Rodrigo Scama

O HISTORIADOR, O PROFESSOR E O CINEMA

Rodrigo Otávio dos Santos

[Rodrigo Scama]



Estudar a sétima arte, o cinema, pode ser uma das formas mais instigantes para o pesquisador de história e também para o professor de História. Afinal, quem não gosta de um bom filme?

O cinema é uma forma de expressão. Talvez a mais global e mais difundida na atualidade, graças ao cinema norte-americano e sua capilarização por todo o ocidente. E como toda forma de expressão, ele carrega consigo ecos da sociedade em que foi moldado. Napolitano (2011) diz que o cinema já utilizava conhecimentos históricos antes mesmo da História perceber a projeção cinematográfica como fonte de pesquisa, tanto que no início do século XX os chamados “filmes históricos”, como Nascimento de uma nação, dirigido por D. W. Griffith de 1915 ou Napoleão, dirigido por Abel Gance em 1927 eram uma constante nos ainda incipientes cinemas europeus e norte-americanos. É importante que o pesquisador e também o professor não limite sua pesquisa apenas em filmes documentais, como se o documentário fosse uma representação mais fidedigna da realidade. Ele, definitivamente, não é. Apesar de não pretender ter grande público e não pretender entreter, o documentário normalmente tem uma carga ideológica muito superior a um filme comercial. Basta assistir os relativamente recentes Fahrenhit 9/11, de Michael Moore ou Uma verdade inconveniente, de Davis Guggenhein para percebermos o quão ideológico pode ser um documentário. Ambas as películas são acusadas por muitas pessoas e entidades de fraldarem documentos e depoimentos para transmitirem suas ideias. Assim, é necessário ter cautela e, melhor ainda, tratar o filme documental como se trata um filme comercial, ou seja, com todas as ressalvas e com o mesmo olhar crítico que se detém sobre outras fontes menos vívidas.

O cinema, praticamente desde sua criação pelos irmãos Lumière e posterior apropriação por Charles Meliès (o primeiro homem que usou o cinema como entretenimento) tem um caráter propagandístico. A manipulação sempre foi caráter intrínseco do cinema, portanto é de se esperar que as palavras, atuações, trilha sonora, fotografia e roteiros (entre outras tantas peças do quebra-cabeça que é um filme) dirijam o espectador na direção em que o cineasta deseja. Mas a manipulação vai além da mera condição de contar uma história. Como o cinema é o maior entretenimento mundial (levando-se em conta suas transmissões nas mais diversas formas, entre elas a TV, a TV a cabo, a Internet etc), naturalmente existe uma percepção das pessoas a partir daquilo que elas veem nos filmes. Benjamin (1994) já dizia isso quando informava que as gerações nascidas pós popularização do cinema conheceriam as personagens históricas por meio de atores, e a imagem do mundo seria moldada de acordo com a visão de cineastas específicos e suas empresas, ou seja, uma visão da indústria cultural acerca da história.

Para o pesquisador que deseja se enveredar pelo caminho do audiovisual, é necessário que primeiramente recolha o(s) filme(s) com que vai trabalhar. É importante salientar não podemos perceber o filme apenas nele próprio. É imprescindível fazer contrapontos e encontrar paralelos em outras documentações, já que compreender o período apenas por meio do cinema é uma atitude pouco científica e, em geral, leva a conclusões precipitadas e errôneas. Documentos escritos, relatos orais, fotografias... tudo ajuda para a compreensão do filme em seu tempo histórico.

Depois de recolher diversos materiais alheios ao filme, mas que darão sustentação à tese que se procura defender, é necessário decupar o filme, ou seja, separar em partes o filme, para conseguir sistematizar melhor o estudo. Em seguida, o pesquisador deve tentar compreender os códigos e linguagens que compõem a linguagem fílmica. Neste momento, é obrigatório que o historiador conheça um pouco sobre cinema, do ponto de vista da produção. Noções como enquadramento, corte, plano, sequência, sonorização, montagem, entre outros devem estar presentes no repertório do historiador, ou o resultado final da pesquisa será insatisfatório pela simples ignorância do pesquisador em relação ao produto com que está trabalhando.

De acordo com Martin (2003), enquadramento é o modo como posiciona-se a câmera no momento da gravação de uma cena. A partir do posicionamento da câmera, tem-se o ponto de vista que será passado para o espectador, construindo assim uma forma de olhar a história que, supostamente, é aquela que o diretor decide contar. Por exemplo, no maravilhoso filme de Orson Welles Cidadão Kane, cada vez que o personagem principal (Kane) é retratado, a câmera está posicionada abaixo da linha imaginária do seu rosto, fazendo com que ele sempre pareça maior e mais ameaçador. Quando filmam sua segunda esposa, frágil e ingênua, a câmera está posicionada acima de sua cabeça, fazendo com que ela sempre pareça menor e ainda mais fragilizada, além de reforçar a ideia de de que Kane é muito superior a ela o que é dito no roteiro, mas fica mais explícito ainda a partir do posicionamento das câmeras. O corte do filme também é muito importante. Saber quando cortar e o que cortar é de suma importância, já que os diretores podem filmar várias vezes a mesma cena até escolher a que melhor encaixa no filme, ou mesmo desistir de ideias que não funcionam na montagem final. Benjamin (1994) diz que quando Chaplin rodou seu Opinião Pública, 125.000 metros de filme foram utilizados para fazer apenas os 3.000 que compõem o filme finalizado. O restante ficou no chão da sala de corte. Barthes (2012) nos lembra, porém, que o que não está na história (ou no frame, no enquadramento) faz tão parte da história quanto aquilo que está sendo mostrado, bem como o segundo e o terceiro planos também ajudam a contar a história. A trilha sonora, as cores, os figurantes e a ambientação são mais formas de perceber e transmitir a história de uma forma que nem sempre o espectador comum percebe. Mas o pesquisador tem que perceber.

Para percebermos as cores e a influência delas na narrativa cinematográfica, é interessante o professor assistir novamente ao clássico O Mágico de Oz, dirigido por Victor Fleming em 1939. Ali percebemos a influência da cor porque no início do filme a película é sépia, mas quando Dorothy cai na terra encantada de Oz, o filme fica colorido. A contraposição entre a cor e a falta dela faz com que o espectador do filme compreenda o caráter mágico da terra encantada para onde a pequena menina e seu cão foram transportados. Quanto à trilha sonora e sua importância, é interessante assistir as cenas do astronauta Bowman tentando voltar à nave do também clássico 2001 Uma odisseia no espaço, de Stanley Kubrick e notar a ausência de recursos sonoros. Kubrick decidiu usar apenas o silêncio como catalizador da tensão do filme. Ou então perceber a quantidade de sons incidentais que podemos perceber em um filme como Transformers do diretor Michael Bay.

Outra característica importante do cinema é a montagem, ou seja, a ordem dos acontecimentos no filme pronto. Como se sabe, um filme não é gravado na ordem em que ele aparece em cena. Por uma série de motivos (conflito de agendas dos atores e diretor, disponibilidade de recursos, locações etc) as cenas são gravadas em uma ordem diferente daquela que é exibida. No final das filmagens cabe ao montador do filme – normalmente o diretor – decidir a ordem em que as cenas vão aparecer para o espectador. E a forma como o filme é montado consegue atribuir (ou não) suspense, tensão, alegria etc. Esta talvez seja a principal função do cinema: montar o filme de uma maneira que ele fique atraente. Como exemplo, podemos citar o filme Amnésia, do diretor Christofer Nolan, que é exibido com uma montagem muito diferente da cronológica. No DVD da obra, porém, há, nos extras, o filme exibido em ordem cronológica. E podemos afirmar que perde toda a graça da história. Afinal, neste e na maioria dos casos, é a montagem que torna o filme bom ou ruim.

Outra questão importantíssima que Napolitano (2010) sempre nos recorda é que a sociedade nunca é mostrada. Ela é encenada, ou seja, o que se vê na tela é uma representação de uma possível realidade, jamais a realidade em si. A “verdade” passada pelo cinema é tão verdadeira ou tão falsa quanto aquela encenada no teatro, ou seja, é apenas uma simulação, uma farsa, uma visão distorcida do cotidiano que nos cerca (ou cercou). O mesmo Napolitano (2010 p. 276) diz que

O que importa é não analisar o filme como “espelho” da realidade, ou como “veículo” neutro das ideias do diretor, mas como o conjunto de elementos, convergentes ou não, que buscam encenar uma sociedade, seu presente ou seu passado, nem sempre com intenções políticas ou ideológicas explícitas. Essa encenação fílmica da sociedade pode ser realista ou alegórica, pode ser fidedigna ou fantasiosa, pode ser linear ou fragmentada, pode ser ficcional ou documental. Mas é sempre encenação, com escolhas predeterminadas e ligadas a tradições de expressão e linguagem cinematográfica que limitam a subjetividade do diretor, do roteirista, do ator.

Assim, o professor deve saber e explicar aos seus alunos que nunca uma obra fílmica representa a realidade. Nunca! Ela sempre representa a tensão entre o que deveria ser e o que é; sempre mostra a dificuldade entre se ater aos supostos fatos e à estética cinematográfica.

Além disso, não podemos nunca nos esquecer que o filme faz parte da Indústria Cultural, e precisa de lucro para sobreviver. Essa também é uma condição imposta. O capital manda nas películas de tal forma que um diretor, por mais bem-intencionado que seja, por mais determinado que esteja em passar a sua visão histórica de determinada época ou acontecimento, nunca pode prescindir do dinheiro das bilheterias do planeta ou da vendagem em DVDs ou cópias digitais. E esta concessão acaba por mudar consideravelmente as ideias originais do autor do roteiro, que poderia ser historicamente mais plausível, mas não o é mais por conta da inviabilidade financeira que um filme muito histórico pode promover. Infelizmente, temos que admitir, um filme historicamente completamente fiel seria muito provavelmente um filme sem graça para a maioria das pessoas que não fossem historiadores. Assim, as pessoas não iriam no cinema (tampouco comprariam ou alugariam DVDs nas locadoras), fazendo com que o filme fosse um fracasso, inviabilizando qualquer outro tipo de produção da mesma equipe. Infelizmente, nós, historiadores, não somos em número suficiente para que um cineasta desenvolva um filme apenas para nós.

Outra coisa importante para o professor é sempre olhar o filme no contexto de sua produção e passar isso para seus alunos. Um filme como Laranja Mecânica, de Stanley Kubrick, filmado em 1971 muito possivelmente não poderia ser rodado nos dias atuais, dadas as características de seu protagonista, que era um devasso e, ao terminar a película, mesmo com todo o tratamento que recebe, continua um devasso em sua mente. A atual sociedade – principalmente a norte-americana – possivelmente não aceitaria as cenas de violência, estupro e morte exibidas pelo diretor. E, se aceitasse, faria com que o filme fosse exibido em um circuito menor de exibição, com menos salas de cinema, o que naturalmente impactaria na questão comercial do filme.

O pesquisador histórico deve ter estes detalhes em mente, para que consiga observar os impactos do filme estudado na sociedade em que foi produzido. A tensão entre o que o cineasta quer mostrar e o que o público está disposto a aceitar é um dos mais interessantes focos de pesquisa fílmica. E não apenas no que tange violência ou uma suposta censura. O mesmo Stanley Kubrick produziu em 1968 o filme mais enigmático de toda a história do cinema, 2001: Uma odisseia no espaço. Este filme provavelmente não chegaria às telas de cinema atualmente. Na verdade, como informa Clarke (1972), o filme quase não chegou mesmo às salas escuras. E não porque ele tinha algo de pornográfico ou extremamente violento. Muito pelo contrário, era um filme calmo e contido. Porém, seu conteúdo metafísico era tão grande que o tornava praticamente ininteligível para as pessoas que o assistiam. Mesmo assim, conseguiu ao longo do tempo o status invejável de obra-prima do cinema, e provavelmente seja o melhor filme de todos os tempos. Porém o entendimento de 2001 é complexo, e suas divagações são de tal ordem que atualmente sequer seu roteiro passaria pelos executivos de Hollywood. Um roteiro como aquele jamais chegaria a ser produzido na década de 2010, uma vez o cinema está cada vez mais atrelado ao capitalismo e às cifras mercadológicas, e a receita do filme sempre está atrelada ao seu custo, ou seja, sempre tem que gerar muito lucro para os estúdios e investidores.

Por outro lado, o historiador deve ficar atento às produções cinematográficas que conseguem chegar ao público. E mais ainda, aquelas cuja base é histórica. O cinema sempre está a favor de alguma ideologia. E não existe ideologia neutra. Como o cinema é uma arte coletiva, como diz Benjamin (1994), o interesse de muitas pessoas é imbricado na produção de uma peça fílmica. Um filme histórico como A Lista de Schindler, de Steven Spielberg tem a clara missão de lembrar os espectadores do holocausto, mas sempre com um viés humano, quase palpável, que faz com que ator (Liam Neeson) e plateia entrem quase que em uma catarse para salvar alguns judeus durante a Segunda Guerra Mundial. É intenção direta e premeditada do diretor fazer emocionar as pessoas. Mas não podemos nos esquecer que o próprio diretor é judeu, e, portanto, está contando a história do seu povo, com sua ideologia.

Filmes como este acabam gerando produtos que as pessoas “compram” sem crítica. A catarse, a emoção, é mais importante do que a História ou mesmo a ideologia por trás do filme. Não é de se estranhar que desde o final da segunda grande guerra sejam produzidos por ano pelo menos 14 filmes sobre o tema em Hollywood, sede das produtoras cinematográficas que são chefiadas em sua maioria por famílias judias. Os judeus têm todo o direito de contar sua história e de fazer lembrar sempre que possível o quanto sofreram nas mãos dos nazistas, e esta postura é extremamente salutar. Porém devemos nos atentar pela ausência. Há apenas um filme sobre o holocausto em Ruanda, alguns poucos sobre o Apartheid e nenhum sobre a guerra civil no Timor Leste ou em Moçambique. Assim, fica patente que os filmes possuem ideologias muito definidas, principalmente no que tange ao financiamento de tais obras.

O pesquisador/professor deve também sempre ficar atento é em relação à caracterização das personagens. Normalmente o cinema norte-americano (principalmente, mas não exclusivamente) padrão tem uma predileção por criar personagens maniqueístas, ou seja, o bom é realmente bom e o mau é realmente mau. Assim, motivações, tridimensionalidade e justificativas elaboradas passam longe das estruturas construídas. As personagens cumprem seu papel sem maiores problematizações. Não há o questionamento das motivações que levam os personagens a esta ou aquela decisão. Muito menos o auto-questionamento dos personagens em tela.

Kellner (2001) nos lembra do personagem John Rambo (Sylvester Stallone) em Rambo II – A Missão, dirigido por George P. Cosmatos. Na história do filme, o ex-combatente do Vietnã praticamente vira um super-herói norte-americano em uma missão de resgate de prisioneiros de guerra no país asiático (e àquela altura, comunista). Neste filme o herói é bom, a personificação do bem, da lealdade à pátria e do ideal americano. Já os vilões são maus, são péssimas pessoas chefiadas pelos inimigos mortais dos Estados Unidos (e, na forma como é mostrado no filme, inimigos de toda a humanidade) os comunistas soviéticos. Esta unidimensionalidade dos personagens acaba por conferir um grau de ideologia altíssimo ao filme, chegando muito perto da propaganda puramente dita, tal como Goebbels fez em relação ao povo alemão a partir de 1930.

Rambo é o soldado ideal, é o patriota ideal, é a idealização pura dos Estados Unidos e, mais ainda, de Ronald Reagan, o presidente norte-americano no período. Recordemos que o próprio presidente era também ator de cinema, e protagonizava filmes estilo faroeste, onde o branco norte-americano dizimava sem dó os inimigos, ou seja, os índios que habitavam aquelas terras antes dele. Além disso, novamente apoiados em Kellner (2001), podemos dizer que Rambo é a superação do indivíduo sobre o sistema. Isto porque um homem sozinho conseguiu dominar e subjugar todo o exército vietnamita existente no filme. Este “man versus world” muito comum nos filmes hollywoodianos mostra uma faceta clara do individualismo norte-americano já descrito por Fichou (1990) que imperava naquele país durante o governo do republicano Reagan. E John Rambo não estava sozinho. No período onde o ex-caubói foi presidente da nação mais poderosa do mundo, inúmeros filmes foram produzidos tendo como marca o individualismo, a força, o patriotismo, a belicosidade e a guerra contra os inimigos soviéticos.

Apenas para lembrar alguns dos mais emblemáticos, Rock IV, com o mesmo Stallone, onde o inimigo é um russo praticamente invencível, Top Gun, com Tom Cruise, onde o futuro inimigo eram os caças MIG soviéticos, Comando para Matar, com Arnold Schwarzenegger, onde um grupo de mercenários sul-americanos financiados pela União Soviética planeja dar um golpe de estado e, para retornar ao Vietnã, temos Braddock – O super comando, estrelado por Chuck Norris, cuja função cinematográfica não difere em nada da de Stallone em Rambo.

No Brasil a ideologia também perpassa os filmes. Basta, para isso, assistirmos os filmes do chamado cinema novo, como Deus e o diabo na terra do sol ou Terra em transe, ambos de Glauber Rocha, cuja ideologia de esquerda era nítida naqueles primeiros anos do regime militar. Ao mesmo tempo, filmes como Cabra marcado para morrer, de Eduardo Coutinho e Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade foram censurados pelo governo ditatorial e só puderam chegar às telas anos depois de sua produção. A censura – seja de maneira institucional, seja de maneira interna – pode ser sempre um problema no cinema. Atualmente não há censura prévia das películas, mas há uma censura no que tange ao público e aos múltiplos financiamentos que forçam diretores e roteiristas a alterar o conteúdo que estes desejavam mostram ao público. O historiador sempre deve levar isto em consideração, tomando o máximo de cuidado para não ser anacrônico. O filme que hoje parece “bobo” ou “ingênuo”, talvez tenha sido um arrombo de criatividade em tempos idos.

De qualquer forma, o historiador que decidir trabalhar com o cinema enquanto fonte, ou o professor que decide trabalhar com seus alunos o conhecimento histórico por meio do cinema, não pode se furtar de conhecer mais sobre a linguagem do cinema. Para tanto, ler alguns livros de teoria do cinema, como o Manual de roteiro de Syd Field, Pré-cinemas e pós-cinemas de Arlindo Machado ou O cinema, de André Bazin. Até mesmo algumas consultas em sites especializados na internet podem ajudar. O que não pode ser feito jamais é ignorar este conhecimento específico. É interessante também tentar fazer um fichamento sobre o filme (ou os filmes) que será usado em sua aula ou discussão posterior. O historiador precisa definir muito claramente o que o filme em questão está dizendo e - talvez até mais importante - como está dizendo o que diz. Outra dica valiosa é assistir várias vezes o mesmo filme, anotando suas principais observações sobre ele em cada uma das sessões. Além disso, comparar o filme que lhe é base com outros filmes da mesma época pode ser uma boa estratégia para perceber semelhanças e idiossincrasias na obra analisada. Por último, tentar encontrar na internet o roteiro do filme também pode ajudar imensamente a compreender todo o contexto da obra, já que o texto impresso pode ajudar a dirimir algumas dúvidas que ficaram na exibição midiática ao mesmo tempo que podemos perceber as diferenças entre o que estava no roteiro e o que efetivamente acabou parando nas telas de cinema.

Bibliografia

BARTHES, Roland. A Câmara Clara. São Paulo: Saraiva, 2012.
BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política. São Paulo: Brasiliense, 1994.
CLARKE, Arthur C. Mundos Perdidos de 2001. Rio de Janeiro: Expressão e cultura, 1972
FICHOU. Jean-Pierre. A civilização americana. Campinas: Papirus, 1990
KELLNER, Douglas. A cultura da mídia. Bauru: Edusc, 2001.
MARTIN, Marcel. A linguagem cinematográfica.  São Paulo: Brasiliense, 2003.
NAPOLITANO, Marcos. A História depois do papel. In: PINSKY, Carla Bassanezi. Fontes Históricas. São Paulo: contexto, 2011.
NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema na sala de aula. São Paulo: contexto, 2010.




179 comentários:

  1. Bom dia,

    Muito interessante seu artigo e, aproveitando a deixa da citação a Roland Barthes, gostaria de saber qual sua opinião sobre a iniciação dos alunos à conceitos básicos de semiótica e sua utilização pelos docentes para aprofundar a análise da simbologia de elementos imagéticos mostrados em tela. Estabelecer padrões de intenção na construção pictográfica pode aprimorar a experiência pedagógica? Grato.

    Kelton Bruno Sabatke

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    1. Oi Kelton, tudo bom?
      Respondendo muito brevemente: se todos os alunos aprendessem a base da semiótica e da leitura de imagens, o mundo seria bem melhor. No meu ponto de vista, a semiótica deveria ser uma das disciplinas iniciais de todos os cursos das ciências humanas.

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  2. Uma dúvida que perpassa o cotidiano docente quanto ao uso de filmes deriva da possibilidade de uso de filmes completos (utilizo esta perspectiva) ou de partes selecionadas. Na sua compreensão quais as benesses e/ou deméritos dessa escolha? Há alguma postura mais adequada, em sua opinião?
    Gizele Zanotto

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    1. Oi Gizele, tudo bom? Eu sempre prefiro usar filmes completos, mesmo porque o aluno acaba tendo uma compreensão melhor da história e acaba gostando mais da experiência. Mas nem sempre isso é possível, já que muitas vezes as aulas têm apenas 50 minutos, inviabilizando a atividade. No meu entender, o melhor seria achar documentários, curtas metragens ou mesmo animações que consigam passar a mensagem em 20 ou 30 minutos. Se o filme em questão possui mais do que uma hora, convém se valer de um software para que você, professora, reedite o filme. Mesmo assim, passar o filme inteiro é mais interessante.

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  3. O professor e o aluno precisam entender que o filme carrega uma certa subjetividade do autor e que é preciso outras leituras e análises para sua compreensão?

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    1. SEMPRE Fábio (e o sempre não está em maiúsculo por acaso). Um filme é um olhar, de uma pessoa ou de uma equipe. Mas é apenas um olhar. E o aluno deve compreender que existem múltiplos olhares.

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    2. Obrigado pela resposta. Mas se pegarmos dois filmes o Contestado - Restos Mortais e a Guerra dos Pelados, de Silvio Back só compreenderemos com uma gama de fontes analisadas. Já que Back, no docudrama Contestado, Restos Mortais não se prende a historiografia.

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    3. Isso mesmo Fábio. Não só estes filmes como alguns outros só são "legíveis" se houver um conhecimento prévio sobre os fatos. Me recordo agora de "A vida até parece uma festa", biografia em vídeo dos Titãs. Neste filme, há apenas colagens de gravações caseiras feitas pelos próprios músicos. Se o espectador não conhecer a realidade brasileira da época ou a carreira dos músicos, não consegue compreender. Neste caso, convém avisar isto aos alunos.

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    4. O sr. utiliza em suas orientações de Mestrado a temática História e Cinema?

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    5. Oi Fábio. Eu trabalho no programa de mestrado em educação e novas tecnologias, então sim, eu utilizo essa temática em teoria.
      Na prática, atualmente estou trabalhando com 3 orientandos que estudam videogames, dois que estudam Moocs e um que estuda o transporte de Libras para estudantes surdos.
      Ou seja, estou esperando um aluno com um projeto sobre cinema para orientar ;-)

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    6. Podemos trocar ideias sobre isso. Meu email: fabioehlker@gmail.com

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  4. Achei pertinente sua reflexão sobre o maniqueísmo na construção de personagens e a ausência de cinza - do meio termo - na maioria dos blockbusters de Hollywood. Vejo como primordial - até retomando meu comentário anterior - que os alunos tenham, de forma muito clara, a percepção de que a narrativa fílmica, bem como a literária, jamais serão totalmente isentas, mas que, felizmente, são constituídas de elementos inteligíveis e acessíveis a todos àqueles devidamente instruídos e capacitados para decifrar, neste caso específico, a historiofotia cinematográfica. Entretanto, em grande medida, os filmes que se dignam a aprofundar as razões que levam, por exemplo, um "vilão" a realizar determinadas ações, mesmo quando bem recebidos pela crítica especializada, acabam sendo vistos pelo público em geral como panfletagem ideológica de uma poética do subdesenvolvimento, como o documentário "Ônibus 174" de José Padilha. Como é possível trabalhar estas questões dentro de sala de aula sem incorrer nos mesmos equívocos de outrem, ou seja, metodologicamente, é possível fugir do maniqueísmo hollywoodiano e desnudá-lo para os alunos sem recorrer à retórica ideológica?

    Kelton Bruno Sabatke

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    1. Oi de novo Kelton! A ideologia está presente em todos nós, a todos os momentos. Isto posto, não há como explicar qualquer coisa (filmes inclusos) sem um viés ideológico. A questão é que no maniqueísmo norte-americano essa ideologia ganha ares propagandísticos, e isso é complicado. O mais importante é mostrar aos alunos quais as motivações ideológicas de cada personagem, mostrando assim a ideologia de cada um e, se tudo correr bem, as motivações que levaram aquela personagem a fazer esta ou aquela ação...

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  5. Boa tarde caro Rodrigo Scama. Em sua citação acima "...A tensão entre o que o cineasta quer mostrar e o que o público está disposto a aceitar...", e "não existe ideologia neutra", acaso traria à sala de aula uma discussão entre a ficção e realidade pessoal do aluno ou uma didática perigosa se usada sem embasamento? Poderia o professor também ser reprodutor (mesmo que inconsciente) de sua própria ideologia?

    JOCELAINE DA ROSA RODRIGUES

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    1. OI Jocelaine, tudo bom? Acho que a melhor forma de explicar isso para um aluno é explicar que todos nós - inclusive ele - possui ideologia. Asim, todos estamos imersos em um caldo social que forja nossas ideias. Quanto ao professor ser reprodutor de sua ideologia é isso mesmo. O professor É reprodutor de sua ideologia. Querendo ele ou não.

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    2. Obrigado pela resposta. Ainda em tempo: a arte imita a vida ou a vida imita a arte? A sala de aula não seria um grande "set"?

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  6. Caso o professor opte por exibir apenas partes de filmes, qual a melhor forma de desenvolver o trabalho? Que cuidados devem ser tomados?

    Maria Isabel Mendes

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    1. Oi Maria Isabel, tudo tranquilo? Acho que o primeiro cuidado a ser tomado é aprender a mexer com softwares de edição. Pode ser um complexo como o Adobre Premiere ou um simples como o Windows Movie Maker. Assim, você enquanto professora conseguirá escolher melhor os trechos e encadeá-los. A melhor forma talvez seja a retirada de algumas partes, ou seja, você enquanto professora decide quais partes do filme são desnecessárias, e com a ajuda do software as retira do arquivo final de reprodução.

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  7. Neste caso de exibir apenas partes, como escolher o que deve ser mostrado. Fico preocupada ao passar um filme em sala de aula com recortes de cenas escolhidas por mim. Como realizar o que deve ser mostrado? Mitsko Ota Rodrigues.

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    1. Oi Mitsko, tudo bom? Não se preocupe. É você, enquanto professora, que deve mesmo escolher as cenas. Da mesma forma como você escolhe quais documentos mostrar na sala, ou as palavras que usa para descrever isto ou aquilo. Faz parte do seu papel ;-)

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  8. Boa tarde professor. A preocupação dos colegas em exibir recortes dos filmes é importante e me também me preocupa. Muitas vezes, os jovens não tem paciência para assistir a um filme longo, ou preto e branco como "Tempos Modernos", de Chaplin. Por isso, muitas vezes optei por exibir recortes que, claramente, revelaram a minha visão sobre o tema retratado. Considerando as peculiaridades de cada turma de alunos, como podemos realizar um trabalho de qualidade em sala de aula? Irene Barbosa de Moura

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    1. OI Irene, tudo bem? Tempos modernos é um filme clássico e atemporal. Mas a garotada de hoje em dia não tem paciência para ele. Por outro lado, lembro que na escola odiava os filmes que os professores passavam, mesmo que fossem filmes bons. Faz parte de ser aluno...
      Agora, quanto a passar a sua visão, é isso mesmo. É a sua visão daquilo que é importante. Talvez você não se dê conta, mas todas as coisas que você fala (ou não fala) em sala de aula refletem quem você é, suas opiniões políticas e ideologias. Ao fim e ao cabo, cada aula sua envolve inúmeras decisões que revelam a sua visão sobre o tema retratado. Não se preocupe tanto com isso. Acredite que a sua escolha é a melhor para os alunos.

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  9. Boa tarde!! Tenho conhecimento que o professor ao optar por esta metodologia deve estar preparado para buscar um novo olhar de ensino. sendo assim, o que o professor deve saber explicar aos seus alunos em relação a adequação ao uso de filmes em sala de aula??

    Divanei Ferreira dos Santos

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    1. Oi Divanei. A primeiríssima coisa a se mostrar para os alunos é que aquela peça (o filme) é apenas um olhar sobre o tema. De uma pessoa ou equipe. OU seja, ele vai e deve encontrar outros olhares sobre o mesmo tema ao longo da disciplina e - por que não - ao longo da vida. Se o aluno entender que aquilo é apenas uma forma de entender o processo complexo da História, e que existem outras visões, às vezes até mesmo contraditórias, ele já aprendeu muito.
      Outra coisa importante é explicar que aquilo é uma encenação, e que as personagens históricas eram muito mais ricas do que sua representação na tela. Tentar tornar tridimensionais as personagens que aparecem nos filmes é outra tarefa um tanto árdua, mas interessante. Isso porque os alunos têm a tendência a achar que as personagens históricas são idênticas às que existiram (como bem explicita Walter Benjamin)

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  10. Este comentário foi removido pelo autor.

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  11. Boa tarde, percebo em sala de aula a grande utilização dos enlatados da indústria hollywodiana. Não está na hora de nós enquanto professores historiadores, valorizarmos mais a indústria cinematográfica da América Latina. Segundo algumas pesquisas que fiz para monografia, o cinema mexicano na década de 30 contava com muitas produções, tanto que Sergei Eisenstein esteve no México e fez produções lá. Não está na hora de nos utilizarmos e valorizarmos mais o que produzimos?Noeli Zettel

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    1. SSSSSSSSSSSIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM!!!!!!!!!!

      Não só no Brasil, mas aqui pelas redondezas há vários filmes interessantíssimos e que seriam maravilhosos para serem usados em sala de aula. O único problema é o acesso. Convenhamos que um filme hollywoodiano é muito mais fácil de ser encontrado e repassado do que um filme boliviano da década de 50. Mas mesmo assim, vale o esforço. Uma dica é consultar o http://melhoresfilmes.com.br/ que tem a parte dos países. Com esse site você consegue descobrir os "melhores" filmes de cada país e abrir o leque de alternativas. Divirta-se ;-)

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  12. Sabemos que a análise fílmica em sala de aula está cada vez mais presente na didática dos professores/historiadores. Porém nem todos profissionais de ensino de história e de outras áreas adotam esse meio de ensino e aprendizagem, preferem o ''método tradicional'' onde o professor fala e o aluno escuta, e consequentemente decora a história como se passou. Aos poucos esse medo de aplicar algo novo para o aluno vem mudando, não só no campo da história, mas em outras matérias. Afinal, quais são os benefícios que os professores e os alunos recebem estudando e analisando um bom filme em sala de aula?
    ALISSON AMARO FERNANDES

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    1. Todas do mundo Alisson. Me dói no coração ver professores usando "decoreba" com seus alunos, que vão odiar História em pouco tempo. Um filme é uma das formas de despertar a história para os alunos, de fazerem com que eles se apaixonem como nós nos apaixonamos em algum momento da nossa jornada. E além dos filmes há as Histórias em quadrinhos, as músicas, as receitas... uma infinidade de formas de ensinar História muito melhores do que meramente decorar um texto.

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  13. O cinema é um recurso pedagógico muito interessante e rico para discussões. Em relação a formação de professores não nos falta disciplinas que tratem das técnicas para trabalhar um filme, uma foto, um reportagem ? O professor não se forma despreparado para o uso dessas ferramentas e aprendem na “tentativa e erro” ?
    Obrigado.
    Fabiano Moreira da Silva

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    1. Pôxa Fabiano, daí depende. Existem várias faculdades de História que já preparam seus alunos (futuros professores) para o uso da multimídia. Mesmo assim, acho que deveria ser disciplina obrigatória nos currículos. Se todos nós, historiadores, nos mobilizarmos, com certeza essas matérias existirão. E serão muito interessantes para um futuro professor.

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  14. O filme pode ser utilizado como um elemento a mais na relação ensino aprendizado, no entanto, como trabalhar esses filmes que em muitos momentos, se querem históricos, mais carregados de elementos preconceituosos e cheios de manipulações.

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  15. O filme pode ser utilizado como um elemento a mais na relação ensino aprendizado, no entanto, como trabalhar esses filmes que em muitos momentos, se querem históricos, mais carregados de elementos preconceituosos e cheios de manipulações.

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    1. Bem, daí vai do seu julgamento. Se o filme for realmente preconceituoso e cheio de manipulações, não o use.
      Agora, se tiver algo que se salve, convém explicar aos alunos os preconceitos e as manipulações, até para que eles tenham capacidade de, no futuro, discernirem sozinhos entre uma boa peça fílmica e uma ruim.

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  16. Um filme nunca deixa de ser uma grande fonte histórica em sala de aula de aula. Mas como podemos despertar uma visão mais apurada dos alunos? Como podemos fazer com que eles tenham uma visão mais próxima da nossa ? Acho muito difícil... Mas o debate ? Partes importantes do filme comparando com os assuntos abordados da matéria em sala ainda podem ser uma representação do fato histórico?
    Sayonara Costa

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    1. Oi Sayonara. A melhor forma é trazer um filme que seja interessante para os alunos. De uma forma que eles se interessem pelo filme e, como consequência, interessem-se também pelo assunto abordado.
      Depois disso, cabe ao professor mostrar as partes irregulares do filme, suas idiossincrasias e tentar apontar onde filme e História convergem. A partir daí, tentar mostrar aos alunos que aquela visão em certa medida reflete a realidade e em certa medida não retrata. E com esse embate faze-los discutir e aprender sobre o tema proposto.

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  17. Como trabalhar com cinema em sala de aula se os alunos não tem interesse em filmes antigos ou com temática crítica?

    Graziela Gomes Santos

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    1. Oi Graziela!! O interesse dos alunos deve ser despertado. É verdade que filmes antigos são difíceis de serem trabalhados. Neste caso, talvez diminuir a projeção, ou seja, cortar um pedaço do filme pode ser uma ideia. Outra alternativa é tentar encontrar peculiaridades que façam os alunos se interessarem, como os efeitos especiais "toscos", a montagem de câmera, a performance dos atores... qualquer coisa que chame a atenção deles. Se ainda assim não der certo, tente achar outro filme - mais atual - para tentar fazer o trabalho.

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  18. Boa noite professor, minha dúvida é em relação ao recorte do filme e a emoção por ela produzida. Ao fazer a analise devemos de ter um cuidado essencial com o recorte do período histórico fazendo uma desconstrução da ficção com a História. Mas, para a desconstrução das ideias produzidas pelo diretor (exemplo citado no filme Lista de Schindler, de Steven Spielberg), como poderíamos trabalhar a divisão de um fato histórico e da relação emocional?
    João Cendron Júnior

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    1. Não faça João. Cinema é emoção. Tire isso dos alunos e eles vão odiar o filme. DEixe-os se emocionar e depois - a partir da própria emoção deles - faça a História ficar viva na cabeça de cada um. Quanto mais eles se emocionarem, mais fácil será sua aula, porque eles prestarão mais atenção em você, e vão querer saber mais sobre aquelas pessoas ou aquela situação.

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    2. Obrigado professor

      João Cendron Júnior

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  19. Boa noite.

    Primeiramente gostaria de parabenizar pelo artigo.
    Queria saber, diante da atual sociedade onde as informações são procuradas muito rápido, com o uso de redes sociais por exemplo, e os alunos, na maioria das vezes acreditam em tudo que veem. Como o professor de história pode trabalhar com filmes em sala de aula, levando em conta que o que é transmitido no mesmo não é a realidade, e deixando claro aos estudantes que o que estão assistindo não é a verdade.

    Obrigado.

    ANA CAROLINA RODRIGUES AMBRÓSIO.

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    1. Olá Ana, tudo bem? Lembre-se que não são apenas os alunos que acreditam em tudo que veem. A sociedade atual está com este problema em todos os níveis. Assim, uma coisa interessante é passar um notícia (falsa) do facebook e convencê-los da veracidade dela. Momentos depois, expor a verdade, e mostrar como eles são manipuláveis.
      A partir daí você explica que todo filme é uma forma de manipulação, já que o autor deseja contar uma história e ele tem sua própria ideologia. Com isso, talvez fique mais simples dos alunos perceberem esta característica em relação ao cinema.

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    2. Muito obrigado pela dica Rodrigo. Usarei com certeza. Creio que dessa forma ficará bem mais fácil para os alunos entenderem que nem tudo que veem é verdade. Mais uma vez, obrigado e excelente artigo.

      Ana Carolina R. Ambrósio

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  20. Cristiane Aparecida Fontana Grümm7 de março de 2016 às 17:10

    Boa noite, Rodrigo,

    O texto que você nos apresenta traz reflexões bastante interessantes e muito pertinentes. Como você coloca no início do seu texto, o cinema já relacionava-se com a história antes mesmo que a história o considerasse como documento histórico. Muito importante ressaltar que, em sala de aula, o professor não precisa limitar-se a utilizar apenas filmes com "conteúdo histórico". Como você bem coloca, ao trabalhar com um filme é indispensável ao professor e aos estudantes problematizar a película pensando o momento em que foi produzida, o contexto em que estamos inseridos (assistindo e analisando o filme) e o tempo histórico que o filme pretende representar. Você, à luz da teoria, destaca que documentário é, assim como a ficção, produzido com uma intencionalidade e também constitui-se como uma representação seletiva de um dado contexto histórico.
    Nesse sentido, organizo dois questionamentos.
    1) Ao utilizar um filme em sala de aula é preciso problematizá-lo. Geralmente os filmes têm mais de uma hora e meia de duração e são duas aulas de história por semana, no máximo três, (e com menos de uma hora de duração cada). Considerando essa condição, você considera pertinente que se trabalhe com trechos selecionados de filmes? (o que perderíamos o todo e não seria possível problematizar alguns aspectos que você pontua no seu texto).
    2) Quanto ao documentário, como superar a ideia senso comum dos estudantes de que o documentário traz a verdade histórica, pois é a expressão "do que realmente aconteceu"? (levanto esse questionamento pensando principalmente que os jovens estudantes cada vez mais têm acesso a produções, seja em canais fechados ou internet, de documentários produzidos especialmente com a intenção de "mostrar o passado como realmente aconteceu". Os estudantes vêm para sala de aula com essa pré-concepção).

    Cristiane Aparecida Fontana Grümm

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    1. OI cristiane. Muito legais suas perguntas. Então vamos lá:
      1) Existem algumas soluções. Claro que a melhor seria passar o filme todo na sala de aula, mas pensando que isso é inviável, você pode primeiramente escolher filmes menores. Curtas metragens e animações são muito interessantes neste contexto. Você já acessou http://portacurtas.org.br ? Ali talvez você ache coisas interessantes.
      Uma segunda ideia é cortar o filme. Usar um software como WIndows Movie Maker e tirar do filme partes que você considera irrelevantes para a disciplina (mas mantendo ainda a coesão do filme).
      Uma terceira alternativa é pedir para que os alunos assistam o filme inteiro em casa (e isto está cada vez mais simples com youtube e netflix) e depois na sala de aula passar apenas trechos mais focados.
      2) Essa é mesmo muito difícil. AS pessoas realmente imaginam que o documentário é perfeito. Uma vez eu usei o documentário do Al Gore "uma verdade inconveniente" para demonstrar isso, porque o filme gerou uma comoção mundial para depois ser descoberto como fraude, já que os dados ali levantados foram manipulados. Assim você consegue demonstrar que os documentários não são fidedignos. Outra alternativa é usar dois documentários sobre a mesma coisa e fazer os alunos perceberem como são diferentes entre si, e como a visão do cineasta distorce a "realidade" histórica.
      Bom, acho que são essas as dicas, espero que sejam úteis no seu futuro profissional.

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    2. Cristiane Aparecida Fontana Grümm8 de março de 2016 às 04:08

      Muito obrigada, Rodrigo, realmente suas sugestões serão consideradas. Gostei da ideia de dois documentários sobre o mesmo assunto para problematizar com os estudantes "a verdade histórica" dos documentários". Novamente parabéns pelo texto e agradeço a atenção em responder minhas perguntas.

      Cristiane Aparecida Fontana Grümm

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  21. Caro Ricardo,
    Como você trabalha com a questão da desconstrução de filmes em que elementos são sutilmente aplicados, deixando pouco perceptível os discursos ideológicos ?

    Ailton Ribeiro Nascimento

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    1. Oi Ailton, tudo beleza? Essa é justamente a melhor parte. Destacar aos alunos a sutileza encontrada por diretores e roteiristas para fazer com que sua ideologia passe por meio do filme. QUando os alunos percebem isso, começam a pensar o mesmo em relação a outros filmes. E daí, mais do que uma aula de História, você está dando uma aula de interpretação e de análise do discurso ;-)

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  22. Boa noite,

    Com relação as discussões sobre a utilização do cinema enquanto recurso midiático para promover discussões históricas com os alunos, de que forma o cinema brasileiro, que apesar de toda a dificuldade de incentivos à produção, pode auxiliar o professor de História na sua prática docente?

    Gustavo Cezar Waltrick

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    1. Olá Gustavo!! Bom, acho que nesse caso, não importa se o cinema é brasileiro, norte-americano ou vietnamita. O que importa é utilizar o cinema para mostrar ou evidenciar determinadas questões de uma forma mais contundente e também mais interesse para nossos alunos.

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  23. Muito interessante todo o texto! Fiquei refletindo sobre o uso da imagem em si, para convencer, expor idéias e compartilhar culturas! Dentro disso as diversas reflexões históricas entre o eu e o outro são possíveis de serem feitas... Porém um questionamento que fiquei me fazendo, é exatamente nesse contexto da análise do filme, você acha que o historiador nesse ponto, tem como principal proposta ter um olhar muito mais voltado para as informações históricas? Já que muitas vezes se coloca o papel do historiador como sendo principalmente esse.

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    1. Sim Fernanda. O historiador deveria se voltar às questões históricas. Mesmo porque, ainda que o pobre historiador não queira, sempre acaba olhando para as coisas com viés histórico. Mas isso não quer dizer que o historiador não possa ou não deva prestar atenção em todas as demais coisas, como a produção, as relações de poder, e as particularidades inerentes do cinema. QUanto mais o historiador souber sobre figurino, atuação, roteiro, posicionamento de câmera etc, mais interessante será sua aula. ;-)

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  24. Bom dia, gostaria de parabenizá-lo pelo belíssimo texto. Como você respondeu a uma pergunte acima sobre o tempo muitas vezes ser curto para passar o filme completo em sala de aula, gostaria de saber se seria uma boa opção talvez passar para os alunos assistirem em casa fazendo uma análise pessoal e em sala fazer uma análise mais completa do filme com os alunos, do que se faria se passasse o filme em sala de aula por causa do tempo?
    Letícia Martins Calheiros

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    1. Eu sempre faço isso Letícia. Atualmente com youtube e netflix, fica cada vez mais fácil indicar que os alunos assistam antes de virem para aula. Depois, na aula, passo apenas os pontos que eu quero discutir mais. O restante da trama eles já viram (ou deveriam ter visto ) em casa e eu não preciso me preocupar mais com isso.

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  25. Bom dia Professor.

    Sempre gostei muito de usar o cinema como fonte de investigação histórica em sala de aula, no entanto, o tempo escasso acaba inviabilizando, muitas vezes, o uso de diferentes filmes do mesmo tema, por exemplo. Como utilizar esse suporte sem cair na mera reprodução ou selecionando novos recortes que acabam mostrando a visão do próprio professor sobre o filme?

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    1. Olá Zé, tudo bom? Acho que a melhor maneira é assistindo vários filmes para ter mais opções para mostrar aos alunos. Quanto mais cultura cinéfila o professor tem, mais fácil fica para diversificar as aulas e temas. AO mesmo tempo, é bom tentar perceber nos alunos quais filmes eles gostariam mais (dentro da sua proposta, claro) para que eles mantivessem a atenção. QUanto ao tempo de sala de aula, este é nosso ingrato inimigo, mas tentei dar algumas ideias nas respostas acima sobre como desviar (ou diminuir) esse empecilho.

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  26. bom dia, excelente artigo.
    Usar filmes históricos, para analisar um determinado recorte de tempo, como exemplo o medieval, e despertar o interesse nos alunos, e instigar o senso moral,problematizar com filmes clássicos como "Em busca do cálice sagrado" que envolve critica e comédia seria uma forma de buscar interesse dos alunos por assuntos históricos?
    Renan Augusto Gonçalves Costa

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    1. Não só Em bUsca do Cálice Sagrado, Renan, mas também "A Vida de Brian". Eu sei que o segundo é mais complicado, mas se bem contextualizado, fica um filme ótimo para explicar uma série de coisas. Como ambos os filmes são geniais, com certeza os alunos irão rir e a aprendizagem será melhor. Nessa linha, você já assistiu ao Brancaleone? São dois filmes, italianos - "O incrível exército de Brancaleone" e "Brancaleone nas cruzadas". Vale a pena!

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    2. Sim a vida de Brain é genial, mas seria realmente complicado, pois na academia ainda existe um certo receio de moralidade, mas com um bom contexto seria bem utilizado.
      brancaleone é um filme ate mais intrigante que os do Monty Python. Obrigado Pela Atenção e as dicas Professor.

      Renan Augusto Gonçalves Costa

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  27. Bom dia Rodrigo,meu nome é Erivaldo, sou aluno do 8º semestre do curso de História UNEB Campus IV, Jacobina-BA. Gostei muito do seu artigo, nele você aponta diversas situações em que o historiador precisa tomar cuidado ao utilizar o cinema como fonte histórica, mas, gostaria que você comentasse um pouco sobre a receptividade do público em relação ao filme, pois, acho importante analisar não somente as questões técnicas, mas também, como o público recebeu o filme, a crítica, a bilheteria, o que você pensa sobre estas questões?
    Erivaldo da Silva Pereira

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    1. Oi Erivaldo, tudo bom? QUanto mais o professor souber sobre o filme, melhor. Bilheteria de filmes nacionais é um tanto complicado de descobrir. Funciona mais ou menos assim: um filme com grande exposição tem seus números divulgados. Filmes que fracassaram não. Então pode ser difícil. Mesmo assim, muito importante. Sobre as críticas, é sempre bom pesquisar na internet para saber o que as pessoas falam ou falaram sobre determinados filmes. Existem fóruns de discussão de críticos e resenhas de películas muito interessantes. E também existem revistas especializadas e sessões em grandes jornais sobre filmes. Vale a pena ler um pouco mais antes de passar o filme para os alunos, apontar curiosidades, idiossincrasias...

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  28. Boa tarde, O uso do filme como documento histórico e como recurso didático no ensino de História,funciona como instrumento para que podemos entender "a história da sociedade humana". Mas, é preciso estar ciente que um filme ou qualquer outro recurso didático não resolve os
    problemas no processo de ensino/aprendizagem por si só, mas pode ser um material que se
    bem organizado e trabalhado pelo professor, pode contribuir para bons resultados. Quais as rupturas, transformações e experiências que o professor pode explorar por meio do filme?

    Sheyla de Almeida Santos

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    1. Oi Sheyla. O cinema é apenas mais um dos recursos, como você mesma colocou. Existem inúmeros outros, como o xerox de documentos antigos, as letras de canções, as histórias em quadrinhos... Todos estes aparatos vão ajudar o professor. Mas, vão ajudar somente. Não podemos esperar que ao assistir um filme o aluno compreenda um processo histórico. Não podemos nos iludir neste aspecto. O que o filme mais muito bem é estimular a criatividade e o interesse do aluno. E todos sabemos que um aluno interessado aprende muito melhor e mais rapidamente. Neste sentido, o filme é interessantíssima ferramenta.

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  29. Eu vejo filmes históricos bons para conceituar o momento histórico, mas muitos desses filmes no geral são partidários a alguma causa. Como já foi explicitado, existe a criação de um herói ali que esteja no centro da história, muitas vezes (ou todas) as verdades daquele personagem se adaptam as necessidades de mercado de quem assiste, então é difícil em um filme, por exemplo, retratarem os pontos negativos ou os erros dos personagens, muitas vezes apenas focam em determinados pontos que fortalecem a imagem do protagonista, o que distorce a realidade. Hoje nossa sociedade é assombrada pelo maniqueísmo de pensamento, então tendem a ver tudo como verdades absolutas ou mentiras absolutas, e nesse caso ao ver um filme, tem a problemática dos alunos tomarem aquilo como um fato imutável, e ao invés de ajudar os alunos a intender a história não estaríamos "eternizando" na mente das crianças a realidade colocada no filme. Existe o risco do aluno colocar a ideia do filme acima de qualquer livro ou autor por ser uma mídia de muito mais força ? Como o Senhor enxerga essa problemática ?

    Daniel Nunes Batista

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    1. Oi Daniel, tudo bom? Quem melhor explica isso é Walter Benjamin. Sim, as pessoas hoje têm uma tendência muito maior a achar que o que está na tela "é a realidade". Daí vai o papel do professor de desmistificar isso. Essa é a nossa maior luta e - porque não dizer - nossa maior relevância quando tratamos de filmes em sala de aula.

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  30. Luciana V. Nobre Abido8 de março de 2016 às 13:45

    Antes de tudo, parabéns pelo excelente texto!!!
    Sabemos que não é só o jogo de câmeras (muito bem colocado pelo autor)que influência a visão do espectador a cerca de um filme. O cenário, a cor, a trilha sonora e toda a simbologia utilizada desempenham um papel fundamental. Muitas mensagens são lançadas ao inconsciente e acho que essas são ainda mais perigosas do que as mensagens explícitas que os filmes lançam. O cérebro trabalha de uma maneira muito singular e estes recursos psicológicos são largamente usados na indústria cinematográfica. Logo, o uso desses filmes no ensino, associado a uma análise crítica das estratégias ideológicas que o filme lança mão, não seria interessante? Despertar a visão crítica do aluno quanto a manipulação seria fantástico. Permitiria a ele não só perceber as táticas usadas nos filmes como até mesmo na mídia em geral (incluindo os discursos). Falo isso por experiência própria, mas como bióloga e estudante de filosofia, não sei se isso seria realmente possível no ensino de história.
    Luciana Ventura Nobre Abido
    luciananobreabido@gmail.com

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    1. Claro que é possível Luciana!! E sabe o que seria mais divertido? Mandar os alunos fazerem seus filmes. Já que atualmente qualquer celular tem câmera, e que o youtube é de graça, podemos fazer com que os alunos, além de assistirem e interpretarem os filmes, passem a fazer os seus próprios filmes...

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  31. Este comentário foi removido pelo autor.

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  32. Boa noite Rodrigo Scama,achei muito interessante seu texto, trabalhar com filme na sala de aula é muito importante pois possibilita mostrar aos alunos que os filmes escondem pontos de vistas, opiniões escondidas. No seu ponto de vista, isso ajudaria cada aluno na percepção do que esta na mídia, seja TV, internet entre outros meios de comunicação?
    att: Joelson Batista da Silva Rosa

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    1. Oi Joelson, tudo bom? Se você, enquanto professor, souber mostrar aos alunos as "entrelinhas" dos filmes, eles quase que naturalmente vão estender este tipo de análise para outras mídias.

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  33. Gostei muito de suas colocações, pois ao utilizar um filme que traz um enredo histórico facilita a compreensão do conteúdo dos alunos .

    Luziane dos Santos

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  34. 1.Percebi que você se pautou mais na cinematografia americana por uma questão óbvia, no entanto, o professor não precisaria de um outro olhar cinematográfico como o cinema europeu e sul-americano?

    2.Para um melhor aprofundamento do tema não seria interessante ao historiador interdisciplinar com a semiótica e a filosofia da linguagem?

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    1. Oi Johny, tudo bom? Suas duas impressões estão corretíssimas. Em relação à primeira pergunta, o maior problema é ao acesso. Infelizmente temos um acesso muito restrito às coisas produzidas em países periféricos. A Indústria Cultural sempre acaba prevalecendo, e com ela, as formas de enxergar uma história e a forma de contá-la acbam ficando "pasteurizadas" mesmo. Infelizmente.
      Quanto ao seu segundo ponto, meus estudos de mestrado (em Tecnologia, na UTFPR) sempre giraram em torno de semiótica e teoria da linguagem. E eu acho que os cursos de história deveria ter estas disciplinas já no início do curso, para preparar o futuro professor aos desafios da carreira.

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  35. Primeiro parabéns pela produção do artigo! No final do texto são apontados diversos elementos que facilitariam a compreensão do filme. Que outras estratégias seriam indicadas para trabalhar filmes clássicos ou cult's com alunos do Ensino médio?

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  36. Primeiro parabéns pela produção do artigo! No final do texto são apontados diversos elementos que facilitariam a compreensão do filme. Que outras estratégias seriam indicadas para trabalhar filmes clássicos ou cult's com alunos do Ensino médio?

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    1. Oi Ana, tudo bom? Acho que o principal problema com o ensino médio é a dispersão dos garotos. Neste caso, uma boa contextualização, mostrando os motivos pelos quais aquele filme é importante ajuda um pouco. Outra dica é pensar como as crianças, tentar imaginar filmes que eles teriam vontade de assistir. Se o filme imaginado não tem essas características, procure editar o filme, para não ficar muito maçante. OUtra ideia é mandar eles assistirem outros filmes com temática parecida em casa. Talvez assim eles se animem com um filme mais cult (e difícil de assistir, do ponto de vista deles)

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  37. Ótimo trabalho! Gostaria de saber qual mais correta para poder avaliar corretamente um determinado filme?

    Igor Roberto Carvalho Brito

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    1. Oi Igor, tudo bem? Avaliar como? QUal filme você como professor deveria passar aos alunos? Se a pergunta for essa, acho que o melhor é aliar um filme com conteúdo/temática histórica em conjunto com algo que os alunos quisessem ou gostassem de assistir. Além disso, é sempre bom pegar um filme de mais fácil acesso. Algo que tenha no youtube, na netflix ou que seja fácil de encontrar nas locadores de DVD da região.

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  38. Olá, bom dia.
    Primeiramente eu gostaria de lhe parabenizar pelo artigo, levanta pontos muito interessantes e traz um método bem pertinente de conhecer minimamente técnicas do cinema.
    Minha pergunta: o senhor acha necessário, importante, fazer uma introdução sobre o contexto de produção do filme quando o mesmo for trabalhado em sala de aula? Por exemplo situar o momento histórico da produção, mostrando que além da mensagem própria da obra, há mensagens que eram comuns naquele contexto.

    Obrigada,
    Amanda Cruz

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    1. Sempre Amanda. QUanto mais informações sobre o filme, seus bastidores, a época de sua produção, outros filmes da época e o contexto histórico, mais fácil vai ser para os alunos se conectarem a ele.

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  39. Prezado Rodrigo Scama, queria primeiramente parabenizá-lo pelo artigo. O cinema é uma ferramenta muito utilizada pelos professores, principalmente pelos da área de História, no auxílio do processo de ensino. A dúvida fica com relação à avaliação de como o filme cumpriu junto aos alunos o papel de ilustração viva de um determinado tema. Como medir o que os alunos realmente captaram. Um abraço.

    Cláudio Renato Pereira da Silva

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    1. OI Cláudio, tudo bom? Existem algumas formas de você aferir isso. Desde o básico questionário após o filme, até o debate em sala de aula. Mesmo assim, o mais importante não é os alunos terem entendido o filme, e sim o contexto e o conteúdo histórico que o professor pretende passar. Não podemos perder isso de vista.

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    2. Obrigado professor!

      Cláudio Renato Pereira da Silva

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  40. Caro,Rodrigo Scama.

    Importante discussão sobre o cinema/história/educação presente no seu texto, uma indagação me surgiu enquanto lia o mesmo. Como pensar uma possível reeducação do olhar de alunos do Ensino Médio sobre a história do Brasil, utilizando como instrumento didático pedagógico o cinema nacional?

    Josineide Alves da Silva

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    1. Ótima pergunta Josineide. Para isso, é necessário, antes de mais nada, elencar uma série de filmes que representem os diversos períodos da História do Brasil. Isto por si só já é um tema abrangente e muito rico, indo de Humberto Mauro à Carla Camurati. É interessante assistir cada um dos filmes, criticá-los e então passar aos alunos. A parte realmente mais complicada é encontrar bons filmes (do ponto de vista histórico) para cada uma das fases que o Brasil passou. Mas procurando bem, acha-se...

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  41. Este comentário foi removido pelo autor.

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  42. Caro, Rodrigo Scama, parabeniza-lo pelo artigo sobre o historiador, o professor e o cinema. Em seu texto, você escreve que há apenas um filme sobre o massacre em Ruanda, na verdade tem um outro filme - Tiros em Ruanda, 2005, direção de Michael Caton-Jones. Qual a melhor forma de trabalhar o filme em sala de aula: roteiro dirigido com questões para serem analisadas pelos alunos e entregues ou solicitar que os alunos assistam e promover um debate em sala de aula?

    Alessandro de Andrade Silva

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    1. Upa!!! Muito obrigado Alessandro! Não sabia da existência desse filme. Aumentou em 100% a quantidade de filmes sobre Ruanda produzidos... :)
      Sobre sua pergunta, eu acho que o debate é sempre melhor. Principalmente quando o filme apresenta questões polêmicas. Deixar os alunos discutirem entre si é sempre uma maneira interessante de promover o aprendizado.

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  43. Boa tarde,

    Ainda sou graduando em História, por ser um grande fã de filmes, encontrei meu foco de interesse após assistir "Os Caçadores da Arca Perdida", os usarei em minha sala de aula no futuro. Acredito que o cinema é um meio importante de se estudar a história e de se ensinar a história, lógico que de forma crítica contextualizada. Minha pergunta: como escolher bons filmes e como trabalha-los de forma que o aluno interaja? Filmes que possuem personagens fictícios mas um contexto histórico também podem ser trabalhados? (Cito "O Poderoso Chefão")

    Obrigado

    Vinicius Sales Barbosa

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    1. OI Vinicius, tudo bom? Primeiramente, se você gosta de "caçadores", leia a história "As minas do rei Toleimon" do Tio Patinhas. Essa história em quadrinhos foi a base para a primeira sequência. Você vai se divertir...
      QUanto a sua pergunta, um personagem, ainda que fictício, vive, interage, respira um mundo reconstruído a partir de uma base histórica. Por conta disso, pode ser usado sim. Don Vito, por exemplo, é um representante da máfia norte-americana na época da lei seca. E ao mesmo tempo seus inimigos começam o tráfico de drogas nos EUA. Sim, há muito a ser estudado no melhor papel do Marlon Brando...

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  44. Este comentário foi removido pelo autor.

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  45. Olá gostei do texto..
    Filmes são uma ótima oportunidade em que o aluno possa visualizar
    diversas realidades. Uma pena é que muitas escolas tem dificuldades para oportunizar o acesso a essas tecnologias. Como vc acredita que uso de mídias digitais poderia ser melhor utilizado e disponibilizado em escolas públicas brasileiras?
    Att.
    Paula Évile Cardoso

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    1. OI Paula. Sua pergunta é muito complexa, e não sei se tenho capacidade para respondê-la. De qualquer forma, acredito que com a democratização do acesso da internet, rapidamente (menos de uma década) ela estará nas escolas. Se não por meio público e estatal, por meio dos celulares dos alunos, que estão cada vez mais conectados. Acredito que se a escola não fornecer uma televisão e um acesso digno à internet, os 3Gs, 4G, e vindouros 5G e 6G darão conta do recado.

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  46. O uso de filme na aula de história é uma importante ferramenta metodológica que pode ser utilizada pelo professor. É uma maneira de transformar uma aula excessivamente palestrante em uma aula voltada para a interação e socialização do conteúdo em sala de aula. Assim, ao propor a exibição de um filme como discussão do conteúdo perante os alunos, o professor abrirá possibilidades para que eles se insiram na construção do conhecimento, contribuindo assim para o enriquecimento do cotidiano escolar.
    Eli Carvalho de Oliveira

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  47. O professor, ao propor o uso do filme, deverá desenvolver uma minuciosa preparação de sua aula, para que os alunos não vejam essa atividade somente como um momento de diversão. Dessa forma, o primeiro passo é escolher um filme que se encaixa dentro do que está sendo discutido em sala de aula; depois, analisar a narrativa do filme para ver se a linguagem e o roteiro são adequados para a faixa etária da turma. Além do mais, é necessário fazer uma breve introdução do que será retratado no filme, tornando evidente, por exemplo, o ano que a produção foi elaborada e o nome dos diretores que o produziram.

    Leonilda Aparecida Borges

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    1. Oi Leonilda. Além de tudo isso que você disse (corretíssimo) também é interessante mostrar brevemente outros filmes produzidos no mesmo período, para que os alunos possam comparar entre as produções.

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  48. Boa noite
    Atualmente vivemos numa sociedade que diariamente é bombardeada pela mídia eletrônica, por filmes de heróis americanos, por filmes sobre guerra civil, conflitos sociais, etc. As pessoas não costumam da valor num filme que realmente retrata uma história, um filme que tem um contexto bem definido,um filme que mostra como aconteceu uma guerra numa época, porquê aconteceu determinada essa guerra, quem estava a frente dessa guerra.Enfim, a sociedade não se importa muito com essas questões, elas não problematizam essas questões, cabe a nos historiadores criticar, problematizar, não naturalizar tudo. Elas preferem filmes de ação, aventuras, dramas e acabam menosprezando filmes bons como por exemplo o Filme Narradores de Javé.
    Então, eu gostaria de saber o que o motivou a escrever esse artigo quando você fala das questões do historiador,professor cinema,qual a importância desses temas pra nos historiadores e também pra sociedade.Enfim o que você espera alcançar com esse artigo?

    Att. Weleke Alves da Silva

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    1. oi Wekele, tudo bem? Ótima pergunta. O que me motivou a escrever este texto é entender que o cinema pode ser uma grande arma educadora. E que não podemos dar as costas a ele, mesmo porque, como diz Benjamin, as pessoas aprendem história por meio dos filmes. Se isso é uma verdade, nós historiadores devemos pegar as rédeas deste processo, oferecendo aos alunos uma nova leitura da película que está na tela. Cabe a nós modificar a forma como os alunos entendem a história dentro de um filme. Além disso, problematizar, questionar e fazer pensar. Outra coisa importante é que desde Piaget sabe-se que pessoas aprendem melhor quando estão se divertindo, e a maioria das pessoas adora assistir filmes, então por quê não atrelar tudo isso com uma proposta pedagógica interessante?

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  49. Olá, professor,

    Como você escreveu, filmes, animações e documentários são escolhas muito boas e dinâmicas para chamar a atenção dos alunos, embora a grande duração deles possa ser custosa para o tempo de aula disponível. O que acha de utilizar jogos históricos como Rise of Rome, Assassins Creed etc na hora da aula também?

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    1. Adoro jogos históricos Jhan. Acho eles sensacionais e tão ou mais interessantes que os filmes, tanto que já escrevi outro artigo (ainda não publicado) sobre isso.
      Quanto ao tempo, é uma verdade que não se joga Assassins Creed em meia hora, mas pode-se delegar esta função aos alunos. Eles jogam o jogo em casa e depois trazem as conclusões deles para o debate em sala de aula. Se for necessário, você enquanto professora faz um vídeo daquilo que quer mostrar do jogo. Mas os alunos vão adorar serem obrigados a jogar algo tão interessante.

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  50. Este comentário foi removido pelo autor.

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  51. Boa noite.
    Adorei o seu texto. De certa forma, ele traz um roteiro e dicas sobre como analisar filmes com caráter comercial, de ampla divulgação. Contudo, surgiu uma dúvida com relação a produções independentes, filmes produzidos no oriente e curta-metragens. Os critérios para análise são os mesmos ou há algo mais a ser acrescentado, tendo em vista as especificidades desse tipo de produção?
    Mayara Faccin

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    1. OI Mayara. No caso de produções com menor distribuição, é sempre bom discutir com os alunos os motivos pelos quais este tipo de produção não chega aos lares comuns das pessoas. E a partir daí pode-se fazer uma ampla discussão estética dos filmes, suas idiossincrasias e pontos de vista, que em geral são muito diferentes do cinemão pipoca dos EUA.

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  52. Primeiramente o texto foi muito esclarecedor, nos fez perceber que para usarmos um filme como meio de aprendizagem,para os estudantes precisamos antes assistir e analisar se sua temática está inserida no contexto escolar previamente estudado por eles. Quais são para o Senhor as melhores mídias para serem trabalhadas nas aulas de História já incluindo o Cinema.

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    1. OI katiane, tudo bom? São várias:
      História em quadrinhos, literatura, jogos (de tabuleiro ou cartas), videogames e música. Além de recortes de jornal, revistas e excertos de telejornais. Toda e qualquer coisa diferente do cotidiano de uma aula de história padrão e expositiva é de grande valia para o entendimento dos alunos.

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  53. Boa noite professor,

    Parabéns pelo texto e pela forma como abordou esse tema!
    Acredito que é muito importante o papel do professor em antecipar que toda produção, seja cinematográfica ou literária, acaba refletindo uma linha ideológica do autor. E cabe a nós professores prepararmos os alunos para que não assistam e leiam apenas para decorar ou assimilar aquilo que está sendo apresentado, mas precisamos criar esse poder de contestação, que deve ser tranferido para fora da sala de aula, ajudando o aluno a ser mais crítico e a questionar mais tudo que lhe é transmitido ao longo da vida.

    Mesmo sabendo que temos um tempo curto para transmitir esse ensinamento histórico utilizando cinema, no seu caso, costuma abrir o final da aula para discussão entre os alunos? Acha importante que o professor o faça antes de explicar o que o autor realmente queria transmitir naquele filme?

    Obrigado!
    Fernando Henrique Carreiro de Souza

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    1. OI Fernando, tudo bom? Isso depende de uma série de fatores. O primeiro deles é o tempo. Nem sempre consegue-se fazer uma discussão ao final da aula, mas sempre que dá, é bom fazer. QUanto a explicação sobre as intenções do autor, também depende. Em alguns casos, para que os alunos não se percam, é melhor explicar antes. Em outros, o mais divertido é ver a reação dos alunos quando o professor comenta que as intenções do diretor são esta ou aquela. De qualquer forma, depende muito do conteúdo abordado previamente e, claro, da turma e do filme.

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  54. Olá Scama! A questão que surgiu com a leitura, vem de encontro com as discussões do início do seu texto. Assisti ao documentário “ABC da Greve”, e não tinha pensado por esse viés ideológico que os documentários carregam. A partir disto, qual a melhor forma de se trabalha em sala de aula com os documentários, sem deixar que esse teor ideológico interfira na finalidade da aula?

    Alexandre Barra.

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    1. OI Alexandre, tudo bom? A melhor forma é explicar que TUDO na vida é intencional, que não existe olhar neutro e, portanto, não existe nenhuma produção no mundo (seja ela um filme, um livro ou uma canção) que seja neutra. E já que as coisas não são neutras, qual a intenção do autor a fazer este filme? O que ele queria passar? QUal sua postura política ou ideológica? Quais as motivações dele ao fazer este documentário? A partir destas e outras perguntas, consegue-se desmistificar o produtor de documentários.

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  55. Parabéns pela conferência! As questões levantadas, os exemplos, a abordagem de que o profissional - historiador e professor - compreenda melhor todo o processo cinematográfico antes de transmitir informação etc. Tão interessante que gostaria de estendê-la, sendo assim, você poderia sugerir alguns filmes, que para a formação acadêmica de ensino básico, são meio que "essenciais", ajudando na melhor compreensão e assimilação do conteúdo por parte do aluno?
    Karolliny Joally das Neves Miranda

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    1. Nossa, são tantos Karolliny...
      Como é pro ensino básico, vou tentar listar alguns mais simples (além dos que eu já listei no texto, claro)
      A queda
      Coração Valente
      em nome da rosa
      carlota Joaquina
      Olga
      1492
      Spartacus
      Lamarca
      A Rainha Margot

      E muitos outros...

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  56. Olá, professor Rodrigo Scama!
    Primeiramente, parabéns pelo artigo, gostei muito!
    Ao ler ele, me ocorreu a seguinte indagação, se o cinema é arte, até que ponto a arte "é refém" do sistema? É compreensível entendermos que os blockbusters possuem um caráter mais alienante, mas os filmes que possuem uma temática dita 'histórica' o serem, me entristece um pouco, sobretudo os filmes relacionados ao Egito Antigo, embranquecendo-os, tornando-os europeus, e isso causa também certo alienamento da história, ao relacionar os egípcios a pessoas brancas, loiras e de olhos azuis, como fizeram com a imagem de Jesus. Compreendi, quando o senhor colocou por questões financeiras, muitas vezes o filme não sei como imaginávamos. Mas é como você disse, o professor precisa trabalhar incessantemente para desconstruir essas visões equivocadas.
    Digo isso, pois pretendo abordar no meu TCC da graduação, as mulheres no Egito Antigo e como sua imagem vem sendo apropriada pelo cinema hollywoodiano e sendo transformada em cultura de massa. Aliás, gostaria de perguntar se teria alguma recomendação, acerca o tema (já baixei a bibliografia que pude encontrar mencionada no artigo). Deixando também outra pergunta, se, mesmo apesar dos inúmeros erros históricos que carregam, ainda vale a pena trabalhar em cima, considerando que o recurso audiovisual é um dos mais promissores em capturar a atenção do aluno. Abraços.

    Isadora Bril Biffi

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    1. Oi Isadora. O cinema pertence à Indústria Cultural. COmo eu digo o texto, isso o coloca de certa forma, sim, como refém da bilheteria, dos resultados e do capitalismo. E os filmes (principalmente os de maior orçamento) precisam buscar a maior quantidade de público possível.

      QUanto as suas duas últimas perguntas, há uma infinidade de livros sobre teoria cinematográfica. Mas para isso, eu precisava saber qual sua abordagem. Porque senão vou indicar aqui vários livros que serão inúteis na sua jornada. Mas já de cara indico os livros do Marc Ferro e também do professor Marcos Napolitano. Ainda assim, me mande um e-mail com sua proposta que eu tento te ajudar.
      A outra resposta é SIM. Pesquisar audiovisual é importantíssimo e quanto mais pesquisadores melhor ;-)

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  57. Este comentário foi removido pelo autor.

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  58. Primeiramente o texto foi muito esclarecedor, nos fez perceber que para usarmos um filme como meio de aprendizagem,para os estudantes precisamos antes assistir e analisar se sua temática está inserida no contexto escolar previamente estudado por eles. Quais são para o Senhor as melhores mídias para serem trabalhadas nas aulas de História já incluindo o Cinema. Katiane Paula Peixoto

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    1. Oi Katiane, são várias:
      Histórias em quadrinhos
      Teatro
      novelas
      literatura
      música
      fenômenos de internet (como facebook, twitter ou pinterest)
      revistas em geral (de variedades, de moda, de comportamento, de música)

      e mais tudo o que você encontrar e que possa suscitar nos alunos uma curiosidade para um problema histórico

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  59. Bom dia Professor Rodrigo!
    Parabéns pelo texto e pelo tema! Estou indo para o segundo ano da graduação de História e durante meu primeiro ano tive a matéria de Introdução à Pesquisa Histórica, na qual a professora permitiu que utilizássemos filmes como fontes para o desenvolvimento de um pré-projeto! Dessa forma, para pensar a metodologia, eu também utilizei as obras de Napolitano e Martin, citadas no texto, além da obra de Sandra Pesavento! O maior consenso entre os três, que pude perceber, foi realmente a ideia de que os filmes sempre são uma representação da realidade, e não a realidade em si, o que também é apresentado durante seu texto! Sendo assim, a minha pergunta é a seguinte: por que apesar de já estar claro que o filme é apenas uma representação, o público ainda o julga e, muitas vezes critica, por ele não ser "fiel" a historiografia?
    Nathália Moro

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    1. OI Nathália. Os autores que você citou são mesmo sensacionais. A Sandra Pesavento tem um trabalho maravilhoso sobre as exposições universais que você tem que ler.
      Agora, quanto ao público, nós historiadores sabemos que o filme é mera representação, mas as pessoas em geral não sabem e não se preocupam com isso. A maior parte das pessoas não analisa um filme. SImplesmente o assiste, apenas para se distrair. Isto, longe de ser um problema, é o que move a indústria cinematográfica. Pense bem: se apenas pessoas pensantes fossem ao cinema, a indústria teria falido há 100 anos ;-)

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  60. Adorei , isso mostra qui o filme é importante mas o filme tem que ser por inteiro ?

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  61. Ola professor , estou no 3° ano do ensino médio e faço Formação de Docente gostaria de saber algumas indicações de filme para montar um plano de aula .

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  62. Boa tarde, professor Rodrigo Otávio dos Santos.

    Você aconselha a edição de um filme para caber no tempo da hora/aula, a exibição de um trecho ou a exibição integral? Deve-se levar em conta, além do objetivo da aula, a integridade artística do filme?

    Obrigado.

    João Washington da Costa

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  63. Boa tarde, professor Rodrigo Otávio dos Santos.

    Que dicas você daria para trabalhar as várias linguagens de uma mesma obra de forma dinâmica? Por exemplo, no filme “As Bruxas de Salem”: a pesquisa historiográfica, a peça de teatro de Arthur Miller (e o contexto do macartismo) e a versão para o cinema?


    Obrigado.

    João Washington da Costa

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    1. Oi João, tudo bom? Acho que se houver tempo, seria bacana trabalhar com todas as versões de uma mesma obra. Mas na maioria das vezes isto não é possível. COmo não é possível, o professor deve fazer uma mescla entre aquilo que é historicamente mais interessante e aquilo que despertará mais a atenção dos alunos.

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  64. Gostaria de saber, como meu colega João Costa, se é recomendável a edição de filmes para usar em sala de aula. E se é recomendável a produção de filmes pelos alunos.

    Wesley Lima de Andrade

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  65. Muito interessante seu artigo, que achas da ideia de trazer o cinema (claro, de forma amadora e simples) para a sala de aula, utilizando fatos históricos com tema para elaboração de uma produção visual pelos alunos? Poria ser uma forma de dinamizar o ensino de história em sala de aula.

    Att,
    Leônidas Luiz Rubiano de Assunção.

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    1. Seria sensacional Leônidas. Os alunos amam produzir coisas. E como hoje me dia qualquer celular possui câmera, com certeza você vai ter muito êxito com essa sua ideia.

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  66. Sob a perspectiva de que a linguagem cinematográfica é uma narrativa que apresenta o desencadeamento de idéias com suas causas e consequências, o uso do cinema seria estão ferramenta importante na renovação do ensino da história?

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    1. Sim Tássia. Não apenas o cinema, mas também as outras formas de manifestação cultural, como as Histórias em quadrinhos, o teatro ou a música...

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  67. Alfredo Coleraus Sommer10 de março de 2016 às 14:43

    Boa Noite Prof.Rodrigo.!
    -Desde já gostaria de dizer que sempre usei o cinema em minhas aulas ,sobretudo filmes que na minha opinião são retratos de uma época como é o caso de "O Nome da Rosa" ou Danton e o Processo da Revolução,etc,mas vejo isso como uma forma ludica e diferente de expor uma temática que muitas vezes é proposta de maneira pesada e sem graça em livros massantes.Mesmo que não se tenha grandes conhecimentos sobre cinema acho importante colocar o aluno em contato com essa maravilhosa arte.Gostaria que sugerisse alguns filmes que pudesse usar com alunos de ensino médio?
    -A questão ideológica é sem duvida muito importante mas é o que dá sabor ao debate não acha?
    Desde já ,grato,
    Alfredo Coleraus Sommer

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    1. OI Alfredo! Vou copiar e colar o que acabei de responder para a colega acima, uma lista de 10 filmes para a galerinha do médio:

      A queda
      Coração Valente
      em nome da rosa
      carlota Joaquina
      Olga
      1492
      Spartacus
      Lamarca
      A Rainha Margot

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  68. Utilizo recortes de filmes sempre que possível para encerrar um conteúdo. Esta prática tem possibilitado reflexões e apropriação do conteúdo por parte dos alunos. Mas, em algumas situações me vejo direcionando a interpretação do filme. Está correta essa atitude?

    Maria Cristina Pereira

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    1. Lógico Maria Cristina!! Continue assim e você vai ser a melhor professora dessa galera!

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  69. Olá boa noite! Muito interessante sua conferência sobre o uso do cinema como umas das formas de recursos pedagógicos, porém muitos filmes ainda se pegam muito pelo lado ficcional e pouco se atêm a historicidade dos acontecimentos, então minhas perguntas são: Como conciliar a historiografia com a arte cinematográfica, sem uma visão meramente midiática? E para o trabalho com Pré-História qual filme indicaria?
    Desde já agradeço.

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    1. Oi Tiago. A questão é a contextualização e a problematização. O filme em si sempre incorre em erros, mesmo porque ele tem que ser vendido e a História não é tão glamourosa assim, não é? Então contextualize junto aos alunos, aponte as falhas do filme e desenvolva problematizações acerca de temáticas que aparecem lá.
      Quanto a pré-história, temos A Guerra do Fogo, do Jean-Jacques Annaud e o início do 2001 - Uma Odisseia no Espaço, do Stanley Kubrick. Estes dois filmes com certeza darão uma boa perspectiva da pré-história

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    2. Olá boa noite! Muito interessante sua conferência sobre o uso do cinema como umas das formas de recursos pedagógicos, porém muitos filmes ainda se pegam muito pelo lado ficcional e pouco se atêm a historicidade dos acontecimentos, então minhas perguntas são: Como conciliar a historiografia com a arte cinematográfica, sem uma visão meramente midiática? E para o trabalho com Pré-História qual filme indicaria?
      Desde já agradeço.

      Tiago Henrique Leal da Silva (repostando pois havia esquecido de assinar).

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  70. Boa noite,

    Sou professor de história no ensino médio e já fiz uso de filmes em minhas aulas. Confesso que, bem no início, não me atentava para questões como enquadramento, sonorização, cortes e demais detalhes técnicos e concentrava a posterior discussão apenas no roteiro, o que, muitas vezes, empobrecia o filme. Portanto, concordo plenamente quanto à necessidade de o professor/pesquisador ter conhecimento sobre tais aspectos. A minha pergunta é: como podemos promover o uso do cinema como ferramenta didática quando sabemos que ainda existe uma crença arraigada de que o melhor material seria necessariamente o livro impresso? Em outras palavras: como enfrentar a resistência do impresso frente ao áudiovisual ou, até quando o cinema será tido apenas como material de apoio para as aulas de história?

    Att.
    Jorge Luiz Ferreira Lima

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    1. Boa pergunta Jorge. A resposta é: Com trabalho de formiguinha. Cada um de nós mostrando aos nossos alunos que o cinema é importante para a História. Assim, seus alunos aos poucos vão perdendo seus preconceitos e vão transmitir isso adiante. As coisas estão hoje MUITO melhores do que na minha época de faculdade, por exemplo. Então acredito que em mais 20 anos as coisas estarão perfeitas, sendo o cinema um dos grandes motivadores do ensino da História

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  71. Olá, Professor.
    Antes de mais nada, congratulações pelo texto.
    Achei interessantíssimo a abordagem de questões mais técnicas como enquadramento e número de cortes e a importância desses itens na perspectiva que um filme pode apresentar.
    Minha dúvida é se o senhor acha pertinente - no atual cenário educacional que temos em vigor, onde a doutrinação ideológica qualquer que seja acaba por estar presente em sala de aula devido ao ideal do próprio educador - a apresentação de filmes com conteúdo e embasamento histórico. Como exemplo temos Scarface(1983,Brian de Palma), um filme com múltiplas interpretações ideológicas possíveis.
    Sendo assim, o senhor julga válido o uso de filmes com teor/embasamento histórico ou que reflitam ideologias de sua época como artifício de ensino?Qual seria a linha que impediria o uso destes filmes para a propagação ideológica dentro de sala de aula -seja essa ideologia a apresentada pelo filme ou a contrária a ele?
    É uma pergunta que acaba caindo num tema delicado e por vezes insolúvel, mas gostaria de saber a opinião do professor.
    Novamente, parabéns pelo excelente texto e pela maneira como o assunto foi abordado.
    Desde já agradeço a resposta.

    Att.
    Josuá Ventura Nobre de Araújo.
    josuavnobre@gmail.com

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    1. OI Josuá, tudo bom? Primeiro de tudo, é bom lembrar que Scarface é um remake feito pelo Brian de Palma de um filme de 1932 que também é muito bacana. Isto posto vamos à sua pergunta: Acho válido qualquer filme com qualquer ideologia, desde que problematizado, ou seja, apontando para os alunos que a equipe de produção do filme possui esta ou aquela inclinação, que o filme foi feito em tal época e esta era a doutrina dominante ou opositora e também qual a repercussão daquele filme. feito isso, qualquer filme é bem vindo.

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  72. O professor deve estar atento ás linguagens que os alunos tem acesso, seja o cinema, seriados, televisão, internet e etc. Em todas estas mídias existem trabalhos que podem facilmente serem utilizados num problematização sobre determinados temas. Sendo assim, o professor torna-se o filtro, ou seja, ele precisa saber selecionar o que deve e o que não deve ser discutido em sala de aula, nesse sentido, de que maneira o professor pode filtrar esses trabalhos? Existem critérios fundamentais na hora de escolher tais fontes? - João Gilberto Solano.

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    1. São três critérios, basicamente João.
      Primeiro, a idade/maturidade dos alunos. Não adianta passar um filme muito complexo para crianças de 10-11 anos, ao mesmo tempo que não adianta passar um filme simplório para adultos do EJA.
      Segundo, QUal o tema trabalhado. O filme tem que refletir o tema trabalhado em sala de aula, senão também será inútil.
      Por fim, é importante o professor atentar a problematização possível em torno daquele filme. O filme deve suscitar um questionamento, uma reflexão por parte dos alunos.

      Uma última questão pode ser levantada que é a disponibilidade do filme, ou seja, se ele é encontrável em locadoras ou na internet.

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  73. Olá Rodrigo,estou cursando o 3° período de licenciatura em História,e na faculdade usamos filmes para complementar nosso aprendizado,e futuramente sendo professora pretendo também utilizá-los como ferramenta de ensino,no que se refere ao ensino da História da África alguns livros didáticos deixam muito a desejar,quais os filmes você recomendaria? Você acha que nem sempre em produções hollywoodianas o elenco reflete a diversidade e a cultura dos períodos retratados?Citando como exemplo a crítica do filme Deuses do Egito,apesar de a história se passar no continente Africano, os produtores escalarem atores australianos, suecos, ingleses e franceses para interpretarem os seres humanos egípcios e os Deuses.

    Luciana Mara

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    1. Oi Luciana, tudo bom? Acho que de todos os povos, o mais vilipendiado por Hollywood é o egipcio. Melhor dizendo, o Egito Antigo. Neste caso, poucos filmes são realmente bons.
      Felizmente, porém, temos VÁRIOS documentários sensacionais sobre o Egito. Basta procurar no Google (ou no History Channel, se você tem TV a cabo) para encontrar várias coisas interessantíssimas.

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  74. Rodrigo, antes de fazer a minha pergunta, gostaria de parabenizá-lo pelas discussões que levantou em seu texto com relação a utilização dos filmes por parte do professor.
    O filme tem como principais objetivos entreter os telespectadores e gerar lucros à indústria cinematográfica. Você aponta uma serie de cuidados na utilização desse recurso, mas gostaria da sua opinião com relação ao uso do filme: O professor deve utilizar fragmentos do mesmo para acentuar detalhes que são pertinentes ao assunto ou deve utilizar o filme por completo e ao fim fazer uma análise do todo?( mesmo que essa análise apresente aspectos que não são relevantes para a discussão). O que acha a respeito?
    Grata.
    Jessica Kaline - UEPB

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    1. Oi Jessica, tudo bom? Lá em cima, na segunda pergunta eu respondo isso ;-)

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  75. Parabéns pelo texto. A minha pergunta está relacionada aos conhecimentos técnicos que o pesquisador deve possuir de uma produção cinematográfica. Gostaria de saber se isso também é necessário para os professores, já que um filme ocuparia boa parte das aulas e, acredito, não haveria tempo para esta discussão com os alunos. Grato, desde já, pela atenção.

    João Pedro Basso - USC

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    1. QUanto mais você souber melhor João. Não precisa fazer uma faculdade de cinema, mas ler um outro livro sobre o tema ajuda (além de ser beeeem divertido)

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  76. Bom dia Rodrigo,
    Parabéns pelo texto!!!! Gostei bastante! A partir da leitura, gostaria de colocar as seguintes curiosidades:
    1) Fiquei interessado em conhecer mais a discussão sintetizada na afirmação abaixo: “nunca uma obra fílmica representa a realidade. Nunca! Ela sempre representa a tensão entre o que deveria ser e o que é; sempre mostra a dificuldade entre se ater aos supostos fatos e à estética cinematográfica.” Você pode, por favor, sugerir textos além dos por vc utilizado na comunicação?
    2) Além disso, você fez três indicações bibliográficas para conhecermos “mais sobre a linguagem do cinema”, aspecto fundamental para a realização do trabalho. É possível indicar um bom site (ou vídeo) para um iniciante interessado em conhecer os etapas/elementos da produção cinematográfica?
    3) Por fim, você poderia sugerir experiências (divulgadas na internet) de trabalho com cinema nas aulas de história da educação básica.
    Muito obrigado pela reflexão e atenção!
    Abraços
    Edvaldo C Sotana

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    1. OI Edvaldo, tudo bom?
      Bem, quanto à sua primeira pergunta, praticamente todos os livros de teoria do cinema e de semiótica falam isso. Acho que para começar o velho e bom "O que é cinema" da Coleção Primeiros Passos vai te ajudar.
      Para a segunda pergunta, você teria que ver o Manual de roteiro do Syd Field, e A linguagem secreta do cinema, do Jean-Claude Carriére.
      A terceira pergunta não é tão simples, porque em geral essas experiências não podem ser divulgadas abertamente, dado que há menores envolvidos. Você consegue elas se entrar em contato com grandes grupos escolares e pedir a eles para ver (enquanto pesquisador) o material didático por eles elaborado. No youtube ou algo assim será mais difícil de encontrar

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  77. Professor Rodrigo Scama,

    Como (e/ou onde) a História pode ajudar o cinema nacional a produzir filmes que mostrem a riqueza e profundidade de nossa história, para além dos estereótipos e "lugar-comum" do cinema nacional? Esse diálogo é possível? Grato, desde já, pela atenção.

    Eliakin Ramos Moura da Silva.

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    1. Oi Eliakin. A história contribui - e muito - para o cinema, tanto o nacional quanto o Holllywoodiano. Se você tirar as comédias nacionais gritalhonas que insistem em sair quase todos os meses em nossos cinemas, os poucos filmes que sobram são muitos deles pautados na História. Só para lembrar de alguns: Carlota Joaquina, Olga, Hans staden, O que é isso companheiro, Lamarca... então existe sim uma riqueza cinematográfica que pode e deve ser utilizada pelos professores.

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  78. Olá professor Rodrigo,
    Primeiramente o parabenize por sua exposição e pelas discussões levantadas. O trabalho com filmes vem ganhando espaço nas salas de aulas, e já há algum tempo desperta o interesse de professores. No século XIX, Jonathas Serrano, professor do Colégio Pedro II do Rio de Janeiro, já apontava para importância da imagem como instrumento didático, porquanto, segundo ele, “possibilitava aos alunos concretizar noções abstratas (...) e presenciar outras experiências não vivenciadas por eles” (BITTENCOURT, 1997: 70).

    No entanto, ainda há uma grande dificuldade em os professores planejarem esse trabalho e compreenderem a complexidade da produção cinematográfica, assim como, a riqueza de possibilidades reflexivas que o filme oferece. A perspectiva do filme como espelho da realidade ainda está muito presente, mesmo que de forma não declarada, no trabalho docente. Nesse sentido, gostaria que o professor apresentasse uma sugestão de metodologia de trabalho com os filmes em sala de aula, visto que em seu texto estão presentes os cuidados que os professores devem ter ao planejarem a atividade com os filmes. Como concretizar esse planejamento durante as aulas?
    Minha pergunta vai no sentido de uma sugestão, pois sei que não há e nem deve haver uma receita a ser seguida.

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    1. OI Natalia. Apresentar uma sugestão detalhada é quase impossível nessas linhas, já que seria necessário pelo menos umas 10 horas para explicar tudo.
      Mesmo assim, acho que o ponto principal é a problematização, ou seja, definir quais dúvidas aquele filme vai suscitar. Além disso, é bom explicar - antes do filme - que todo filme é uma construção, e que aqueles fatos ali NÃO SÃO reais, mesmo que aparentem ser. QUe são apenas uma visão de uma pessoa ou de uma equipe...

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  79. Este comentário foi removido pelo autor.

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  80. Adriano da Silva
    Boa tarde, professor Rodrigo. Por termos um cinema nacional, que não dá a devida atenção aos fatos históricos, como podemos introduzir o cinema nacional aos alunos, e fazer com que os alunos despertem um interesse tanto pelo cinema nacional, quanto pelos fatos históricos.
    Adriano da Silva

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    1. Oi Adriano, tudo bom? Acho que você está equivocado, ou com aquele famoso complexo de vira-lata que o Nelson Rodrigues tão bem desenhou. O cinema nacional DÁ SIM valor à história. Tanto ou mais que os norte-americanos ou os europeus. E sim, há um cuidado (pelo menos nas produções a partir da década de 1990) historiográfico na filmagem...

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  81. Adriano da Silva
    Boa tarde, professor Rodrigo.
    Vejo muitos professores trabalhando, com o uso de filmes inteiros em sala de aula, despertando em muitos alunos um certo desinteresse e as vezes até mesmo cansaço.
    com sua experiência como devemos trabalhar melhor a questão do cinema ?
    Adriano da Silva

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  82. Este comentário foi removido pelo autor.

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  83. Boa tarde.

    O trabalho com filmes em sala tem sido bem interessante, na maioria das vezes, e rende bons debates com as turmas. Porém alguns alunos ficam sem conseguir captar muito bem a mensagem que pretendemos trabalhar em sala tendo o filme como fonte. Para melhorar este resultado eu já dividi a turma em grupos e pedi que cada grupo prestasse atenção em determinado aspecto do filme e em outra ocasião, por exemplo, iniciei a discussão sobre o tema que o filme tratava, para ao fim do filme, retornar a discussão. Assim, tendo em vista o uso do cinema como fonte, que tipos de interação o professor pode fazer para aproveitar bem o potencial de um filme?

    Geison Vicente de Oliveira

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    1. Acho que todas essas que você mencionou Geison, e mais outras. Você pode tentar pedir para que eles "refilmem" a história com seus celulares, você pode desenvolver um jogo a partir da história do filme, você pode "reescrever" a história do filme junto com os alunos... há uma série de coisas bem interessantes que podem ser feitas. Basta criatividade, e isso deu para perceber que você tem.

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  84. Olá Rodrigo Scama. No município em que moro ainda não é frequente o uso de filmes nas salas de aulas, mas percebo que está aumentando, principalmente pelas diversas discussões sobre o uso de novas ferramentas em sala de aula, e realmente o uso de filmes instiga o aluno a desenvolver a sua opinião crítica. Perante os inúmeros debates sobre o uso das ferramentas culturais em sala de aula, você acredita que o uso de filmes irá se tornar mais constante ou ainda há questionamentos sobre o uso do mesmo? Pra você, é dever apenas do professor procurar novas ferramentas que o auxilie na sala de aula para torná-la mais aproveitável e criativa?

    Att, Fernando Nogueira Resende.

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    1. OLá Fernando.Na minha visão o cinema está cada vez mais presente na sala de aula, bem como outras mídias. E isso será cada vez maior porque os alunos não suportam mais apenas aulas expositivas. No meu entendimento, a busca de filmes deve ser um conjunto entre município, escola e professor. Mas não podemos nos esquecer que o responsável por escolher os filmes deve sempre ser um professor ou um conjunto deles.

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  85. BOA TARDE!
    Ao termo cautela ou melhor tratar o filme documental como se trata um filme comercial com o mesmo olhar critico ? qual as reações de um espectador ao ver um documentário e um filme comercial, sendo que o cinema foi entretimento propagandístico sendo o mair entretimento mundial por transmitir de diversas forma documentos escritos, relatos tudo para ajudar a compreensão do filme .
    Suelem Milhorini Pereira

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  86. hoje em dia o professor e o cinema dentro de sala de aula, sendo o aluno o espectador e fazendo seus documentários através de tecnologia TV internet gerações nascidas popularização do cinema conhecidos os personagens histórico pelos autores a partir do posicionamento da câmera.
    Suelem Milhorini Pereira

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  87. Daniele Cristina Back Vieira11 de março de 2016 às 14:52

    Gostei muito do seu texto, Rodrigo Scama. Sempre assisti os filmes mais por lazer do que por interesse histórico, a partir do curso de história que surgiu esses questionamentos sobre as representações que o cinema nos mostra. Entretanto ainda vejo dificuldades em como trabalhar com esses filmes em sala de aula, em como poder problematizar para os alunos. Seus texto esclareceu algumas dúvidas. mas você poderia me indicar mais leituras especializadas para trabalhar com cinema em sala de aula?
    Daniele Cristina Back Vieira

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    1. Oi Daniele. O melhor livro sobre isso já escrito no Brasil é do meu digníssimo ex-orientador Marcos Napolitano. O livro é esse aqui é http://editoracontexto.com.br/autores/marcos-napolitano/como-usar-o-cinema-na-sala-de-aula.html e ele me ajudou muito!!

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  88. Como o cinema, a sétima arte, pode auxiliar o professor na sua dinâmica em sala de aula no ensino fundamental I, visto que há hoje a preguiça
    do aluno em pesquisar determinados temas?
    Ana Angelica Silva Oliveira

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  89. Professor Rodrigo!
    Estimulante a leitura de seu texto, pois concordo com quase todo ele.
    Achei as sugestões de filmes para compreensão do seu ponto de vista muito boas. O breve resumo com apontamentos sobre o universo que compõe um filme é deveras explicativo e as dicas de leitura, preciosas. Lembro de ter assistido na adolescência, o filme "Eu, Christiane F. 13 anos, drogada e prostituída" e aquilo causou um efeito em mim, tanto que até hoje me recordo disto. Entretanto, talvez se o professor tivesse debatido mais sobre o filme em sala de aula, eu (ou nós, alunos da sala) poderia ter uma compreensão maior do objetivo dele.
    Ainda estou em busca de um tema para a monografia, e o uso dos filmes como ferramenta para o fazer História é um deles. Você teria maiores dicas para um pesquisador iniciante? O documentário, apesar de carregado de ideologia, não é um modo mais eficaz de transmissão de mensagem que o professor queira dar? E a História Oral, você compreende sua eficácia e sua possível vinculação com o estudo sobre cinema?
    Sei que são perguntas completamente uma das outras, mas estou aproveitando o espaço e a reflexão que o texto causou.
    Obrigado!
    César Rodrigues

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    1. Nossa César. São muitas indagações e todas dignas de teses de doutorado.

      Primeiramente, o documentário é a forma mais eficaz de transmissão desde que as ideologias do professor e do documentarista sejam as mesmas, ou que o professor oriente seus alunos antes. Mas é arriscado, já que o documentário é sempre mais panfletário do que um filme comercial (e como precisa atingir menos público, isso só reforça esse caráter).

      História oral e cinema são interessantíssimas e eu adoro ambas. Mas acho complicado, dado o tempo escasso e a inexperiência você tentar analisar os dois em um só trabalho. A menos que seja algo como "a lista de schindler" e depois entrevistas com os sobreviventes, ou o novo "Getúlio" com entrevistas das pessoas que estavam no período do suicídio do presidente. Mas com tempo escasso, é arriscado.
      Quanto à monografia, cinema é maravilhoso, e vale a pena ser estudado. Escolha um filme emblemático ou um período com vários filmes e bola prá frente que tem toda chance de ser um trabalho muito legal!

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  90. Olá professor Rodrigo Scama, gostei da reflexão sobre historia e cinema, e a utilização para fins pedagógicos. Me fez pensar em como utilizar um filme, que muitas vezes é carregado de ideologia, para uma emancipação do pensamento do aluno. Sem influenciar ele em uma ou em outra ideologia, as vezes do próprio professor.
    (Previamente me lembrei do filme " A onda", 1981.)
    Abraço.


    Rafael Silva
    rafa_aeski@hotmail.com

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    1. Oi Rafael, você sabia que foi feito um remake alemão de "A onda"? Vale a pena uma conferida...

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