Vanessa Chucailo

HISTÓRIA E ARQUEOLOGIA EM SALA DE AULA: RELATOS DE UMA EXPERIÊNCIA POSSÍVEL

Vanessa Cristina Chucailo



A presente comunicação tem por finalidade relatar uma experiência de ensino de História realizada em meados de 2011, durante um período de Estágio Supervisionado, com turmas do 6ª ano no Colégio Estadual São Cristóvão (União da Vitória/Paraná), tendo como tema o estudo da arqueologia e alguns vestígios arqueológicos.

Olhar para a História como um produto constante e inacabado, nos permite a construção de diversos enfoques de ensino e pesquisa, proporcionando discussões, reflexões históricas, possibilitando a construção do conhecimento crítico, e principalmente, mantendo a sala de aula como um ambiente de diálogo e reflexões, com diferentes fontes e linhas de pesquisa, objetivando sempre um ensino que englobe diversas formas de aprendizagem. Acredito que ensinar História a partir de uma ciência tão rica e autônoma como é a Arqueologia, torna-se fundamental no que diz respeito à procura e aplicação de diferentes abordagens e métodos de ensino.

A experiência que pretendo relatar é, principalmente, os resultados obtidos ao aliar o estudo da Arqueologia durante as aulas de História, entendendo cada uma como ciências autônomas, mas que permitem um trabalho de ensino interdisciplinar e diferenciado.

A Arqueologia é um conteúdo pouco trabalhado por professores(as), devido talvez as suas inúmeras especificidades ou ao curto prazo que se tem para lecionar sobre todos os conteúdos programados para o ano letivo. A proposta de levar esse tema para a sala de aula foi afirmar a relevância desses conteúdos para o ensino de História. Afinal, muitas das compreensões que possuímos hoje nos livros de História, não seriam possíveis sem os estudos e os trabalhos arqueológicos.

A proposta geral do estágio foi apresentar aos(as) alunos(as) aspectos do processo histórico na formação das primeiras sociedades, migração e encontros culturais aliados a arqueologia brasileira, articulando e adaptando as teorias, e as possíveis histórias sobre o surgimento da humanidade, sempre valorizando a formação de uma identidade nacional, pois segundo Bittencourt (2004), uma das importantes contribuições do estudo da História atualmente é a possibilidade de construção de identidades, especialmente a identidade nacional, uma vez que esta, dentro História, disputa espaço com a formação de uma identidade local e mundial.

O interessante sobre essa identidade nacional e que de alguma forma se relaciona com os estudos arqueológicos, é que estamos falando de uma história anterior aquele velho bordão de que a História do Brasil se iniciou em 22 de abril de 1500, com a chegada dos colonizadores portugueses liderados por Pedro Álvares Cabral.

A História, e a própria ciência arqueológica, já nos mostraram que não é mais possível se deixar levar por esse clichê, afinal muito antes de 1500, o Brasil já era habitado e, portanto possuía uma história, culturas e sociedades vivendo em diferentes partes do seu território. Segundo Funari e Noelli (2002, p. 27), no que se refere ao passado da civilização brasileira, os últimos 500 anos ocupam quase todas as páginas dos livros didáticos, reduzindo significativamente os milhares de anos da Pré-História a uma pequena introdução, nossas origens remotas ainda são pouco consideradas. Mesmo que mais de 40 milhões de brasileiros tenham antepassados indígenas, essa herança é mal reconhecida, e até mesmo rejeitada, por ser considerada parte de uma cultura inferior. Muito embora a Lei 11.645/08, atualmente, tenha contribuído para alterar esse panorama educacional, determinando o ensino da cultura afro-brasileira e indígena nas escolas.   

Sobre o estudo da Pré-história, devemos dizer que é tão necessário quanto qualquer outro. Sabemos que nos períodos chamados “pré-históricos” existiam pessoas vivendo em comunidades ou agrupamentos tribais, e que elas deixaram conscientemente ou inconscientemente vestígios de sua cultura. É através do trabalho arqueológico que tais evidências materiais podem ser encontradas, conservadas, compreendidas e estudadas de maneira adequada por várias áreas do conhecimento. A Arqueologia é, portanto, uma ciência que estuda vestígios das antigas sociedades, por meio de escavações, técnicas e métodos. Para Funari:

Segundo um ponto de vista tradicional, o objeto de estudo da arqueologia seria apenas as “coisas”, particularmente os objetos criados pelo trabalho humano (os “artefatos”), que constituíram os “fatos” arqueológicos reconstituíveis pelo trabalho de escavação e restauração por parte do arqueólogo. Essa concepção encontra-se ainda muito difundida entre aqueles que consideram ser a tarefa do arqueólogo simplesmente fazer buracos no solo e recuperar objetos antigos. (FUNARI, 2003, p. 13)

Isso nos remete ao fato de que em algumas situações, a Arqueologia é vista como uma ciência secundária para historiadores, antropólogos, sociólogos. No entanto, para um(a) historiador(a) que estuda sociedades em passados remotos nos seus mais diversos aspectos: alimentação, migrações, padrões de ocupação do território, rituais, etc., a Arqueologia é praticamente o único meio para que esse(a) historiador(a) consiga sua documentação, através dos vestígios materiais, deixados por esses longínquos predecessores, e que são encontrados nos sítio arqueológicos (PROUS, 1992).

A ciência arqueológica é muito mais complexa do que se imagina, se valida de critérios particulares de trabalho e exige para seu trato, sólidos conhecimentos (PEREIRA JUNIOR, 1967). Mas nada impede que esse conteúdo possa ser trabalhado, ainda no ensino fundamental. Cabe a nós, enquanto professores(as), a tarefa de promover a transposição didática de um saber científico. Para Schmidt (2004) é necessário que na sala de aula, os(as) educadores(as) reflitam e realizem constantemente a transposição didática dos conteúdos e do procedimento histórico, bem como a relação entre as inovações tecnológicas e o ensino de História. É preciso continuadamente renovar métodos de ensino, bem como pensar na utilidade daquilo que ensina.

O fato de ser professor(a) de História, não significa que devemos ser “professauros” da educação. Como aponta Werneck (1998, p. 61), “Quem não se atualiza, fossiliza-se. O professor precisa, sim, perceber que os(as) alunos(as) aceitam facilmente o processo de atualização”. As inovações, as tecnologias e a velocidade das informações estão cada vez mais acessíveis, entretanto ainda existe uma distância entre os que sabem e os que não sabem articular, pensar e refletir sobre esses processos, e as possibilidades que isso acarreta para a prática em sala de aula.

Arqueologia e vestígios arqueológicos nas aulas de história

A elaboração e a proposta geral do meu plano de trabalho docente foram pautadas sob os conteúdos estruturantes referentes às relações de cultura e trabalho, uma vez que os tópicos básicos e específicos abordados durante o período de estágio foram: arqueologia e vestígios arqueológicos (arte rupestre, artefatos líticos, fósseis, artefatos cerâmicos e sambaquis).
        
Como o tempo proposto para realização do estágio era bastante limitado (6 aulas de aproximadamente 50 minutos cada), os conteúdos selecionados para as aulas foram transmitidos utilizando a exposição verbal, o que possibilitou a exemplificação e demonstração de conhecimentos e habilidades durante o decorrer das aulas, de forma que a aula expositiva se mostrou o método mais adequado para o desenvolvimento dos planos de aula.
        
Para tanto, o domínio do conteúdo foi fundamental para que os(as) alunos(as) fossem cativados durante as aulas, mesmo utilizando de métodos tradicionais, como aula expositiva. Mas bem sabemos que nada impede que uma aula seja aplicada utilizando técnicas já empregadas, mas de forma inovadora e dinâmica (LOPES, 1991).
        
Uma primeira aula buscou fazer uma introdução dos conteúdos, definindo alguns principais conceitos no que se referem à arqueologia, tais como sítio arqueológico, vestígios materiais, fósseis, diferença entre o arqueólogo e o paleontólogo, afinal muitos desses termos foram utilizados nas aulas seguintes, e era importante que a turma compreendesse do que se tratava. O objetivo das aulas não se pautava em decorar cada conceito, mas fazer com que a turma participasse e assimilasse o conteúdo.

Um exemplo disso foi o uso de duas fotos em especial, para fazer com que a turma pudesse lembrar a diferença entre o trabalho do arqueólogo e o trabalho do paleontólogo. Numa primeira foto, estou segundo fósseis de animais, com a seguinte descrição: “O paleontólogo estuda animais e vegetais fósseis”. Na segunda foto, no entanto, estou posando abraçada a um esqueleto. A explicação que seguia nessa foto era: “O arqueólogo estuda vestígios humanos”. Assim, de uma forma simples, objetiva e bem humorada, sem fugir da proposta e da temática da aula tentei fazer com que os(as) alunos(as) lembrassem desse conteúdo, sem que tivessem que ficar decorando textos, apostilas, livros.

Para trabalhar arte rupestre, selecionei várias imagens desde os abrigos mundiais mais famosos (como as pinturas de Altamira e Lascaux), até as pinturas encontradas em abrigos brasileiros. A medida que as imagens eram exibidas, cada aluno(a) tentava imaginar e deveria dizer o que ela possivelmente estaria representando. A ideia dessa dinâmica era, primeiro fazer com que todos(as) participassem da aula, mas também que percebessem que para cada colega a imagem representava uma coisa, e que jamais saberemos o que de fato a pessoa que a fez estava ou não querendo representar.

Com os artefatos líticos além do apoio das imagens, utilizei uma réplica de um artefato para que a turma pudesse manusear o material, e compará-lo com as imagens exibidas.

Além da aula expositiva sobre esses tópicos, também propus duas oficinas práticas. Na primeira, o grupo de estudantes deveria tentar reproduzir um artefato lítico com materiais fornecidos para a oficina, tais como cordas, madeira e rochas. Porém para montar o instrumento lítico, o grupo não poderia fazer uso da linguagem verbal, apenas gesticulações. O objetivo da oficina era o fortalecimento do sentido de coletividade e o trabalho conjunto, pensando o cotidiano das comunidades primitivas. Ao final da dinâmica, o grupo relatou a dificuldade da tarefa, passando a valorizar mais os artefatos líticos ao perceberem o quanto era difícil produzir um material desses.

Para o segundo grupo propus uma releitura das imagens de arte rupestre vistas em sala. Cada estudante trabalhou individualmente o seu desenho, em uma cartolina, com materiais como carvão, argila, folhas e flores coloridas.

Essa aula prática teve um caráter avaliativo proposto por Werneck (1995, p. 87), refletido da seguinte forma: o(a) professor(a) cria uma situação-problema e deixa as soluções por conta dos alunos:

Interessante notar que certas propostas novas permitem uma economia de tempo disponível, resultando num modo inteligente de agir. Portanto, mudar é ser inteligente. Muitas avaliações serão mais efetivas quando feitas durante o ato de aprender por que facilitarão a imediata correção de rumos [...] Não se trata de usar a musculatura, trata-se de usar a inteligência aumentando significativamente o potencial do professor [...] Como se pode perceber não há perda de tempo, ganha-se na verdade, muito mais tempo. O professor faz uma troca, passa a gastar menos saliva e mais atenção. Os alunos gastam menos ouvindo e usam mais o raciocínio (WERNECK, 1995, p. 89).

Para os conteúdos de artefatos cerâmicos e sambaquis, busquei problematizar a formação de uma identidade nacional, apresentando a vida de povos primitivos no litoral brasileiro, a construção dos sambaquis e a produção de artefatos cerâmicos pelas sociedades primitivas e caboclos brasileiros. Para esse último tópico, além das imagens, levei argila (matéria prima da cerâmica) e diferentes potes cerâmicos para que os alunos manuseassem esses materiais.

Sabemos que as aulas expositivas, em alguns casos, limitam a participação dos(as) alunos(as), afinal o(a) professor(a) tente a falar durante a maior parte do tempo, e as aulas acabam sendo cansativas:

[...] no entanto, essa falha poderá ser eliminada se forem observados certos indicadores considerados como elementos-chave para uma aula expositiva bem sucedida: planejamento criterioso da aula, determinando seu objetivo, traçando o esquema essencial do assunto, calculando bem o tempo previsto; uso de linguagem clara e precisa; utilização de recurso didáticos que mantenham o interesse do aluno; ao final da aula, fazer uma síntese do assunto estudado. (LOPES, 1991, p. 41)

Em cada aula, os alunos recebiam um texto didático com os conteúdos trabalhos durante a aula. Esse material foi fundamental para o bom desenvolvimento do estágio, uma vez que priorizei durante as aulas o método expositivo visando um estudo panorâmico dos conteúdos, aliado a uma metodologia diferenciada e com recursos didáticos variados. Com um material de apoio escrito, o tempo em sala de aula foi utilizado para expor e discutir os conteúdos através de muito diálogo, enquanto a turma apenas anotava no caderno algum comentário, pergunta ou curiosidade levantada durante as aulas.

Prova: avaliando o conhecimento adquirido através da escrita

Ao elaborar tal plano de trabalho de docente optei por incluir uma prova escrita sem consulta, buscando refletir a avaliação como uma análise do conhecimento adquirido pela turma, trabalhando muito mais no sentido de definir e sanar possíveis dificuldades de ensino e aprendizagem, do que classificar os(as) alunos(as). Pois como aponta Moretto (2008, p. 86-87) “A avaliação é parte do ensino e da aprendizagem [...] se tivermos que elaborar provas, que sejam bem-feitas, atingindo o seu real objetivo, que é verificar se houve aprendizagem significativa dos conteúdos relevantes”, além de também refletir sobre a prática docente.
        
Desde as primeiras aulas, avisei os(as) alunos(as) que seria realizada uma prova escrita e sem consulta ao final do estágio. Busquei tratar dessa questão de uma forma bastante natural, sem jamais pressioná-los a decorar qualquer conteúdo, apenas que eles compreendessem a importância do que estava sendo apresentado, e dessa forma assimilassem esse conhecimento.
        
Busquei explicar a importância dessa atividade, não somente para avaliar a assimilação de conteúdos que a turma obteve, mas também para avaliar a minha prática docente. Os resultados dessas conversas sobre avaliação foram bastante positivas, refletindo, por exemplo, no comentário de um aluno ao final do estágio, quando solicitei que eles(as) avaliassem minha prática docente, e este aluno escreveu que o que mais ele gostou foram as atividades (se referindo as oficinas) e a prova, ou seja, os dois instrumentos que utilizei como avaliação.
        
Penso que é importante desenvolver “um sistema que consiga ensinar e verificar o aprendizado, sem distorções, do maior número possível de estudantes” (WERNECK, 1998, P. 17). Mas infelizmente o curto prazo que o estágio proporciona durante a graduação, muitas vezes não é suficiente para conclusões sobre o grau de conhecimento adquirido pelo(a) aluno(a), bem como impossibilita que o(a) estagiário(a) desenvolva um método eficaz de recuperação do aprendizado e uma análise mais concreta das dificuldades de assimilação dos conteúdos observadas a partir da avaliação.
        
Mesmo que todas as aulas sejam planejadas de forma criteriosa, a fim de vencer todos os conteúdos programados dentro do tempo determinado pelo estágio, nem sempre esse tempo se revela suficiente para sanar dúvidas em relação a certos conteúdos de uma forma igual para todos(as) os(as) alunos(as).

A escola peca pelos paradigmas de tempo e quantidade de conteúdos. Nós sabemos que algumas séries avançam mais depressa, outras não. Quem deve administrar isso? O professor, a orientação pedagógica da escola. O que enterra a pedagogia é essa mania desenfreada de normatização e uniformização, todos tendo que aprender dentro de um determinado tempo. (WERNECK, 1998, p. 17).

Pensando os pontos positivos da prova, e analisando algumas respostas escritas pelos(as) alunos(as), observei uma grande assimilação de certos conteúdos. Algumas das respostas apresentadas foram bem interessantes e fundamentais para a análise do conhecimento construídos durante o estágio. Sobre a Arqueologia, um aluno escreveu em sua prova: “A arqueologia é estudada por arqueólogos eles estudam as antigas sociedades que habitavam nesse país”. Nessa resposta, pude encontrar diversas formas de assimilação do conteúdo. Primeiro que este aluno compreendeu que o estudioso da Arqueologia é o arqueólogo, especialmente, quando define que se trata de um estudo de “antigas sociedades”, como ele coloca. Ou seja, ele compreendeu que o arqueólogo estuda vestígios humanos, e não fósseis de animais ou vegetais, sendo esta a área da paleontologia.
        
Busquei sempre apresentar vestígios arqueológicos brasileiros como forma de valorizar o que temos, e mostrar aos(as) alunos(as) que o Brasil também possuiu uma pré-história, com pessoas habitando o território nacional mesmo antes da chegada dos colonizadores portugueses. Quando esse aluno escreve “antigas sociedades que habitavam nesse país”, entendo eu ele absorveu essa ideia de que existiam sociedades primitivas no Brasil.
        
Sobre as cerâmicas uma aluna escreveu: “Tudo começou quando as pessoas precisavam guardar seu alimento para não estragar e também guardar a água e cozinhar por que se não os alimentos estragavam”. O que chamou a atenção na interpretação dessa aluna foi que o conteúdo assimilado por ela, sobre a funcionalidade das cerâmicas, foi algo que eu expliquei durante a aula, e que não estava no texto didático que focava mais os quesitos técnicos como a preparação da argila, a técnica de elaboração das cerâmicas sem roda de oleiro, identificação de formatos de algumas peças.
        
Mesmo utilizando a prova como principal recurso avaliativo foi possível identificar que tal método foi válido e positivo no que se refere à assimilação, compreensão e construção de conhecimentos sobre os tópicos abordados durante as aulas.

Considerações finais sobre os resultados obtidos

Aprender e ensinar História partindo da Arqueologia despertou grande interesse por parte dos(as) alunos(as), tanto pela temática quanto pelas possibilidades de abordagens que a disciplina de História proporciona. Isso ficou mais claro com as cartas de avaliação feitas pelos(as) alunos(as) sobre as aulas aplicadas, meu método de ensino, os conteúdos, etc.

Numa das cartas, um aluno percebeu uma ideia que busquei sempre valorizar durante as aulas, de que o conhecimento se constrói e se entende, não apenas se decora: “[...] você nos mostrou que aprender não é só perguntar e responder mas é entender e participar [...] o que eu gostei mais mesmo foi o seu carinho de dar aula. Eu achei interessante você ter calma com tanta criança”.

A educação deve ser entendida como construção de conhecimento, a sala de aula é o ambiente propício para essa construção de saber. “É também preciso que iniciemos o aluno no fato de que o conhecimento histórico é algo construído a partir de um procedimento metodológico; em outras palavras, que a história é uma construção”, como aponta Cabrini (2000, p. 28), e tal posição é fundamental para a desconstrução do mito do saber acabado, e da História enquanto verdade absoluta.

Educar é partilhar e sentir a troca de experiências, como destaca Werneck (1995, p. 37): “Aluno e professor são aliados e não adversários ou inimigos”. Em sala o(a) professor(a) não deve se limitar a “passar” informação. É preciso provocar, incentivar, e possibilitar ao aluno a própria construção do conhecimento, a própria aprendizagem, e esse processo é que deve constituir as bases teóricas da ação consciente do professor, transformando-o no real mediador entre objeto a ser estudado e o protagonista da aprendizagem, o educando (SCHMIDT, 2004).

Propor um plano de trabalho docente para o ensino de História para um 6ª ano, tendo como tema a Arqueologia e alguns vestígios arqueológicos, foi desafiador, primeiro pelas questões temporais, afinal estamos falando de um passado relativamente longínquo para os(as) alunos(as), e segundo para fazer com que os alunos percebessem que a História é movimento, bem como a construção de uma ponte entre o passado e o presente, trazendo esse passado para a sala de aula, e ao mesmo tempo transportando esses(as) alunos(as) do presente para aquele passado distante.

Quando um dos alunos escreveu “Eu adorei a aula dela é como se nós tivesse naquela época”, pude concluir que de fato, minha prática de ensino conseguiu estabelecer essa relação entre o presente comunicando-se com o passado, e vice-versa.


Referências

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2004.
CABRINI, Conceição et. al. Ensino de História: revisão urgente. São Paulo: EDUC, 2000.
FUNARI, Pedro Paulo. Arqueologia. São Paulo: Contexto, 2003.
FUNARI, Pedro Paulo; NOELLI, Francisco Silva. Pré-História do Brasil. São Paulo: Contexto, 2002.
LOPES, Antonia Osima. Aula expositiva: superando o tradicional. In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro (org.) Técnicas de Ensino: Por que não? Campinas: Cortez, 1999.
MORETTO, Pedro Vasco. Prova: um momento privilegiado de estudo, não um acerto de contas. Rio de Janeiro: Lamparina, 2008.
PEREIRA JUNIOR, José Anthero. Introdução ao Estudo da Arqueologia Brasileira. São Paulo: Ind. Gráfica Bentivegna, 1967.
PROUS, André. Arqueologia Brasileira. Distrito Federal: Editora Universidade de Brasília 1992.
SCHMIDT, Maria Auxiliadora. A formação do professor de história e o cotidiano da sala de aula. In: SCHMIDT, Maria Auxiliadora; CAINELLI, Marlene. Ensinar História. São Paulo: Scipione, 2004.
WERNECK, Hamilton. Prova, provão, camisa de forma da educação: uma crítica mordaz aos sistemas de avaliação crivada de humor e propostas. Petrópolis: Vozes, 1995.
WERNECK, Hamilton. Se a boa escola é a que reprova, o bom hospital é o que mata. Rio de Janeiro: DP&A, 1998.



53 comentários:

  1. Bom dia, Quais materiais didáticos estão disponíveis no meio digital para o estudo de HISTÓRIA E ARQUEOLOGIA? Desde já agradeço a atenção.

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    1. Olá Talyta,

      Então, ainda existe uma carência muito grande em relação a materiais didáticos disponíveis nessa área. Mas tenho algumas sugestões acessíveis no meio digital: 1) no site www.arqueologiaeprehistoria.com você pode encontrar inúmeras informações, artigos, e links de acesso para outros materiais (sugiro a aba "Arqueologia para Crianças"); 2) vale a pena conferir o canal no YouTube "Arqueologia em Ação"; 3) se for abordar algum tema mais específico, como por exemplo, Egito Antigo, indico o site www.arqueologiaegipcia.com.br da Márcia Jamille, que também mantém um canal no youtube "Site Arqueologia Egípcia"; 4) Museus virtuais também podem ser uma boa pedida enquanto meterial didático (sugestão: www.eravirtual.org); 5) Filmes e documentários sempre são interessantes. Eu mesma já utilizei trechos do filme "A Múmia" em sala, por exemplo, para discutir com os alunos a "romantização" do trabalho arqueológico e a análise de um sítio arqueológico.
      Por hora, essas são algumas das minhas indicações. Acredito que a criatividade talvez seja nossa maior aliada para o estudo da história e arquelogia em sala de aula.

      Grata pela sua colaboração.

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  2. Enfrentando o dilema (citado no texto) tempo limitado X excesso de conteúdos a serem trabalhados, como definir quais são os conhecimentos significativos que devem ser trabalhados com os alunos?

    Atenciosamente
    Maria Isabel Mendes

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    1. Olá Maria Isabel,

      No caso específico do meu trabalho, acredito que a escolha criteriosa de assuntos voltados para pré-história brasileira, buscando uma aproximação com a nossa história; com uma história que os(as) alunos(as) pudessem se identificar enquanto sujeitos, partindo da própria realidade em vivemos atualmente e comparando com esse passado remoto rico em herança histórica. Sempre busquei introduzir os assuntos partindo de questões cotidianas, por exemplo, ao falar sobre populações ceramistas, comecei questionando a turma sobre como eles armazenam a comida em casa, como cozinham os alimentos, que utensílios são utilizados, do que material são feitos esses utensílios, em seguida questionei como fariam tudo isso se não tivessem acesso a eletricidade, geladeira, fogão a gás, utensílios de metal ou vidro, até o ponto que eles mesmos percebessem a importância das cerâmicas no cotidiano das sociedades ceramistas. Aí então pude partir para conhecimentos mais específicos de como essa cerâmica é produzida, o material, as técnicas, etc. A partir do momento que o(a) aluno(a) percebe a utilidade daquilo que se está ensinando, esse conhecimento vai se tornar significativo para ele(a), e consequentemente as aulas se tornam mais prazerosas.

      Grata pela sua pergunta.

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  3. Boa tarde. Como foi a compreensão dos alunos com a temporalidade? Você teve esse foco? Tem alguma sugestão sobre uma temporalidade distante? Pois, é uma dificuldade minha constante em sala de aula.

    Atenciosamente
    Paola Rezende Schettert

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    1. Olá Paola,

      Ensinar História realmente implica em um trabalho diário com questões de temporalidade. A História é um conjunto de tempos, não é só passado. Ela possui movimento, o que nos permite em alguns segundos viajar do presente para o passado, mais próximo ou para um tempo mais remoto, de um século ou de um milênio para outro. Maria Auxiliadora Schmidt mesmo nos diz que um dos maiores desafios para o ensino de História é levar o aluno a compreender as múltiplas temporalidades que podem coexistir nas sociedades.
      Bom, sobre a minha experiência com os alunos, sim, tive uma preocupação em construir uma relação entre passado/presente, e vice versa. E particularmente não tive dificuldades em relação a esse passado longínquo em sala ao abordar arqueologia e vestígios arqueológicos. A turma foi muito receptiva nesse sentido.
      Como sugestão Paola, eu diria para você escolher qualquer temporalidade distante que for e ver no que ela pode se relacionar com o presente, e de que forma isso pode se tornar útil para seus alunos em sala de aula, para que esse conhecimento seja significativo e tenha algum sentido para eles, sempre pensando nessa dinâmica em que presente comunica-se com o passado e vice versa, e que isso necessariamente não implica em uma história única e linear das sociedades e suas evoluções.

      Grata pelos seus questionamentos.

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  4. Boa tarde, primeiramente gostaria de parabeniza-lá pela iniciativa de levar a Arqueologia para uma sala de aula do ensino fundamental visto que a pré-história brasileira é muito pouco discutida neste meio, esta proposta estágio foi apresentado para a coordenação pedagógica da escola e para o professor efetivo como eles receberam está proposta?

    Atenciosamente
    Leandro da Silva Zimmermann

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    1. Olá Leandro,

      Sim, a prosposta foi elaborada com antecedência e apresentada para a coordenação pedagógica da escola e para a professora regente da classe.

      Obtive de imediato total liberdade para trabalhar a temática nas aulas de História!

      Por se tratar de um tema que eu já havia trabalhado em outros momentos, através de oficinas extracurriculares em outros locais de ensino, quando propus trazer esse material para cumprir minha carga horário de estágio obrigatório eu obtive uma aceitação muito positiva, tanto dentro da universade quanto na escola, talvez pela escolha inusitada do tema, pelo diferencial em relação aos materiais didádicos utilizados, pelas caminhos metodológicos escolhidos, pelo projeto bem delineado. Me senti acolhida, e consequentemente a vontade para desenvolver um bom trabalho.

      Grata pela pergunta.

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  5. Boa tarde, qual outro instrumento, além da arqueologia, pode ser utilizado para se estudar o passado remoto
    Att, Renata Costa

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    1. Olá Renata,

      Gosto muito da relação interdisciplinar com outras ciências quando falamos em estudar um passado remoto, e penso que isso é fundamental. Além da Arqueologia, ciências como a Antropologia, a Paleontologia, a Geografia, a Biologia, a Química, a Filosofia, e tantas outras podem perfeitamente se relacionarem com a História para discutir, questionar e refletir sobre o passado.

      Grata pela sua colaboração.

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    2. Obrigada pela resposta.
      Renata Costa

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  6. Samara Elisana Nicareta8 de março de 2016 às 12:44

    Boa Tarde Vanessa!

    Gostei muito de seu tema, acredito que experiências como a que você realizou ajudariam muito na compreensão não só da História da Humanidade, como também nas relações sociais, em fim, poderia ser um ponto de partida para várias áreas do conhecimento. Questões como ocupação espacial, migrações, questões climáticas e relevo, dentro outras, influenciaram e continuam influenciando na organização das sociedades. Para trabalhar questões da História e outras relacionadas com esta área, como a arqueologia o professor se utiliza basicamente do livro didático, você considera o assunto, arqueologia, presente ou ausente nos livros didáticos?

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    1. Olá Samara,

      Então, fico te devendo essa resposta. Ainda não tive oportunidade de fazer uma análise de livros didáticos a respeito dessa temática.

      Mas olha, é uma ótima sugestão de pesquisa hein?! Vou pensar a repeito, quem sabe para o próximo evento! ;)

      Grata pela sua pergunta.

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  7. Em seu trabalho, a utilização de materiais didáticos foi um dos pontos que mais fundamentaram o sucesso do aprendizado. Sobre esse aspecto, acha que a utilização de trecho de filmes que mostrem varias versões de "homens pré-históricos" seja viavel para maior problematização das imagens propagadas pelas medias? sobre esse homem "tão distante"

    Ass: Ronny Costa Pereira

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    1. Olá Ronny,

      Então, sobre o uso de filmes, acho muito válido desde que se enquadre dentro de um trabalho de contextualização, investigação e análise crítica daquilo que é exibido, e isso vale para qualquer tema que se utilize desse recurso didático. (sugiro a leitura da conferência da Professora Maytê!) ;)

      Acredito que os filmes podem sim serem utilizados em relação a essa temática (desde que bem problematizados!). Eu mesma utilizei (não nessa experiência, mas em outras), trechos do filme "A Múmia" (rss!) para discutir com os alunos e alunas, não especificadamente sociedades mais remotas no tempo, mas a respeito da romantização que se faz do trabalho do arqueólogo, comparando o filme com relatos das expedições em sítios arqueológicos reais, o trabalho de campo, o trabalho em laboratório, toda pesquisa que vem antes e depois do trabalho em campo, desmitificando, por exemplo, aquela ideia de que o arqueólogo "só faz buracos", ou tem uma vida ao estilo Indiana Jones.

      Grata pela sua contribuição.

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  8. Para o estudo da Arqueologia nas aulas de História, o que fazemos é programar uma visita ao Museu ao Paranaense e ao Centro de Estudos de Arqueologia na UFPR. Achei interessante o trabalho com os fósseis com o 6 ano. Não caberia a criação de um blog para divulgação deste trabalho?

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    1. Olá Fábio,

      infelizmente aqui não dispomoos de nenhum centro de referência de estudos arqueológicos ou algo do tipo. Mas acho muito válido explorar esses locais sempre que houver oportunidade.
      Sobre a ideia da criação de um blog para divulgar esse trabalho, confesso que nunca parei para pensar nessa possibilidade. Achei interessante, quem sabe?! Vou pensar no assunto.

      Grata pela dica!

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  9. Estou trabalhando a introdução aos estudos históricos com o 1º ano do EM, e estou encarando uma certa dificuldade em fazer com que o alunos entenda o passado como fonte histórica. Como poderia trabalhar os objetos da arqueologia para melhorar o aprendizado dos alunos?

    Bruno Roque Younes

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    1. Olá Bruno,

      Como já falei acima, sempre busquei introduzir os assuntos com os alunos partindo de questões cotidianas, por exemplo, ao falar sobre populações ceramistas, comecei questionando a turma sobre como eles armazenam a comida em casa, como cozinham os alimentos, que utensílios são utilizados, do que material são feitos esses utensílios, em seguida questionei como fariam tudo isso se não tivessem acesso a eletricidade, geladeira, fogão a gás, utensílios de metal ou vidro, até o ponto que eles mesmos percebessem a importância das cerâmicas no cotidiano das sociedades ceramistas. Aí então pude partir para conhecimentos mais específicos de como essa cerâmica é produzida, o material, as técnicas, etc. Percebi que com essa abordagem a turma se mostrou muito mais atenta e curiosa durante as aulas, passando inclusive a valorizar esses vestígios, no contexto em que foram produzidos. A arqueologia nos fornece inúmeras possibilidades de aprendizado para as aulas de história. Basta um pouco de persistência e criatividade.

      Grata pela pergunta.

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  10. Boa noite Vanessa,
    Em primeiro lugar gostaria de parabenizá-la, não apenas pelo texto, mas principalmente pela iniciativa de levar a arqueologia junto com a história para sala de aula. Gostaria também de dizer que você foi uma menina de sorte, rs... uma vez que, atualmente, não se encontram muitas escolas e professores formados dispostos a nos deixar realizar nosso estágio da forma como deve ser, participando. Outro ponto que me chamou muito a atenção foi a receptividade desses alunos com você. Sensacional e, confesso, é meu sonho dr consumo, rs... Bem, seguindo nosso tema, eu sou recém formada e, devido ao meu esforço antes mesmo de finalizar a graduação, já estou trabalhando como designada em uma escola estadual na cidade onde resido, de cara peguei todas as turmas de Ensino Médio da escola, que são 7, mais uma turma de 8º ano, totalizando 8 turmas e 17 aulas semanais. Como amo a arqueologia, assim como amo a história, eu costumo trabalhar com eles falando sobre o que a arqueologia encontrou, o que a arqueologia diz sobre os assuntos abordados, principalmente com as turmas de 1º ano. Mas esbarro no grande impasse, este também abordado por você em seu texto, curto espaço de tempo para muitos conteúdos, e supervisão pedagógica focando naquilo que a Secretaria determina. Consegui junto á supervisora deixar de lado o nosso Conteúdo Básico Comum com essas turmas de 1º ano, mostrando a importância de se compreender alguns conceitos através do ensino da história antiga, nosso CBC privilegia o ensino da história e da cultura brasileira, com foco na contemporaneidade. Mas mesmo assim, ainda não consegui com as turmas uma vontade de apreender e compreender, de construir seus próprios conhecimentos, eles buscam apenas aprender para passar de ano e acabar logo a escola, o que, confesso, me entristece um pouco. Você teria alguma dica para que eu possa sanar essa dificuldade com eles?

    Obrigada!
    Ana Paula Souza
    UNESA

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    1. Olá Ana Paula,

      Realmente esse trabalho foi bastante gratificante em seu conjunto, o tema, a aceitação da escola, da professora regente de classe, a receptividade muito positiva por parte dos alunos.
      É uma pena nem sempre nos deparar-mos com esses "sonhos" da profissão (rss). E mais triste ainda é que ainda não dispomos de uma "fórmula mágica" para tal. :(
      Sugiro a leitura da conferência do prof Everton Crema, "ESTÁ MAIS DIFÍCIL APRENDER/ENSINAR HISTÓRIA HOJE!?".

      Grata pela sua colaboração.

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  11. Boa noite Vanessa!
    Parabenizo você pela coragem de trabalhar uma temática tão importante e de desenvolver um trabalho diferenciado em sala de aula, tornando a história "viva", ainda mais para uma faixa etária que precisa da ludicidade em aula.
    Gostaria de saber que dificuldades metodológicas você encontrou no planejamento e na execução do trabalho com o grupo de alunos e com a escola, uma vez que temos uma base curricular engessada e uma pobreza de material didático disponível nas escolas públicas.
    Obrigada!
    Franciele Oliveira Gomes de Oliveira

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    1. Olá Franciele,

      Então, minha maior dificuldade realmente foi em relação ao material didático. Por se tratar de uma escolha inusitada de tema, eu já sabia que a carência de material seria inevitável. Precisei então elaborar meus próprios meteriais didáticos. E aí uma outra dificuldade foi a transposição didática dos conteúdos.
      Bom, como você mesma observou, a faixa etária das turmas com as quais eu já desenvolvi esse tipo de trabalho realmente requer uma dinâmica mais lúdica de trabalho, logo, não achei viável levar para a sala de aula textos para debates teóricos. Tive uma preocupação muito grande em relação a linguagem utilizada para as aulas, em adaptar as teorias que aprendi na graduação, e transformar isso em material didático para crianças mesmo. Confesso que uma certa "paixão" pelo tema ajudou um pouco, e a criatividade nessas horas também foi fundamental. E foi uma experiência maravilhosa, e que deu muito certo. Consegui cumprir com o meu planejamento de forma perfeita.

      Grata pela pergunta.

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  12. Olá, professora,

    Segundo a BNCC, o ensino nas escolas será mais concentrado na História do Brasil. Não acha irônico eles terem ignorado justamente a história antiga da região que seria o nosso país antes da chegada dos colonizadores europeus (já que a proposta é deixar de ter uma história europeizante)?

    Há propostas para continuar com o ensino da Arqueologia dentro da sala de aula?

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    1. Olá Jhan,

      Infelizmente nos deparamos com muitas contradições em relação a BNCC. Ignorar nossa "pré-história" vem de encontro a isso. É triste pensar que essa temática já é muitas vezes "ignorada".
      Sobre propostas para continuar com o ensino da Arqueologia em sala de aula, bom, não saberia te dizer. Mas essa relação entre História e Arqueologia, não precisa necessariamente estar ligada a história antiga, ou de um passado tão, tão remoto. Ta aí a Arqueologia histórica que não me deixa mentir! ;)

      Grata pelos questionamentos.

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  13. Olá Vanessa, bom dia! Sou estudante do segundo ano do curso de História e tenho em mente como próximo curso a Arqueologia, porque graças a professoras como você adquiri essa paixão tão grande pela História e Arqueologia. Este ano por conta da falta de professores na minha cidade darei inicio a minha carreira e gostaria de saber se você acha interessante eu inter-relacionar a arqueologia não somente quando forem propostos os conteúdos referentes a pré-história, mas fazendo uma ponte com esta ciência nos diversos conteúdos a serem trabalhados. Creio que a visitação a sítios arqueológicos seria interessante também, ato que se torna limitado ao estágio. Pretendo utilizar mídias também, assim como você fez. Por ultimo gostaria de pedir se possível referencias de sites e livros do seu conhecimento referentes a estes conteúdos para tornar minhas aulas mais dinâmicas.
    Grata pela atenção!
    Monique Aparecida de Souza Danny Oliveira.

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    1. Olá Monique,

      Fico feliz com a sua empolgação. É esse o caminho! E sim, a arqueologia pode estar presente nas aulas história não apenas quando trabalhamos com pré-história. Tive a oportunidade de participar de um curso de formação sobre arqueologia histórica, e foi fascinante, pq me ajudou muito a ampliar esse olhar em relação as possibilidades que essas ciências não proporcionam.
      Dá uma olhada lá no primeiro comentário, deixei uma listinha de opções acessíveis na web que podem te ajudar nas aulas, e ampliar suas discussões.

      Grata pela participação, e boa jornada!

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  14. Olá Boa Tarde Professora,
    Parabens pelo Trabalho, me veio uma questão na qual em minha Formação academica, ai gosto de saber e ouvir outra opinião a respeito, Sobre a Teoria de Neide Guidon, ela em seus estudos esta sendo muito criticada pelos americanos, como você ve estas criticas referente a sua teoria? Você utilizou de algun texto da Neíde Guidon em seu trabalho?
    Se vc utilizou como foi o debate junto com os alunos?

    Att,

    Marislânia da Silva Sousa

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    1. Olá Marislânia,

      Infelizmente vou ficar te devendo essa, não trabalhei com a Niède Guidon. Lembro vagamente de ter visto as teorias de ocupação do continente americano logo no início da graduação, na disciplina de arqueologia mesmo. Mas eu não cheguei a aprofundar meus estudos a esse respeito, nem levei a discussão para essa experiência específica que relatei.

      Grata pela pergunta.

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  15. Alfredo Coleraus Sommer10 de março de 2016 às 15:08

    -Os livros didáticos de História não costumam ir muito além do conceito de Arqueologia mas essa é uma deficiência com a qual convivemos.Voce não acha que deveriamos fazer pressão para que nos curriculos e na praxis esse assunto fosse mais incluido ?
    -Não faço Arqueologia mas com meus alunos fiz algumas "bisbilhotices"em um terreno próximo a escola e descobrimos ,por exemplo ,no que seria um lixo enterrado uma garrafa de Coca Cola da década de 60.Seria Arqueologis de Fundo de Quintal ou coisas de um velho professor que adora a pratica fora da sala de aula?
    Abraços,
    Alfredo Coleraus Sommer

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    1. Olá Alfredo,

      Eu penso que sim, poderíamos insistir mais para que o tema fosse incluído de forma mais ampla, ou pelo menos olhado com mais atenção.
      Eu também não sou "habilitada" para práticas arqueológica em campo (infelizmente!) :( Mas sobre sua "bisbilhotice", diria que é uma experiência válida enquanto prática de ensino. Sabemos que existe todo um procedimento legal para exploração de sítios arqueológicos, e é importante deixar isso claro para os/as estudantes.
      Tive uma experiência com um grupo certa vez, no qual eu mesma "montei" um sítio arqueológico (em uma caixa de papelão! com terra, areia e "vestígios arqueológicos") para que eles "explorassem".

      Grata pela sua colaboração.

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  16. Parabéns pelo trabalho Vanessa.
    O trabalho com o passado é realmente complexo quando temos alunos com o pensamento em formação, no caso crianças em fase de compreensão do mundo. Muitas vezes não temos a formação ideal para o ensino da temática.
    A minha pergunta é como realizados um estudo arqueológico em regiões com escassos materiais de pesquisa arqueológica? E quais bibliografias podemos utilizar?
    Anderson da Silva Schmitt

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    1. Olá Anderson,

      Bom, inúmeras regiões brasileiras são riquíssimas em estudos, descobertas, e materiais arqueológicos. O que faltam talvez, são centros, ou instituições mais locais de estudos arqueológicos ou etnográficos. Dá uma conferida no primeiro comentário. Deixei uma lista bacana de materiais que podem servir de referência para levar pra sala de aula.

      Grata pela sua participação.

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  17. Na metodologia utilizada por você, na sua opinião qual seria a quantidade ideal de aulas para aprofundar o estudo da arqueologia? E esse isso fosse viável qual outra metodologia que aplicaria para estimular os alunos?
    Marcia Oliveira da Costa

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    1. Olá Marcia,

      Olha, penso que no mínimo o dobro de aulas. Me possibilitaria avaliar de forma mais eficiente as dificuldades de aprendizado da turma, e até mesmo repensar uma nova abordagem para recuperação desse aprendizado. Por exemplo, nessa experiência de estágio que relatei, teve o caso de uma aluna que em uma das questões prova escreveu o seguinte: "Os sambaquis eles ficam embaixo da terra ou talvez em montanhas em cima dos sambaquis tem conchas e a professora Vanessa ensinou a gente e eu aprendi mais ou menos!!!". Então, apesar das explicações, do apoio do texto didático, das revisões, das conversas, somente na última etapa do estágio, na hora da prova, a aluna relatou sua dificuldade. E a prova fazia parte do encerramento das minhas aulas. Eu não pude voltar para "retomar" essa falha, e tentar saná-la. Foi aí que percebi que meu tempo não foi suficiente.
      Se eu tivesse mais algumas aulas após essa prova, certamente retomaria os conteúdos sobre sambaquis, e até mesmo tentaria "recriar" com a turma um "mini sambaqui", em garrafas pet, ou em um aquário de vidro vazio. Percebi que as atividades lúdicas tiveram um efeito mais marcante e um aprendizado muito mais significativo. Acho que exploraria mais isso.

      Grata pelo questionamento.

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  18. Este link entre história e arqueologia talvez constituia umas das formas mais interessantes de se trabalhar com a disciplina de história, pois mostramos aos alunos artefatos de um tempo distante de uma cultura diferente, com isso, os alunos conseguem vislumbrar, mesmo com as limitações que temos sobre este tipo de conhecimento, como foi a vida ou cotidiano de povos antigos. Podemos, na falta dos artefatos ou fontes primárias, nos apropriar de outros elementos que mostrem aos alunos á relação entre história e arqueologia? O professor que deseja trabalhar com este tema, precisa de uma qualificação especifica ou pode por ele mesmo pesquisar sobre o assunto? O que recomenda em termos de material para trabalharmos com nossos alunos? - João Gilberto Solano.

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    1. Olá João,

      Certamente, na falta de artefatos reais disponíveis, nós podemos nos apropriar de elementos similares. Eu mesma fiz isso em praticamente todo meu estágio. Meus "artefatos" foram todos imitações, mas que serviram perfeitamente para estimular a turma durante as aulas.

      A minha formação é toda em História, e isso de forma alguma impediu que eu abordasse Arqueologia com os alunos e alunas. Apenas requer interesse e disciplina para pesquisar sobre o assunto, e boa vontade para levar isso para a sala de aula. A qualificação específica seria necessária para o caso de explorar sítios arqueológicos e seus vestígios.

      Sobre materiais para trabalhar em sala, deixei algumas sugestões lá no primeiro comentário. Dá uma conferida, estão todos disponíveis na web.

      Grata pelos questionamentos.

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  19. Olá prof!
    Gostaria de saber como foi o interesse dos alunos com relação a arqueologia em sala de aula e quais foram os desafios encontrados por eles?
    Igor Roberto Carvalho Brito.

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    1. Olá Igor,

      A turma se mostrou interessa desde a primeira aula, talvez pela escolha "inusitada" do tema, ou pelas minhas escolhas metodológicas mais "lúdicas" para com as temáticas trabalhadas. Acho que o maior desafio da turma foi conseguir compreender as diferentes temporalidades, e de conhecer um Brasil “pré-histórico”, e anterior a 1500.

      Grata pela pergunta.

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  20. Primeiramente parabéns pela dinâmica empregada. Pode- se perceber que os alunos realmente aprenderam se divertindo e não apenas ouvindo. Minha dúvida fica em relação a linha temporal. Por serem alunos relativamente novos, estes apresentaram alguma dificuldade em diferir tempo presente do tempo passado?

    Att.:
    Leonardo Stabele Santos

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    1. Olá Leonardo,

      Particularmente não tive dificuldades com a turma em relação a esse passado remoto, e não percebi “confusão” com o presente em relação a isso.
      Sempre busquei começar as abordagens temáticas pensando o presente e o cotidiano, voltando no tempo, até chegar nos meus objetos de pesquisa, nos vestígios arqueológicos que queria trabalhar naquela aula. Tentei constuir uma "ponte" para que a turma pudesse "passear" do presente para o passado, ou vice versa. Deu certo. :)

      Grata pela pergunta.

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  21. Marcele Lobo Nadalon11 de março de 2016 às 11:53

    Boa tarde Vanessa Cristina Chucailo!
    Primeiramente, parabéns pelo seu importantíssimo trabalho! Também faço uso do estudo da arqueologia em minhas aulas de história, fazendo visita ao museu local e trechos de filmes. O que me preocupa é a questão do tempo e conteúdo programático ao qual precisamos cumprir, mas o principal ponto é a questão da direção reclamar da “bagunça” em sala de aula (que para mim não se classifica como bagunça) e sujeira ao ser trabalhado com argila e outros materiais.
    Na tua opinião, seria válido construir um projeto referente as diversas formas de se construir o saber da história em sala de aula e enviá-lo para os órgãos competentes do estado? Constando nesse, registros das aulas e opinião dos alunos. E assim, teríamos mais apoio e quem sabe um novo programa curricular para desenvolver de forma dinâmica nossas aulas.

    Ass: Marcele Lobo

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    1. Olá Marcele,

      Acho que seria válido sim. Sabemos que o "modelo tradicional" já não se sustenta como prática única de aprendizagem.
      E sobre as diversas formas de construção do saber histórico, já está mais do que claro e comprovado que funciona, e precisa sim, ser colocado mais em prática.

      Grata pela reflexão.

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  22. Prezada Vanessa,
    Sua prática docente junto a esta turma do 6¤ano é muito interessante. Ainda estou na graduação em Historia e percebo que práticas diferentes como esta citada por ti ainda não esta tão presente efetivamente nas escolas, mas ao concluir a leitura do seu texto fiquei com um questionamento, diante do seu trabalho articulando História e Arqueologia, em algum momento foi proposto integrar também a Arte e o professor de arte da escola as práticas desenvolvidadas, tendo em vista o uso de objetos rupestres?

    Gustavo Cezar Waltrick

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    1. Olá Gustavo,

      Realmente esse tipo de "abordagem", como a que eu desenvolvi, ainda é pouco praticada nas escolas, o que eu acho uma pena. Pois bem, sobre essa minha experiência específica, não, eu não trabalhei com professorxs de Artes. A experiência ocorreu isolada na disciplina de História, mas, acredito muito nos benefícios da interdiciplinaridade. E talvez, caberia sim um trabalho integrado e não apenas com a disciplina de Artes, por exemplo. Veja que a Geografia poderia aprofundar as discussões sobre movimentos migratórios das populações; a Biologia e a Antropologia poderiam contribuir para com o estudo da evolução da espécie humana; as aulas de Português, com estudo da linguagem, a evolução da escrita, enfim, de algum modo, outras disciplinas também poderiam ser de alguma forma, integradas.

      Grata pelo questionamento.

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  23. Boa noite Vanessa! Excelente iniciativa, Parabéns!

    1 - Acredita ser possível explorar a interdisciplinaridade comum à Arqueologia integrando uma aula como essa às disciplinas de Biologia (por conta do desenvolvimento humano) e Artes (por conta dos "desenhos)"?

    2 - Até que ponto é possível um paralelo com a Cultura "Pré-histórica" Europeia? Em uma das suas aula isso foi contemplado... Foi possível fugir das associações com culturas mais "desenvolvidas"?

    Abs, Gabriel de Oliveira Enseñat
    gabriel.o.ensenat@gmail.com

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  24. Daniele Cristina Back Vieira11 de março de 2016 às 15:16

    Como você aponta no seus discurso, o tempo que temos nos estágios para sanar o conteúdo e a compreensão dos alunos é muito curto. Também senti essas dificuldade durante meu estágio. Você sentiu que os alunos do 6º ano tinham uma real curiosidade pelo assunto, por ser diferente do que eles normalmente veem em sala de aula?
    Parabéns pelo seu trabalho e pela sua exposição, contribuiu muito para pensarmos como desenvolver aulas mais dinâmicas e cativantes para os alunos.

    Daniele Cristina Back Vieira

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    1. Olá Daniele,

      Sim, a turma foi bastante participativa. Muito por ser um tema que "foge" um pouco dos conteúdos mais tradicionais de história, e talvez pela dinâmica que as aulas seguiram, como relatei na experiência.

      Grata pela pergunta.

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  25. Boa noite!

    Parabéns Vanessa pelo seu texto e o meu questionamento é o seguinte: Todo temos a consciência da dificuldade de tempo e muitas vezes espaços nas nossas escolas, mas penso que a maior dificuldade é na formação do professor de história, pois muitas universidades não colocam a arqueologia como matéria. Sendo assim, você pensa que antes de usar a arqueologia no ensino fundamental o professor deve buscar se aprofundar e conhece-la melhor? Pois sem uma formação apropriada a arqueologia pode ser um problema para o professor e seus alunos.

    Leandro Nunes

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    1. Olá Leandro,

      Realmente, só vontade não basta para que o professor leve essa temática para a sala de aula. Sim, é preciso pesquisar antes, conhecer sobre o assunto, até mesmo para saber como lidar com as dúvidas e perguntas que surgem durante a aula. Como ensinar uma coisa que não se conhece? É receita para o desastre. Vale para arqueologia nas aulas de história ou para qualquer outra temática.

      Grata pela pergunta.

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  26. Adorei seu texto. Na minha graduação tive pouco contato com o estudo de arqueologia e hoje na sala de aula sinto dificuldade em por em prática. Gostaria de saber como foi o interesse dos alunos com relação a arqueologia em sala de aula e como fazer despertar esse interesse tem algum material que possa ser confeccionado?

    Patricia Lilian Mokfa

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