar e social dos alunos, conscientizando-os sobre a valorização da mulher e do homem de maneira igualitária. Assim, o que pensa sobre iniciar o assunto, por exemplo com 6ºanos, a partir de algum gênero lúdico? E sobre a formação do docente, acredita que estamos todos preparados para tratar deste assunto em sala com a devida maestria?

    Abraço

    Aliquele Cristini da Silva

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    1. Olá Aliquele,

      Acho ótima sua proposta de iniciar com algo mais lúdico. Nós quando estávamos nas fases que antecederam o ensino superior, sentíamos falta de metodologias lúdicas e que nos fizessem ter uma aula diferente. Quanto a formação docente, acredito que não estamos pronto Aliquele. Em minha formação não tive uma única disciplina nem na graduação ou no mestrado que fizesse tal discussão. Apesar de nos últimos anos estarem crescendo tais debates e cursos, ainda acho que falta um olhar mais focado. Qualquer coisa me escreva mais ou até mesmo por e-mail (ajunior.ufrb@hotmail.com).

      Att

      Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

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  8. Boa Noite Ary!
    Gostaria de parabenizá-lo pela instigante, oportuna e atual discussão.
    Parece-me que a luta das mulheres, assim como outros movimentos, situa-se no âmbito das coletividades. Ainda que tenhamos avançado nas conquistas, é inquestionável perceber as inúmeras reivindicações. Penso que toda a história sempre será, de alguma forma, história contemporânea enquanto comprometida com o presente e capaz de interrogar o passado tomando como referência questões essenciais da vida humana. As desigualdades de gênero, as lutas por direitos, o lugar do Estado, os contornos fundamentalistas e os embates no âmbito do mundo do trabalho são apenas algumas das questões que necessitam ser aprofundadas. Acredito que nas últimas décadas tivemos avanços significativos desta pauta dentro das Universidades, no âmbito acadêmico, mas é preciso ganhar as ruas. As mudanças mais significativas talvez acontecerão, na minha modesta opinião, quando houverem mais iniciativas nas nossas escolas, nos grupos de convivência, nos almoços em família, nos ambientes de trabalho, quando existir mais espeço na mídia e quando as politicas públicas não forem apenas circunstanciais, mas efetivas e cidadãs. Objetivamente, caro colega, gostaria de saber acerca de iniciativas e caminhos nesta direção por aí...? Grande Abraço, Celso Gabatz.

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    1. Olá Celso,

      concordo plenamente com você, e acredito que se nós não aplicarmos essa consciência em nosso dia-dia, almoços em família, criação de filhos, seremos reprodutores das desigualdades. No estado da Bahia, onde moro atualmente, há uma militância forte nas universidades e algumas políticas já ganharam algumas escolas, questionando os lugares da mulher na história e na sociedade.

      Abraço

      Att

      Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

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  9. Boa noite

    Primeiramente parabéns pela pesquisa. É muito importante o trabalho com a temática de gênero, raro até mesmo dentro da universidade. Sou professor dos anos finais do ensino fundamental e gostaria de saber como você acha que poderia abordar a questão da interpretação bíblica de que a Eva seria a pecadora por ter comido o fruto proibido e ainda ter oferecido a Adão. Esta ação é utilizada como justificadora do papel secundário da mulher e vem sendo reforçada recentemente por igrejas neopentecostais. Sempre que falo nisso em sala surge polêmica. Há alguma maneira de pelo menos atenuar essas questões?

    Att.

    Fábio Liberato de Faria Tavares

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    1. Olá Fábio,

      pois é caro amigo, questões como a de Eva são uma das principais levantadas quando discutimos gênero. Primeiro que temos em nossa formação o catolicismo, que trouxe consigo o mito pecador. Te indico o livro da Ana Maria Colling "Tempos diferentes, discursos iguais" que tem disponível na internet, qualquer coisa me escreva que te envio (ajunior.ufrb@hotmail.com), ela aborda esta questão. Uma das coisas que não são retratadas nessa história é a escolha de Adão. Ele surge apenas como aquele que foi influenciado pela grande pecaminosa Eva. Você pode problematizar porque Adão não tomou outras atitudes? Será mesmo que a mulher é culpada por todo os infortúnios da sociedade, baseadas na história bíblica? De ante mão, de digo que trabalhar na desmitificação de gênero relacionado a questões religiosas a linha de problematizações é ainda maior, mas nada que você não possa resolver. Abraço

      Att

      Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

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    2. Vou pesquisar esse livro na internet Ary. E vou guardar o seu email para contatos futuros. Creio que podemos ter ainda outras imprtantes trocas.

      Att.
      Fábio Liberato de Faria Tavares

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    3. Claro que sim Fábio. Qualquer coisa que puder te ajudar, pode mandar e-mail. Sucesso

      Att

      Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

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  10. Boa noite!

    O estudo das histórias das mulheres é parte vital para compreender a mentalidade da época estudada e todas as lutas por igualdade e direitos.
    Por mais que livros escolares não abordem as lutas das minorias, sejam, negros, índios e mulheres. O professor tem papel vital ao abordá-lo em suas aulas, por meio de músicas, imagens e textos e poesias. Principalmente as pinturas de cada época e suas definições de "mulheres ideais" e com isso desenvolver o senso crítico de cada aluno.

    Att
    Rejanne Estofel.

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    1. Olá Rejanne,

      Pois é, o professor é papel vital neste processo de ruptura de temas que se encontram com posicionamentos tão sólidos em nossa sociedade. Ressalvo ainda as pinturas e os tempos históricos, tão bem mencionados por você, e que precisam ser alertados e usados nas análises em sala.

      Att

      Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

      Att

      Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

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  11. Olá, boa noite!

    Uma ótima explanação a cerca do tema, parabéns!

    Venho pensado muito sobre o tema e olhando pelas experiências que tenho em sala de aula, ainda não se tem uma maneira de trabalhar didaticamente sobre o papel da mulher na História. Estaremos amanhã comemorando o dia da Mulher e realmente não vi nada que fosse programado para esse dia, tipo palestras ou alguma roda de discursão, nem mesmo dentro da minha universidade. Não digo que isso deva acontecer apenas nessas datas, é algo que deve ser constantemente discutido, pois está no nosso dia a dia e faz parte de nós, porém mesmo com essa caminhada lenta, nós conseguimos começar a falar sobre a mulher que por muito tempo ficou esquecida ou em seguindo plano. A minha pergunta é: Seria necessário a criação de uma disciplina dentro das escolas para trabalhar diretamente esses temas? E podemos chamar esse período que estamos vivendo de uma transição para um novo modo de fazer História?
    Obg!
    Brenda Lethicia da Silva Lobato

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    1. Olá Brenda,

      Obrigado pelas palavras e gostei muito de sua reflexão. Pois bem, acredito que sim, não sei se especificamente uma disciplina, mas dentro das próprias existentes, eixos temáticos. Acredito que a sociologia, geografia, história dentre outras disciplinas poderiam abordar temas variados com as questões de gênero. Quanto a uma transição, acredito que esta já vem ocorrendo há algum tempo, mas nos últimos anos os debates vem se aflorando, tendo maior adesão das universidades e dos públicos afins. Quanto a nós historiadorxs, podemos fazer todos os dias um novo modo de fazer história.
      Qualquer coisa manda e-mail (ajunior.ufrb@hotmail.com) que te envio alguns textos.

      Att

      Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

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  12. Olá, Ary!

    Primeiramente gostaria de parabenizar você pelo trabalho.
    Acho essa temática muito relevante na contemporaneidade haja vista precisamos reconhecer a importância de outros sujeitos históricos e desconstruir visões/estudos que os pormenorizam para que consigamos, quem sabe, estabelecer consciência crítica nas pessoas e não reproduções de censo comum.

    A minha pergunta é se você já experienciou a temática "história das mulheres" em sala de aula, quais os recursos metodológicos utilizados por você e a recepção dos educandos ao tema.

    Atenciosamente,

    Graziella Fernanda Santos Queiroz

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    1. Olá Graziella,

      Obrigado pelas palavras, fico muito feliz que tenha gostado do texto. Quanto a vivência da temática em sala de aula, tive sim, foi curta, mas muito significante. Abordei um pouco de minha temática com o terceiro ano e falei sobre a participação das mulheres na luta contra a ditadura civil-militar. Levei alguns depoimentos colhidos na internet e trechos dos que uso. As reações foram diversas, daquelas dotadas de curiosidade à perplexidade. Coisa do tipo "caramba, elas militaram mesmo?" "Pegaram em armas?". Então, foi possível desmistificar a cultura do que é "coisa de mulher" e de homem. Qualquer coisa manda e-mail que posso te ajudar a bolar algo. Sucesso (ajunior.ufrb@hotmail.com)

      Att

      Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

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  13. A temática de gênero retratada em seu trabalho é de grande importância, principalmente na sala de aula, pois ainda é ausente a presença da mulher nos materiais didáticos. Tenho como propósito de pesquisa a analise de como é retratada a mulher em algumas canções de MPB em alguns momentos da história brasileira e sua aplicabilidade no ensino de história, acredito na contribuição de seu trabalho ao meu.
    Trabalhos como o seu contribuem para a mudança de mentalidades e hábitos enraizados por nossa sociedade patriarcal, questionando a participação da mulher em diversos locais da história e na sociedade.
    Cilésia Lemos

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    1. Olá Clésia,

      Primeiramente fico muito feliz que meu trabalho tenha contribuido para sua pesquisa. Depois, que trabalho bacana héin? Espero que ano que vem você o publique aqui para que possamos discutí-lo. Tenho muitas referencias sobre as mulheres na história, qualquer coisa mande e-mail para mim (ajunior.ufrb@htmail.com). Sucesso em sua pesquisa!

      Att
      Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

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    2. Olá Ary, pretendo sim publicar aqui ano que vem!
      E se for possível a troca de figurinhas sobre as mulheres na história fico grata!
      Abs
      Cilésia

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  14. Parabéns pelo trabalho!
    Vc. nos ofereceu importantes caminhos para começarmos a trabalhar a temática em sala de aula. Obrigada!!!

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  15. Boa noite. Parabéns pelo trabalho, e gostaria de saber se possui mais referências que possibilite ampliar mais esse assunto, pois me interessou muito, sem contar que, hoje dia 08 é comemorado o dia internacional da mulher e seu artigo foi no mínimo apropriado. Percebo que esta abordagem é muito sugestiva e gostaria de saber qual o motivo que te levou a tratar deste assunto tão pertinente, pois percebo que dentro do ambiente escolar, pouco se fala ou quase nada sobre o tema abordado .
    ELIAS VIEIRA DOS SANTOS
    ALUNO DO 4º PERÍODO DO CURSO DE HISTÓRIA DA FMU

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  16. Olá Elias,

    Então, obrigado pelas palavras e fico muito feliz que meu texto tenha te ajudado na reflexão e no aprofundamento do tema. Então, tenho referencias sim, mande e-mail para mim (ajunior.ufrb@hotmail.com) que te encaminho. Mas de ante mão te sugeriria o livro da Ana Maria Colling "Tenpos diferentes, discursos iguais" que está disponível na net e possui um didática maestral. Quanto ao que me levou a tratar deste assunto, como explico no texto, pesquiso a memória de mulheres baianas na resistência à ditadura civil-militar. Mas tudo começou em eventos como este, acredito que os eventos e as trocas que estes possibilitam trazem um granho muito grande em termos de pesquisa e novas ideias.Dessa forma, resolvi tecer algumas reflexões neste breve texto para que pudéssemos debater diferentes visões sobre o tema. Qualquer coisa escreva.

    Att


    Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

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  17. Bom dia! Parabéns, pela iniciativa de estudar um tema tão relevante na atualidade. Minha pergunta é direcionada à participação feminina em guerrilhas na história do Brasil. De que forma o professor poderia abordar a participação de Maria Bonita e Dandara, por exemplo?

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    1. Olá Marlize,

      obrigado pelas palavras. Quanto a seu questionamento, você lembrou muito bem o nome de duas grandes mulheres da história do país. Eu sugiro que quando o professor for abordar tais temas, ela instigue os estudantes a pensar além do que os manuais oferecem. Poderias levar imagens destas mulheres ou mesmo pedir para que realizassem pesquisas sobre estas. Maria Bonita, assim como Dandara só são lembradas pela história de seus cônjuges, então temos que estar atentos para inserir as mulheres, e outros personagens nas abordagens históricas que já se cristalizaram. Espero ter respondido. Qualquer coisa escreva novamente.

      Sucesso

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      Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

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  18. Caro,

    Seria possível um trabalho sobre as mulheres comuns, visto que muitos alunos não veem nelas partícipes da história? Podia oferecer algumas pistas?

    José Valter Castro

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    1. Olá José

      Não entendi muito bem seu questionamento. Você diz comum no sentido de não participar de grandes eventos históricos? Bem, se for nesse sentido, existem muitas mulheres que fazem parte da história do país, ditas comuns, mas que possuem uma grande representação, principalmente local. Podes selecionar mulheres conhecidas no bairro, o nome de logradouros de ruas, avenidas, ou até mesmo da própria instituição de ensino. Acredito que a história está sempre em construção e que nós somos construtores, então espero que tenha te ajudado. Qualquer coisa escreva novamente.

      Att

      Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

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  19. Durante muito tempo nós mulheres ficamos relegadas a um segundo plano na história. A pouco tempo estamos ganhando espaço, mas ainda encontramos colegas professores e professoras com uma visão machista. Você acredita que essa visão atrapalha em sala de aula, quando se trata em dar visibilidade às mulheres em um contexto histórico? Noeli Zettel

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  20. Olá Noeli,

    Pois é, por mais que muitos estudos e debates tenham surgido nos últimos anos, ainda encontramos profissionais que possuem uma visão machista. No meu dia dia, por exemplo, encontro amigos que possuem posicionamentos deste tipo, mas rebato, afinal é importante mostrar que existe outro lado. Quanto a atrapalhar em sala, eu não tenho dúvidas, afinal, seja no âmbito acadêmico ou no ensino regular, os docentes são formadores de opinião e detentores de omissões ou apresentações de determinados temas. Espero ter respondido, qualquer coisa escreva.

    Att


    Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

    Att

    Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

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  21. Prezadxs, boa noite!

    Sou estudante de licenciatura em História pela Universidade de Pernambuco - Campus Petrolina, sertão nordestino. Enquanto estudante de história acredito que esses debates devem ser levados para sala de aula e discutidos nesse âmbito. Porém sinto que, aqui principalmente, essas questões são mais difíceis de se discutir porque o conservadorismo ainda está muito arraigado na mentalidade local.

    De que forma, eu enquanto professora, posso levantar tais discussões sem causar alvoroço nas crianças que darei aula????

    Att

    Williany Ferreira da Silva

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    1. Olá Williany,
      pois é, ainda enfrentamos o conservadorismo em determinadas situações. Quanto a seu questionamento, eu considero, inicialmente, fazer uma observação da receptividade da turma a novas metodologias. Posteriormente a depender da turma, você pode estar inserindo noticias de jornais, internet, ou levar curtas metragens ou até mesmo filmes que retratem a mulher. A certo tempo atrás junto com uma amiga usamos a música "Show das poderosas" da Anitta, fazendo a análise da letra, deixando os estudantes falarem o que compreenderam da música. Com isso, foi possível levantar questões sobre a presença da mulher na sociedade, esse enfrentamento com outras mulheres e a própria simbologia sexual e de domínio masculino. Acho que vale a pena dar uma conferida. Qualquer coisa entre em contato (ajunior.ufrb@hotmail.com). Espero ter ajudado.

      Att

      Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

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  22. Uma forma interessante de introduzir os alunos acerca das mulheres na história seria com o uso da literatura e do cinema. Não focando necessariamente os grandes episódios históricos, mas o cotidiano, os costumes, as maneiras de viver e pensar. Como poderíamos despertar criticamente esses alunos, fazendo uso dessas ferramentas, sem tirar o crédito do saber histórico? Isso porque, usando do ficcional, eles podem questionar a história enquanto verdade (como estão habituados a vê-la). Como fazer essa transição?

    Allan Themístocles Galdino Ferreira

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    1. Olá Allan,

      com certeza são ferramentas importantíssimas. O filme "As sufragistas" apesar de tratar de forma interessante o tema da mulher em episódios como a luta por votos e cidadania, é uma ótima opção. Outra possibilidade seria colher algumas imagens de vários períodos e ver como eram as vestimentas , costumes e os direitos das mulheres. Ai você pode pegar algo desde o Brasil colonial até os dias atuais, com imagens e ate mesmo filmes. Espero ter te ajudado. Qualquer coisa escreva novamente.


      Att

      Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

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  23. bom dia Ary!

    Certamente é lamentável que somente na década de 70 do século XX, as mulheres tenham adquirido relevância e projeção para a escrita da história. Ou seja, a história das mulheres– hoje pensada em termos de história de gênero – em pleno século XXI, ainda não completou 50 anos de pesquisas.
    Em vista do atraso que o ‘tempo’ causou à história de gênero, e procurando refletir sobre este atraso e procurando elencar uma perspectiva instigante para a história de gênero, pergunto:
    O que, de acordo com sua pesquisa, de fato, poderia contribuir para dar a mulher uma visibilidade histórica própria?

    att
    Elizabeth P. A. Fonseca



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    1. Olá Elizabeth,

      muito interessante seu questionamento. Me lembre de uma professora da graduação que em uma de suas aulas nos questionou sobre a função social de nossas pesquisas e o retorno que daríamos a sociedade. Então, eu, além de pesquisador sou muito ligado às questões de gênero e sou a favor de uma sociedade mais igualitária, tanto para nós homens, bem como para as mulheres, haja vista que somos todos da mesma espécie e gozamos das mesmas liberdades. Acredito que minha pesquisa possa contribuir para tentar diminuir as desigualdades históricas que ainda vivenciamos. É muito difícil ler um livro de história, didático principalmente, e vermos as mulheres quase que inexistentes. Ao fim de minha pesquisa, além das comunicações que faço apresentando meus trabalhos, pretendo fazer algumas comunicações em escolas baianas desmistificando a ideia de mulher como ente passiva na sociedade e na história. Logo, acredito que tentar recuperar memórias e mesmo que as problematize, dar a elas a visibilidade tão quão outros personagens da história regional, local ou dita "nacional". Espero ter respondido, qualquer coisa me escreva novamente.

      Att

      Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

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  24. Olá Ary Albuquerque Cavalcanti Junior! gostei do seu trabalho... Concordo com você quando cita Mary Del Priore, como uma das maiores pesquisadoras sobre o tema Mulheres na História, em seus livros Histórias Íntimas e Histórias das Mulheres no Brasil, dá uma nova visão sobre a importância do gênero na formação histórica do país. Entretanto, não tenho nenhuma pergunta, só quero que você explane melhor sobre o filme que foi citado no texto: as "sufragistas" (2015), pois fiquei interessando no mesmo?

    JOSÉ CUNHA LIMA

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  25. Olá José,

    Obrigado pelas palavras. Então, é um filme que foi lançado em 2015 e que não teve tanto apelo popular, porque será? Bem, ele se passa na Inglaterra e retrata a luta de mulheres de determinadas instâncias pela igualdade de direitos e principalmente pelo voto. Acredito que é uma excelente ferramenta para trabalhar o tema aqui exposto, só assista-o primeiro para ver a faixa etária, pois em algumas passagens o filme é mais dialogado. Espero ter respondido. Qualquer coisa escreva novamente. Procurei o link do filme mas não encontrei, então postei o do trailer.

    https://www.youtube.com/watch?v=e88IJJv7PLQ

    Att

    Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

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    1. Obrigado Ary pela atenção... Vou procurar o filme para passar para meus alunos e alunas...

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  26. Este comentário foi removido pelo autor.

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  27. Olá Ary, tudo bem? Achei maravilhosa a sua ideia de usar a música "A que saudade da Amélia", em sala de aula. Esta música realmente retrata a visão masculina que os homens tinham (muitos tem ainda, e pior não são só eles), além disso a maioria dos jovens de hoje nem conhecem a música. Mais conhecem muito bem os preceitos de que ela trata, estes que lhes foi passado culturalmente através da sociedade.
    Sugeriste uma pesquisa a ser realizada com alguma mulher do bairro, cidade ou estado; gostaria de saber a sua opinião sobre a ideia de começar a pesquisa com alguma figura feminina do seu meio familiar. Penso nisso, porque hoje e a muito tempo a mulher tem se tornado chefe de família, mesmo que tenha um companheiro e muitas vezes é a única responsável pelo sustento e educação dos filhos. E não são valorizadas pelo seu esmero, grande parte não é reconhecida nem pelos próprios filhos. Acredito que seria uma forma de valorização da mulher e da família.
    Você acha pertinente a ideia? E poderia partir de qual faixa etária?

    Obrigada,

    Paula Michele Carvalho.

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    1. Olá Paula,

      muito obrigado pelas palavras. Bem, eu concordo com você quanto ao trabalho com pessoas do seio familiar, acredito que isso aproxima ainda mais o estudante do contexto que queremos passar e realizasse um trabalho social no sentido de aproximação com sua família. Hoje, como você mesma trouxe existem muitas famílias onde as mulheres são a chefe, algo que demonstra a força e as ações das mulheres em uma sociedade ainda dotada de antagonismos. Quanto ao trabalho em si, a faixa etária depende muito da turma no qual você esteja trabalhando, mas no fundamental, por exemplo, você poderia até pedir uma redação ou algo do tipo para que contassem um pouco sobre uma mulher que eles acham importante para a vida deles. Logo, acho muito pertinente sua ideia. Qualquer coisa entre em contato.

      Att

      Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

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  28. Boa noite Ary. Gostaria primeiramente, de lhe parabenizar pelo texto.
    Bom, minha pergunta é: Dentro do contexto escolar, como trabalhar questões do empoderamento feminino, sem cair nas reproduções de discursos machistas ou cristalizados nos eventos históricos?
    Abraços.

    Camila Onofre.

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    1. Olá Camila,

      obrigado pelas palavras. Então, o contexto escolar traz junto a ele uma série de culturas e formas de pensar, logo não é fácil questionarmos e elucidarmos a igualdade de gênero. Contudo, acredito que você poderia demonstrar em uma aula ou até mesmo em um momento com recursos digitais como foi sendo a evolução da humanidade e a falta das mulheres, ou seja seu esquecimento. Pode fazer também um trabalho utilizando musicas de diferentes contextos históricos e perceber como as mulheres foram representadas até os dias atuais. Em uma resposta aqui no fórum para Williany sugeri a ela trabalhar com o "show das poderosas" da Anitta e fazer uma reflexão com a letra da musica, onde a mulher aparece sim em sua sexualidade, mas traz traços de empoderamento. Espero ter ajudado. Qualquer coisa escreva novamente ou mande e-mail (ajunior.ufrb@hotail.com).

      Att


      Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

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  29. Olá, seu texto discorre sobre um assunto que sempre me chama atenção. Ainda é recorrente a pouca visibilidade da mulher e suas contribuições na História. No ambiente escolar, o que podemos ouvir sobre a mulher é apenas a mera menção de seus nomes e não um estudo de fato sobre seu valor enquanto sujeito histórico e ativo da sociedade. Pergunto-lhe por que ainda há essa carência da mulher, além de outros sujeitos sociais marginalizados da história, em se enaltecer ou dar um espaço especial de estudo? Isso se deve apenas a uma influência de uma História tradicional e conservadora nas escolas que dificulta a mulher em ser reconhecida como sujeito ativo? Obrigado!

    Arnaldo Foro Cirineu

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    1. Olá Arnaldo,

      então amigo, eu acredito que sim, existe uma grande influência do tradicionalismo e do conservadorismo por trás de toda uma dificuldade em se debater alguns assuntos e trazer sujeitos históricos para o seio da história dita tradicional. Mas, também acredito que houve um grande avanço nas ultimas décadas e com isso, nós enquanto professores, pesquisadores etc, podemos iniciar a mudança inserindo novos debates e conceitos sobre os sujeitos históricos e sua importância. A mulher, assim como operários tiveram grande atuação ao longo das sociedades que se constituíram em seus variados tempos históricos. Logo, enquanto professores, pesquisadores etc, precisamos estar atentos e inserir debates que contribuam para uma História mais abrangente. Espero ter respondido, qualquer coisa escreva novamente.

      Att


      Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

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  30. Bom dia Ary,
    Achei seu texto muito relevante, ainda mais nos dias de hoje em que cada vez mais a mulher busca a sua representatividade e busca se libertar dessa sociedade tão patriarcal. O caminho a se percorrer ainda é bem longo e árduo, pois ainda hoje encontramos muitos pensamentos machistas enraizados na nossa sociedade, pensamentos esses que até algumas mulheres acabam reproduzindo, não por ignorância, mas pela educação que receberam, e assim acham certo essas tantas limitações impostas as mulheres.
    Meu trabalho é realizado com crianças, gostaria que você me indicasse materiais mais lúdicos em que eu pudesse trabalhar essas questões de gênero com eles. Muito obrigada

    Bruna Corvelo Rebouças de Souza - Pedagoga - Estudante do 4º período de História

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    1. Olá Bruna,

      obrigado pelas palavras e muito sucesso em seu trabalho, haja vista a grande responsabilidade formativa. Então, trabalhar com crianças é um desafio ao trabalhar com história de gênero e abordar as mulheres, uma vez que, como você traz muito bem, muitos pensamentos machistas já vem enraizados. Contudo, acho que o primeiro passo seria que você pedisse a eles que desenhassem "coisas de menino" e "coisas de menina". A partir dos desenhos você poderia recolhe-los e ir apresentando de um em um perguntando a eles "Este é de menino ou menina?". Possivelmente você verá que alguns acharão coisas tanto de um como para outro, assim você pode ir trabalhando com eles a questão de igualdade e tentando romper tais padrões. Entende? Outra alternativa poderia ser em alguns quadrinhos ou revistas. inclusive segue um link de algumas que você pode usar. Espero ter ajudado. Qualquer coisa me escreva (ajunior.ufrb@hotmail.com)


      http://www.portalraizes.com/livros-antiprincesas/

      Att

      Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

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  31. Olá,Ary!

    Parabéns pelo texto. Gostaria de receber algumas dicas, assim como alguns colegas, de como trabalhar gênero em sala de aula.Além da análise dos livros didáticos, você solicitou aos alunos para produzirem textos e exporem suas percepções de gênero? Algo nesse sentido? Houve alguma dificuldade com a direção, coordenação ou pais de alunos? Faço esta última pergunta, pelo fato de algumas escolas serem tradicionais e colocarem barreiras ou dificuldade com discussões sobre gênero. Desconstruir papéis estabelecidos é algo que gera polêmica, inclusive, com os pais de alunos. Quais práticas didáticas você acredita que devemos trabalhar?

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  32. Boa tarde,
    Parabéns pela proposta de texto. Nós professores verificamos a ausência da mulher na história, principalmente nos materiais didáticos didático disponível ao aluno. Levantar discussões sobre gêneros em sala de aula é extrema importância para a nossa sociedade ainda imergida em tabus e preconceitos principalmente referidos a figura da mulher.
    Carlos Eduardo Celdeira Costa

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    1. Olá Carlos,

      pois é, concordo plenamente com você. Mas a tarefa é bem ampla, pois muitas vezes já lhe damos com pessoas com opinião formada. Mas acredito que se o trabalho for bem feito, teremos bons exemplos.

      Att


      Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

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  33. Esqueci de assinar. Segue novamente Ary!
    Olá,Ary!

    Parabéns pelo texto. Gostaria de receber algumas dicas, assim como alguns colegas, de como trabalhar gênero em sala de aula.Além da análise dos livros didáticos, você solicitou aos alunos para produzirem textos e exporem suas percepções de gênero? Algo nesse sentido? Houve alguma dificuldade com a direção, coordenação ou pais de alunos? Faço esta última pergunta, pelo fato de algumas escolas serem tradicionais e colocarem barreiras ou dificuldade com discussões sobre gênero. Desconstruir papéis estabelecidos é algo que gera polêmica, inclusive, com os pais de alunos. Quais práticas didáticas você acredita que devemos trabalhar?
    Lívia Batista da Costa

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    1. Olá Lívia,

      sem problemas, acontece, respondo com o maior prazer.
      Então, quanto a suas perguntas, não solicitei aos alunos sua percepção de gênero não, mas acredito que a depender da turma não haveria problema. Concordo com você sobre as instituições de ensino enquanto dotadas de um tradicionalismo exacerbado, impondo dificuldades sobre o trabalho com o tema. Mas acredito que você pode levar para a sala uma discussão ampla, e ao mesmo tempo sofisticada. Você pode trabalhar por exemplo, musicas que retratam a mulher e musicas que retratam os homens. Com elas você perceberá as discussões e os pontos de vista diversos que surgirão. Se você ousar mostrar por exemplo a imagem de um biquíni da década de 50, tanto os meninos, quanto as meninas darão risada e tals, atribuindo algo ultrapassado. É ai que você pode fazer uma intervenção, informando os avanços que ocorreram ao longo do tempo e os próprios tabus que as mulheres deixaram de lado. Espero ter ajudado e qualquer coisa me mande e-mail (ajunior.ufrb@hotmail.com).

      Att


      Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

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  34. Olá Ary Albuquerque Cavalcanti Junior, essa invisibilidade das mulheres na história se deve, claro, a historiografia, aos matérias didáticos etc, mas enquanto professor, que passou por um momento de formação, você acredita que muitos desses problemas não estão enraizados também nos cursos de graduação? Em especial as licenciaturas? Sou aluna da graduação e em geral, os professores não dão a visibilidade necessária a história das mulheres e relações de gênero na sala de aula, fato que me incomoda bastante!

    Cleidiane Gonçalves França

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    1. Olá Cleidiane,

      não tenho dúvidas sobre seu questionamento. Muitos cursos de graduação deixam a perspectiva da mulher na história de fora dos debates. Na minha graduação, por exemplo, não tive absolutamente nenhuma disciplina sobre o tema. Tive acesso a partir de eventos e de uma aula que me despertou. Quanto aos professores, concordo, alguns estão mais voltados para sua área de pesquisa e acabam deixando determinados temas, que poderiam ser pertinentes de lado. Mas essa reflexão que você trouxe é de suma importância. Espero ter respondido.


      Att

      Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

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  35. Mulheres corajosas e poderosas que devotaram boa parte de suas vidas, lutando pela igualdade, conquistando direitos e mudando a história, ganhando seu espaço e transformando a sociedade. Esse assunto muito importante para ser debatido em sala de aula, parabéns pelo belo trabalho. Minha pergunta é: Qual o papel da mulher na sociedade brasileira atual?

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    1. Olá Marcia,
      muito obrigado pelas palavras. Então, serei bem direto quanto a seu questionamento, o papel da mulher na sociedade atual é o mesmo da humanidade, lutar por direitos, uma sociedade mais justa, e acima de tudo mostrar sua equivalência à qualquer outro sexo. Espero ter respondido. Qualquer coisa escreva novamente.

      Att


      Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

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  36. Boa noite!

    Parabéns pelo texto Albuquerque.
    Na minha graduação, meu tcc foi sobre a luta da mulher negra no Brasil colonial e tive muita dificuldade em conseguir bibliografias e penso que ainda temos um pouco de dificuldade. Desconstruir essa visão que a história foi feita apenas pelos grandes homens é muito importante, mas nossos livros didáticos não ajudam muito. Neste sentido, devemos usar os livros didáticos com os textos da chamada história oficial ou utilizarmos eles apenas como um complemento e mostrar o quanto a história das mulheres foi deixada de lado e "esquecida"?

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  37. Olá Leandro,
    Parabéns pela pesquisa, muito legal ver o crescimento da temática no país. Quanto ao questionamento, esse é um grande embate entre nós professores de historia e as escolas, o uso do livro. Algumas escolas, principalmente as particulares exigem o uso, haja vista os valores altos de investimento. Eu acredito que podemos usar o livro sim, mas fazendo as ressalvas e impetrando discussões e apresentados sempre que possível novos agentes como as mulheres. Espero ter respondido, qualquer coisa me escreva(ajunior.ufrb@hotmail.com).

    Att

    Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

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  38. Caros amigos, gostaria muito de agradecer a cada pergunta e cada reflexão trazida por vocês. Acredito muito em conhecimento a partir de trocas do que de guardar para si. Aproveito e parabenizo a comissão pelo excelente evento, tendo a esperança que 2017 volte ainda mais forte, contribuindo para a sociedade e para a História como tão bem faz. Forte abraço a todos!


    Ary Albuquerque Cavalcanti Junior

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