ENSINAR HISTÓRIA ANOS INICIAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL: DESAFIOS NA FORMAÇÃO DO PEDAGOGO
Andréa Giordanna Araujo da Silva
Andréa Giordanna Araujo da Silva
Introdução
O construto apresenta os resultados da pesquisa sobre a formação do professor-pedagogo que leciona história nos anos iniciais do ensino fundamental e do trabalho de elaboração de arquétipos de programas curriculares para o ensino de história. Considerando as diretrizes oficiais para o ensino da disciplina no Brasil e as demandas sociais e culturais das escolas públicas e privadas da região metropolitana de Maceió, o estudo foi desenvolvido no período de 2012 a 2013 e teve como coautores os estudantes do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).
Logo, como referência
oficial, para o desenvolvimento das atividades de pesquisa e para a elaboração
dos arquétipos curriculares, utilizou-se os seguintes documentos: Lei nº
11.645/03, Lei nº11. 645/08 e Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino
de História (nos anos iniciais do Ensino Fundamental).
Na elaboração dos
programas curriculares "experimentais" consideraram-se, ainda, como
subsídios teóricos, metodológicos e práticos, os saberes e práticas apreendidos
pelos graduandos nas disciplinas de "Educação e Diversidade Étnico-Racial",
"Tópicos de História da Educação em Alagoas" e "Estágio
Supervisionado", que se caracterizam como vivências concomitantes ou
estudos anteriores às práticas das disciplinas Saberes e Metodologias do Ensino
de História I e II, em que estavam matriculados os estudantes de Pedagogia
participantes da pesquisa, que também já atuavam como professores (ou
estagiários) em escolas públicas e privadas.
Como o estudo teórico e a criação apresentaram-se como atos associados, a pesquisa seguiu três movimentos: primeiro realizou-se o estudo de textos acadêmicos que tratavam da constituição da História como disciplinar escolar no Brasil, das correntes historiográficas e pedagógicas que têm influenciado o ensino de história na Educação Básica e das especificidades do conhecimento histórico escolar. Por conseguinte, realizou-se a análise das propostas de ensino de história expressas nos projetos políticos pedagógicos das instituições de ensino em que os estudantes atuavam como professores ou em que estavam realizando o estágio supervisionado, e, também, a análise de coleções de livros didáticos e de "Sistemas de Ensino", que funcionavam como se fossem o currículo escolar. E no último momento, a partir da criação de grupos de estudo, discussão e produção, os estudantes elaboram protótipos de programas curriculares para o ensino de história, nos cinco primeiros anos do Ensino Fundamental, considerando a realidade sociocultural das comunidades escolares em que atuavam como professores ou estagiários.
Ao contrário de ser um modelo-padrão ou uma prescrição para as escolas, a elaboração do arquétipo curricular teve por objetivo propiciar ao graduando participar (mesmo que de forma simulada) do processo de discussão, aprofundamento e confronto teórico e político necessário a elaboração das práticas pedagógicas no interior das escolas.
É importante salientar que no campo da Pedagogia, o trabalho do professor configura-se como uma atuação de caráter polivalente, na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Logo, para esse profissional em formação, as disciplinas que tratam de questões metodológicas e didáticas são fundamentos indispensáveis à realização das práticas didático-pedagógicas nos diferentes campos disciplinares (língua portuguesa, matemática, ciências, história, geografia, arte e, em alguns casos, educação física), especialmente durante a realização das atividades de estágio. Por conseguinte, o estudo partilhado e as experiências de pesquisa de campo, voltadas à identificação e compreensão das práticas e problemáticas que corporificam o ensino da História, possibilitam ao futuro pedagogo analisar, refletir e intervir na constituição dos conhecimentos escolares.
Porém, a forma como a produção do conhecimento histórico escolar é tratada tem forte influência sobre a atuação do Pedagogo no interior das escolas. Assim, existem duas formas de apreciação do conhecimento histórico escolar. A primeira seria observá-lo como a simplificação e vulgarização do conhecimento histórico acadêmico e a segunda seria caracterizá-lo como uma produção cultural (campo de conhecimento) autônoma e específica (FONSECA, 2004; BITTENCOURT, 2009).
Segundo a primeira
vertente explicativa, o corpo de saberes constitutivos da disciplina de
História, integrante do currículo escolar, seria resultante de uma transposição
didática. Ou seja, o conhecimento histórico escolar seria um tipo de
reestruturação dos saberes científicos, mediada por instrumentos
didáticos. Essa percepção do conhecimento disciplinar posiciona a escola
como receptora e reprodutora passiva de conhecimentos externos (científicos).
Tal prepositiva serve de respaldo teórico e metodológico para configuração de
programas curriculares elaborados por especialistas e legitima a hierarquização
de funções e poderes no campo educacional. Sendo assim, os professores
universitários são apresentados como pesquisadores, produtores de conhecimento,
e como grupo sócio-político e intelectual qualificado para definir os rumos da
escola. Já o corpo docente da Educação Básica estaria condicionado à categoria
de reprodutores de saberes e executores de tarefas didático-pedagógicas
(aplicadores de métodos e técnicas de ensino).
A percepção do
professor como receptor, reprodutor e executor de tarefas se agrava na
constituição das propostas curriculares para os anos iniciais do Ensino
Fundamental (e na educação Infantil). Como os professores polivalentes não
participarem de um processo de formação específica, por campo disciplinar, suas
capacidades de vivenciar, de forma qualitativa, os saberes do campo da História
é apresentada como limitada (BITTENCOURT, 2009). Tal constatação acaba por
legitimar as intervenções realizadas por especialistas (e editoras) na
constituição dos currículos escolares, sem a participação efetiva do conjunto
de profissionais que trabalham diretamente com as crianças. Por conseguinte, as
intervenções e orientações técnicas, efetivadas por especialistas, acabam
servindo como instrumentos silenciadores de um problema maior: a falta de
qualidade da formação inicial dos professores polivalentes para o trabalho com
saberes e práticas de diversos campos disciplinares. A interferência de
especialista na composição do currículo atenua, ou silencia, as discussões
conflituosas em torno da formação sociocultural, intelectiva, ético e política
dos professores polivalentes a ser ofertada nas universidades.
A segunda tendência
explicativa apresenta o conhecimento histórico escolar como uma produção
cultural autônoma e específica. Ou seja, as disciplinas escolares "não são
nem uma vulgarização nem uma adaptação das ciências de referência, mas um
produto específico da escola, que põe em evidência o caráter eminentemente
criativo do sistema escolar." (JULIA, 2001, p. 33). A ação docente é um ato
coletivo delineado por contribuições culturais, históricas, econômicas,
políticas e pedagógicas. Como um microssistema, funcionando dentro de um
macrossistema (a sociedade), a escola se estrutura por uma rede tensionada de
relações que originam a negociação de objetivos, sentidos e significados entre
os sujeitos da escolar e os dispositivos oficiais (diretrizes curriculares
oficiais).
Por conseguinte, mais
que uma simplificação ou reprodução, os conteúdos e práticas constitutivos do
conhecimento histórico escolar são recriações de sentidos e de significados,
mediadas pelo mundo físico (natural) e social (cultural) em que se inserem
alunos e professores. Assim, os conhecimentos disciplinares escolares se
distanciam do currículo prescrito (oficial) e dos conhecimentos acadêmicos
(ciências de referência) porque sofrem a interferência dos objetivos,
necessidades, interesses e posicionamentos políticos da comunidade escolar.
Destarte, as propostas
curriculares prescritas constituem-se pela idealização de um tipo específico de
professor e de escola (BITTENCOURT, 2009), logo não abarca a pluralidade de
contextos socioprodutivos, culturais e étnicos da sociedade. Ainda, temáticas e
práticas normatizadas, usualmente, tomam como referência a existência e atuação
de um corpo docente com habilidades intelectivas e investigativas que não
correspondem ao tipo de instrumentalização recebida nos espaços de formação de
professores de História, tão pouco dos pedagogos.
Assim, a História se
torna conhecimento histórico escolar após passar por dois filtros
político-culturais: um acadêmico, onde se constitui como parte do acervo
cultural a ser transmitir de forma oficial e sistemática, e o outro
circunscrito pelo contexto e demandas formativas das instituições de ensino.
Nessa via de
argumentação, observa-se que o conhecimento disciplinar escolar resulta de duas
formas de intervenção político-pedagógica imprimida ao conhecimento acadêmico:
uma oficial e outra local. A primeira corresponde à mediação didática efetivada
aos conhecimentos acadêmicos, por dispositivos oficiais e pedagógicos, para que
eles se tornem ensináveis e consensuais às diretrizes oficiais. A interferência
local corresponde as reelaborações efetivadas coletivamente na organização do
programa curricular escolar e nas práticas de sala de aula. Seleções e
recriações que negam, silenciam, omitem e/ou substituem os conhecimentos e
práticas estruturantes dos currículos prescritos. São esses movimentos que
fazem do currículo de História um espaço flexível e de possibilidades, e que se
transforma de acordo com os contextos socioculturais.
É importante
esclarecer que, embora, o conhecimento histórico acadêmico e o conhecimento
histórico escolar apresentem características específicas e funções sociais
distintas, ambos têm o seu valor social e político definido por seu caráter
científico. Tal condição independe da corrente historiográfica a que vincula o
saber produzido e disseminado. Pois a escola (que oferta o ensino básica ou
superior) caracteriza-se como um canal objetivado de acesso ao conhecimento
científico.
Neste sentido, o papel
da escola é garantir o acesso ao conhecimento sistematicamente produzido
utilizando-se de processos metodológicos e instrumentos didáticos que provoquem
discussão, análise, crítica, reflexão e criação. Logo, é fundamental que os
professores tenham conhecimentos teóricos sobre as diferentes correntes
historiográficas e abordagens pedagógicas (AZEVEDO; STAMATTO, 2010), a fim de
realizar o trabalho de seleção de conteúdos e das metodológicas de forma
articulada e coerente com o objetivo formativo geral da escola: tipo de sujeito
que se deseja formar. Pois a definição do tipo de formação a ser ofertada pela
escola está diretamente ligada ao tipo de projeto societário que a escola
acolhe como ideal político, econômico e cultural.
É esse ideal que
funciona como elemento indicativo dos critérios a serem definidos na seleção
dos conteúdos e dos procedimentos de ensino. Por isso, na produção
(simulada) do programa curricular, desenvolvido com graduandos do Curso de
Pedagogia, algumas ações foram imperativas:
*Conhecer, interagir e dialogar com os sujeitos da unidade de ensino (professores, alunos, diretor, coordenadores, cozinheiras e secretários) e com comunidade em que se inserir a escola, para "inventariar" e classificar a ordem de prioridades das demandas, necessidade e interesses formativos da comunidade escolar;
*Definir que tipo de sociedade se desejava construir e como a escola poderia colaborar com esse ideal futuro, atuando no presente imediato dos estudantes;
*Estudar em profundidade as correntes historiográficas, as teorias pedagógicas e os saberes históricos definidos nos documentos oficiais como necessário a formação das crianças, a fim de realizar relações objetivas entre os ideais formativos da instituição de ensino e os conteúdos a serem selecionados como objeto de ensino e as práticas didáticas a serem desenvolvidas.
Considerações Finais
Ao selecionar
conteúdos conectados com as relações socioculturais vividas pelos educandos e
criar práticas pedagógicas que buscam o desenvolvimento da "compreensão da
realidade mais racional e argumentativa, permanentemente submetida à reflexão a
ao debate" (SANTOMÉ, 2013, p.11), os graduandos ampliam suas habilidades
técnicas e passam a refletir de forma mais sistemática sobre os interesses
políticos e valores sociais fundamentais ao trabalho docente.
Referências
ABUD, Kátia; SILVA, André; ALVES, Robaldo. Ensino de história. São Paulo: Cengage Learning, 2010.
Referências
ABUD, Kátia; SILVA, André; ALVES, Robaldo. Ensino de história. São Paulo: Cengage Learning, 2010.
AZEVEDO, Crislane;
STAMATTO, Maria Inês. Teoria historiográfica e prática pedagógica: as correntes
de pensamento que influenciaram o ensino de história no Brasil. Antíteses, vol. 3, n. 6, jul.-dez. de
2010, p. 703-728.
BITTENCOURT, Circe. Ensino de História: fundamentos e métodos.
3. ed. São Paulo: Cortez, 2009.
BRASIL. Lei nº10.639, de 9 de janeiro de 2003.
Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes
e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de
Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura
Afro-Brasileira", e dá outras providências.
BRASIL. Lei nº 11.645, de 10 março de 2008.
Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei nº
10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a
obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira e
Indígena".
BRASIL. Secretaria de
Educação Fundamental. Parâmetros
Curriculares Nacionais: história e geografia. Brasília: MEC/SEF, 1997.
FONSECA, Thais Nívia. História e ensino de história. Belo
Horizonte: Autêntica, 2004.
JULIA, Dominique. A
cultura escolar como objeto histórico. Revista
Brasileira de História da Educação, n.1 jan./jun. 2001.
SAMTOMÉ, Jurjo. Currículo e justiça social: o cavalo de Tróia
da educação. Porto Alegre: Penso, 2013.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá! Sou formada em História e graduanda no 4º semestre em Pedagogia. Especialista em Ensino de História, pela UECE. Mestranda em Educação pela mesma universidade. A pesquisa de vocês está bem pautada, no que concerne o Ensino de História nos anos iniciais. O currículo dos cursos de Pedagogia geralmente abordam as Metodologias de Ensino, porém acharia muito interessante, se houvesse pelo menos disciplinas de História Local e/ou Regional. O que acham?
ResponderExcluirAtt.,
Évila Cristina Vasconcelos de Sá.
Bom Dia,
ExcluirAlgumas instituições, como a Universidade Federal de Alagoas, ofertam a disciplina de História Local (História de Alagoas) como disciplina eletiva. Isso possibilita ampliar a formação ao longo do curso. De qualquer forma, é necessário que os estudantes de Pedagogia ( e das outras licenciaturas) sejam estimulados a vivenciarem as disciplinas e práticas de outras licenciaturas. É importante que os próprios graduandos identifiquem os saberes que mais necessitam ou tem interesse em aprofundar.
Cordialmente,
Andréa Giordanna Araujo.
Olá,
ResponderExcluirSou formado em História e Pedagogia, e mestrando pelo Centro Universitário Moura Lacerda - RP/SP.
O Ensino de História tem um carga horária ínfima no curso de Pedagogia, e ainda existem cursos que o Ensino de História e Geografia são juntas, isso deve ocasionar uma defasagem de ensino na opinião de vocês? Como trabalharam a questão da construção da identidade o sujeito com os alunos do 5ºano? E quais seriam as melhores temáticas a serem trabalhadas na opinião de vocês?
Att,
Ramires Santos Teodoro de Carvalho
Bom Dia,
ExcluirA LDBN (LEI Nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996), os Temas Transversais , os Parâmetros Curriculares Nacionais e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana são documentos nacionais que apontam conteúdos políticos e sociais que podem ser tratados com as crianças. Porém, o ensino de história é uma atividade social e contextual, logo ensinar História numa comunidade indígena, quilombola, numa sala do MST ou num bairro periférico de uma metrópole deve ser uma decisão política e pedagógica que considera as demandas (Humanas) dos sujeitos de cada contexto.
Cordialmente,
Andréa Giordanna Araujo.
Boa noite! Sou formada em Enfermagem e atualmente curso o 5º semestre de Pedagogia.
ResponderExcluirGostaria de saber de que forma você acredita que seja possível que o professor polivalente (pedagogogo) trabalhe a disciplina de História de forma contextualizada, deixando de ser um reprodutor de saber ou executor de tarefas didático-pedagógicas com a mínima formação a que foi submetido?
Simone Emy Strombeck
Bom Dia,
ExcluirUma problemática para o ensino de história nos anos iniciais do Ensino Fundamental é o fato dos professores não participarem efetivamente da criação do currículo na escola (a proposta pedagógica da disciplina). Isso reduz a possibilidade de criação de saberes e de práticas necessários ao contexto de trabalho e não estimula a continuidade dos estudos dos conhecimentos campo da história. A formação inicial deveria ser tratada como formação inicial e isso, normalmente, não ocorre. Na maior parte dos casos, o professor acredita que porque vivenciou um ou duas disciplinas na graduação está em condições de ministrar aulas de HISTÓRIA. A graduação pode funcionar como um sumário do que deve ser estudada pelos futuros professores tanto para ingressar, mas, principalmente, para permanecer na carreira profissional. Por isso, é tão importante o estudo partilhado e realizado no próprio local de trabalho dos saberes selecionados para serem conteúdos e práticas que devem ser vivenciados no ano letivo. O começo do ano letivo também deve ser um novo ano de estudo para os professores.
Cordialmente,
Andréa Giordanna Araujo.
Olá!
ResponderExcluirTemos pedagogos com uma formação mínima na disciplina de História e um currículo presente nas escolas que tem se distanciado cada vez mais das práticas pedagógicas. Além da realidade que cada aluno carrega consigo e da escola que tenta garantir o acesso ao conhecimento sistematizado.
Mediante essas questões qual seria o caminho para despertar esta disciplina de forma positiva nos alunos (principalmente nos primeiros anos do Ensino Fundamental)?
Quais temas abordar primeiramente e como trabalhar com eles de forma dinâmica e lúdica?
Att
Larissa Fernandes Trifanovas
Bom Dia,
ExcluirTalvez a primeira pergunta que a escola deva fazer a si mesma é"Porque os nossos estudantes devem estudar história?" Nas pesquisas que tenho realizado essa é uma questão que gera muitas discussões e também muitas dificuldades para produção da resposta. Estamos numa Estado formalmente democrático, republicano, numa sociedade pluriétnica, latino-americana, com sociedades indígenas que lutam por sua autonomia política, econômica e cultural, ciganos que lutam para continuarem suas trajetórias, quilombolas que buscam o seu reconhecimento étnico No final das contas: Somos uma maioria de não indígenas, não ciganos, não quilombolas. O que somos em fim? Outra pergunta para escolas, que podemos nos esforçar para responder ao longo dos anos letivos da Educação Básica.
Cordialmente,
Andréa Giordanna Araujo
Olá,
ResponderExcluirSou a Meyre e estou cursando o 5ºsemestre em pedagogia na FMU-SP.
Se o professor é citado como receptor, reprodutor e executor de tarefas, como mudar isso? Se a escola propõe um tempo para que o mesmo possa aplicar o conteúdo e cada aluno tem o seu tempo para aprender.
E como mudar isso sem se distanciar do currículo prescrito pela instituição escolar?
Att.
Meyre Anne Trindade Nascimento.
A autonomia política e pedagógica das escolas está “prescrita” na LDBN (LEI Nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996). A mesma lei também demanda que as escolas, ou sejam seus professores, alunos , gestores , comunidades ...., defina os conteúdos e práticas pedagógicas que irá desenvolver ao longo do ano letivo. Logo, o problema maior que temos, na maioria dos casos, no interior das escolas, é a ausência da vivência de práticas democráticas como recursos de formação e de socialização entre os professores. Logo, lutar pela criação e vivência de experiências democráticas no interior das escolas é o fazer nosso de cada dia. As formações continuadas para gestores e professores já têm apresenta alguns avanços neste sentido.
ExcluirCordialmente,
Andréa Giordanna Araujo
Olá, sou Maria Gabriela Ladeira Ribeiro, estudante do 5°semestre de Pedagogia (período noturno), da FMU-SP.
ResponderExcluirA leitura do artigo desperta inúmeras questões e muitas delas parecem dizer respeito ao papel do professor polivalente em sala de aula, que deveria ser o grande responsável por tornar o ensino da história atraente, contextualizado, significativo para os alunos. Como exigir de um professor com formação rasa, que não teve oportunidade mínima de aprofundamento em seu curso de formação, uma atuação mais profunda e envolvente, que vá além da mera reprodução dos conteúdos disponíveis nos materiais didáticos? A grande raiz da questão parece estar também no ensino que é oferecido nas universidades, muitas vezes compactos demaiS e superficiais demais, presos apenas a metodologias.
Maria Gabriela Ladeira Ribeiro
5° semestre Pedagogia noturno- FMU -SP
Bom Dia
ExcluirDe fato, fomos muito estimulados a acreditar que uma “boa metodologia” é sinônimo de aprendizagem. Todavia, uma questão importante, e de ordem estrutural, que alimenta essa crença é o fato dos graduandos ingressam na profissão, antes de concluir o curso, por necessidades financeiras ou interesses pessoais, em estágios não obrigatórios ou mesmo como professores contratados. Isso demanda para o licenciado a necessidade do “Saber Fazer” e acaba pressionando o trabalho docente universitário e o currículo do curso de Pedagogia. Por isso, em alguns casos, temos uma formação teórica e conceitual limitada.
Cordialmente
Andréa Giordanna Araujo
Olá, Bom dia.
ResponderExcluirPodemos ver quando falamos da Disciplina de História para os alunos, muita vezes chega a ser sinônimo de "desespero", pois tiveram o primeiro contato com a disciplina de forma maçante e descontextualizada, através da cópia de textos enormes e temas que muitas vezes não fazem sentido. Levando em conta a diversidade que existe na sala de aula, de que forma podemos trabalhar para que esses alunos que já tiveram algum tipo de experiência "ruim" com a disciplina possa despertar interesse ?Quais metodologias podem ser aplicadas, levando em conta a realidade do aluno e da comunidade em que está inserido sem deixar de seguir o conteúdo que precisa ser trabalhado ? Talvez o problema não esteja somente no aluno mas na formação que esse professor está tendo, e no que está sendo ofertado em sua formação, não acham ?
Att.
Mariana da Franca Brasil (5° Semestre - Pedagogia)
Bom dia,
ResponderExcluirMeu nome é Juliane Robles e estou cursando o 5º semestre de Pedagogia na FMU, período noturno.
A leitura desse artigo me fez refletir sobre a maneira que o professor polivalente é preparado e quais os desafios enfrentados pelo mesmo. Considerando tal preparo, como esse profissional que fez um curso relativamente curto (no caso da minha turma 3 anos), mesmo realizando diversos trabalhos, participando de aulas on line e aulas fora do horário, além de realizar estágios obrigatórios e finalizar com o famoso trabalho de conclusão de curso , pode deixar de ser um reprodutor de saberes, agindo apenas como um “robô” nas mãos do sistema e se tornar a grande “estrela” durante o processo de ensino aprendizagem da disciplina de história, que é tão rica e repleta de ambientes a serem apreciados?
Bom dia, sempre me preocupo com os currículos de formação de professores, neste caso os de Pedagogos, que tem uma carga pequena sobre História na formação inicial, muitas vezes as obrigatoriedades como História e Cultura indígena e História da Africa e Cultura afrobrasileira sequer são mencionados. Tenho ministrado duas disciplinas em um curso de Pedagogia e a cada novo semestre veja a urgência em trabalhar a formação de forma interdisciplinar, pois são nossos pedagogos que fazem toda a base da formação histórica dos sujeitos em formação na escola. Mas, como trabalhar essa formação de forma mais ampla na formação de professores pedagogos para que possam atuar de forma multidiciplinar?
ResponderExcluirClarice Bianchezzi
Querida Andrea,
ResponderExcluirRefletir sobre o ensino de História nas séries inicias do Ensino Fundamental é fundamental na atual conjuntura. Apesar de todo o avanço nos materiais didáticos, na incorporação dos debates historiográficos; ainda esbarramos em um ensino de História voltado para datas cívicas e uma História decorativa. Que caminho percorrer para eliminar tal postura própria dos professores dessa fase inicial?
Agradeço sua atenção.
Ilana Peliciari rocha
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirBoa Tarde Ilana
ExcluirPenso que fomos educados para fazer e dizer a coisa CERTA sempre. Não sabemos o que fazer quando erramos. Por isso a tradição parece ser sempre um lugar seguro. “Todo mundo” parece saber o que a escola deve fazer, porém o certo e o errado são aspectos da realidade que se modificam a cada contexto social (e histórico).
A escola brasileira está situada num tempo e lugar histórico “novo” (diverso do passado), logo o nosso fazer pedagógico precisa ser uma ação inédita e por isso passível de erro. É necessário que os nossos professores (e escolas) sejam corajosos para experimentar OUTRAS práticas pedagógicas, que aprendam a identificar os avanços e limites na trajetória por eles criada, e a corrigir as falhas com novas criações. Não temos como buscar no passado uma referência única que nos ajude a lidar com as demandas formativas da realidade histórica atual. Assim, devemos nos profundar no estudo historiográfico e da História e ter coragem para criar (Errar, corrigir e continuar).
Cordialmente,
Andréa Giordanna Araujo.
A pesquisa realizada foi muito interessante no sentido de inserir o aluno em uma simulação para que ele passasse a pensar, na prática, as situações. Muito interessante! Gostaria de saber qual a opinião de vocês em relação à baixíssima carga horária dedicada à disciplina História na maior parte dos cursos do Brasil. Vocês acham que um estudo mais aprofundado das correntes historiográficas ajudaria nas escolhas politico-metodológicas dos professores na hora do ensino?
ResponderExcluirAss. Rafaella Franchin de Sousa
Boa noite Andréa, meu nome é Joelma sou do curso de Pedagogia do 5º semestre, quando você fala corpo de saberes constitutivos da disciplina de História, integrante do currículo escolar, seria resultante de uma transposição didática. O que seria este conhecimento histórico escolar mediada por instrumentos didáticos?
ResponderExcluirASS:
Joelma da Silva Oliveira
A dificuldade do pedagogo em aplicar uma aula de história é causada por uma formação curta e enxuta sobre tal tema. Quando se trata do Ensino fundamental, estamos falando de crianças que apesar de tudo querer sonhar. Como o professor poderá aplicar uma aula prazerosa e lúdica não deixando de seguir o material didático que é totalmente conteudista?
ResponderExcluirIngrid A. Bonfim de Oliveira - Pedagogia 5º semestre - FMU
Bom dia Andréa,
ResponderExcluirSou Pedagoga e estudante do 4º período do curso de história. Sempre busquei em minhas não ser esse mero "receptor, reprodutor e executor de tarefas", mas trazer questões sociais em que os alunos estivessem inseridos, trazer a história para a realidade deles. Porém, uma dificuldade enorme, principalmente dos professores multitarefados, que dão aulas de todas as disciplinas no Ensino Fundamental I, é o currículo escolar que nos engessa, o professor tem vários prazos distintos, e muitas vezes não consegue sair dessa mera reprodução dos conhecimento. Como lidar com esse tempo apertado, dando conta do currículo escolar, e ao mesmo tempo tornando aquela aula interessante para esse aluno?
Bruna Corvelo Rebouças de Souza - História 4º período
Boa Tarde Bruna,
ExcluirDe fato, a realidade estrutural das escolas e as condições de trabalhos do professor são grandes obstáculos ao trabalho pedagógico. Porém, talvez a pergunta mais importante seja "O quanto lecionar as aulas de História é importante para o Professor? Se não temos um objetivo muito claro sobre o que desejamos com a nossa prática social, os melhores recursos didáticos serão subutilizados. Sempre ouço que os melhores professores de histórias são aqueles que são bons narradores (que contam Histórias, experiências Humanas). Ou aqueles que falam sobre algo como se fosse parte de sua própria existência. Será que também não apresentamos conteúdos sem significado para nós mesmos? Como estimular alguém para vivenciar algo com atenção, e quem sabe prazer, se nós mesmos estamos politicamente distantes do que vamos abordar? Talvez a História precise primeiro fazer sentido para o Professor, e isso exige muito esforço, pois é preciso estudar com profundidade os saberes dos campos disciplinares. Isto também requer tempo. Assim, cada ano letivo precisar ser mais um ano para aprendemos mais, e estudar mais.
Cordialmente,
Andréa Giordanna.
O texto nos mostra como a matéria de história é transmitida aos alunos dos anos iniciais do ensino fundamental de forma concisa e parcial. Dentro desse contexto questiono: como podemos nós pedagogos ensinar a história para nossos alunos de uma forma prazerosa e ao mesmo tempo mais profundada?
ResponderExcluirAtt.
Elayne Priscilla de Freitas Tiritan
Pedagogia - 5º semestre - FMU
Boa Tarde.
ResponderExcluirLevando em conta que os livros e materiais didáticos fazem parte de um " sistema de ensino", com um modelo padrão a ser seguido em busca de atingir certos objetivos ou até mesmo tornar os alunos meros reprodutores, como o professor pode trabalhar com esses materiais de forma que vá além de tornar o aluno um reprodutor passivo ? Mas sim torná-lo reflexivo e participativo ?
Att. Alessandra Motta.
Olá. Percebo que a experiência de trabalho que realizaram contribui com a aproximação entre a história e a pedagogia no contexto de formação inicial. Há propostas de trabalho conjunto para os professores que atuam nos Anos Iniciais em processos de formação continuada? Como são estruturadas?
ResponderExcluirObrigada
Sueli de Fátima Dias
Boa tarde Sueli
ExcluirRealizamos levantamento das demandas formativas dos professores nas escolas, tratamos essas demandas como conteúdos e práticas a serem aprofundados na formação dos licenciados de Pedagogia e como ações pedagógicas a serem oferecidas as escolas, mediante a oferta de cursos de aperfeiçoamento e seminários temáticos.
Cordialmente,
Giordanna.
Meu caro parabéns pelo artigo.
ResponderExcluirGostaria de contribuir com o Simpósio solicitando que fosse incluída notas bibliográficas com os principais trabalho do autor, Instituição de vínculo, etc
MARCOS ANTONIO DE CARVALHO
Boa Tarde,
ExcluirAgradeço a gentileza.
De fato enviamos os dados, mas não foram publicados junto com o texto.
Cordialmente,
Andréa Giordanna Araujo da silva
O texto nos trás a reflexão do papel do pedagogo dentro da sala de aula, não só para a disciplina de História, mas em todas as outras que iremos ensinar, um grande desafio.
ResponderExcluirQuanto as dificuldades de ensinar história pela falta de conhecimento da disciplina, temos que pensar que também iremos ter dificuldades nas outras disciplinas,muitos de nós pedagogos, não somos formados em matemática, português, história, ciências entre outras, sempre tera algo a nos desafiar.
Será que não cabe a nós refletir que apesar dos materiais precários que nos são colocados a ensinar, o que irá fazer a diferença é o nosso conhecimento adquirido? É o nosso método de ensinar, as nossas estratégias, nossa forma de trabalhar em sala de aula, inclusive tudo que aprendemos na nossa formação em pedagogia?
Será que não precisamos acreditar nas nossas capacidades de atuar de forma diferente na educação?
PRISCILLA KELLEN GOMES DE ARAUJO
Bom dia!
ResponderExcluirSou estudante de pedagogia, e estou cursando o 5º semestre.
Quero saber sua opinião sobre os conteúdos abordados nos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino de História nos anos iniciais?
Att, Michelle Angelo da Silva Moura
Boa tarde, Andréa
ResponderExcluirSou estudante do 5º Sem. de Pedagogia (FMU), período noturno.Me chamo Kátia C. Ciccio.
Lendo o seu artigo, me veio à cabeça o período de meu estágio no Ensino Fundamental I, que realizei numa escola pública e que outrora já fora uma escola de referência no Estado de São Paulo.Nesse estágio, fiquei uma semana em casa série do referido ensino e pude constatar que além do despreparo de alguns professores, sua afirmativa que estes deveriam participar efetivamente da escolha dos conteúdos que deveriam ser ministrados em sala de aula, não só de história, mas de qualquer outra matéria, infelizmente não procede na prática. O que ocorre é uma política impositiva, direcionada ao que o poder público deseja.Que é tudo menos formar cidadãos reflexivos, formadores de opinião.Os professores são "marionetes" diante de um Sistema monopolizador e opressor.( Foi o que constatei nesse estágio).
No seu entendimento, de que maneira podemos, enquanto professores atuar no "verdadeiro" ensino da história e não naquelas que são impostas pelo Sistema ( através de editoras licitadas pelo governo e que apresentam conteúdos de forma superficial e incompleta )aos nossos alunos? Afinal, o ensino da História, principalmente nos Anos Iniciais é de sua importância, até para a construção da própria identidade do aluno.
Sabemos que enfrentamos um grande desafio como pedagogos perante o ensino de história nos anos iniciais do ensino fundamental, tal questão dá-se por vários fatores, dentre eles as demandas sociais, culturais e a desigualdade social. Partindo disso, qual seria a melhor estratégia para se relacionar conteúdos e práticas com objetivos, necessidades e posicionamentos políticos da comunidade com crianças que dentro de uma rede pública, às vezes, são consideradas tábulas rasas?
ResponderExcluirAtt, Kamila Roque (aluna de Pedagogia do 5º semestre da FMU)
O ensino da história propicia reflexão sobre o que somos hoje.
ResponderExcluirAnalisando pela escola pública, sabemos que o conteúdo que o governo determina como aprendizado é muito pouco, que se pararmos para pensar propõe pouca reflexão e da para ser trabalhado em muito menos de um ano. Como um professor de Pedagogia que dentro dessas disciplinas especificas so aprende metodologia de ensino saberá o melhor conteúdo de história para se trabalhar ?
Maisa Estrela de Oliveira
RA 5529581
5° semestre de Pedagogia
FMU
Boa noite Andréa Giordanna, gostei muito do seu texto, sou estudante do curso de história, mas já trabalhei com crianças na educação infantil, e gosto muito, já tive oportunidade de ler alguns textos de autores que defendem a ideia de que é possível ensinar história para crianças da educação infantil, embora seu texto não se foque na educação infantil, gostaria de saber qual sua opinião sobre o assunto, se é possível ensinar história para crianças pequenas? Se os professores formados em pedagogia estão preparados para ensinar história para estas crianças? Sabendo que professores formados em história não podem atuar com crianças na educação infantil e ensino fundamental I.
ResponderExcluirDesde já agradeço a atenção!
Diante de vários métodos para o ensino de História. Qual o melhor método que você recomenda para ser trabalhado na sala de aula nos anos iniciais ? Ou qual o melhor método que o pedagogo pode abordar?
ResponderExcluirAtt, Vitoria Ligia Silva Oliveira.
5° de Pedagogia FMU