A LITERATURA NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
HISTÓRICO: UM ESTUDO DE CASO
Carlos Jordan Lapa Alves
Introdução
Na sociedade
contemporânea os docentes das mais diversas áreas do conhecimento deparam-se
com o percalço cotidiano de criar e manter o interesse dos alunos no conteúdo
proposto e no processo de ensino-aprendizagem. Por anos o ensino de História no
Brasil evidenciou a mecanização da aprendizagem, pois o aprender estava
intrinsecamente relacionado ao ato de decorar datas, nomes e os grandes feitos.
Contudo, as novas correntes pedagógicas em união com as vertentes históricas
que surgiram durante o século XIX e XX logo questionaram a visão da História
Positivista e seus métodos de aprendizagem, por consequência acarretando
mudanças dentro das salas de aula possibilitando nas últimas décadas um estudo
histórico mais amplo e didático (SCHMIDT, 2004).
As fontes históricas
utilizadas por historiadores para produção do conhecimento histórico podem ser
usadas em sala de aula, criando um ambiente de socialização de conhecimento, no
qual os educandos participam de maneira ativa, pois para Schmidt (2004, p.54)
precisa-se "entender que o conhecimento histórico não é adquirido como um
dom", mas consegue-se através de pesquisas e descobertas. Torna-se,
portanto, necessário transformar a sala de aula em um mundo onde os alunos
precisam descobrir sua historia, ou seja, faz-se necessário outro modelo
educacional que privilegia o ensino nas suas múltiplas variações, pois "o
que é desejado é que o professor deixe de ser um expositor satisfeito em
transmitir soluções prontas; o seu papel deveria ser aquele de um mentor,
estimulando a iniciativa e a pesquisa" (PIAGET, 1973. p16).
Entretanto, para uma
melhor compreensão sente-se a necessidade de evidenciar que o conceito de fonte
histórica, o qual na concepção positivista do século XIX privilegiava o
documento escrito e oficial foi alargado a partir da contribuição
revolucionaria da Escola dos Annales e passou a abarcar, também, a cultura
material, as imagens, a Literatura (SILVA; SILVA, 2009).
Chartier foi um dos
expoentes da revolução historiográfica, pois em seus estudos, o historiador
francês distanciava-se de uma visão oficial e marxista e esboçava um novo campo
historiográfico em que as relações culturais, literárias e as diversas
significações tinham um denominador comum que era a História Cultural.
Atente-se que para Chartier (1990, p. 24) "a literatura representa a
complexidade que o homem vive em seu meio social".
Segundo Navarrete
(2011, p.33), "Chartier define a literatura como uma relação intrínseca
entre a crítica literária e a História". Visto que, o escritor está
inserido no contexto e o historiador pode se apropriar de seus relatos em forma
de prosa, poesia ou conto para construir o conhecimento histórico visando uma
análise cientifica e imparcial da literatura.
Pensando que as
narrativas, sejam históricas ou literárias, ou outras, constroem uma
representação acerca da realidade, procura-se compreender a produção e a
recepção dos textos, entendendo que a escrita, a linguagem e a leitura são
indivisíveis e estão contidas no texto, que é uma instância intermediária entre
o produtor e o receptor, articuladora da comunicação e da veiculação das
representações. (BORGES, 2010, p 95).
Essa concepção de
fonte histórica possibilita flexionar o seu uso como recurso didático em sala
de aula, pois permite o diálogo do aluno com o passado ao desenvolver o sentido
da análise histórica (CORREIA, 2013). Afirmando isso, objetiva-se relatar uma
experiência com a utilização do poema como fonte histórica contextualizado com
o conteúdo de História no ensino-aprendizagem deste campo do conhecimento.
Metodologia
Para alcançar o
objetivo proposto a proposta desenvolvida segue em uma primeira etapa o
conceito do estudo exploratório através de uma pesquisa bibliográfica, que
segundo Gil (2008) "é um estudo desenvolvido a partir de material já
elaborado, constituído de livros e artigos científicos". Diante das
considerações teóricas, buscou-se relacioná-las com a prática do uso do poema
enquanto fonte histórica no processo de ensino- aprendizagem da disciplina de
História e Língua Portuguesa.
A atividade
desenvolveu-se em grupos de alunos compostos de três integrantes, pertencentes a
uma turma do 8º ano, do Ensino Fundamental II, da Escola Municipal Manoel dos
Santos Pedroza em Piúma - ES, a partir da inciativa dos professores de História
e de Língua Portuguesa. Os referidos alunos foram convidados a analisar o poema
Navio Negreiro: uma tragédia no mar (1983), escrito por Castro Alves,
contextualizando-o com o conteúdo de Brasil Colonial, estudado em aulas
anteriores, para posteriormente, através de suas percepções sobre o poema
contextualizado com o assunto, construírem Histórias em Quadrinhos (HQs) e uma
encenação baseada no teatro das sombras.
Resultados e Discussões
Atualmente, a
sociedade vivencia e valoriza o presenteísmo, porquanto se acredita viver um
presente continuo desvinculado de qualquer passado. Portanto, é necessário do
professor uma postura de reconciliação entre a história e os novos sujeitos
mostrando-os que são atores e principalmente construtores diários do
conhecimento histórico. Para que isso ocorra torna-se necessário do docente
transformar sua sala de aula em um grande laboratório trocando por vezes livros
por documentos-fontes que são acessíveis em diversos sites de domínio público
como da Biblioteca Nacional e outros arquivos de competência estadual.
O professor de
História pode ensinar o aluno a adquirir as ferramentas de trabalho
necessárias; o saber-fazer, o saber-fazer-bem, lançar os germes do histórico.
Ele é o responsável por ensinar o aluno a captar e a valorizar a diversidade
dos pontos de vista. Ao professor cabe ensinar o aluno a levantar problemas e a
reintegrá-los num conjunto mais vasto de outros problemas em problemáticas.
(SCHMIDT, 2004, p.57)
Nesta perspectiva,
busca-se envolver o aluno em um sentimento de pertencimento e valorização da
sua própria história, cultura e criação de sua identidade - conforme os
Parâmetros Curriculares nacionais - PCNs (Brasil, 1997). Ainda segundo este
documento torna-se prioritário que o ensino de História se paute na construção
de uma identidade nacional através das relações sociais e individuais além de
permitir analisar e compreender o tempo presente e explorar criteriosamente as
múltiplas relações históricas que envolvem seu passado e sua memória.
Neste aspecto a
história vincula-se diretamente com a construção da cidadania relacionando-se
ao conhecimento do outro como ser histórico permitindo compreender o entrelaço
social, a cultura, a construção moral e a realidade que estamos inseridos. A Literatura reconhecida
como fonte histórica para viabilizar o processo de ensino aprendizagem da
História, permitiu contextualizar o poema Navio Negreiro: uma tragédia no mar
(1983), escrito por Castro Alves com o conteúdo de História "Brasil
Colonial". A atividade desenvolvida possibilitou relacionar muitos dos
aspectos abordados no poema pelo autor com os conteúdos disponibilizados no
livro didático. Isso vai de encontro ao que Silva (2010) propõe, pois "a
ausência de comprometimento da Literatura com a realidade dos fatos, não exclui
sua presença".
A maior liberdade de
imaginação e fantasia que proporciona a linguagem literária que evidencia
Pesavento (1995) em seus estudos, contribuiu para uma maior riqueza de
detalhes, despertando o interesse por parte dos alunos ao relacionarem o poema
com o conteúdo, pois o interesse pela atividade prática estimula e desenvolve
uma perspectiva de participação e construção de conhecimento.
Nessa abordagem
dialógica, o diálogo com o passado através da fonte possibilitou que os
discentes desenvolvessem seus pontos de vista. De acordo com Teixeira (2010), o
documento histórico como recurso pedagógico permite a construção de pontes
entre o aluno com o passado, pois desenvolve-se o interesse pela investigação
histórica oferecendo a possibilidade do aluno fazer sua própria leitura sobre
os eventos que o documento trata.
Pode-se perceber através
das analises feitas pelos alunos um sentimento de reconhecimento de suas
histórias através do poema, pois este enquanto expressão humana conseguiu criar
uma relação intrínseca entre as condições sociais e humanas dos alunos e os
personagens do poema, visto que a escola é localizada em uma área periférica,
seria, portanto, quimera aos alunos uma representação de poema que elucidasse
os grandes heróis e seus feitos.
Tal fato é endossado,
pois a maioria dos discentes não se vê representado por estes personagens, uma
vez que, o estudante muitas vezes acaba assumindo apenas ao papel de expectador
do grande espetáculo histórico provido pelas grandes elites e seus respectivos
interesses, portanto sem desenvolver uma analise critica, tendo em vista não se
identificar com a História que geralmente traz os discursos das rainhas, reis,
príncipes, papas e presidentes. O poema, enquanto forma de Literatura carregada
de emoção, provoca a identificação do aluno com os personagens (KARAWEJCZYK
apud TEIXEIRA, 2010).
Através das
representações históricas que o poema transpõe foi estimulado a capacidade de
interpretação dos alunos. As produções verbais e as em formas de Historia em
Quadrinhos só foram possíveis por parte dos discentes, pois houve uma interação
entre o texto literário e os conteúdos propostos pelo livro didático, visto
que, precisa-se levar em consideração que as poesias não são predominantes nas
leituras dos adolescentes. Ademais, Correia (2013) adverte que o texto
literário, como recurso do conhecimento histórico, no processo pedagógico
necessita ser trabalhado em sincronia com outras fontes de conhecimento, pois
se torna preciso viabilizar as analises e as interlocuções entre os saberes que
proporcionam analises complexas sobre fenômenos também complexos.
Santomé (1998) destaca
a importância da integração do trabalho de diferentes disciplinas, pois a
desconexão e descontextualização dos saberes dificultam a criatividade e a
imaginação, bem como as iniciativas dos alunos, que não entendem o sentido das
partes estudadas. Nessa perspectiva, o poema trabalhado na aula de Literatura
foi utilizado na aula de História, integrando os conteúdos das disciplinas,
estimulando a criatividade e a iniciativa do aluno.
Considerações Finais
A partir da
resignificação dos conceitos teórico-metodológicos acerca do que pode ser
considerado documento histórico ou fonte histórica, criou-se o interesse por
parte dos professores de História e de Literatura desconstruir paradigmas e
aproximar o conhecimento dos discentes. A aceitação da Literatura pelos
adolescentes e também enquanto recurso histórico possibilitou o seu uso como
mediador e construtor de um conhecimento interdisciplinar abarcando teorias e
metodologias da ciência literária quanto da ciência histórica.
A História e a
Literatura, no processo de ensino-aprendizagem, viabilizaram um espaço
privilegiado de produção do conhecimento pedagógico. A integração das referidas
áreas do conhecimento conferiu sentido e prazer à realidade cotidiana escolar
dos alunos, pois estes perceberam que estavam interagindo com e construindo
conhecimento.
Diante do relato
apresentado é importante destacar que alguns dos métodos utilizados durante as
aulas, comprovaram as hipóteses e as teorias de pesquisa de grandes autores
como: Correia (2013), Silva (2010) e Fonseca (2003) quando afirmam que os
alunos aprendem fazendo, pois as atividades demonstraram que os métodos de
ensino interferem diretamente no interesse pelo conteúdo e no processo de
ensino-aprendizagem.
Deve-se então ter em
mente que os professores exercem um papel insubstituível no processo da
transformação social, pois a formação dos educadores não se baseia apenas em
técnica prontas, e nem como apenas executora de decisões alheias, mas, na
formação de cidadãos com competências e habilidades na capacidade de decidir e
agir. Em suma, novas técnicas de ensino tem o poder de produzir novos
conhecimentos para além da teoria e da prática de ensinar, pois torna-se
preciso (re)significar o ensino e colocar o aluno no papel de construtor do
conhecimento.
Referências
CHARTIER, Roger. A história ou a leitura do tempo. Belo
Horizonte: Autêntica, 2009.
CORREIA, Janaína dos
Santos. O uso de fontes em sala de aula:
a obra de Maria Firmina dos Reis (1859) como mediadora no Estudo da escravidão
negra no Brasil. 2013. 166 f. Dissertação (Mestrado em História Social).
Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2013.
FONSECA, Selva
Guimarães. Didática e Prática de Ensino
de História: experiências, reflexões e aprendizados. 7 ed. São Paulo: Papirus,
2003.
LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública: a
pedagogia crítico-social dos conteúdos. 21ª ed. São Paulo: Loyola, 2006.
PESAVENTO, Sandra
Jatahy. ‘Relação entre História e Literatura e Representação das Identidades
Urbanas no Brasil (século XIX e XX)’. In: Revista
Anos 90, Porto Alegre, n. 4, 1995.
SANTOMÉ, Jurjo Torres.
Globalização e interdisciplinaridade: o
currículo integrado. 1ª reimpressão. Porto Alegre: Artmed, 1998.
SILVA, Camila Arantes.
A literatura como objeto de reflexão política:
olhai os lírios do campo de Érico Veríssimo (1937). 2010. Monografia
(Graduação em História). Universidade Federal do Paraná, Paraná, 2010.
SILVA, Kalina
Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário
de conceitos históricos. 2 ed. São Paulo: Contexto, 2009.
TEIXEIRA, Luciana. História e poesia: uma discussão sobre
fontes para o ensino de História. 2010. 22 f. Monografia (Graduação em
Pedagogia). Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2010.
SCHMIDT, Maria
Auxiliadora ‘A formação do professor de história e o cotidiano da sala de aula’.
In: BITTENCOURT, Circe. O saber
histórico na sala de aula. 9.ed. São Paulo: Contexto, 2004.
Nesta atividade interdisciplinar, todos os alunos conseguiram realizar a atividade? Se negativa, como resolveu o problema?
ResponderExcluirJosé Valter Castro
José, cada aluno absorve o conteúdo a sua maneira. Percebi que alguns tinham facilidade na encenação e outros para o desenho e a escrita. Portanto, avaliei conforme a interação e o desenvolvimento dos alunos nas atividades, mas de forma geral todos participaram.
ExcluirAtt.
Carlos Jordan
Prezado colega,
ResponderExcluirVocê ja pensou em utilizar tambem a redaçao como uma das metodologias de pesquisa? Porque trabalhando interdisciplinarmente a disciplina de Historia pode tambem contribuir inclusive para a melhora da escrita, coesao e coerencia dos alunos. Sabemos que a escrita tambem faz Historia. Fica aqui uma reflexao para que talvez possa dar alguns proximos passos ao avanço da sua pesquisa.
Muito obrigado!
Fabiano Cabral de Lima
Fabiano,ótima analise, mas nesta parte do projeto focamos na interpretação da literatura na construção do conhecimento histórico. Entretanto, como essa atividade faz parte de projeto maior iremos trabalhar a escrita em outras etapas.
ResponderExcluirCarlos Jordan
Bom trabalho! Obrigado!
ExcluirFabiano Cabral de Lima
È possível inverter a ordem, usar a contextualização histórica para apontar as praticas sociais, politicas, econômicas e culturais presentes em uma produção literária?
ResponderExcluirWellington de Souza Madureira?
Wellington, boa tarde!
ExcluirAcredito que sim, pois a história ta para a literatura como a ultima ta para a história. É preciso relacionar o conhecimento e torna-lo prático. Construir uma escola onde o saber é construído através de relações dialógicas entre as disciplinas.
Carlos Jordan
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirCarlos, quais os limites e possibilidade de trabalharmos o texto literário, como recurso do conhecimento histórico, sem sincronia com outras fontes de conhecimento ?
ResponderExcluirBruno Ferreira Matsumoto
Bruno, Boa tarde!
ExcluirA literatura é uma fonte de conhecimento histórico indispensável, mas como qualquer outra fonte precisa ser trabalhada com cuidado, pois pode ser tendenciosa e imparcial. O cuidado torna-se maior nas escolas, pois o aluno não tem o conhecimento técnico para distinguir as verdades, os discursos e as relações de poder que coexistem na fonte. Por isso aconselho usar um texto, uma poesia ou um poema de fácil compreensão.
Att
Carlos Jordan
É interessante a discussão que o autor faz em seu texto, pois demonstra que a literatura não está distante da história (e porque estaria?), à vista disso, ele propõe trabalhar com fontes históricas em sala de aula de modo a fazer os alunos investigarem o conteúdo em busca de respostas aos seus problemas, desta forma, desenvolve paulatinamente sua cognição e pensamento histórico. Tendo em vista estas considerações, tenho a seguinte indagação: Podemos utilizar as fontes hagiográficas na pesquisa histórica dos alunos, visto que esta não deixa de ser uma rica fonte histórica literária dos tempos Tardo-antigos e medievais?
ResponderExcluirAtt,
José Walter Cracco Junior.
José, boa tarde!
ResponderExcluirRecorro a Lucien Febvre para responder sua pergunta, pois para o historiador "a história se faz com documentos escritos, quando existem. Mas ela pode e deve ser feita com toda a engenhosidade do historiador... Com palavras e sinais. Paisagens e telhas. Formas de campos e ervas daninhas. Eclipses lunares e cordas de atrelagem. Análises de pedras pelos geólogos e de espadas de metal pelos químicos". Combates pela História (1953).
A escola precisa de novos materiais didáticos, novas formas de produzir conhecimento, torna-lo palpável e pratico.
Att,
Carlos Jordan
Olá Carlos,
ResponderExcluirConsidero a literatura uma fonte rica para compreender aspectos de um tempo histórico. Gostaria de saber como foi trabalhada com os alunos a relativização dessa fonte (o poema), se houve o cruzamento com outras pesquisas, etc.? Você acha que ensinar a história a partir do texto literário pode contribuir para uma maior aproximação dos estudantes com a disciplina, que geralmente é meio que rechaçada na escola?
Izabela Cristina de Melo Santos
Olá Carlos,
ResponderExcluirConsidero a literatura uma fonte rica para compreender aspectos de um tempo histórico. Gostaria de saber como foi trabalhada com os alunos a relativização dessa fonte (o poema), se houve o cruzamento com outras pesquisas, etc.? Você acha que ensinar a história a partir do texto literário pode contribuir para uma maior aproximação dos estudantes com a disciplina, que geralmente é meio que rechaçada na escola?
Izabela Cristina de Melo Santos
Izabela, boa noite!
ResponderExcluirA atividade foi desenvolvida em uma turma de ensino fundamental II, ou seja, a turma ainda não tinha uma visão critica totalmente constituída por isso escolhi um texto que tem como objeto principal o negro, mas antes eu trabalhei o conteúdo em sala de aula. Essa atividade foi feita no final do conteúdo. Como você bem afirmou o aluno ainda tem resistência a literatura e a história, mas percebi na atividade que quando essas disciplinas são acompanhadas de atividades práticas a turma se movimenta e se interessa. Foi uma experiencia maravilhosa.
Carlos Jordan
Bom dia Carlos. Sem dúvida, a literatura é importantíssima para trabalharmos com os alunos outras vozes que surgem na história. Neste sentido, eu posso trabalhar com a literatura como um reflexo do cotidiano do autor em determinado tempo e espaço? Pergunto porque sempre associo a escrita ao lugar de fala do sujeito e por mais fantasiosa que seja a literatura ela possui referências na realidade; esta ideia está correta? Impossível aqui não pensar, por exemplo, em Machado de Asssis. Parabéns pelo trabalho!
ResponderExcluirCarolina Corbellini Rovaris
Carolina, exatamente! A literatura pode ser feita através de fantasias, mas sempre terá uma relação com o espaço-tempo. É sempre bom explorar esse recurso.
ResponderExcluirAtt
Carlos Jordan
Olá Carlos, em algum outro momento antes foi realizado uma atividade semelhante com a turma ou foi a primeira experiência?
ResponderExcluirAlém disso, por qual motivo optaram pelo teatro das sombras?
Elis Paulina de Quadros Elger
Elis, boa tarde!
ExcluirSim, a turma já estava acostumada com atividades diversas, incluindo trabalhos com a literatura. O teatro das sombras foi escolha dos alunos, pois realizam teatro em outro tempo.
att
\jordan
Qual a diferença entre a visão da História Positivista e seus métodos de aprendizagem com a contribuição revolucionaria da Escola dos Annales?
ResponderExcluirO que nos possibilitou essa revolução na maneira de fazer e ensinar História?
Att: Daniele Ap. M. Bueno Dias
Daniele, a Historia Positivista privilegiava as fontes oficiais documentais e menosprezava a fontes orais e outras que não estavam ligadas a órgãos institucionais. Com o advento da École dos Annales as possibilidades de construir a história foram alargadas.
ExcluirAtt
Jordan
Atualmente os livros didáticos de História trazem em seu conteúdo seções que interagem com outras disciplinas, ampliando o ponto de vista do aluno e sua criticidade em torno do tema estudado. Como por exemplo construção de gráficos e tabelas, análises sociológicas, interpretação de textos literários entre outros. Quanto aos alunos, percebe-se que há uma receptividade, a percepção de que o estudo de determinado assunto pode ir além daqueles 50 minutos de aula. Por outro lado, em alguns momentos há uma certa resistência dos docentes em trabalhar de forma interdisciplinar, quando muito o fazem em projetos. Talvez por inexperiência ou comodismo isso ocorra. Enfim, mesmo que a tarefa de contextualizar um texto literário no período em questão, a equipe docente não deveria ter um discurso afinado para que haja resultados satisfatórios?
ResponderExcluirDebora Shizue Matias Takano
Parabéns pelo trabalho. Muito rico e inspirador, pois soube aliar prazer e conhecimento, saindo um pouco do lugar-comum e alargando a visão dos alunos acerca de temas tão delicados, como a escravidão. Além disso, promoveu o uso da literatura, tão menosprezada por grande parte dos estudantes, que perderam o encanto por leituras longas. Nesse ponto, como trabalhar o hábito da leitura de clássicos, sendo que boa parte deles são extensos e requer disciplina e concentração, além de boa dose de pesquisas em dicionários?
ResponderExcluirAllan Themístocles Galdino Ferreira.
Olá Carlos Jordan Lapa Alves! ótimo texto, aliando História e Literatura. Mesmo formador em História já fui professor de literatura no ensino médio, o intuito da iniciativa era além de estimular o alunos a ler, para depois explicar e debater o livro, era mostrar o contexto histórico que o livro foi escrito. Todavia, o questionamento que lhe faço é, os historiadores estão sabendo utilizar a literatura como fonte de pesquisa?
ResponderExcluirJOSÉ CUNHA LIMA...