Max Lanio

“COMO TREINAR O SEU DRAGÃO”: A CULTURA HISTÓRICA EM TORNO DA IDADE MÉDIA E A POLÊMICA GERADA PELA BNCC

Max Lanio Martins Pina



Não poderíamos deixar de perceber que nos últimos anos a Idade Média se tornou um modismo. Entendemos que nas últimas décadas houve uma grande quantidade de livros, filmes, séries de televisão e jogos eletrônicos que foram inspirados nas temáticas medievais. Assim, existe na atualidade uma cultura histórica em torno desse período que é alimentada pelo mercado cultural e pela indústria do entretenimento.

Podemos então afirmar, que o mercado literário testemunhou o surgimento de livros ou séries deles que possuem suas ambientações épicas e fictícias inspiradas nas medievalidades. Como exemplo, a série “As Crônicas de Gelo e Fogo” escrita pelo romancista e roteirista norte-americano George R. R. Martin. Os cinco volumes publicados desde 1996 até 2012 no Brasil, narram de forma fantasiosa as batalhas de uma guerra dinástica entre várias famílias concorrentes pelo controle de uma terra conhecida como “Sete Reinos”. Essa obra apesar de não mencionar o medievo, cria em sua narrativa panoramas imaginados e ambientados a partir dele.

Outra série de livros que fez muito sucesso entre o público consumidor desse tipo de literatura é a quadrilogia “Ciclo da Herança”, do autor americano Christopher Paolini publicados entre 2002 e 2011. Pertencente ao gênero fantasia épica, ela narra as aventuras de Eragon, um jovem cavaleiro que ao lado do seu parceiro Shapira, um dragão com que ele divide a mesma consciência, vivem várias peripécias no mundo mítico da terra de Alagaësia.

Seguindo os exemplos literários, apontamos o romance “Os Pilares da Terra” do escritor inglês Ken Follett, publicado no Brasil em 2012, ele narra uma história que se passa na Inglaterra do século XII, onde dois possíveis sucessores ao trono lutarão até as últimas consequências para chegarem ao poder. Assim, como esses três exemplos, milhares de outros livros surgem a cada dia nesse mercado que segue a onda inspirativa e comercial da medievalidade.

A televisão e o cinema não se esquivaram dessa influência. Percebemos uma variada quantidade de séries televisivas e filmes que utilizam cenários e temas orientados nesse período. Uma série com alusões a temas medievais é “Game of Thrones”, que exibiu sua primeira temporada pelo canal de televisão HBO em 2011, conquistando um grande sucesso com o público e com a crítica especializada no gênero, atualmente aguarda a apresentação de sua sexta e última temporada. É bom ressaltar que ela foi baseada nos livros “As Crônicas de Gelo e Fogo”, por isso, observamos que as histórias narradas nos livros e na televisão seguem desfechos diferentes.

Outro seriado televisivo que segue essa perspectiva é “Once Upon a Time”, que estreou no ano de 2011 e desde então, é transmitida pelo canal a cabo ABC. É uma série dramática de fantasia que aborda o gênero contos de fadas na atualidade, porém, as histórias são mescladas sempre com cenários medievais apresentados através de seus flashbacks que reportam ao mundo das histórias infantis.

Na sequencia das séries para televisão apresentamos “Vikings”, que estreou em 2013 no canal History e este ano aguarda a transmissão de sua quarta temporada. Sua narrativa está centrada no herói nórdico Ragnar Lothbrok, que liderou várias incursões saqueatórias ao território anglo-saxão durante o período da Alta Idade Média.

Nesse sentido, “Shrek” é mais um padrão a configurar essa lista, esse filme em animação é o mais famoso do gênero fantasia e comedia que se passa num mundo medieval de contos de fadas, que foi lançado em 2001 e suas sequências em 2004, 2007 e 2010. Eles narram e apresentam as peripécias do ogro Sherek, com a sua esposa a Princesa Fiona e o seu fiel amigo falante Burro.

Todavia, não poderíamos deixar de fora dessa classificação o filme “Como Treinar seu Dragão” de 2010 e sua sequência de 2014, nem tão pouco, nos esquecermos da serie de televisão que surgiu a partir dele e foi ao ar em 2012, 2013 e 2015 no canal infantil Cartoon Network. Ambos foram baseados em livro homônimo lançado em 2003 pela autora inglesa Cressida Cowell. Essa animação segue uma narrativa centrada no personagem vinkig chamado Soluço, que na transição da infância para a adolescência precisa demonstrar destreza matando um dragão, porém, ele faz o contrário, pois, doma o dragão Fúria da Noite, e a partir daí toda sua vila estabelecerá amizade com os dragões. Existem outros seriados e filmes, mas, optamos por apresentar estes porque consideramos que eles fazem sucesso com o público infantojuvenil.

Uma das áreas que mais recebeu essa influência foram os jogos eletrônicos para videogame, computadores, tablets e smartphones, os quais a cada dia são tomados por histórias e aventuras épicas que se passam em um mundo fictício inspirado na Idade Média. Com a popularização desses dois últimos, o acesso aos aplicativos de jogos vem crescendo. A cada ano assistimos a produção de uma infinidade deles, como por exemplo: “Clash of Clans”, “Clash of Kings”, “Dragon Mania: a Lenda”, “Medieval Craft 2: Castle Buid”, “Medieval Castle Defense”, “Medieval Apocalypse”, “Great Battles Medieval” e “Medieval War: Strategy & Tactics”. Todos apresentam entre 500 mil e 100 milhões de downloads no play Store do Google, mostrando assim, que a cada dia esse universo cultural tem se tornado comum na vida das nossas crianças, adolescentes e jovens.

Os exemplos que foram citados servem de argumentos para se afirmar que a Idade Média faz parte da nossa vida cotidiana. Não há como negarmos a sua presença na contemporaneidade. Por essa razão, como professores de História devemos ajudar nossos alunos a construírem a cada dia uma imagem correta ou assertiva desse período. É relevante que todos possam encontrar o caminha da intepretação do passado de maneira segura, para que ele auxilie o presente e a vida prática de forma positiva. Por isso, a nossa provocação com o tema desta conferência sobre como treinar um dragão. Suscitamos o título dessa obra cinematográfica, porque, descobrimos a partir de conversas com alunos em sala de aula, que alguns deles acreditaram durante anos que na Idade Média existiram dragões iguais aos da televisão e dos livros.

Em vista disso, esta conferência se insere dentro da polêmica que foi estabelecida em torno do atual texto da proposta do Ministério da Educação – MEC, para criação da Base Nacional Comum Curricular – BNCC, que deverá ser encaminhada ao Conselho Nacional de Educação – CNE, ainda este ano. Tal polêmica foi apresentada no famoso artigo dos professores Demétrio Magnoli e Elaine Senise Barbosa, publicado no jornal Gazeta do Povo em 08 de outubro de 2015, com o título “História sem tempo”. A finalidade do artigo era esclarecer à sociedade civil brasileira o perigo de se abolir do ensino de História o modelo quadripartite francês baseado em Antiguidade, Idade Média, Idade Moderna, Idade Contemporânea. No lugar da tradicional forma temporal de se ensinar o passado histórico seria estabelecido um currículo fundamentado na multiculturalidade ou como alguns preferem chamar de temas como, por exemplo, mundos ameríndios, mundos africanos, mundos afro-brasileiros, mundos americanos, mundos europeus e por fim mundos asiáticos.

A ideia predominante na proposta é que se ensine História a partir do século XVI. Para Magnoli e Barbosa um ensino centrado nessa nova proposta não leva em consideração a trajetória coletiva da história ocidental e por isso a BNCC “rasga todas essas páginas para inaugurar o ensino de histórias paralelas de povos separados pela muralha da ‘cultura’” (MAGNOLI e BARBOSA, 2015). Com isso, esses autores definem essa proposta como ideológica, o que significaria que os professores estariam abandonando a tradicional forma de ensino para se tornarem “doutrinadores”.

O artigo citado, que foi escrito em tom denunciatório, inaugurou a crítica em relação à exclusão do ensino da Antiguidade e da Idade Média do currículo básico da educação no Brasil presentes na BNCC. De acordo com os autores ao se extinguir a história da Grécia e de Roma “os alunos nunca ouvirão falar das raízes do conceito de cidadania”, bem como, a eliminação das catedrais medievais, do comércio medieval, da organização da vida urbana nesse período e até mesmo da onipresença da Igreja Católica, privará aos estudantes compreenderem as rupturas que “originaram a modernidade” (MAGNOLI e BARBOSA, 2015).

O respeitado professor e historiador da UNICAMP Pedro Paulo Funari, teceu sua opinião sobre esse assunto no qual ele afirmou que essa exclusão afetará de forma específica as pessoas mais humildes, tendo em vista, que será tirado delas a oportunidade de se conhecer a trajetória da história do mundo ocidental, já que a BNCC atingirá toda educação básica brasileira a qual está voltada para o atendimento daqueles que não podem pagar pelo ensino privado. Tal prejuízo ao se “amputar aspectos essenciais da vida cultural brasileira, ligadas ao mundo antigo e medieval” (FUNARI, 2015), estaria no fato de que essas pessoas não poderiam exercer de forma plena sua cidadania.

O Fórum dos Profissionais de História Antiga e Medieval publicou uma carta no dia 26 de novembro de 2015, repudiando o texto provisório da BNCC. Para os autores da carta o texto da proposta do MEC traria como “consequência a limitação da autonomia pedagógica de educadores e educadoras da área de História em todo o território nacional e em todos os segmentos do ensino” (Fórum dos profissionais de história antiga e medieval, 2015).

Além disso, eles afirmaram que a exclusão de História Antiga e Medieval baseada na “falsa assunção de que só é possível pensar a Antiguidade e o Medievo sob o ponto de vista eurocêntrico” (Fórum dos profissionais de história antiga e medieval, 2015), torna a proposta extremamente empobrecedora, pois não se leva em conta uma perspectiva mais ampla. Seja a América ou a África, todas tiveram uma relação histórica que precede o século XVI. Daí a afirmativa enfática de que o mundo não começou no século XVI.

Destacamos ainda a carta que a diretoria da Associação Brasileira de Estudos Medievais – ABREM, publicou em novembro de 2015. Nela os pesquisadores de História Medieval se posicionam contra a proposta curricular da BNCC, citando o argumento que é um fragmento da carta aberta dos Professores universitários da Região Norte e Nordeste do Brasil, que foi publicado em 25 de novembro de 2015, no Recife que diz:

Entendemos que os conteúdos de história Antiga e Medieval na educação básica são indispensáveis ao desenvolvimento da capacidade reflexiva dos estudantes para lidar com aspectos político-culturais que compõem as nossas experiências cotidianas, tanto no campo das práticas religiosas, como o cristianismo, quanto no campo das práticas políticas, como concepção de democracia e res publica, para citar alguns exemplos; além disso, contribui para desnaturalizar a forma como nossa sociedade está organizada, porquanto permite entendê-la como uma invenção humana. (ABREM, 2015).

Com a argumentação acima a ABREM repudiou a ideia de se ensinar História somente a partir do século XVI e questionou como as crianças e adolescentes que se reúnem para jogos ambientados na Idade Média, que leem livros inspirados em temas medievais, que lotam salas de cinema quando os filmes propõem histórias de cavaleiros ou abadias, irão distinguir os limites entre a realidade e a ficção.

Portanto, defendemos que saber distinguir os limites entre o que é real e o que é ficção torna-se fundamental para as ações da/na vida prática de qualquer indivíduo. Nesse sentido, buscamos a máxima do pensamento de Jörn Rüsen que afirma ser a consciência histórica a capacidade que os sujeitos possuem para agir intencionalmente no tempo, a partir da sua interpretação do passado, sempre perspectivando um futuro (RÜSEN, 2001). Para se ter um futuro diferente do passado é necessário conhecer esse passado. Compreendemos que conceituar cognitivamente a Idade Média é de suma importância para os estudantes, pois lhes permitem entender que a atual realidade social, politica, econômica, cultural e religiosa do mundo é uma criação humana e não uma entidade abstrata da qual se deve seguir cegamente. Entendemos ainda que ao compreender outras realidades históricas os indivíduos serão capazes de sonhar e de lutar por um futuro que lhes seja realmente diferente do passado.

É direito de todos acreditarem no que quiserem, em dragões, feiticeiros, bruxas, duendes, gnomos, fadas, unicórnios, etc. Porém, como professores de História, desejamos que nossos alunos alcancem ou desenvolvam em suas vidas no mínimo um pouco de erudição cultural, mesmo que isso seja utopia. Partimos do princípio que todos devem assistir diversos filmes, muitos seriados de televisão, que leiam vários livros e que se divirtam com jogos eletrônicos. Mas que acima de tudo isso, saibam distinguir entre a História e a ficção, entre a realidade e a fantasia e ainda assim, tenham condições intelectuais e históricas, para se posicionarem da melhor maneira possível diante de toda as informações que a pós-modernidade nos sujeita.

Por isso, nos posicionamos contra a retirada da Antiguidade e da Idade Média do currículo da educação básica por acreditar que essa não é a melhor maneira para auxiliar os estudantes na conquista de sua autonomia ou de sua libertação das amarras do passado.

Referências

ABREM. Carta da ABREM sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Novembro de 2015. Disponível em: <http://abrem.org.br/images/Carta_da_ABREM_sobre_a_BNCC_I.pdf>. Acesso em: 05 fev. 2015.
BASCHET, Jérôme. A civilização feudal: do ano mil à colonização da América. Tradução Marcelo Rede. São Paulo: Editora Globo, 2006
FÓRUM DOS PROFISSIONAIS DE HISTÓRIA ANTIGA E MEDIEVAL. Carta de repúdio à Base Nacional Comum Curricular de História. Rio de Janeiro, 26 de novembro de 2015. Disponível em:
<http://site.anpuh.org/index.php/bncchistoria/item/3127-carta-de-repudio-abncc-produzida-pelo-forum-dos-profissio nais-de-historia-antiga-e-medieval>. Acesso em: 05 fev. 2015.
FUNARI, Pedro Paulo. Mudanças no ensino de história são prejudiciais, diz professor da Unicamp. Folha de São Paulo. Painel do Leitor. 23/11/15. Disponível em:
http://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2015/11/1709642-mudancas-no-ensino-de-historia-sao-prejudiciais-diz-professor-da-unicamp.Shtml?cmpid=compfb>. Acesso em: 05 fev. 2015.
RÜSEN, Jörn. Razão histórica - Teoria da História: fundamentos da ciência histórica. Trad. Estevão de Rezende Martins. Brasília: Ed. UnB, 2001.
MAGNOLI, Demétrio; BARBOSA, Elaine Senise. História sem tempo. Gazeta do Povo. Sessão Opinião. 08/10/2015. Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/historia-sem-tempo-0z5is6fltk3abx48dlj30q3y>.  Acesso em: 05 fev. 2015.




86 comentários:

  1. A reforma curricular é algo que se mostra mais do que necessário na atualidade. A quantidade de matéria “a ser cumprida” é extremamente abrangente, e a forma como esse cumprimento curricular é proposto ainda se encontra muito mecanizada. Apesar de uma boa iniciativa, a BNCC conta com algumas questões que, ao meu ver, são complicadas. Concordo com a ideia do texto de que não se deve excluir o ensino de Antiga e Medieval no currículo escolar, pois a perda relativa a essa retirada vai ser grande e limitante no sentido do entendimento e questionamento histórico. Qual forma pode ser proposta para uma melhor adequação do currículo escolar sem a retirada dessas questões? Ou seria melhor uma reformulação da carga de cada área e a mudança da visão eurocêntrica?

    Ass. Rafaella Franchin de Sousa

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    1. Cara Rafaella,
      Obrigado por sua pergunta!
      Acredito que independente de existir ou não uma base comum dos conteúdos de História, o professor no Brasil sempre contou com certo grau de autonomia nas suas aulas. A meu ver dentro do limite dessa autonomia sempre escolhemos o que deveria ser ou não ensinado. É impossível ministrarmos na educação básica todos os conteúdos quando existem apenas duas aulas da nossa disciplina por semana (exemplo de Goiás). Mas também entendo que aumentar o quantitativo de horas aulas é algo que está fora de cogitação, então diante disso, cabe ao professor decidir sobre quais conteúdos irá ensinar aos seus alunos. Sempre pautei minhas escolhas por aquilo que acredito está relacionado com a vida prática dos estudantes, como é o caso dos exemplos que citei no texto. Vejo a Idade Média presente na vida cotidiana das crianças e adolescentes e me preocupo pelo fato de que eles não consigam num futuro próximo discernirem entre o que realmente é passado [História] daquilo que é ficção. Já o problema do “eurocentrismo” não é algo tão fácil assim de se resolver, porém, não se deve desprezar a Antiguidade e a Idade Média como se elas não fizessem parte da nossa História. Acredito que assim como foi resolvido pela História à questão do medievo que já foi chamado de “Idade das Trevas” e hoje não é mais, para a visão eurocêntrica também é possível uma solução, mas que ela não seja feita de uma forma tão arbitrária como a eliminação total desses conteúdos do currículo básico.
      Saudações!
      Max Lanio M. Pina

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  2. Caro Max,
    parabéns por seu texto. Penso, aliás, que sem história medieval, é impossível compreender as fundações do Brasil. Nesse sentido, seria viável, em sua opinião, um ensino de medievo ligado intimamente ao Brasil [como no caso, por exemplo, de alguns trabalhos que analisam cordéis medievos]?
    saudações,
    André Bueno

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    1. Caríssimo professor André Bueno,
      Obrigado por seu interessar pelo meu texto!
      Também penso dessa forma, acredito que exista sim essa relação da Idade Média com o Brasil e isso pode ser aproveitado no ensino. Aqui em Goiás existem trabalhos de pesquisa (mestrado e doutorado) que relacionam as cavalhadas com o medievo (batalha entre mouros e cristãos que são encenadas todos os anos nas cidades de Pirenópolis e Corumbá de Goiás), como também temos a Procissão do Fogaréu que é realizada na cidade de Goiás, que é Patrimônio Histórico da Humanidade desde 2001, só para citar alguns exemplos que estão bem próximos a nós. Na nossa constituição histórica existem elementos culturais que são de matrizes medievais, como você bem citou o caso dos cordéis. A meu ver tudo isso deveria ser aproveitado no ensino da disciplina de História, porque em muitos casos está intimamente ligado a vida prática e cotidiana dos nossos alunos, o que tornaria a aprendizagem algo mais prazeroso.
      Grande abraço!

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  3. Achei bem interessante o seu texto. Minha dúvida é a seguinte: com a exclusão do ensino de história antiga e medieval da educação básica o senhor acha que o as pesquisas e sobretudo o ensino dessas áreas também correm o risco de serem extintas do ensino superior, ou seja, dos cursos de graduação em História, uma vez que não seria necessários formar professores nessas áreas já que os alunos não vão aprender na escola?

    Láisson Menezes Luiz

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    1. Prezado Láisson,
      Obrigado sua pergunta!
      Interessante sua observação... Mas, acredito que isso não ocorreria porque os grupos de pesquisas nessas áreas no Brasil já se encontram consolidados desde a década de 1990 (destacando o Programa de Estudos Medievais – PEM, o Laboratório de Estudos Medievais – LEME, o Laboratório de Estudos Medievais e Ibéricos – LEMI, o Núcleo de Estudos Mediterrâneos – NEMED, vinculados à Associação Nacional de História – ANPUH à Associação Brasileira de Estudos Medievais – ABREM e muitos outros). Tais instituições continuarão fomentando e promovendo pesquisas tendo como objeto a Antiguidade e o medievo, independente delas serem ensinadas na educação básica ou não. Parece estranho, mas no Brasil ainda existe uma distância entre a academia e a escola, entre aquilo que é pesquisado com o que é ensinado.
      Saudações!
      Max Lanio M. Pina

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    2. Max Pina, sou graduanda em História e já fui professora, essa distância entre a academia e a escola é o que mais me assusta na academia. Primeiro tudo o que estudei da área já foi desconstruindo nos estudos acadêmicos e eu sempre me pergunto: porque não ensina o certo, então? É aquele questão, não podemos ver a verdadeira cara do colonizador, afinal, eles foram os bonitinhos que "descobriu" o Brasil.Só que não. Parabéns pelo texto, muito bom. Vou ler novamente e fazer minha pergunta.

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  4. Bom dia/tarde/noite Prof. Max e companheiros(as) de ensino,

    Sem sombra de dúvida concordo com o exposto. "Como trabalhar com a consciência histórica em um currículo que nos priva?" me peguei pensando desde o lançamento da BNCC, justamente por conta de apontamentos como os seus: a presença de elementos no cotidiano que perpassam o século XVI, principalmente em se tratando do entretenimento midiático de hoje (como os destacados em seu artigo).
    Minha pergunta, por fim, vai para um viés um pouco diferente. É sabido que o estudo das medievalidades no Brasil vem crescendo desde a década de 1980; porém, é notório na Base uma dissonância com uma historiografia atualizada e academicamente reconhecida, excluindo-se trabalhos como de Franco Júnior. Qual sua opinião sobre esse descompasso e os frutos disso para a educação?

    Ass,
    Eduardo Lisboa

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    1. Prezado Eduardo Lisboa,
      Obrigado pela pergunta!
      A questão da BNCC não é só o descompasso, mas o fato de que os profissionais das áreas de Antiga e Medieval não terem sido convidados para auxiliar na elaboração da proposta, isso acarretou uma série de problemas relacionados aos conteúdos dessas áreas, o que culminou principalmente na sua exclusão do currículo mínimo a ser ensinado. Com relação ao professor Hilário Franco Júnior, suas contribuições para a Idade Média são inegáveis, todavia, já existem pesquisas e bibliografias mais recentes e atualizadas que podem e devem ser incorporados ao ensino de História Medieval.
      Saudações!
      Max Lanio M. Pina

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  5. Mesmo com a exclusão do ensino de história antiga e medieval da educação básica os professores conscientes da importância do estudo dessa área deveria incluir no plano de aula, já que o mesmo conta com uma "certa flexibilidade" no planejamento das aulas?

    Graziela Gomes Santos

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    1. Cara Graziela Gomes,
      Obrigado por seu interesse no meu texto!
      Acredito que exista por parte dos professores uma autonomia que lhe permite ministrar os conteúdos da maneira que lhe convém, ou que ele acredita ser de necessidade na formação dos seus alunos. Porém, com a implantação da BNCC haverá um currículo mínimo a ser cumprido em todas as escolas brasileiras (públicas e privadas), e com a exclusão dos conteúdos de Antiga e Medieval, não haverá espaço para o professor incluir em seu planejamento esses conteúdos, tendo em vista que existirão outros para ele cumprir.
      Saudações!
      Max Lanio M. Pina

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  6. Luciana V. Nobre Abido7 de março de 2016 às 16:41

    Antes de tudo gostaria de parabenizar o autor pelo trabalho. Sou estudante de filosofia e não consigo ver a filosofia sem um estudo histórico profundo da antiguidade e da idade média . De fato, todos esses filmes, jogos e séries despertam em alguns jovens o interesse e a busca por mais informações pelo período medieval, mas essa busca sem a orientação devida, pode causar mais danos do que benefícios. Se esses períodos forem tirados da educação básica, esses jovens não terão uma fonte confiável para busca e logo construirão conceitos que não condizem com a história. Se já não bastasse o total descaso da influência da cultura oriental antiga na formação da cultura ocidental e , Sendo que o ocidente é todo pautado, principalmente no período antigo (temos uma forte influência, por exemplo, dos gregos), essa construção - resultante da busca individual desses jovens - não irá interferir na aprendizagem dos demais períodos? Acredito que estudamos o passado para não cometermos os mesmos erros no futuro...e confesso que a cada dia que passa, o futuro me parece cada vez mais assustador.
    Luciana Ventura Nobre Abido
    luciananobreabido@gmail.com

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    1. Prezada Luciana V. Nobre Abido,
      Obrigado pelo seu interesse em ler o meu texto!
      Gostei muito do seu ponto de vista, pois até então, não havia me despertado para as questões em torno da Filosofia. Quero aqui acrescentar que não tenho conhecimento da proposta da Base Comum para a Filosofia, só conheço a proposta de História. Minhas preocupações com sua observação aumentaram, pois como você bem questionou como será o ensino da Filosofia [antiga e medieval] se os alunos não possuem informações históricas desses períodos. Concordo com você que a aprendizagem dos demais períodos históricos ficará prejudicada e o professor de Filosofia terá muito mais dificuldade do que ele enfrenta na atualidade para ensinar sua disciplina.
      Saudações,
      Max Lanio M. Pina

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  7. Primeiro, gostaria de parabenizar o autor pelo texto e pela tema abordado.
    Gostaria de saber os motivos que levaram a essa reclusão temporal historica para se trabalhar apenas a partir do século XVI?
    Visto que é fato a presença constante do Medieval no cotidiano dos estudantes e o interesse que disperta nos jovens, assim como também fez parte da minha própria construção como estudante do curso de História. O que me leva a mais uma duvida, essa falta não poderá acarretar na diminuição de pesquisadores da area no futuro?

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    1. Prezada Daiane Costa,
      Obrigado por sua leitura!
      A exclusão da Antiguidade e da Idade Média do currículo básico está pautada na justificativa de que elas representam uma visão eurocêntrica da história da humanidade, tal é o argumento da comissão que elaborou a proposta da BNCC de História e dos que defendem o atual texto. Todavia, caso isso ocorra com esses conteúdos, os pesquisadores brasileiros continuarão investigando temáticas relacionadas a essas temporalidades, uma vez, que as instituições que fomentam essas pesquisas já estão consolidadas. Volto a afirmar que a meu ver, isso ocorre porque existe uma distância entre o que se pesquisa na academia com aquilo que se ensina na educação básica brasileira.
      Saudações!
      Max L. M. Pina

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  8. Caro Marx

    Sou professor de história no ensino médio. Há dois anos estou afastado para estudo (estou fazendo meu doutorado na Universidade Federal do Ceará) e por isso não tenho acompanhado muito de perto os debates em torno da BNCC, apesar de o assunto me interessar bastante. A partir de suas considerações, me veio uma questão: será que o melhor caminho para evitar o tão criticado eurocentrismo no ensino de história seria retirar do currículo os períodos relativos à história europeia (Antiga e Medieval)? Lembro que a inserção da história dos impérios africanos, da forma como tem sido feita nos livros didáticos, não tem ajudado muito, pelo menos a mim, em sala de aula. Isto porque o volume de conteúdo aumentou bastante, isto porque os livros simplesmente acrescentaram capítulos e mais capítulos tratando da história da África sem correlacioná-la ao Brasil. Desta forma, o conteúdo mostra-se distante da realidade do aluno. Acho que com a Antiguidade e Idade Média isso não ocorre. Talvez por uma questão de costume, conseguimos mais facilmente estabelecer relações entre esses temas e a realidade brasileira contemporânea. Reforçando a pergunta: qual seria uma boa alternativa para quebrar o eurocentrismo, mas sem promover o corte de conteúdos?
    Jorge Luiz Ferreira Lima

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    1. Caríssimo Jorge Luiz Ferreira Lima,
      Muito grato por sua leitura.
      Interessantíssima sua observação em relação ao aumento dos conteúdos de África nos materiais didáticos, e eu acrescento que para isso não aumentaram as horas aulas do professor na sala [aqui em Goiás são duas aulas por semana], é impossível ministrar todos os conteúdos. E ainda como você afirmou existe a dificuldade de relacionar tais conteúdos à História do Brasil...
      Voltando ao assunto da exclusão de Antiga e Medieval do currículo, eu não acredito que o melhor caminho para evitar o eurocentrismo seja a retirada arbitrária desses conteúdos do ensino básico. Todavia, resolver o problema da visão eurocêntrica não é tão simples assim, acredito que existem elementos culturais no Brasil que podem muito bem ser utilizados para o ensino, principalmente de História Medieval: o cordel, que era utilizado nas feiras medievais para fazer comunicações; as cavalhadas, que abordam a batalha entre mouros e cristãos pela reconquista da Península Ibérica; as procissões; o jogo de xadrez; a benzeção; entre outros aspectos que estão presentes na nossa cultura que são medievais. Alcançar uma resolução para a visão eurocêntrica demandará alguns anos ainda, mas que ela possa ser feita com a participação de um número maior de intelectuais, principalmente os que são pesquisadores das áreas que estão intimamente ligados a História da Europa.
      Abraços,
      Max L. M. Pina

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  9. Olá, professor Max
    Seu texto nada mais é do que a voz dos diversos professores dedicados à História do país.Como o senhor, acredito e sempre acreditei que a eliminação de conteúdos não auxilia nossos alunos, pelo contrário: impede que eles sejam sujeitos de si mesmos. Talvez a solução seja ensinar esses conteúdos de maneira mais dinâmica do que apenas aulas expositivas sobre os assuntos ou filmes enormes sobre esta ou aquela época. Qual seria a sua sugestão?
    Joana d'Arc Conrado

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    1. Caríssima Joana d'Arc Conrado,
      Obrigado por parar alguns minutos para ler meu texto!
      Acredito que a melhor maneira de ensinar a nossa disciplina independente de qualquer que seja o período histórico, é relacioná-la a vida pratica e cotidiana dos nossos alunos. Existem elementos culturais na nossa regionalidade que estão de certa forma ligados aos períodos históricos em questão, como é o caso do medievo. O ensino se torna mais interessante quando o aluno se sente participante dele, quando esse ensino está vinculado a sua vida...
      Saudações!
      Max L. M. Pina

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  10. Professor Max, brilhante seu texto e a partir dele passei a tomar para mim a sua posição sobre a mudança no ensino história.
    Sou psicóloga e doutoranda em História, daí, fiquei com a seguinte dúvida: por que será que a idade média gera um "consumo" (em videos games, filmes, etc) no público infantojuvenil hoje?
    Att,
    Renata Costa

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    1. Olá Renata Costa,
      Obrigado por sua pergunta!
      Acho que existe ainda em torno da Idade Média uma visão exótica, por isso que a indústria cultural e midiática lança mão desse aspecto para ganhar ou seduzir milhares de jovens... Apesar de o medievo ter superado no meio intelectual as visões pejorativas a seu respeito, o mass media ainda estimula e promove a ideia que esse período foi obscuro e cheio de fantasias...
      Saudações!
      Max L. M. Pina

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  11. Oi, Tenho outra pergunta:
    O que será que há de ideológico, por de trás desta reestruturação do BNCC, de obscuro? Qual será o verdadeiro objetivo dos idealizadores do BNCC?
    Renata Costa

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    1. Olá novamente Renata Costa,
      Desculpe não ter condições de responder a essa questão, pois também tenho essas indagações...
      O que há de ideológico por trás dessa decisão???
      Saudações,
      Max L. M. Pina

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  12. Caro professor Max, congratulações pelo excelente texto.
    O que o senhor acha da indústria do entretenimento interativo -os video-games- quando se trata de ensinar? Games como Assassin's Creed por exemplo tem um grande foco histórico e o banco de dados de jogo explica exatamente o que estava acontecendo no mundo real durante aquela mesma época no jogo. O professor julga válido o uso de jogos e outros tipos de experiência como pontos de reflexão e criação de senso crítico?
    Desde já,grato pela resposta e novamente parabéns pelo excelente texto.

    Att,
    Josuá Ventura Nobre de Araújo
    josuavnobre@gmail.com

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    1. Olá Josuá Ventura Nobre de Araújo,
      Obrigado por ler meu texto!
      Em primeiro lugar gostaria de dizer que não sou contra os jogos eletrônicos e muito menos aos vídeo games. Segundo sou totalmente a favor dos recursos que possam ser utilizados para o ensino de História, defendo que a nossa disciplina para fazer sentido ela precisa está relacionada com a vida prática dos nossos alunos. Porém, não sei se os professores no Brasil possuiriam habilidades com os jogos para aproveitá-los em suas aulas. Uma observação Assassin’s Creed possui informações históricas, mas existe muita coisa no jogo que é fantasia. Esse é o cuidado que acredito existir ao se utilizar qualquer recurso para se ensinar História... Mas sou a favor sim, com o devido cuidado é possível fazer boas reflexões e promover o senso crítico com essas ferramentas.
      Valeu, gostei muito do seu ponto de vista, apesar de não ser um especialista em jogos, mas vou ser obrigado a jogá-los para poder dialogar com minhas filhas...
      Saudações!
      Max L. M. Pina

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  13. Parabéns pelo texto, achei o mesmo muito interessante! Concordo plenamente com a ideia central do texto, pois tenho a convicção que o ensino da história antiga e medieval é de suma importância na vida do aluno, é a partir daí que o mesmo ira começar a entender que ele enquanto ser humano faz parte da história como displina pois ela é vivida, muitos acham que não fazem parte da história, e só tendo um estudo muito bem elaborado da disciplina ele irá se sentir parte da história, pois a fatos na história afetam o mundo inteiro e isso nos faz sentir se parte da mesma! Para os alunos distinguirem a realidade da fantasia qual seria o melhor filme dentre os que você citou? Você acha que seria possível o aluno se sentir parte da história, se a mesma fosse estudada apenas a partir do século xvi?
    Talia da Silva

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    1. Olá Talia da Silva,
      Obrigado pela pergunta!
      No texto eu citei apenas dois filmes que foi “Shrek” e suas sequências e “Como treinar seu dragão” que possui uma sequência em formato de série. As outras situações são séries que atualmente assisti ou estou acompanhado suas temporadas. Acho que esses dois filmes são legais, porque apresentam o medievo de uma maneira até engraçada... o primeiro tem como protagonista um “ogro” e vários personagens dos contos de fadas, tem algo mais fantasioso do que isso. O segundo explora a ideia da existência de dragões no mundo nórdico, outro ponto pautado em ficção. Por isso escolhi esses dois, eles são ambientados na Idade Média, mas estão repletos de ficção e fantasia...
      Não acho que os alunos irão se sentir parte da História se ela for ensinada somente a partir do século XVI. O mundo que conhecemos não nasceu aí, existe um processo histórico que extrapola as bases da modernidade.
      Saudações!
      Max L. M. Pina

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  14. Belo tema para discussão! Acha que a exclusão da BNCC é um reflexo da forma que a Academia Brasileira trata muitas vezes os setores de história Antiga e Medieval? os colocando inúmeras vezes como distinta, distante e até mesmo antagônica em comparação com o restante do período histórico.

    Ass: Ronny Costa Pereira

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    1. Olá Ronny Costa Pereira,
      Quem sabe essa situação da BNCC serviu para despertar nos historiadores dessas áreas, a preocupação com o ensino dos conteúdos desses períodos na educação básica...
      Max L. M. Pina

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  15. E uma outra questão, no texto é ressaltado a ideia de Magnoli e Barbosa "...Com isso, esses autores definem essa proposta como ideológica, o que significaria que os professores estariam abandonando a tradicional forma de ensino para se tornarem “doutrinadores”. Concordo que a proposta da BNCC é ideológica, mas não acha que seria ingenuidade achar que o modo tradicional francês de abordar a história, assim como qualquer outro, não é igualmente ideológico e doutrinador?

    Ass: Ronny Costa Pereira

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    1. Oi Ronny,
      Sim, de qualquer forma sempre haverá um aspecto ideológico na forma de se abordar os conteúdos históricos... O problema em jogo, talvez seja o fato de que a ideologia presente na proposta da BNCC contempla um número menor de historiadores. Historiadores que numa ação política, criticam a visão francesa da história quadripartite para poder incutir a sua como mais interessante (americana, africana e indígena). Tudo isso é político e também ideológico.
      Max L. M. Pina

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  16. Boa Noite Professor Max!

    Adorei o seu texto!
    Essa proposta da BNCC, me deixou perplexa e perturbada.
    Estamos passando por diferentes crises no ensino da História.
    Dentro de sala de aula enfrento a seguinte realidade: a cada ano os alunos se apresentam mais avessos à disciplina e, despreparados para poderem compreender os temas que serão estudados.
    Pergunta: Você tem conhecimento dos nomes ou da equipe de mentores intelectuais que propuseram as mudanças para o BNCC de História?
    - O intuito na realidade é conhecer mais sobre as visões destes profissionais.

    grande abraço,
    Penelope Assunção Britzky Quintino

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    1. Olá Penelope Assunção Britzky Quintino,
      As informações que tenho não partiram de fontes oficiais, o MEC não divulgou a lista de nomes que preparam a proposta de História para BNCC. Vamos aguardar...
      Abraços!
      Max L. M. Pina

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  17. Os dragões do tempo dos cavaleiros, que é o que nos interessa, significam nossas lutas, os inimigos que temos de vencer para alcançar os objetivos, e isso não é pouca coisa, não!

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  18. Os dragões do tempo dos cavaleiros, que é o que nos interessa, significam nossas lutas, os inimigos que temos de vencer para alcançar os objetivos, e isso não é pouca coisa, não!

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  19. Olá Professor Max.
    Primeiramente gostaria de parabeniza-lo pela excelente reflexão a cerca da necessidade de se estudar a Historia Antiga e Medieval.
    Tive a oportunidade de trabalhar com crianças do Ensino Fundamental I, e pude observar o quanto faz falta o esclarecimento a cerca do que é ficção e do que realmente acontecia na Idade Média, levando em consideração várias característica desse “publico alvo”, a quem se destina essa imensa gama de livros, jogos, filmes, séries, que abordam temas ligados a Idade Antiga e Medieval como utilizar todos esses materiais para ensina-los como de fato foram esses períodos?

    Abraços,
    Luis Frederico Vitorino Silva

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    1. Prezado Luis Frederico Vitorino Silva,
      Obrigado por ter se interessado pelo meu texto!
      Acredito que todos esses materiais podem e devem ser utilizados em sala de aula para o ensino e aprendizagem histórica. A meu ver, o professor precisa problematizar e contextualizar tais recursos porque eles são produções fictícias e às vezes fantasiosas da História. Isso deve ficar bem claro aos alunos, as informações contidas nesses materiais são representações do passado que nem sempre estão acompanhadas de pesquisas séries e válidas, mas que em muitos casos só reproduzem estereótipos fantasiosos. Fazendo isso, creio que o professor conseguirá demonstrar os períodos históricos como eles provavelmente foram.
      Saudações!
      Max L. M. Pina

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  20. Bom dia Prof. Max Pina,

    Parabéns pelo excelente texto. Como historiadora e educadora também acredito que os resultados da proposta do BNCC serão desastrosos para a compreensão da própria História e, consequentemente na formação da consciência histórica e na cidadania dos alunos e alunas. Em relação a esta proposta, apesar de não ter sido divulgado os nomes dos membros participantes que a desenvolveram, gostaria de perguntar ao Sr como normalmente é realizada a seleção da equipe de profissionais que integram esse tipo de debate. Para além de pedagogos e outros especialistas em educação, o Sr. concorda que deveríamos questionar e exigir junto aos orgãos competentes a abertura para a participação mais efetiva de especialistas da disciplina na redação das propostas dos currículos?
    Obrigada,
    Danielle da Costa
    UERJ-Rio de Janeiro

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    1. Prezada Danielle da Costa,
      Obrigado por realizar a leitura do meu texto!
      Conforme eu expus no texto, várias instituições de estudo e pesquisa reagiram contra (condenando) a atual proposta para uma base comum do currículo em História. Recentemente o MEC soltou uma nota convocando mais intelectuais para reformular a tal proposta, como também convocou todos os professores da educação básica a opinar ou contribuir com a BNCC. Estamos aguardando a divulgação do novo texto/proposta da área de História já com a contribuição de um número maior de especialista...
      Eu concordo com você, a proposta tinha que ter a participação de um número maior de especialistas e que eles fossem de todas as áreas da pesquisa em História.
      Estou ansioso para ver a nova proposta...
      Saudações!
      Max L. M. Pina

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  21. Incentivada pela escola francesa, a Idade média realmente tornou-se um modismo entre os historiadores e estudiosos dos fenômenos sociais, não poderia ser diferente, logo que tratou-se de um período proposto por um olhar iluminista que o propunha como “idade das trevas”, conhecer esse período é de fundamental importância para o desenvolvimento de analises para o conhecimento de nosso presente. A enxurrada de produções sobre essa temática é de impressionar, como foi destacado por esse artigo, visto que abrange desde o público infantil ao adulto. E apesar da importância da Idade Média para o nosso dia a dia, a BNCC buscou colocar em segundo plano, ou mesmo eliminar do currículo comum os estudos sobre esse período. Retirar a Idade Antiga e o período Medieval seria como amputar uma parte do corpo chamada de História. Sempre coloco em minhas aulas que a história seria uma cocha de retalhos, que se rasgarem essa parte da história de nossos currículos teremos um imenso buraco na formulação de um conhecimento pleno dos alunos. Parabéns pelo artigo!

    Ass.: Antonio de Melo Torres

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    1. Caro Antonio de Melo Torres,
      Obrigado por concordar e também por suas considerações...
      Abraço!
      Max L. M. Pina

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  22. Bom dia Prof. Max
    Parabéns pela sua defesa por esse tema importante para o ensino e formação da consciência dos alunos do ensino básico.
    O ensino da História Antiga e Medieval é de suma importância e se retirada sera muito prejudicial para o entendimento da consciência histórica dos alunos, como o ensino básico e médio serve no Brasil serve para a preparação e inserção do indivíduo no mercado de trabalho, estudar somente a História a partir do séc. XVI, não seria retirar todo o ensino da luta da classe trabalhadora ate as conquistas de hoje? seus modos de produção e evolução?
    Renan Augusto Gonçalves Costa

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  23. Olá Renan Augusto Gonçalves Costa,
    Obrigado por sua leitura! Sim, eu creio que limitar o acesso a informação é impedir ao indivíduo alcançar uma consciência crítica que lhe permita agir diante dos atuais problemas sociais, políticos e econômicos do nosso país.
    Max L. M. Pina

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  24. Alfredo Coleraus Sommer9 de março de 2016 às 11:18

    Olá Prof.Max!
    -Até é dificil de acreditar que o BNCC queira fazer tais mudanças,mas penso que além de manter a História Antiga e Média no curriculo deveria isto sim estar procurando de que forma iremos contemplar os alunos com mais História Americana,Africana e Asiática isso sim,não concorda?
    -A questão dos filmes é que na verdade eles na sua maioria são impulsionadores das reflexões históricas mesmo que seja história do tempo presente,concorda?

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    1. Prezado Alfredo Coleraus Sommer,
      Obrigado por ler meu texto!
      Concordo sim, porém como já afirmei acima, a quantidade de horas aulas da nossa disciplina não comporta mais conteúdos, no caso do Estado de Goiás, só são duas por semana e fica inviável ao professor ministrar mais assuntos. É necessário encontrar um ponto de equilíbrio no currículo brasileiro.
      Com relação a sua segunda questão, eu particularmente não vejo os filmes dessa forma, eles são, a meu ver mais uma ferramenta como também é o livro didático, e ambos necessitam ser explorados pelo professor com o cuidado de problematizá-los. Um filme pra mim sempre é um produto midiatico que foi concebido pra dar lucro, e não para ensinar História. Todavia, nós nos apropriamos das imagens em movimento dos filmes para despertar em nossos alunos o interesse pela História.
      Saudações!
      Max L. M. Pina

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  25. OI! Não entendi muito bem seu texto. Você o inicia trazendo uma listagem de filmes, seriados e games inspirados na idade média. Há um comentário sobre seus usos contemporâneos (me recorda o grupo de pesquisa “usos do passado”) e por fim é abordada a questão da do currículo da História. Compreendo que estes conhecimentos subjetivos podem sim auxiliar o professor em sala de aula, entretanto gostaria que me explicasse melhor o que a questão do currículo proposto se refletiria com essa preocupação didática? Uma vez que se for aprovado não teremos História Antiga e Medieval. *** Me parece que faltou um elo...
    Ana Paula de A.L. de Jesus.

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    1. Olá Ana Paula de A.L. de Jesus,
      Obrigado por separar um tempo para ler meu texto!
      Acho que fui claro quando expus meu ponto de vista em relação a existência de uma cultura histórica em torna da Idade Média na atualidade. Utilizei alguns exemplos da indústria do entretenimento para justificar que o medievo está presente na nossa vida prática, no nosso dia a dia... Todavia, mesmo com tantas informações que poderiam ser utilizados por professores em sala de aula para ensinar sobre determinados períodos históricos, o que mais ouço é que os alunos não se interessam mais pela nossa disciplina, parece que a História é ensinada como se não fizesse parte de nós, não há uma relação concreta. Todavia, esclareço que no texto não apresento os filmes, seriados e jogos eletrônicos como recursos didáticos, mas sim, como parte de um uso público da História que muitas vezes ensina mais do que a escola, e ensina errado, pois, não há nenhum rigor científico por traz dessas práticas. O cinema, por exemplo, a meu ver é um produto estabelecido para dar lucro e não para ensinar, mas de certa forma essas imagens em movimento são sim captadas por nós, e nos imprimem na maioria das vezes visões estereotipadas do passado. Como o exemplo que citei de um aluno (na graduação) acreditar que existiram dragões na Idade Média, essa informação ele não aprendeu em sala de aula, com certeza foi assistindo a um filme, lendo um livro de fantasia medieval, etc. Agora imagina, se a BNCC exclui o ensino obrigatório de História Antiga e Medieval do currículo, iremos ter no futuro uma geração de alunos que não saberão distinguir os limites entre ficção e História. A minha pergunta é, o que aconteceu com esse aluno que durante toda sua trajetória de vida escolar e pessoal não compreendeu que dragões não são dinossauros? Se ele que teve a oportunidade de ser esclarecido estudando determinados conteúdos da História não conseguiu descobrir tal diferença, imagina aquele que serão privados de conhecer na escola a Antiguidade e o Medievo?
      Saudações!
      Max L. M. Pina

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  26. Olá, professor,

    Cada vez mais presenciamos uma intensificação na literatura, cinema e jogos temas relacionados a Antiguidade e Idade Média, seja com elementos fantásticos ou não. Essa história deixou há muito tempo de ser eurocêntrica, mas o Brasil parece querer se fechar cada vez mais somente para ele. Isso não poderá tornar o nosso meio de pesquisa no futuro etnocêntrico?

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  27. Prezado Jhan Lima,
    Obrigado por sua pergunta!
    Chega a ser interessante sua preocupação, mas acredito que isso não ocorrerá, pois existe no Brasil pesquisadores de várias áreas em torno da nossa disciplina... o grupo que pesquisa a antiguidade e o medievo a cada dia só aumenta.
    Saudações!
    Max L. M. Pina

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  28. Eu sou totalmente contra a reforma curricular da BNCC, porque acredito que conhecimento não deve ser "burlado" e porque as pessoas tendem a confundir eurocentrismo com a valorização inegável de fatos.
    Sim, é verdade que uma linha do tempo que divide seus períodos usando marcos europeus é bastante injusta, e sim, o que aprendemos sobre acontecimentos que envolvem europeus junto com quaisquer povos distintos acabam declinando para uma "puxada de saco" europeia. Isso é eurocentrismo.
    Mas negar a importância da história da Europa é negar a história de outros povos da mesma forma. Não podemos negar que a Europa foi, sim, importante para a formação do que alguns povos são hoje. As Américas são o que são por influência principalmente europeia (embora seja pouco comentado que, por exemplo, chineses já estiveram nas Américas muito antes de Cabral).
    Os dois extremos estão errados: agir como se a Europa fosse um erro e agir como se o mundo rodasse em torno dela. É importante que se faça um ensino mais diversificado culturalmente, mas sem tirar a importância de cada um dos povos.
    O que eu quero trazer aqui para discussão é o seguinte: essa atitude da BNCC é preocupante. Tirar as bases de quase tudo o que conhecemos do ensino é lidar com a possibilidade de formar uma geração com um senso crítico muito superficial. Analisando com franqueza o lento avanço, não apenas do Brasil como também na América do Sul, rumo a um "período ditatorial", será que não devíamos nos preocupar com uma real tentativa de alienação das próximas gerações? Não deveríamos para de agir como se fosse apenas um absurdo a ser corrigido, e enxergar esse acontecimento como uma estratégia engenhosa?
    Sei que parece um pouco teoria da conspiração, mas vale à pena refletir.
    Gabriella Mesiter Ortola

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    1. Gabriella Meister Ortola***

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    2. Olá Gabriella Meister Ortola,
      Obrigado por entrar na discussão e por ter lido meu texto!
      Como você estou preocupado com o futuro das próximas gerações, só para dar um exemplo, aqui em Goiás virou modismo as escolas estaduais adotarem a "militarização", tudo isso feito com o apoio dos familiares que acreditam que essa forma de educação promove a ordem... A memória desses pais são curta, eles não compreendem que foi isso que o Hitler fez na Alemanha, militarizou a sociedade... uma sociedade que não aprende a contestar vai concordar com tudo, inclusive com o autoritarismo de quem está no poder. Aqui no meu estado, o governo quer implantar um sistema para gerir as escolas chamado de OS (Organização Social - ela será responsável por administrar o dinheiro público da escola), isso tem provocado uma série de conflitos ao ponto de alunos do Ensino Fundamental e Médio se acamparem nos colégios. O governo tem utilizado a coerção para retirá-los, alguns foram até presos... Agora, imagina o que vai ser, se as futuras gerações forem privadas do conhecimento adequado para sua formação? Ninguém mais vai lutar...
      Bom, eu não sei se isso seria uma teoria conspiratória ou simplesmente estratégia para criar cidadãos conformados...
      Saudações!
      Max L. M. Pina

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  29. Bom dia Professor Max!
    Parabéns pelo texto e pela iniciativa de trazer o assunto para discussão e debate! Focarei minha pergunta mais na História Medieval, pois foi a que mais senti dificuldades! Meu ensino fundamental e médio foram muito superficiais a respeito da História Medieval, o que dificultou muito meu aprendizado na graduação! Só para citar dois exemplos, eu aprendi no ensino médio que feudalismo era sinônimo de Idade Média, enquanto feudo era referente apenas a terra, ou seja, muitas coisas que eu já julgava como corretas precisaram ser revistas durante meu primeiro ano de graduação! Meu questionamento é o seguinte: por que o ensino de História Medieval ainda é tão superficial nos ensinos fundamentais e médios, sempre ficando muito restrito aos livros didáticos? Quais mudanças poderiam ser adotadas para uma possível melhora, visando a importância desse conteúdo, como o próprio texto abordou?
    Nathália Moro

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    1. Olá Nathália Moro,
      Obrigado por ler meu texto!
      É complicado chegar a uma resposta plausível para essa situação, porém, acredito que a dificuldade às vezes está na forma como se usam os recursos disponíveis para o ensino desses conteúdos. A Antiguidade e o medievo precisam ser problematizados e relacionados com a nossa existência, com a nossa vida cotidiana e não apresentados aos alunos como passado imóvel e inflexível que não se relaciona com eles. Talvez a utilização de elementos culturais presentes na regionalidade brasileira, mas que representam o Medieval ajudasse nessa mudança: o cordel, as cavalhadas, a procissão, o xadrez, o hábito de sentar a mesa para comer com talheres, o fato de usarmos calças, etc. No processo escolar a pessoa mais importante é o aluno, por isso, temos que de alguma forma utilizar esses elementos que fazem parte da vida dela e transformar isso em conhecimento histórico.
      Saudações!
      Max L. M. Pina

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  30. Bom Dia Professor.
    Muito interessante o seu artigo, como você citou não podemos utilizar as séries,filmes e jogos como base de conhecimento para o aprendizado dos alunos, pois se tratam de produtos comerciais e de ficção. Mas se apenas utilizarmos o cenário em que se passam esses produtos, seria uma boa para ambientarmos os alunos em determinados contextos da idade média?

    Murilo Chiese Leite

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    1. Olá Murilo Chiese Leite,
      Obrigado por perguntar!
      Podemos sim utilizar todos esses recursos em nossas aulas, claro respeitando o limite da idade indicativa para cada situação... O professor de História precisa problematizar e contextualizar todos as informações históricas presentes nesses recursos.
      Saudações!
      Max L. M. Pina

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  31. Olá, achei o artigo muito interessante, além de ser um tema muito importante para ser discutido e sem dúvidas deve ser levado m consideração, pois realmente se os alunos não estudarem nas escolas sobre a Idade Média, provavelmente eles não buscariam por si só ter o conhecimento sobre este assunto e assim ficariam totalmente alienados em relação a este tema, mas acredito que mesmo os alunos que ainda estão vendo toda esta história não se sente parte dela. De que forma o professor de história deve organizar o seu trabalho e mostrar ao aluno que ele faz parte da história sim e mais do que isso o aluno esta fazendo história?
    Mariana dos Santos Firbida

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    1. Olá Mariana dos Santos Firbida,
      Obrigado por sua pergunta!
      Acredito que a melhor forma de organizar nosso conteúdo ao ponto dos alunos se sentirem participante dele, é quando o mesmo diz respeito à "vida prática" deles. O passado não volta mais, porém ele se torna presente quando é transformado em História. É isso que precisamos fazer na atualidade, encontrar uma forma de demonstrar aos nossos alunos que a História é fala do passado, mas ela é presente. Jörn Rüsen (2001) afirma que a consciência histórica consciência histórica é um nexo interno entre interpretação do passado, compreensão do presente e expectativa do futuro. Isto significa que quando alcançamos uma forma complexa de compreender o passado, temos condições de entender o presente e ainda perspectivar um futuro que seja diferente do passado.
      Saudações!
      Max L. M. Pina

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  32. Parabéns pelo texto, estava por fora dessa discussão ilógica de se retirar o estudo do idade antiga e média da base nacional. fico Imaginando como seria lesionar sobre o iluminismo sem ao menos os alunos saberem nada de concreto sobre a idade média. Sem mais delongas tenho duas perguntas a você Max: 1° Essa proposta a base nacional ainda é vigente?; 2° Como podemos instigar os alunos a reconhecer e ter interesse pela real idade média diante de tanta sedução do entretenimento mediático?.

    Ass: Emmanuel Santana de Souza Lima

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    1. Caro Emmanuel Santana de Souza Lima,
      Obrigado por ler meu texto!
      No presente momento estamos aguardando o MEC soltar uma nova proposta que foi reformulada com ajuda de um numero maior de historiadores. Vamos aguardar pra ver como vai ficar...
      Penso que os recursos que citei são um bom caminho para levar os alunos perceberem que o volume desses “produtos midiáticos” inspirados nos contextos históricos da Antiguidade e do Medieval já é um bom começo, tendo em vista que essa é uma linguagem que ele compreende. Enfatizo que todos esses recursos devem ser aproveitados em sala de aula e não desprezados.
      Saudações!
      Max L. M. Pina

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  33. Este comentário foi removido pelo autor.

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  34. Minha pergunta é mais voltada ao publico desses livros, filmes, séries de televisão e jogos eletrônicos, que estão fora das salas de aula, levando em consideração que essas pessoas não vão ter acesso ao ensinamento em relação aos erros e acertos históricos desses materiais, me questiono se de alguma forma é possível reverter às ideias erradas que são passadas, você acha que isso é possível? Se sim, de que maneiras?

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    1. Olá Larissa Faesser,
      Obrigado por ler meu texto!
      A única forma de sanar informações erradas é através do conhecimento. Acredito que esse conhecimento pode sim "libertar" o homem... me lembrei do texto de Platão sobre a "Alegoria da caverna", onde ele narra que o conhecimento em forma de Filosofia despertava pessoas que há muito tempo estavam presas... O problema é como fazer as pessoas quererem o conhecimento? No mito de Platão, fica evidente que o conhecimento traz dor, isso me leva a entender que estudar, investigar e buscar a informação correta demanda um esforço da nossa parte, todavia, muitos preferem a escuridão da caverna, pois a luz do sol é forte e quente e incomoda...
      Saudações!
      Max L. M. Pina

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  35. Acredito sim que todos os conteúdos da história são importantes para que possamos compreender a nossa história enquanto Brasil, contudo, como já foi dito, não há como ministrarmos todos os conteúdos, pensando na inviabilidade de abranger toda história da humanidade dentro das disciplinas, você não acredita que para brasileiros é essencial estudarmos História do Brasil? O problema não esta em falar sobre história da Europa, mas que muitos de nossos colegas entendem que esse é o foco e vêm a história do nosso país como mero contexto para o restante.

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    1. Prezada Prof. Gleiciane,
      Obrigado por seu comentaria e sua indagação!
      Eu não consigo ver as coisas dessa forma como você abordou. Sou professor de Antiga, Medieval e Estágio Supervisionado no curso de Licenciatura em História, da Universidade Estadual de Goiás, Campus Porangatu. No entanto, as muitas aulas que observo dos meus alunos enquanto estagiários são de História do Brasil, e assim como eu, vários colegas de trabalho compreendem que todos os períodos históricos são importantes, como todas as Histórias são (me refiro a ideia de que na atualidade tudo pode se tornar conhecimento histórica). O que está em jogo não é o fato de uns preferirem determinado período em detrimento do outro, mas a defesa que fazemos pela não eliminação total dos conteúdos da Antiguidade e do medievo do currículo, pois isso acarretaria dificuldades na compreensão da própria História do Brasil, já que muitos elementos existentes em nosso país são ocidentais.
      Saudações!
      Max L. M. Pina

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    2. Nesse caso concordo com você, não devemos eliminar nem de um lado nem de outro lado. Acredito que temos uma vertente, nacionalista, por assim dizer, muito forte nos cursos de história pelo Brasil, mas infelizmente ainda vejo colegas na escola que possuem uma visão eurocêntrica da história e é nesse momento que destaco seu comentário, a história antiga e medieval são importantes pra contextualizar a história do Brasil e não pra engolir como vejo todos os anos acontecendo nos PTDs de história, principalmente na escola pública.

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  36. Parabenizo pela bela colocação, dou aulas a apenas três anos e percebo que meus alunos adoram o medievo, esses livros, jogos e filmes só tem a acrescentar,basta que se faça a colocação correta.

    att Sonia Arsenia Navarro Cernohovsky

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    1. Olá professora Sônia,
      Obrigado pela leitura e também por suas colocações.
      Max L. M. Pina

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  37. Prezado Max...
    Boa noite.
    Que texto excelente e como apresentou a importância do período Medieval de uma forma pop.Totalmente antenado com a cultura pop tao importante para os jovens alunos e diga se de passagem para muitos e muitos adultos.
    Sendo assim ,a importância do período Antigo e Medieval são indiscutíveis,de fato,base para tudo o mais que viemos a aprender ou ensinar sobre Historia.
    Estou no primeiro ano de Historia e já tive Medieval I e foi somente agora que comecei a entender o nascimento da Europa.
    Como privar alunos de conhecer tão período histórico?
    Perdoe me ,mas isso é uma insanidade.
    Qual a opinião do professor sobre subdividir os mundos em indios,asiaticos,americos e outros e nãose colocar um ponto em comum entre esses "mundos" dentro de um período histórico,sem uma correlação temporal?
    Muitissimo obrigado,
    Wander Alexandre Araújo Miranda
    Muito obri

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  38. Olá Wander,
    Grato por sua leitura e por suas palavras de concordância!
    É difícil para nós compreendermos um ensino que elimina a alma de nossa ciência que é o tempo. Um ensino de História pautado num multiculturalismo que está entrelaçado entre africanidades, índios e americanos excluindo o europeu e também a temporalidade... Não consigo abrir minha mente para aceitar essa forma de ensino. Mesmo que neguem, somos ocidentais, mesmo que alguns não gostem, nossa história ainda é ocidental, nossas leis, nossa forma de organização social, nossa democracia, etc, tudo isso é um reflexo da cultura do ocidente.
    Max L. M. Pina

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  39. Trabalhar com o período medieval é também mexer com o imaginário de nossos alunos tal como os medievais acreditavam ser o seu mundo, nesse sentido, filmes do tipo "como treinar seu dragão", dentre tantos outros exemplos, são fundamentais para alimentar esse imaginário e despertar o interesse dos alunos por uma época que, ao contrário da historiografia tradicional, foi muita rica. Sendo assim, quais dinâmicas em grupo o professor de história pode trabalhar para despertar esse imaginário? É interessante utilizar o teatro para fomentar o interesse pela história medieval? - João Gilberto Solano.

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    1. Olá João Gilberto Solano,
      Obrigado pela pergunta!
      A dinâmica ou a didática de cada professor é uma coisa muito particular. Quando se trata de "dinâmica em grupo", acho um ideia ótima principalmente quando ela consegue envolver todos os alunos, todavia, nem todo professor possui habilidades para trabalhar com esse recurso, por isso, fica difícil eleger apenas uma. Você citou o teatro, esse recurso é fantástico, mas como disse antes, nem todo professor possui condições para desenvolver tais técnicas em suas aulas, mas quando ele domina essas possibilidades não vejo como não utilizá-las como recursos para despertar e ampliar a imaginação ou quem sabe o imaginário.
      Saudações!
      Max L. M. Pina

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  40. Caroline pasquotto garcia nascimento11 de março de 2016 às 06:05

    Meu questionamento não é somente em relação aos conteudos programados,mas a perda de uma consciência cidadã,política,ética e social também fundamentada no estudo e conhecimento da história clássica.Como lidaremos com isso no futuro?E como ensinar aos alunos filosofia,sociologia e até religião sem esses conhecimentos? Sem falar nas Artes?

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    1. Olá Caroline,
      Valeu pelas indagações...
      Eu também tenho feito esses mesmos questionamentos. Tento imaginar como ficará a situação dos professores que ministram essas disciplinas/áreas que você citou. Não consigo encontrar uma resposta que possa resolver tal situação, se o texto atual da BNCC não for alterado.
      Saudações!
      Max L. M. Pina

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  41. O crescente número de séries, filmes e jogos na área medieval mostra o grande interesse dos jovens e adultos para essa temática, como dito no texto. A minha questão vai em torno desse ponto: o conhecimento que é passado para as pessoas em relação a esse período histórico. Os jogos e filmes são ótimas formas de chamar a atenção das pessoas para uma questão mais abrangente: a construção da realidade. É a partir deles que é possível desconstruir a visão das pessoas a respeito de um tema, buscando, como dito no texto, mostrar a ideia mais adequada – e mais aceita - acerca daquele assunto. A partir disso, a retirada dos conteúdos de Antiga e Medieval afetam, para além da História desses períodos propriamente dita, um mecanismo de reflexão crítica a respeito da realidade. Não seria o caso, aqui, de pensar em uma reestruturação curricular que mantenha esses estudos de um outro ponto de vista? Ou a redução parcial de mais de um período para que todos ainda se encaixassem em uma estrutura temática de ensino, em oposição à linear – muito presente ainda hoje -?

    Fábio Maia Pereira de Jesus

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    1. Olá Fábio Maia,
      Obrigado pelos questionamentos!
      É justamento isso que a BNCC está fazendo, reestruturando o currículo de História, acrescentando e retirando. Todavia, essa proposta também exclui a linearidade pois a temporalidade foi posta de lado. Considero isso um absurdo, pois o que é História se não "tempo". Nossa disciplina não é Sociologia e nem Antropologia, essas questões são temáticas dessas áreas. A essência da História é o tempo, retira-lhe isso e ela morre...
      Max L. M. Pina

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  42. Parabéns pelo texto, compartilho das suas ideias. Quanto a este universo fantasioso que paira sobre a Idade Média, acredito que seja um fator de atração para que os alunos despertem a curiosidade do conhecimento. Como você pensa que deve ser trabalhado este universo, sem reforçar alguns dos estigmas que permeiam o senso comum sobre a Idade Média? Grato desde já pela atenção.

    João Pedro Basso - USC

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    1. Olá João Pedro Basso,
      Em minha opinião todos esses recursos devem ser explorados pelo professor em sala de aula. Nesse caso, pode-se partir da desconstrução dos estereótipos que estão presentes nos "produtos" midiáticos ou literários. O problema não é está nos recursos didáticos que utilizamos, mas na forma como fazemos uso deles em nossas aulas. Continuo insistindo na necessidade de problematizá-los e contextualizá-los para um melhor aproveitamento.
      Saudações!
      Max L. M. Pina

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  43. Olá, bom dia.
    Primeiramente parabéns pelo texto, acredito que seria um erro de enormes proporções a retirada da História Antiga e da História Medieval do currículo base, porque como os estudantes compreenderiam a permanência e a mudança de instituições medievais, assim como das relações de cunho senhorial? Da mesma forma, eu acredito que Colombo quando pisou em território americano ainda era um homem medieval, suas práticas e mentalidade não mudariam por causa de um recorte temporal estabelecido, institucionalizado posteriormente.
    A minha pergunta é como o senhor acredita que poderíamos aproximar os estudantes de ensino básico da realidade medieval, não apenas da fantasia baseada no medievo ?

    Obrigada,
    Amanda Cruz

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    1. Olá Amanda Cruz,
      Obrigado por ler meu texto!
      Acredito que a melhor maneira de aproximar os nossos alunos da realidade medieval é fazendo uma relação dos conteúdos históricos com a "vida prática". Insisto na ideia de que existem elementos na cultura regional brasileira que podem ser aproveitados no ensino da nossa disciplina.
      Saudações!
      Max L. M. Pina

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  44. Bom dia!
    Excelente texto! É muito interessante a proposta de utilizar esses recursos como forma de estudo da Idade Média. Afinal, quem nunca ouviu falar de "Game of Thrones" ou "Once Upon a Time" ou tantos outros já citados aí? Mas eu gostaria de saber de que maneira o senhor nos aconselha utilizarmos estes recursos em sala de aula visando o imaginário já criado em cada aluno e a realidade conhecida?
    Rebeca de Melo Araújo

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  45. Olá Rebeca de Melo Araújo,
    Obrigado pela pergunta!
    A imaginação é algo fantástico que nós temos e acho que ela deve ser estimulada sempre, todavia, existe outro lada, a realidade onde as coisas de fato acontecem. Por isso, essa imaginação deve ser aproveitada em sala de aula, para que haja a construção de uma consciência histórica que sirva para criar na vida de cada indivíduo, uma perspectiva de futuro que lhe permita viver com dignidade diante de todas as situações reais que somos submetidos cotidianamente...
    Saudações!
    Max L. M. Pina

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  46. Olá boa tarde,
    Primeiramente gostaria de lhe parabenizar pelo seu trabalho;
    Eu sou graduando em história estou no ultimo ano, acredito não ser necessário uma total reformulação mas sim uma seleção do que abordar dentro de cada uma destas "fases" da história, a minha pergunta é, você acredita que uma articulação entre a ficção e a realidade ajudaria os professores a manterem os alunos interessados na aula? e isso traria maior compreensão sobre tais assuntos?

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    1. Olá Luiz Gustavo,
      Obrigado por ler meu texto!
      Sim, acredito que a ficção é uma aliada, desde que ela sirva como ponto de partida para se alcançar o conhecimento histórico. Não tenho dúvidas de que a ficção ajuda a despertar o interesse dos alunos. Agora, a situação seria como transformar isso na compreensão dos assuntos históricos? Volto ao que tenho defendido aqui neste espaço desde o primeiro diálogo, temos que problematizar e contextualizar aquilo que é cotidiano e está relacionado a vida prática dos alunos que está permeado de História. Não projetar o filme pelo filme, sem desconstruí-lo ou reconstruí-lo com o devido cuidado. Acho que a vida seria muita chata se não existisse a ficção...
      Saudações!
      Max L. M. Pina

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  47. Boa tarde.
    Primeiro eu gostaria de parabenizá-lo pelo trabalho. Particularmente, vejo com muito medo o que poderá ser dos anos seguintes sem a disciplina de Medieval e Antiga. Bom, minha questão é a seguinte: Na maioria dos filmes e séries que usam o medievo como cenário base, o carater religioso e a 'onipotência' da Igreja é velada, isso quando é inexistente. Eu gostaria de saber se você tem alguma teoria a cerca do porque e gostaria de saber o quão prejudicial esse 'desconhecimento' a cerca do poder e da presença da Igreja pode ser se as matérias forem mesmo retiradas da grade.

    - Alessandra de Oliveira Ribeiro.

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  48. Prezada Alessandra de Oliveira Ribeiro,
    Obrigado por ler meu texto e também por suas observações!
    Muito interessante seu ponto de vista, já que eu não havia percebido que na maioria dos produtos midiáticos inspirados nas medievalidades a imagem da Igreja não está presente. Não sei ao certo os motivos que levam a indústria cultural a fazer isso, mas é uma boa dica para pesquisas futuras. Não vou aqui apresentar nenhuma teoria da conspiração a respeito, já que existem várias.
    Mas essa ausência acarreta nos nossos estudantes uma dificuldade em compreender os motivos da presença religiosa ainda na pós-modernidade, já que a previsão de vários intelectuais não se concretizou com fim da religião como muitos acreditavam, pelo contrário ela a cada dia se multiplica.
    Saudações!
    Max L. M. Pina

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