Alan Raiol

ENSINO E DOSSIÊS: A CAVALARIA MEDIEVAL PARA SE VER E APRENDER

Alan Rogério Raiol Ferreira



As dificuldades de ensinar e aprender história
        
Ensinar e aprender História nunca foram tarefas fáceis no Brasil. Uma simples pesquisa sobre a trajetória da disciplina e de sua prática de ensino pode, tranquilamente, comprovar essa realidade. As raízes destas dificuldades estão fincadas no terreno preparado à época regencial sob forte influência do liberalismo francês, mais especificamente em 1838 com a inserção dos estudos históricos no então Ginásio Nacional. Mesmo com o surgimento da dita "Nova Historia" inaugurada pelos Annales na primeira metade do século XX, o ensino da disciplina sempre foi um campo de discussões teóricas, metodológicas e políticas acaloradas que dificultaram um consenso acerca do lugar social da história. "Um currículo de História é, sempre, um produto de escolhas, visões, interpretações, concepções de alguém ou de algum grupo que, em determinados espaços e tempos, detém o poder de dizer e fazer" (SILVA, FONSECA, 2010, p. 16). Mudanças realmente concretas, resultado das lutas de educadores durante a década de 1980, só puderam ser observadas a partir dos noventa com medidas que impactaram consideravelmente as percepções da história enquanto disciplina. Dentre elas, a aprovação das Leis de Diretrizes e Bases (LDB) em 1996 e a implantação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) em 1997 impulsionaram o reconhecimento da História como ferramenta importante à formação da identidade do indivíduo, da pluralidade nacional e do fortalecimento da democracia. Contudo, ainda é possível constatar um grande desinteresse dos aprendentes bem como um desafio aos professores que,

de um lado, reclamam de alunos passivos para o conhecimento, sem curiosidade, sem interesse, desatentos, que desafiam sua autoridade, sendo zombeteiros e irreverentes. Denunciam, também, o excesso e a complexidade dos conteúdos a ministrar nas aulas de História, os quais são abstratos e distantes do universo de significação das crianças e dos adolescentes, (CAIMI, 2007, p. 18)

de outro, os alunos
reivindicam um ensino mais significativo, articulado com sua experiência cotidiana, um professor “legal”, “amigo”, menos autoritário, que lhes exija menos esforço de memorização e que faça da aula um momento agradável. (CAIMI, 2007, p. 18).

É exatamente essa conjuntura que desperta os interesses de pesquisadores que buscam, cada vez mais, estratégias e metodologias que promovam uma experiência de aprendizagem da História de forma mais atraente e prazerosa. Por isso, procuramos expor a realidade da disciplina no ensino fundamental ajustando o foco especificamente para a Idade Média procurando desfazer estereótipos e apresentando-a como um período de importância intensa para todo o ocidente.

A importância da imagem no estudo da Idade Média
        
Desde a grande revolução documental promovida pelo Annales, ampliando as possibilidades de estudo do historiador, as imagens ganharam imensurável importância por sua contribuição na construção da história das mentalidades e da vida cotidiana entre outros domínios. “Não seria possível desenvolver pesquisas nesses campos reativamente novos se eles tivessem se limitado a fontes tradicionais, tais como documentos oficiais produzidos pelas administrações e preservado em seus arquivos” (BURKE, 2004, p.11). Os estudos sobre as sociedades da pré-história, bem como da Antiguidade, foram extremamente favorecidos com a aceitação das imagens enquanto evidência tais quais os documentos escritos. “Seria realmente difícil de escrever sobre a pré-história europeia, por exemplo, sem a evidência das pinturas das cavernas de Altamira e Lascaux, ao passo que a história do Egito antigo seria imensuravelmente mais pobre, sem o testemunho das pinturas nos túmulos” (BURKE, 2004, p. 12). As imagens, dessa forma, guardam informações úteis e são vestígios indiscutíveis do momento em que foram construídas, no nosso caso a Idade Média.

Neste período, a grande quantidade de iluminuras (pequenas imagens capitulares com frisos em ouro ou prata que decoravam as escrituras produzidas em conventos e mosteiros) e outras pinturas nos possibilitam construir iconograficamente e de forma mais compreensiva os pensamentos e costumes da época. Vejamos, por exemplo, como, em parte, o medievo relacionava o corpo humano ao macrocosmo universal representado nas ilustrações do homem zodiacal que constavam nos livros de medicina da Baixa Idade Média. Ou, a percepção construída durante a grande peste, quando não importava a classe social pois a morte igualava todos, comumente retratada nas pinturas do século XIV que ficaram conhecidas como “dança macabra”.

Outras expressões iconográficas foram relevantes para a obtenção de informações onde a grande parte da sociedade era analfabeta. A Batalha de Hastings, retratada na Tapeçaria Bayeux, foi reproduzida com detalhes importantes que contam de forma clara como aconteceu a conquista normanda da Inglaterra por Guilherme II da Normandia. Enfim, as imagens contribuíram significativamente para a compreensão mais cognoscível dos acontecimentos, conferindo-as valor irrefutável de vestígio histórico da humanidade, pois “nos permitem imaginar o passado de forma mais vívida” (BURKE, 2004, p. 17).

A metodologia da utilização dos dossiês

A busca pela tentativa de um ensino da História mais atraente e prazeroso demanda criatividade e compromisso docente. O professor do século XXI está cercado de novas possibilidades e tecnologias que podem ser extremamente úteis para o exercício da sua função no objetivo de obter um aluno que, não apenas aprenda o conteúdo, mas que o reflita. A proposta de atividade trata-se, assim, da análise de imagens, ou melhor, da composição de dossiês iconográficos.

O intuito dessas atividades deve ser "desenvolver uma autonomia intelectual capaz de propiciar análises críticas da sociedade em uma perspectiva temporal” (BITTENCOURT, 2004, p. 327), objetivo da disciplina escolar História, e não esperar que o aluno "se transforme em um pequeno historiador" (BITTENCOURT, 2004, p. 328).

Responsável pela supervisão desse tipo de atividade o professor deve sempre ressaltar o caráter ilusório de que as imagens são representações fieis do passado. "É preciso sublinhar que tais fontes são construídas em contextos específicos, e que os receptores poderão tanto introjetar acriticamente as mensagens veiculadas pela escrita e pela imagem, como também (re)significá-las" (SILVA, 2011, p. 2). Dependendo da abordagem da atividade, deve-se chamar a atenção dos alunos para anacronismos, exageros estéticos, contexto de produção e outras características que influenciem negativamente a formação de conceitos a partir da tarefa.

Num contexto que privilegia as fontes escritas de conhecimento as imagens ganham destaque e despertam a curiosidade. Deste modo, tarefas dirigidas à análise dessas figuras propõem uma "experiência rica de aprendizado, servindo para o questionamento das verdades imagéticas estanques e, portanto, para a sua análise crítica" (FEIJÓ, 1997, apud SILVA, 2011, p.3).

A Cavalaria Medieval em imagens
        
A discussão sobre as dificuldades do ensino, passando pela tentativa de desmistificar preconceitos e de oferecer novas metodologias para o trabalho da disciplina História que constam neste artigo, é resultado do trabalho desenvolvido no Projeto de Iniciação Científica do Departamento de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão da Faculdade Integrada Brasil Amazônia – FIBRA, onde a demanda principal deste plano de atividades era a construção de uma metodologia criativa para abordar a Cavalaria Medieval nas aulas do ensino fundamental. Assim, a partir das reflexões sobre Idade Média e, especificamente da Cavalaria Medieval, adequamos o tema à proposta já citada da construção de dossiês iconográficos. Para tanto, foi importante estabelecer alguns objetivos que regeriam a composição do recurso.
        
Primeiramente, buscou-se analisar o livro didático utilizado nas aulas. Apesar dos problemas da maioria dos manuais, algumas de suas qualidades podem ser utilizadas para introduzir o aluno nos processos de análises que são fundamentais para a progressão do conhecimento histórico, e não podemos negar, os livros estão repletos de imagens que, quase sempre, nem são exploradas como poderiam. No entanto, atividade de análise de ilustrações não precisa ficar retida às oferecidas nos livros, podendo compor dossiês iconográficos preparados pelo educador com o objetivo de "fornecer aos alunos uma série de dados que possam ser confrontados ou comparados" (BITTENCOURT, 2004, p. 343).
        
Em geral a cavalaria é citada de forma extremamente superficial na composição das classes sociais do medievo e sua relação com as Cruzadas. Quase sempre o conceito de cavalaria e seu papel social são pobres e generalizantes resultando numa imagem vaga desta porção da história do ocidente. Assim, o dossiê começa apresentando imagens que auxiliam na construção imagética da cavalaria enquanto estratificação social e onde é possível observar e descrever um cavaleiro: quem é, como se veste, quais suas ferramentas e qual sua função. É importante ressaltar que, inicialmente, a cavalaria tratava-se se uma parcela da sociedade voltada à atividade marcial da guerra e só depois tornou-se uma instituição com peculiaridades clericais “colocando-a a serviço de Deus e dos pauperes (...) sacralizando-a por meio de uma cerimônia de iniciação específica, o adubamento” (CARDINI, 2006, P.473), características da instituição Cavalaria. Este processo de sacralização da cavalaria também pode ser apesentado através de imagens que mostram o cavaleiro e sua relação com a Igreja. Em seguida, é feita a descrição do cavaleiro instituído, bem como, do cavaleiro que compunha as Cruzadas. O professor tem aqui, a oportunidade de ressaltar todos os aspectos que diferenciam o cruzado da forma original do cavaleiro, desde sua indumentária ao prestígio religioso característico deste personagem.

A atividade permite ainda relacionar passado e presente quando apresentamos aos alunos temas mais contemporâneos. É possível, hipoteticamente, propor uma discussão sobre o papel da mulher na Idade Média, com a possibilidade de sua participação na cavalaria, e seu lugar na atualidade a partir de imagens como as ilustrações de Joana d’Arc por exemplo, poder ser excelentes pontos de partida para discussões que despertem a criticidade do aluno. Não poderia faltar no referido recurso as representações atuais do cavaleiro. Assim imagens como a dos Cavaleiros do Zodíaco e reproduções de filmes ajudam, a partir de comparativos,  a identificar o que é historicamente reconhecido como características do cavaleiro e o que faz parte do mundo mítico, irreal e distorcido do cavaleiro “de armadura brilhante que salva princesas e luta com dragões”. Reforça-se mais uma vez o papel do professor como mediador e condutor do aprendizado dos discentes adequando o foco das análises empreendidas por eles.

             

Dossiê Iconográfico
(Foto: Arquivo pessoal)

A sacralização do cavaleiro (Foto: Arquivo pessoal / Fonte da Imagem: http://medievalimago.org/author/pauloedmarquesgmail-com/page/5/)




                             

Joana d’Arc. Uma Cavaleira?

Referências do dossiê
(Foto: Arquivo pessoal)



Considerações finais

Existem inúmeras possibilidades de diversificar as atividades em sala de aula que beneficiam um aprendizado eficiente e mais agradável. Muitas opções estão em trabalhos acadêmicos, como este, realizados com o intuito de atribuir ao ensino de História uma conotação diferente das que as gerações passadas têm levado para as escolas. As perspectivas são, desta forma, a diminuição da distância que separa estas duas instâncias educacionais: ensino e aprendizagem. Em outra frente, as formações continuadas são excelentes formas de inserir-se nas pesquisas e assim, forçar uma mudança mais significativa no ensino da disciplina. Muitos trabalhos sobre a Idade Média por exemplo estão ao alcance de qualquer professor e oferecem diversas opções de uso das novos recursos didáticos ou a resignificação dos veículos tradicionais de conhecimento. A tendência é de uma renovação constante com a evolução das técnicas de pesquisa que já podem ser observadas em alguns livros didáticos e nas próprias legislações que forçam uma projeção na crescente qualidade dos conteúdos e nas formas como se ensina e aprende História.

Referências

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez. 2004
CAIMI, Flávia Eloisa. Por que os alunos (não) aprendem História? Reflexões sobre ensino, aprendizagem e formação de professores de História. Revista Tempo. v. 11, n. 21, p. 17-32, 2007.
CARDINI, Franco. “Guerra e cruzada”. In: LE GOFF, Jacques; SCHMITT, Jean-Claude. (orgs.). Dicionário Temático do Ocidente Medieval. Vol. I. Bauru – SP: Edusc, 2006, pp. 473-487
FONSECA, Selva Guimarães. A formação do professor de história do Brasil: novas diretrizes, velhos problemas. Disponível em: http://www.cefetes.br/gwadocpub/Pos-Graduacao/Especializa%C3%A7%C3%A3o%20em%20educa%C3%A7%C3%A3o%20EJA/Publica%C3%A7%C3%B5es/anped2001/textos/t0853028647036.PDF> Acesso em: 24 jul. 2015.
SILVA, Edilene. Cinema e ensino de história: a Idade Média em O Nome da Rosa de Jean-Jacques Annaud. O Olho da História. Salvador (BA), n. 17, dez. 2011.                                              
SILVA, Marcos Antônio da; FONSECA, Selva Guimarães.  Ensino de História hoje: errâncias, conquistas e perdas. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 31, n. 60, p. 13-33, 2010.

31 comentários:

  1. Gostaria de dizer que você trouxe muitas sugestões importantes para dinamizar as minhas aulas. Trabalhar não apenas os documentos, os fatos e os eventos, mas também as formas de arte que foram produzidas na Idade Média, pode oferecer aos alunos vários instrumentos e ferramentas para melhor conhecer um período da história que, para muitos, traz pouco interesse.
    O problema para mim é que a imagem não é a realidade; algumas vezes é apenas uma interpertação pessoal do que aconteceu.
    Assim, fica complicado "ensinar" história sem antes dizer que as imagens se constituem em um ponto de vista específico, um "recorte", uma "narração".
    Além disso, muitas dessas imagens (pinturas, esculturas, iluminuras etc.) têm caráter fortemente ideológico. Elas representam aquilo que se gostaria que ficasse para a posteridade ou mesmo condicionam uma certa forma de interpretação.
    De qualquer maneira, Na Idade Média, época em que as pessoas tinham pouco acesso às imagens, uma dessas obras teria um impacto muito grande no imaginário social.
    Ricardo Hiroyuki Shibata

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    1. Caro Ricardo Shibata, boa tarde!
      Fico feliz em saber que pude contribuir com ideias atrativas para suas aulas.
      Concordo plenamente com você. O desenvolvimento do ensino através de imagens requer habilidades responsáveis para a construção do conhecimento. Por isso, ressalto no artigo o papel insubstituível do professor neste processo. É preciso, como já dito, desmistificar “o caráter ilusório de que as imagens são representações fieis do passado”. A Professora Edilene Silva observa que “é preciso sublinhar que tais fontes são construídas em contextos específicos, e que os receptores poderão tanto introjetar acriticamente as mensagens veiculadas pela escrita e pela imagem, como também (re)significá-las" (SILVA, 2011, p. 2). Assim, o professor deve, apoiado em sua formação, ressaltar as propriedades iconográficas da imagem conduzindo o aluno para uma conclusão consequente da atividade.
      Agradeço pelas contribuições.
      Alan Ferreira (Comunicador)

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  2. Parabéns pelo trabalho! Gostei Muito!
    Quando você trata de hipoteticamente abordar o papel da mulher na Idade Média, e sua possível participação na cavalaria medieval, o melhor exemplo que temos até onde se pode perceber é sem dúvida Joana D'arc.
    Eu penso na seguinte questão:
    Se tratando de conteúdos que envolvam a história da mulher na Idade Média, seria possível mesmo com uma certa falta de pesquisas relacionadas ao período e ao conteúdo que acabei de citar, promover através desse método, o uso de dossiês iconográficos, aulas atrativas e de qualidade?

    E mais uma vez, Parabéns pelo ótimo trabalho!

    Ass.: Camila Aparecida de Souza

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    1. Cara Camila Souza, boa tarde!
      Realmente senti certa dificuldade em encontrar fontes que ressaltem especificamente o papel da mulher na Cavalaria. O exemplo utilizado no trabalho, Joana d’Arc, é uma das pouquíssimas possibilidades encontradas para a proposta. Há um trabalho desenvolvido pela professora Sophie Cassagne-Brouquet, medievalista francesa, que propõe uma discussão bem interessante acerca do assunto. Contudo, o que eu proponho no trabalho, e como preveem as legislações da educação brasileira, é provocar uma discussão crítica relacionando o passado e o presente. Levantar a hipótese de uma mulher poder ter sido uma “cavaleira” (e cavaleira no sentido de grupo militar e não da “instituição sacralizada Cavalaria”) é introduzir o debate sobre o papel da mulher na história, especificamente na Idade Média, tema pouco observado nos livros didáticos apesar dos avanços das pesquisas históricas. Neste sentido, o que deve ser observado é a qualidade do debate, desmistificando o papel extremamente passivo da mulher descrito em grande parte da historiografia.
      Agradeço por suas contribuições e elogios.
      Aproveito o tema e a oportunidade: Feliz 8 de março!"
      Alan Ferreira (Comunicador)

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    2. Bom dia, a proposta da discussão é interessante e não poderia ser feito o comparativo do hoje com o de ontem, mantendo as devidas proporções, dizer que hoje a mulher participa ativamente mas ainda não lhe dão o devido crédito, com as mulheres de ontem que podem sofrer o descrédito até em maior escala?
      Ione Schmidt, estudante de Licenciatura em História a distância, Furg .
      Sapiranga – RS B- Brasil

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    3. Bom dia Ione Schmidt!
      Com absoluta certeza. As discussões, como o papel da mulher nas sociedades, são exatamente o que a atividade propõe. Em geral, as mulheres são excluídas da Idade Média e casos como de mulheres que "botaram suas mãos em armas" para defender seu patrimônio não são poucos. Mesmo assim, elas são tratadas como exceção.No Brasil, a formação da família com forte caráter patriarcal foi determinante para a exclusão da mulher da participação social e política, sentida até hoje. Essas discussões com certeza rendem muito dentro da sala de aula e são exatamente o papel que a disciplina deve ocupar na construção de um aluno cidadão.

      Agradeço a contribuição.

      Alan Ferreira (comunicador)

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  3. Olá! Obrigada pelo excelente trabalho.
    A Idade Média é um período de grande interesse para mim, pretendo me especializar no ramo. Em relação a arte medieval, sabemos que ele é repleta e inundada de representação religiosa e teológica, utilizada para difundir a fé Católica. Trazendo para o presente, como você aconselharia a utilização, que mecanismos seriam necessários para que não houvesse uma retração dos alunos diante desse aspecto?

    Muito obrigada!

    Daniele Pereira Coelho Nogueira

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    1. Bom dia Daniele Nogueira!
      Agradeço o reconhecimento.
      Acredito que o ensino de qualquer tema da historiografia pode provocar repulsa por parte dos alunos tal qual o de matemática ou filosofia. Para mim, a diferença está na metodologia que o professor utiliza para desenvolvê-lo. Numa conjuntura onde a tecnologia compete diretamente com o papel da escola, defendo, desta forma, a união das duas. No entanto, nem sempre as escolas possuem estrutura para isso. Assim, a proposta de análise de imagens, da utilização de música ou de outras formas alternativas, que auxiliem na construção do conhecimento histórico, são estratégias eficientes de tornar suas aulas mais atrativas. Quanto o caráter religioso dos documentos medievais, você deve ter em mente que: 1) A presença da Igreja era preponderante neste período. Fazia parte da mentalidade e ditava o comportamento do medievo. Logo, não há como excluir seu caráter dos documentos; 2) O professor deve ressaltar que a Igreja na Idade Média “não é a mesma dos dias atuais”, ou melhor, possuía outra postura, diferente do catolicismo que hoje conhecemos, eliminando assim a possibilidade de formação de pré-conceitos a cerca das religiões, e; 3) Os documentos, iconografias e até mesmo os ditos “oficiais”, estão expostos a subjetividade de quem os produz e isso deve sempre ser debatido com os alunos (Quem produziu tal documento? Qual o objetivo do autor?). Enfim acho que aqui mesmo no Simpósio você pode encontrar inúmeras possibilidades de trabalhar formas atrativas e consequentes em suas aulas. A Professora Circe Bittencourt, na obra Ensino de História: fundamentos e métodos (Editora Cortez), oferece uma excelente discussão e propõe sugestões bem interessantes a serem trabalhadas em sala de aula.
      Espero ter ajudado.

      Alan Ferreira (comunicador)

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  4. Caro Alan, parabéns pelo artigo!
    No texto você fala sobre as técnicas de pesquisa dentro dos livros didáticos, sabe me dizer alguns dos livros que expõe essas imagens de uma forma coerente? E indicar algumas das fontes que tenham imagens que possam ser trabalhadas em sala de aula, além das que foram expostas no texto?
    Agradeço a atenção.

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    1. Bom dia, Larissa!
      É muito difícil citar um livro que execute com excelência a análise das imagens e essa foi uma das problemáticas que me conduziram a construir meus próprios dossiês. No entanto não podemos condenar todas as publicações. O livro didático utilizado recentemente, e indicado pelo Plano Nacional do Livro Didático – PNLD, em algumas escolas públicas do país, História: Sociedade e Cidadania de Alfredo Boulos Júnior, me chamou a atenção pela quantidade de imagens oferecidas bem como algumas atividades que partem dessas iconografias (como por exemplo a comparação entre duas imagens para que os alunos notem as diferenças). Sobre as fontes, acredito que, neste caso, a internet é uma excelente aliada. Sugiro a visita a algumas páginas muito interessantes que possuem um significativo acervo de imagens, no caso da Idade Média, que podem ser utilizadas para compor seus dossiês.
      A Professora Edilene Silva, da Universidade de Brasília, possui um projeto interessante cujo resultado é uma página rica em recursos que podem ser utilizados em sala: http://www.idademedianaescola.com.br/
      Outra sugestão é o site do Professor Ricardo da Costa, você encontra pesquisas bem completas lá: http://www.ricardocosta.com/
      Espero ter ajudado. Obrigado pelas contribuições.

      Alan Ferreira (comunicador)

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  5. Parabens pelo trabalho, Alan.
    Hoje ha uma grande discussao sobre o novo curriculo de Historia, a BNCC, e uma das polemicas e a exclusao do ensino de Historia Antiga e Medieval. Qual a sua opiniao sobre isso? Qual a importancia dos alunos aprenderem Historia Medieval?

    Roberto Ferreira

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    1. Boa tarde, Roberto Ferreira!
      Essa é uma questão realmente polêmica e merece a atenção de toda a comunidade acadêmica, não somente a da História. Confesso a você que ainda não li, na íntegra, todo o documento da proposta da BNCC. Porém, visto alguns fragmentos, questiono, bem como muitos pesquisadores, alguns pontos de vista do projeto. Apesar de toda comoção que causou a proposta e atenção que ganhou nos debates, ainda não conheço os profissionais que a conceberam. Falar apenas em “especialistas do MEC” não habilita alguém a eleger quais os conteúdos devem compor o currículo de História senão os profissionais da área. Continuando, considero bastante arriscado a retirada de alguns conteúdos que podem comprometer a noção de “temporalidade” indispensável para a compreensão da história como um “processo”. Como explicar a renascença ou valores iluministas que marcam as revoluções modernas sem contrapor com o pensamento do medievo? Como ignorar o modo de produção observado na Idade Média ao explicar a formação do capitalismo? Enfim, acho que é preciso amadurecer bastante as discussões. Entendo que a construção de uma identidade americana e nacional, já que a proposta procura enfatizar a formação da América e o ensino da História da África, não pode se contrapor aos conceitos duramente desenvolvidos no século XX e que ainda não viram totalizadas suas pesquisas.
      Obrigado por suas contribuições.

      Alan Ferreira (comunicador)

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  6. Belo texto! a utilização de imagens é uma ótima forma de analisar a história de uma maneira dinâmica. Acha que com essa proposta, é possível criar debates comparando imagens de uma cavalaria feita pela mídia (capas de livros, filmes) as fontes trazidas pelo professor e as imagens no livro didático, ou esse debate comparativo seria excessivo e até mesmo inviável no ensino fundamental?

    Ass: Ronny Costa Pereira

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    1. Boa tarde, Ronny Pereira!
      Acho que é possível sim. Entendo, como já dito, que o sucesso de atividades desse tipo é o resultado dos debates que elas proporcionam. As representações distorcidas sobre a cavalaria, ou sobre a Idade Média em geral, presentes nestes tipos de mídia contribuem, desde muito cedo, para a construção de uma imagem mistificada do tema. Recordo que, em algumas aulas na escola pública, os alunos sentem certa perplexidade quando informados que dragões não existiram. Ora, é muito comum em filmes a batalha entre dragões e cavaleiros, daí o entendimento que as criaturas mitológicas eram combatidas por estes bravos personagens. Acredito que todo debate, adequadamente mediado, pode ser promovido em sala sem um “exagero acadêmico” e o método comparativo tem bastante eficácia para a construção autônoma do conhecimento.
      Obrigado por sua contribuição.

      Alan Ferreira (comunicador)

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  7. Bom dia, Gostei muito do seu artigo, realmente ele mostra uma realidade que os professores estão vivendo nesse momento, onde procuram trazer novas formas de ensinar história, além do típico livro didático, e sem dúvidas as imagens como dizem valem mais que mil palavras, as vezes. gostaria de saber o que você acha do uso de imagens, filmes, artigos em sala de aula, quanto muitas vezes os professores são pressionados pela diretoria ou qualquer órgão escolar pra seguir o "Plano de aula" e ao invés de ter aulas de qualidade apenas jogar o conteúdo para os aluno pra que no final do ano, todo o conteúdo tenha sido passado, ouso muito esse questionamento, gostaria de saber a sua opinião sobre esse assunto?? eu acredito que formar cidadãos críticos e ativos na nossa sociedade seja mais importante do que passar o conteúdo de qualquer jeito pra satisfazer coisas sem sentido, e que apenas mascaram a realidade dos alunos e cidadãos da nossa sociedade.

    Ass: Rafael Ferreira Tomaszevski

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    1. Boa tarde, Rafael Tomaszevski!
      É verdade. Realmente é muito difícil de trabalhar sob todas essas pressões que recaem sobre o professor. No entanto, procuro sempre prever essas atividades no plano de aula. A cultura da necessidade do “conteúdo no caderno” reflete uma realidade, que se achava já superada, do ensino bancário, conteudista e tradicional (o método). Assim, sugiro que as atividades criativas e diferenciadas como o uso das mídias devem sempre ser seguidas de alguma produção material resultante do debate. De toda forma, acho que hoje já dispomos de mais argumentos que nos respaldam quando as ações pedagógicas alternativas são utilizadas nas aulas como a LDB e os PCNs. Neste sentido, a obrigação de completar o programa se equipara também à obrigação de cumprir as leis que regem a educação no país.
      Obrigado por sua contribuição.

      Alan Ferreira (comunicador)

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  8. QUANDO VOCÊ FALA EM DIVERSIFICAÇÃO DE POSSIBILIDADES. QUAIS SERIAM?
    CRISTINA MENDES PUREZA

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    1. Bom dia, Cristina!
      Obrigado pela leitura.
      Quando falo de diversificação de possibilidades me refiro à fuga de uma aula tradicional, conteudista, bancária. De possibilidades de ministração de aulas que não apenas se prendam "à copias de textos" e explicações desmotivantes e sonolentas. Sabemos que a disciplina História pode oferecer muito mais do que isso e, quando falo de aulas com mais recursos, não me refiro apenas aos tecnológicos. A proposta dos dossiês iconográficos é justamente uma possibilidade de diversificar a aula com baixo custo e eficiência satisfatória.

      Alan Ferreira (comunicador)

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  9. Desde já parabenizo o autor pelo texto. Seria possível a partir da Cavalaria Medieval, trabalhar outros grupos sociais da Idade Média? Como os servos. Numa tentativa de mostrar os contrastes das realidades sociais de ambos.
    Ass: José Luciano de A. Dias Filho

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    1. Bom dia, José Luciano!
      Sem dúvida. Como sabemos, o período medieval apresenta muitos contrastes sociais que devem ser bem explorados em sala. O método comparativo, além de provocar uma construção mais autônoma do conhecimento, permite que os alunos visualizem de forma mais fácil as diferenças entre duas situações. Poderíamos propor, por exemplo, oposições entre servos e nobreza, nobreza e clero, servos e clero, entre outros. É possível ainda, como consta no artigo, fazer relações e provocar debates sobre questões sociais do passado e do presente, ou seja, discutir progresso, desenvolvimento econômico e outros conceitos compreendendo seusprocessos de transformações na história.
      Obrigado pela leitura.

      Alan Ferreira (Comunicador)

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  10. Prezado autor Alan, parabéns pela temática do texto. Interessante proposta para o ensino de História, notadamente para o ensino de um tema da história medieval. Gostaria que comentasse sobre como articula metodologicamente o trabalho com as imagens e os referenciais teóricos, possivelmente utilizados para instrumentalizar as discussões. É bem verdade que autores como Duby e Bloch são importantes para tal discussão.
    Atenciosamente,
    Roberg Januário dos Santos.

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    1. Alan Ferreira (Comunicador)12 de março de 2016 às 11:27

      Boa tarde, Roberg!
      Muito bom trazer esta questão uma vez que a distância entre o discurso acadêmico e os alunos é, muitas vezes, um obstáculo para a aplicação adequada de um projeto. O trabalho com imagens demanda, sobre tudo, prática de análise iconográfica e neste sentido as contribuições de Peirce são de grande valor uma vez que a exploração de todas as possibilidades icônicas de uma imagem é necessária para um resultado satisfatório. Um outro aspecto bem interessante é a noção da imagem como um documento, um vestígio. Na maioria das vezes um professor se vê incompetente de dialogar uma iconografia por considerá-la menos “nobre” do que um texto escrito. Ciro Flamarion Cardoso e Ana Maria Mauad nos lembram que “todos os vestígios do passado são matéria para o historiador”, e com isso as imagens ganham um valor imensurável nas pesquisas históricas. Além dessas noções, é importante dominar técnicas de transposição didática eficientes para o bom entendimento dos alunos. Assim, abordar George Duby, Marc Bloch, Hilário Franco Júnior e outros, fica totalmente possível em qualquer aula. Uma metodologia eficaz depende do conjunto de todas essas noções, e claro, da prática constante.
      Obrigado pela leitura.

      Alan Ferreira (Comunicador)

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  11. Primeiramente quero fazer os cumprimentos pela proposta de trabalho apresentada.
    Autor Alan, seu texto despertou em mim uma curiosidade. Essa proposta para o ensino de história já foi aplicada em sala de aula por você? Se sim. Quais foram os possíveis resultados observados em relação aos alunos com essa metodologia?

    Att,
    Daniela Maria do Nascimento.

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    1. Alan Ferreira (Comunicador)12 de março de 2016 às 11:57

      Boa tarde, Daniela!
      Sim. O projeto foi aplicado em uma turma de 7º ano do ensino público. No artigo não consta os resultados obtidos devido a exigência do texto conter 2000 palavras. Mas em linhas gerais, mostrou-se muito eficiente. Primeiro porque os custos para cada dossiê são bem baixos. Segundo, os alunos demonstraram um imenso interesse em buscar as informações demandadas. Terceiro, uma simples avaliação dialogada é suficiente para constatar a apreensão dos conhecimentos e em todas (absolutamente todas!) as aulas onde foram aplicadas o projeto os debates foram calorosos. Chamo a atenção para um momento interessante: no final do meu dossiê possui uma reprodução do famoso seriado “Cavaleiros do Zodíaco”. O objetivo é, através do método comparativo, fazer os alunos identificarem semelhanças e diferenças que a imagem possui em relação às imagens da cavalaria medieval. É interessante como eles conseguem listar características de relação entre as duas circunstâncias. Assim, as aulas ficam bem atrativas e prazerosas de assistir e de se ministrar.
      Agradeço a leitura e suas contribuições.

      Alan Ferreira (Comunicador)

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  12. Olá, obrigada Alan pelas considerações sobre o tema.
    Gostaria de saber, na sua opinião qual deve ser o papel do professor no sentido de "autoridade" ou "legal" com os alunos? e por que atualmente esses temas da História Medieval acabam sendo deixados de lado pelos professores na rede de ensino?

    Att.
    Rosiane Kozanda

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    1. Alan Ferreira (Comunicador)12 de março de 2016 às 15:53

      Boa noite, Rosiane!
      Sem dúvida deve haver um equilíbrio. Uma boa regência não deve ser confundida com autoritarismo, no entanto sabemos que existem momentos em que o professor precisa ser, digamos, mais enérgico. Além disso, lembramos que o conteúdo de história, repassado de forma bancária, tem grande possibilidade de se tornar uma tarefa cansativa e monótona. Por isso, o professor de história deve ter em mente que postura e práticas atrativas são excelentes aliadas do cotidiano docente. Já na questão dos conteúdos sobre Idade Média, acredito que existem muitas razões para a resistência. Entre elas, a falta de intimidade com o conteúdo. Durante sua formação, o professor muitas vezes tem uma disciplina curta e um conteúdo mínimo que não prepara o profissional para sua vida em sala de aula. Há também, como sabemos, certos preconceitos com o período que contribuem para o menosprezo do tema. Contudo, é exatamente contra essas situações que desenvolvemos projetos como este que objetivam despertar o interesse dos alunos em um período tão importante na formação das sociedades modernas.
      Obrigado pela leitura.

      Alan Ferreira (Comunicador)

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  13. Boa tarde Alan. Apreciei seu trabalho e as associações feitas entre o cavaleiro e o cruzada, a figura feminina de Joana D'Arc e, ainda, as apropriações dessas figuras pelos filmes de hoje. Pensando em nossa realidade, e para facilitar a compreensão dos alunos, me ocorreu também destacar a figura do vaqueiro nordestino, com sua indumentária de couro, que serve para protegê-lo da vegetação da caatinga. Figura emblemática daquela região, munido de "armadura" e cavalo, de certa maneira, pode ser considerado um cavaleiro.
    Att.Irene Barbosa de Moura

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    1. Alan Ferreira (Comunicador)12 de março de 2016 às 16:12

      Boa noite, Irene!
      Interessante sua colocação. Realmente existem algumas aproximações entre os personagens. No entanto, saliento que juntamente com as características comuns é prudente ressaltar que possuem funções sociais diferentes: um está relacionado a arte da guerra e o outro não, evitando qualquer formação imagética violenta do caso do vaqueiro. Mas a relação pode ser eficiente, em alguns casos, quando falamos do herói, do cavaleiro corajoso e de valores humanos que compõem o código postural do cavaleiro.
      Obrigado pela leitura e pela contribuição.

      Alan Ferreira (Comunicador)

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  14. Boa noite Alan. o seu artigo é excelente, sempre acreditei que o aprendizado no ensino da história é melhor assimilado quando tem o reforço das imagens, para que os alunos possam criar abstratamente no seu imaginário o ambiente que se esta estudando, sejam essas imagens os mapas ou iconografias, o exemplo da cavalaria medieval é simbólico, uma vez que essa imagem, do cavaleiro, que chega aos alunos e uma visão cinematográfica, como você bem colocou, e que muitas vezes não retrata a realidade dos registros históricos desses personagens do período medieval e suas transformações durante os vários século desse período. Faço porem o questionamento sobre como, na sua opinião, pode ser a transposição dessas imagens mais fies a realidade histórica, e portanto menos romantizada, desses personagens, no material didático dos professores, e se contrapor a imagem fantasiosas que a sociedade passa para os sem que pareça uma imagem falsa, por ser menos atraente para os alunos ?
    Aldo Bernal de Almeida Junior

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  15. Alan Ferreira (Comunicador)12 de março de 2016 às 16:38

    Boa noite, Aldo!
    Obrigado pela leitura.
    Bem, entendo que seja preciso selecionar bem a imagem que vai ser utilizada nas atividades com dossiês iconográficos e isto não exclui, inclusive, o uso das imagens mais romantizadas. Elas podem ser úteis exatamente para contrapor as reproduções mais fiéis através do método comparativo. Por exemplo, uma das imagens que compõem o dossiê sobre a cavalaria apresenta uma reprodução do seriado “Cavaleiros do Zodíaco”, onde os alunos são convidados a salientar proximidades e distâncias entre as duas circunstâncias. Como você pode ver, o processo de desmistificação passa por desconstruir imagens já consagradas buscando despertar no aluno o reconhecimento das características mais fiéis do cavaleiro.
    Obrigado pela contribuição.

    Alan Ferreira (Comunicador)

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