Aristides Pardo

AULAS SHOW DE BOLA:
A UTILIZAÇÃO DO FUTEBOL NO ENSINO DA HISTÓRIA

Aristides Leo Pardo



Este trabalho discorre acerca do uso do futebol, esporte mais popular do planeta e tema constante de conversas cotidiana em casa, bares, clubes e escolas, entre outros locais, no ensino da história, proporcionando ao alunado uma oportunidade de aprendizado distanciada das práticas tradicionais de ler e decorar textos e responder questões.

Caminhando para seu segundo século de existência, o futebol esteve presente de forma ativa em diversos momentos de nossa história, como nos primeiros anos de sua chegada ao país, atrelada a expansão da revolução industrial e servindo de suporte para a classe operária se afirmar na sociedade que se transformava e assim, se não conseguisse uma ascensão social por meio do esporte, ao menos serviu para se envolverem com seus pares, pois os clubes que se formaram Brasil afora se tornaram importantes espaços de sociabilidade que rapidamente apagou do futebol o status de “jogo dos riquinhos” ou “esporte das elites” e fez do Brasil o “País do Futebol”, como explica Guterman (2009) em sua obra “O Futebol Explica o Brasil”.

Partindo deste pressuposto, precisamos sem dúvida orientar nossos alunos, das diversas possibilidades ao analisar as fontes, pois os escritos são frutos da construção do autor a partir de sua época e de suas experiências, práticas e suposições, e é a ele a quem cabe, conforme nos diz Veyne (1998, p. 18), “simplificar, organizar e fazer com que um século caiba numa página”.

As Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (2008) discorrem sobre a necessidade de criação de uma consciência histórica nos alunos, seguindo a linha do historiador alemão, Rüsen (2001), que diz que a história só se legitima quando gera sentido para o aluno, e no nosso caso, a realização da Copa do Mundo de Futebol no Brasil, em 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, quando o assunto esporte se tornou corrente em todos os meios de comunicação facilitou a aproximação do tema para sua utilização em sala e aula.

A grande preocupação na elaboração dos planos de aula com a proposta aqui defendida foi que a partir da história do futebol e suas particularidades e peculiaridades abrir o leque para a utilização do mesmo no ensino da História, já que o tema permite amplo debate sobre os mais variados assuntos, indo ao encontro do que prega o Caderno Pedagógico do Estado de Santa Catarina (2008), que diz que os docentes podem e devem criar novas temáticas para os conteúdos programáticos de História “De acordo com a realidade da sua comunidade escolar, esta proposta não se encontra estanque, mas sim aberta a novas possibilidades de trabalho”.

Como o futebol permite a explanação das mais diferentes temáticas foi necessário selecionar o que levar para a sala de aula, visando de que maneira atingir o interesse de maior número possível de alunos, já que nem todos se interessam pelo futebol e que por parte destes a resistência inicial seria inevitável, sobretudo, por parte de boa parcela do público feminino.

No primeiro momento foi pensado na introdução do esporte no Brasil, que envolve diretamente a expansão da revolução industrial e a chegada de imigrantes ao país, possibilitando trabalhar a formação do proletariado, a luta de classes, as transformações sociais na qual a recente república estava passando, o racismo, muito em voga naquele período pós-escravidão, entre outros assuntos.

Com receio de ficar extenso e maçante, optamos em seguir por outro caminho e fragmentar o tema, buscando uma maneira de melhor chegar aos alunos e atrair o interesse dos mesmos para as aulas, como nos norteia o Caderno Pedagógico ao apontar que:

Um dos grandes problemas enfrentados pelos professores de História diz respeito ao interesse e motivação do aluno pela disciplina.  A superação desse desinteresse é o nosso grande desafio.  Para que a História tenha sentido para os alunos, ela precisa seduzir interessar e ter significado para sua vida. (CADERNO PEDAGÓGICO, 2008, p. 45).

Com os planos de aula montados, iniciou-se a aplicação da regência seguindo a estrutura de que cada um dos temas selecionados (Racismo, Gênero e História Local) ocupariam espaço de duas aulas cada um e para conquistar a turma logo no primeiro contato foi mostrado um chocolate “Diamante Negro” e o questionamento da relação desta famosa marca de chocolate com o futebol, pois o acertador ganharia a iguaria, o que não aconteceu em ambas as turmas, porém, o espanto e a surpresa dos alunos ao descobrirem que o nome do referido chocolate foi um jogador de futebol e a que a propaganda em torno do futebol, tão banal nos dias atuais, já acontecia nas primeiras décadas da introdução do esporte no país.

Desta forma, foi notada pela expressão facial dos alunos e pelas indagações, as expectativas para o decorrer das aulas, pois sentiram que aprenderiam sobre história de uma forma não convencional, que como veremos mais adiante, cativaria até mesmo aqueles que não simpatizam pelo velho esporte bretão.

A exibição de uma reportagem do programa Esporte Espetacular, da Rede Globo de Televisão sobre uma excursão da Portuguesa Santista em solo africano no final da década de 1950, quando em passagem pela África do Sul foi impedida de atuar com seus atletas negros, fechou este grupo de aulas gerando um proveitoso debate sobre o racismo e mostrando a faceta do regime segregacionista daquele país africano.

Aproveitando esta deixa, foram explanados assuntos como a segregação racial, a higienização da raça “pura” e o branqueamento do Brasil pós-escravagista com a chegada incentivada pelo governo, de inúmeros imigrantes europeus e as formas eugenistas implantadas pelos EUA, Alemanha, Suécia, Argentina, entre outros países, assim como casos de racismo nos primórdios do futebol brasileiro, como o caso dos apelidos de Coritiba, o “‘Coxa Branca” e o “Pó de Arroz”, Fluminense, ambos originados de atitudes racistas, além do caso da carta resposta do Vasco da Gama, que ao vencer a segunda divisão carioca na década de 1920, foi solicitado que afastassem do elenco seus jogadores negros, para integrar a elite do futebol carioca, o que não foi aceito pelo clube.

No segundo grupo de aulas, o futebol feminino no Brasil foi o pano de fundo para as discussões sobre gênero, já que a modalidade não é vista com o mesmo entusiasmo pelo grande público aficionado por futebol e é visto como esporte de exibição, sem despertar as paixões clubísticas. Foi mostrado o machismo que vigora na sociedade brasileira que por muitos anos impediu que as mulheres jogassem futebol, pois assim “desvirtuava” futuras mães e donas de casa, como nos afirma Franzini (2005, p. 321):

À mulher caberia entre outras obrigações, contribuir de forma decisiva com o fortalecimento da nação e o depuramento da raça gerando filhos saudáveis, algo que, pensava-se, só seria alcançado se a mulher preservasse sua própria saúde. Se esta condição não excluía a pratica de esportes, é certo que nem todo esporte a ela se adequava.

Os principais pontos destas aulas foram decorrentes da proibição da prática de alguns esportes, entre eles o futebol pelas mulheres, após debates sobre o assunto, ainda durante o primeiro período de governo de Getúlio Vargas, decisão que foi sustentada durante a Ditadura Militar e que só foi revogada em meados dos anos de 1980 e a existência do campeoníssimo Radar, que apesar de inúmeras vitórias não foi capaz de angariar adeptos que lhe permitisse manter suas atividades, deixando este clube como legado, as primeiras formações da seleção nacional.

Por fim, foi trabalhado acerca da história local, pelo viés futebolístico tendo como principal personagem o Ferroviário Esporte Clube, fundado por funcionários da malha férrea em 01 de maio de 1944 e tido como um dos maiores campeões da cidade, além de ter sido um importante espaço de sociabilidade no período áureo do transporte sobre trilhos.

Após a aplicação das aulas conforme o descrito acima foi verificado por meio de avaliações e participação efetiva do alunado, com exemplos e questionamentos, que a possibilidade de não aceitação do tema por uma grande parcela dos estudantes não passou de receio deste que vos escreve, que teve certeza de ter superado de maneira satisfatória, o desafio de levar a temática, futebol para a sala de aula, já que o mesmo possibilita percorrer vários assuntos de maneira descontraída e atraindo a atenção do alunado, o que demonstrou ter sido bastante proveitoso e satisfatório o método utilizado .

REFERÊNCIAS
CADERNO PEDAGÓGICO. História. Secretaria de Estado e Educação: Florianópolis, 2008.
Departamento de Ensino Básico. Diretrizes Curriculares de História. Curitiba: Secretaria de Estado da Educação, 2008.
FRANZINI, Fábio. Futebol é coisa de Macho? Pequeno esboço para uma história das mulheres no país do futebol. Revista Brasileira de História, vol. 25, nº 50, p. 315-328. São Paulo, 2005.
RÜSEN, John. Razão histórica: Teoria da história: fundamentos da ciência histórica. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2001.
VEYNE, Paul. Como se Escreve a Historia e Foucault Revoluciona a Historia. 4. ed. Brasília: Universidade de Brasília (UnB), 1998.





42 comentários:

  1. Primeiramente parabenizar pela excelente abordagem de interação entre uma temática tão interessante (futebol) e uma que não tem sido tão interessante (aula de história). O senhor não acha que este tipo de utilização de uma temática contemporânea e tão midiática quanto o futebol, não está escassa nas aulas de História como um todo e que poderiam torná-la muito mais atrativa, uma vez que ao aproximar o aluno da sua realidade mais presente e local, como no mundo dos times de futebol e extrair disso ensino prático e útil em história é algo primordial no caminho da interdisciplinaridade? Digo isso como alguém que foi e é aluno e que pode certamente contar nos dedos de uma das mãos as vezes que a História foi assim "explorada". Grato. Ass.: Thiago Braga, RJ (tlsbraga@hotmail.com)

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  2. Boa Noite e obrigado pela pergunta Thiago. Somente utilizando o futebol podíamos passar quase um ano letivo estudando história, tanto no âmbito local, quanto regional, nacional e mundial, pois o futebol envolve paixões e interesses. Acho que atrair o aluno para sua realidade é primordial para gerar interesse para a história, assim como outras temáticas atuais que podem surtir o mesmo efeito. Como exemplo, já que você é do Rio de Janeiro (eu também sou), a História do Fluminense pode render discussões sobre a Belle époque brasileira, racismo, luta de classes, entre outras, o Bangu foi fundado por operários e tinha um negro no time, só para ficar nestes dois exemplos. Acho primordial a interdisciplinaridade como forma de apontar aos alunxs um novo caminho para o aprendizado e na escola onde trabalho, fazemos muitas aulas conjuntas com outros professores, o que vem rendendo boas discussões e ótimos resultados. Espero ter respondido sua pergunta e para maiores informações me coloco a disposição pelo E.mail e/ou facebook (tidejor@gmail.com / Tide Karioca)

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    1. Sim respondeu! O futebol realmente nos oferece vasto terreno temático para abordagens no ensino não apenas de História, mas de outras disciplinas; e por envolver paixão praticamente nacional, certamente sua abordagem relacionada à História facilita e muito no aprendizado do aluno, tornando aquela até então sem graça aula, num encontro inesquecível e aguardado. Forte abraço!

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  3. Bom dia, o senhor acha que nós professores podemos utilizar outras formas de ensinar história de uma forma a cativar e chamar os alunos para uma aula mais crítica e aumentar a interação entre aluno e professor, haja vista que eu quanto aluno sempre apreciei as aulas que geram discussões a cerca do tema, apesar da maioria das aulas serem muito naquela base de ler e decorar, e gostaria de saber o que você acha sobre o fato que os professores tem poucas aulas e muitas vezes preverem acelerar os conteúdos e fechar o ano com todo o conteúdo plicado ao invés de ter passado um conteúdo menor porém onde os alunos tenham realmente tirado algo pra vida deles tornando os alunos e consequentemente cidadãos mais críticos e que possam entender e mudar a realidade da nossa sociedade??

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  4. Boa Tarde Rafael. Agradeço sua ótima pergunta. Realmente estamos vendo que muitos professores estão passando por cima conteúdos de suma importância, para que no fim do ano letivo tenha dado conta de um livro didático na sua "totalidade". Não concordo com tal prática, que é até "sugerida" pela direção da escola em que trabalho, pois acreditam que quantidade é sinônimo de qualidade, o que eu penso ser totalmente errado. Por isso trabalho o livro didático indicado pela escola (no meu caso é particular e adepta a um sistema de ensino) e utilizo materiais levados por mim, para que determinado assunto gere debate e quando possível seja transposto para a atualidade local/regional, pois só assim vejo a validade do ensino da história, que é muito mais do que "coisas do passado" e "decoreba" como alguns acreditam. Espero ter respondido seu questionamento e desde já, me coloco a disposição para maiores informações sobre estes e outros temas relacionados à História. (tidejor@gmail.com / Face: Tide Karioca). Abraços

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    1. Obrigado Aristides pela resposta, realmente esclareceu meu questionamento, acredito que a questão for formar cidadãos mais críticos e questionadores da nossa realidade é o primeiro passo para uma sociedade melhor e mais igual!!

      Ass: Rafael Ferreira Tomaszevski

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  5. Pensar a história e o futebol e as principais nuances que norteiam o estudo desta disciplina, é deixar de lado, a história linear e proporcionar temáticas que envolvam a pesquisa. Outras fontes que poderiam ser usadas seriam as crônicas esportivas, nos quais os discursos dos cronistas são construídos com subjetividade. A minha pergunta é por que na questão de gênero não foi abordada o futebol feminino e a política atual com a presença de Marta e cia? Outra sugestão é o Palestra Itália, em Curitiba.

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    1. Boa Tarde e Obrigado pela pergunta Fábio.
      O espaço aqui é curto e não consigo abordar todas as temáticas que posso utilizar somente com o futebol. Tenho vários textos publicados sobre o tema e falo da Marta sim, pois até a última premiação de Lionel Messi, ela era a única atleta a ter vencido a Bola de Ouro FIFA por cinco vezes. Também falo sempre dos times que precisaram mudar de nome por causa da II Guerra, Palestra de Curitiba, SP e MG, Germânia (Água Verde), entre outros. As possibilidades são imensas... Espero ter respondido seu questionamento e desde já, me coloco a disposição para maiores informações sobre estes e outros temas relacionados à História. (tidejor@gmail.com / Face: Tide Karioca). Abraços

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  6. boa noite, adorei o texto, parabéns, bom gostaria de saber como utilizar o futebol, sem entra em certas discussão que não iria acrescentar dentro da sala de aula ?
    Assina:Rosiele Albuquerque Negrão

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    1. Boa Tarde Rosiele.
      A temática futebol pode ser utilizada para o ensino da história local, nacional e mundias, para isso precisamos selecionar os conteúdos, pois as possibilidades são imensas. Caso queira conhecer mais os textos publicados por mim sobre o assunto, entre em contato, que terei o maior prazer em trocarmos informações e saberes... (tidejor@gmail.com / Face: Tide Karioca). Abraços

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  7. Olá Aristide. Tive uma experiência semelhante ao trabalhar em conjunto com a disciplina de Educação Física abordando a temática do futebol. Trabalhamos temáticas como o Racismo, a questão de gênero, a violência, a formação urbana e proletária do Brasil no início do século XX.
    Acredito que o futebol abre preciosos leques para que exista uma educação histórica significativa. O que acha de trabalhar temáticas como a Globalização por meio de equipes transnacionais (Real Madrid, Manchester United, etc.), os conflitos bascos por meio da rivalidade entre Barcelona e Real Madrid, além é claro de tratar dos países emergentes por meio do rico e poderoso mercado chinês?
    André Silva
    (Franca-SP)

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    1. Boa Tarde Obrigado pelo contato André!
      Eu já trabalho com esses temas, porém não consegui colocar no texto. Sobre a ditadura Franquista, falo sempre da disputa entre Real x Barça, que representa a Catalunha, região que busca sua independência e tem além do Barcelona, um time que contraditoriamente chame-se Español. Outra região separatista espanhola são os Países Bascos, que tem no Atlhetic de Bilbao, seu maior expoente futebolísticamente falando. Tem o time russo da padaria que jogou contra os nazistas, o clube austríaco que ousou vencer (e depois morrer) o time de Hitler, A itália de Mussollini do "vecer ou morrer", a "Guerra do Futebol", ente El Salvadoe e Honduras, entre milhões de outras possibilidades de trabalhar com o futebol em sala de aula. Espero ter respondido seu questionamento e desde já, me coloco a disposição para maiores informações sobre estes e outros temas relacionados à História. (tidejor@gmail.com / Face: Tide Karioca). Abraços

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  8. Bom dia Arístide, queria primeiramente parabeniza-lo pela abordagem, pelo rico conteúdo que apresentaste. Queria saber se ao final da aplicação do seu plano de ação você realizou algum tipo de exercício de fixação, a exemplo perguntas ou até a elaboração de um texto, visando a compreensão dos temas discutidos? se não, você não acharia interessante?
    Athos Linnus Marinho de Siqueira (graduando em História) Belém/PA
    email: athos_siqueira10@hotmail.com

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  9. Boa Tarde Athos e obrigado pela pergunta.
    Utilizei (e uso) sim após cada explanação uma avaliação com perguntas fechadas e abertas para saber o grau de entendimento dos alunos e a percepção deles sobre o tema. Qualquer dúvida ou se quiser conhecer mais minhas pesquisas futebolísticas, entre em contato comigo. Abraços(tidejor@gmail.com / Face: Tide Karioca). Abraços

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  10. Boa tarde Aristides

    Em primeiro lugar, parabéns pela comunicação. Em segundo lugar queria colocar a seguinte questão: Já pensei em usar o futebol para trabalhar o nazifascismo na sala de aula. Lembro de ter visto uma vez um documentário na Sportv sobre a manipulação da Copa de 1934 em favor da Itália e do jogador Mathias Sindelar da Áustria que se negou a disputar a Copa de 1938 pela Alemanha e apareceu misteriosamente morto. Você teria alguma bibliografia para indicar ou mesmo uma forma de abordagem?

    Att.
    Fábio Liberato de Faria Tavares

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  11. Amigo, eu tenho vários livros sobre futebol, no momento lembro desses aqui, que te ajudarão e muito...

    AGOSTINO, Gilberto. Vencer ou morrer: futebol, geopolítica e identidade nacional. Rio de Janeiro: Faperj / Mauad, 2002.



    DOUGAN, Andy. Futebol & Guerra: Resistência, triunfo e tragédia do Dínamo na Kiev ocupada pelos nazistas. Rio de Janeiro: Zahar, 2004.

    Qualquer dúvida ou se quiser conhecer mais minhas pesquisas futebolísticas, entre em contato comigo. Abraços(tidejor@gmail.com / Face: Tide Karioca).

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  12. Aristides, primeiramente queria parabenizá-lo pela pesquisa. Meu sonho quando criança era ser jogador de futebol e estudar história. Por vocação, só pude seguir a segunda rs. minha pergunta é: qual a maneira mais adequada de criar uma interdisciplinaridade entre história e educação física com a temática de seu tema?

    OBS: Você conhece o livro do Galeano sobre futebol? Fantástico.

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    1. Boa Noite Ellan. Obrigado pela pergunta. O tema futebol por si só já permite a interdisciplinariedade, em todos os aspectos. Especificamente sobre o futebol feminino, as principais fontes que utilizei em minhas pesquisas foram na área de Educação Física, trabalhos que mostram como era difícil a prática esportiva de impacto e de contato nos tempos da era Vargas, que proibia a participação feminina nos esportes.Espero ter respondido seu questionamento e desde já, me coloco a disposição para maiores informações sobre estes e outros temas relacionados à História. (tidejor@gmail.com / Face: Tide Karioca). Abraços

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    2. Ellan. Conheço o Livro do Galeano sim (Futebol ao Sol e à Sombra) e possuo ele em minha biblioteca.

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  13. Boa tarde Aristides,
    Primeiramente quero te parabenizar pela pesquisa. Abordar racismo e gênero a partir da história do futebol é uma intuição profundamente pertinente para a prática da sala de aula e para a academia. Uma curiosidade, na sala de aula ao debaterem estes temas você tem registrado o que os alunos partilham de suas histórias de vida? Penso que dariam fontes para pesquisas interessantes também.

    Joilson de Souza Toledo

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    1. Boa Noite Joilson. Obrigado pela pergunta. Sim, em muitos casos, os relatos particulares são narrados pelos alunos e já tinha previsto um trabalho futuro com essas percepções.Espero ter respondido seu questionamento e desde já, me coloco a disposição para maiores informações sobre estes e outros temas relacionados à História. (tidejor@gmail.com / Face: Tide Karioca). Abraços

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  14. Boa tarde Aristides Leo Pardo! Adorei seu texto, vejo poucos textos sobre o Futebol sendo utilizado como objeto de pesquisa em História, vemos muitos jornalistas ocupando espaço. Cito um exemplo, sou professor de ensino fundamental e até agora em oito anos que ensino somente um livro didático tratava do tema futebol, no final de cada capítulo, os meninos adoram e as meninas não davam a devida atenção ou não entendiam nosso debate em sala. A pergunta que faço para o nobre pesquisador, como motivar as meninas para participarem do debate sobre futebol em sala de aula?

    JOSÉ CUNHA LIMA

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  15. Boa Noite. Ótima pergunta Professor José. Eu também tinha essa preocupação quando pensei nesse tema para defender minha conclusão de curso e iniciei com a pergunta: "Quem adivinhar o que este chocolate que está na minha mão tem a ver com o futebol leva ele de presente" E com a barra de "Diamante Negro" na mão chego ao Leônidas da Silva, craque dos primórdios do nosso futebol, que "emprestou" seu apelido para a guloseima e assim, entro com o debate sobre racismo. A proibição de disputa deste esporte para as mulheres que durou da Era Vargas até o fim da Ditadura também traz as meninas para o debate, depois fica fácil trabalhar com outros temas (geopolítica, história loca, II Guerra, propaganda da Ditadura Militar/Copa de 70, entre outros....). Trabalho com esses temas tanto no ensino fundamental, como no Ensino Médio. Espero ter respondido seu questionamento e desde já, me coloco a disposição para maiores informações sobre estes e outros temas relacionados à História. (tidejor@gmail.com / Face: Tide Karioca). Abraços

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    1. Respondeu sim... Obrigado pela Atenção...
      José Cunha Lima...

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  16. Excelente metodologia professor pergunta:a questão de gênero mencionada no texto essa diminuição no espaço feminino no futebol e uma questão de machismo ou preconceito?e qual ciclo poderia trabalhar essa metodologia? Oriberto B Carvalho e-mail:felipehelcio@gmail.com

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  17. Boa Noite Oriberto. A Proibição da prática do futebol feminino no Brasil envolve tanto pré-conceito quanto machismo. E mesmo após a liberação o futebol feminino não deslanchou, atraindo público ínfimo aos estádios. Eu utilizo o futebol tanto nos Ensinos Fundamental, quanto no Médio. Espero ter respondido seu questionamento e desde já, me coloco a disposição para maiores informações sobre estes e outros temas relacionados à História. (tidejor@gmail.com / Face: Tide Karioca). Abraços

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    1. Obrigado professor esclareceu minhas dúvidas

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  18. Olá, Aristides! Parabéns pela iniciativa. Trabalhos como estes fortificam cada vez mais este campo de História e Esportes. Serão duas perguntas, mas não serão extensas. Você acha que a utilização em sala de aula das Crônicas dos irmãos Mario Rodrigues Filho e Nelson Rodrigues não podem ser uma ferramenta importante para o entendimento do, com relação aos temas mais variados da sociedade? Para ler a sociedade do século XIX, sobretudo com uma ótica sociológica, você acha que caberia Norbert Elias nesse contexto, principalmente com relação ao início da prática esportiva na sociedade? Desde já muito grato.

    Jairo Fernandes

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  19. Bom Dia Jairo e obrigado pela pergunta.
    Este trabalho aqui apresentado é somente a "ponta do Iceberg", já que o espaço é limitado. Meu trabalho de Conclusão de Curso foi sobre o uso do futebol em sala de aula. Existe inúmeras possibilidades de trabalho além das aqui apresentadas (futebol e poder, futebol/ditaduras, II Guerra, Conflitos étnicos, Movimentos separatistas, nazismo, entre outras...). Eu utilizo muito texto de Nelson Rodrigues, Mário Filho, Sérgio Cabral (Pai), Luís Mendes e Armando Nogueira. Sim, Elias pode (e deve ) ser utilizado nesta jornada, pois é um ótimo suporte teórico para as discussões da formação da nossa sociedade. Espero ter respondido seu questionamento e desde já, me coloco a disposição para maiores informações sobre estes e outros temas relacionados à História. (tidejor@gmail.com / Face: Tide Karioca). Abraços

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  20. Bom dia Aristides,
    gostei bastante de conhecer a experiência! Parabéns pelo trabalho! Gostaria de conhecer um pouco mais sobre a relação entre Futebol e Meios de Comunicação, assim como Futebol e propaganda. Se possível, por favor, poderia indicar alguns textos?
    Desde já, muito obrigado!
    Abraços
    Edvaldo C Sotana

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  21. Bom Dia Edvaldo, agradeço o contato. Esses dois livros são bem legais e vale a pena dar uma lida.
    AGOSTINO, Gilberto. Vencer ou morrer: futebol, geopolítica e identidade nacional. Rio de Janeiro: Faperj / Mauad, 2002.

    DOUGAN, Andy. Futebol & Guerra: Resistência, triunfo e tragédia do Dínamo na Kiev ocupada pelos nazistas. Rio de Janeiro: Zahar, 2004.
    Recentemente escrevi uma matéria na Revista Leituras da História sobre o futebol nos países socialistas. Qualquer dúvida ou se quiser conhecer mais minhas pesquisas futebolísticas, entre em contato comigo. Abraços(tidejor@gmail.com / Face: Tide Karioca). Abraços

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  22. Boa tarde Aristides! Primeiramente gostaria de parabenizar pelo ótimo texto. Como surgiu a ideia de utilizar o futebol no ensino da História?

    Andréa Olímpia da Cunha

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    1. Olá Andréa, Boa Noite. Eu me formei em jornalismo primeiro e futebol sempre foi minha paixão e desse momento em diante comecei a escrever a história do futebol, principalmente fatos esquecidos e longe dos grandes estádios. Quando entrei para o Curso de História esse caminho seguiu naturalmente nesta direção. Qualquer dúvida ou se quiser conhecer mais minhas pesquisas futebolísticas, entre em contato comigo. Abraços(tidejor@gmail.com / Face: Tide Karioca). Abraços

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  23. Olá, boa tarde. Gostaria de saber se você procurou fazer um intercâmbio deste assunto com outras disciplinas, pois este tema certamente seria bem vindo nas aulas de português (textos e crônicas), geografia (cidades onde se localizam os times de grandes altitudes e suas influências no jogo, biologia (desgaste físico nos jogos, enfim, inúmeras possibilidades.

    JOCELAINE DA ROSA RODRIGUES

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    1. Olá Jocelaine, Boa Noite. Com a Biologia não fiz nada ainda, mas já trabalhei em eventos com profissionais de Educação Física e em sala de aula com Português e Geografia sim, e vimos a motivação dos alunos. Qualquer dúvida ou se quiser conhecer mais minhas pesquisas futebolísticas, entre em contato comigo. Abraços(tidejor@gmail.com / Face: Tide Karioca). Abraços

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  24. Boa tarde Aristides. Achei interessante a abordagem dos temas Racismo, Historia Local e Genero . Um tema que sempre me interessou é a Politica e tenho visto ao longo de nossa historia uma relação bastante intima futebol com a politica e seu uso por diversos governos e governantes . Este tema poderia ser explorado e voce teria indicações sobre isto?
    Grato,
    Carlos Alberto de Souza

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    1. Boa Noite Carlos Alberto. Já trabalho política e futebol com a história sim, desde a Copa de 1934/38, quando o "Duce" fez questão de mostrar através da seleção italiana o poder do facismo, passando pelo nazismo, Ditadura Militar Latino Americana (procure os documentários: O Futebol nos tempos do Condor), entre outros exemplos que poderiam ser aqui citados. Esses dois livros te ajudarão muito também:
      AGOSTINO, Gilberto. Vencer ou morrer: futebol, geopolítica e identidade nacional. Rio de Janeiro: Faperj / Mauad, 2002.

      DOUGAN, Andy. Futebol & Guerra: Resistência, triunfo e tragédia do Dínamo na Kiev ocupada pelos nazistas. Rio de Janeiro: Zahar, 2004.

      Qualquer dúvida ou se quiser conhecer mais minhas pesquisas futebolísticas, entre em contato comigo. Abraços(tidejor@gmail.com / Face: Tide Karioca). Abraços

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    2. Após uma reflexão profunda sobre o artigo, conclui: que poderia perfeitamente a nível escolar utilizar outra disciplina que desenvolve em seus conteúdos o Futebol e executaria um trabalho interdisciplinar envolvendo as disciplinas de História e Educação Física dentro da Educação Básica, o que você acha sobre esta dinâmica de aula.

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    3. Gostaria de parabenizado pelo artigo, com a utilização das Tecnologia de Informação e Comunicação pelos alunos, o que você acha desenvolver conteúdos e atividades ligados ao Futebol dentro de pesquisa de laboratórios de informática na escola pública na educação básica e posteriormente fazer um retrospecto sobre a História do Futebol pelo mundo, pelos continentes utilizando a montagem de vídeos explicativos e históricos obedecendo uma contextualização histórica e social através dos anos.

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    4. Gostaria de parabenizado pelo artigo, com a utilização das Tecnologia de Informação e Comunicação pelos alunos, o que você acha desenvolver conteúdos e atividades ligados ao Futebol dentro de pesquisa de laboratórios de informática na escola pública na educação básica e posteriormente fazer um retrospecto sobre a História do Futebol pelo mundo, pelos continentes utilizando a montagem de vídeos explicativos e históricos obedecendo uma contextualização histórica e social através dos anos.

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    5. Após uma reflexão profunda sobre o artigo, conclui: que poderia perfeitamente a nível escolar utilizar outra disciplina que desenvolve em seus conteúdos o Futebol e executaria um trabalho interdisciplinar envolvendo as disciplinas de História e Educação Física dentro da Educação Básica, o que você acha sobre esta dinâmica de aula.
      mainezlopes@gmail.com

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    6. Gostaria de parabenizado pelo artigo, com a utilização das Tecnologia de Informação e Comunicação pelos alunos, o que você acha desenvolver conteúdos e atividades ligados ao Futebol dentro de pesquisa de laboratórios de informática na escola pública na educação básica e posteriormente fazer um retrospecto sobre a História do Futebol pelo mundo, pelos continentes utilizando a montagem de vídeos explicativos e históricos obedecendo uma contextualização histórica e social através dos anos.
      mainezlopes@gmail.com

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