Rogério Vial

VAMOS FALAR DE GENÉTICA?
UM BREVE OLHAR SOBRE A IMPORTÂNCIA DE CONSTRUIR UMA CONSCIÊNCIA HISTÓRICA GENÉTICA

Rogério Vial



Quando me propus a escrever para o 2° Simpósio Eletrônico Internacional de Ensino de História, me coloquei a pensar qual tema deveria abordar. A primeira vista me interessou o tema do Ensino de História do Paraná em sala de aula, em especial nas escolas de formação básica e média. A importância de este tema ser bem trabalhado na sala de aula para com os alunos de ensino fundamental e médio. Assim comecei a relembrar minha trajetória como professor no Ensino Superior neste ano de 2015, como o ano foi marcante tanto para professores como para alunos. A Greve que colheu três, quatro meses de aulas “normais”, a queda no número de acadêmicos em sala de aula depois deste evento. As dificuldades encontradas por este “novo” professor em sala de aula, agora no ensino superior.

Com esses apontamentos lembrei-me de três textos publicados no 1° Simpósio, textos do Professor André Bueno, da professora Dulceli Tonet Estacheski, e do professor Everton Crema. Os três textos trazem a tona diferentes problemas no que diz respeito ao Ensino de História. O texto do professor Everton dialoga sobre os problemas curriculares e a necessidade de um balanço educacional. O texto da professora Dulceli aponta questões relativas a distância que muitas vezes encontramos entre a teoria e a prática dentro da sala de aula. E o terceiro texto e talvez o que mais me deixou aguçado, do professor André, o qual lança vários questionamentos sobre nossa práxis no papel de professor/aluno.

Tendo como base as questões levantadas nos textos que acima elenquei, me debrucei sobre os problemas encontrados em sala de aula quando ministrava aulas nas turmas de terceiro e quarto ano do curso de História da Unespar de União da Vitória/PR. Principalmente no terceiro ano, encontrei quase que um total desconhecimento sobre a história do Paraná.

Parece-me um pouco errado nomear como História do Paraná o estudo de atos, datas e fatos ligados ao Estado do Paraná, no entanto, por conformidade acabamos até fazendo isso. Entendo que a História do Paraná ultrapassa esse tipo de noção, de estudo, de análise e de pesquisa historiográfica. Sinto que ter em mente a história da terra que pisamos é de maior abrangência do que apenas essa coisas, pois nos leva a entender as diferentes gentes desta terra e as suas relações de poder durante as diferentes épocas. Pessoas simples, escravos, imigrantes, tropeiros, operários, posseiros e uma infinidade de tipos humanos que traçaram suas práticas socioculturais num determinado espaço que hoje chamamos de Paraná. Entender essas práticas nos possibilita rever nosso presente e quem sabe redefinirmos nosso futuro através da consciência história que Rüssen apresenta como parte de um ato de transformação social.

Se hoje realizarmos uma simples busca na web sobre assuntos “já muito batidos” de nossa história, encontraremos um bando de idiotices escritas por pessoas que passaram pelos bancos escolares e deveriam ter estudado um pouco de história. O pior ainda é encontrarmos sujeitos que acreditam em tais idiotices e que passaram por bancos universitários.

Aí surgem algumas questões importantes, mas que em geral querem dizer “onde (nós professores de história) erramos?”. Esse erro pode ter sido feito quando estávamos sentados dias e noites nos bancos escolares no “ensino superior” e até antes talvez, e que por vagabundagem deixamos de refletir sobre a história durante o processo de aprendizado. Desligamos-nos da prática e buscamos “arredondar” um bom texto para receber uma nota suficiente para “passar”. Podemos jogar a culpa no nosso professor que ensinava história no ensino médio, mas deixava de lado a história do Paraná porque era “chata” ou porque era melhor seguir o livro didático que pouco ou nada trazia deste conteúdo. Sim, ele (nós) pode levar um pouco de culpa. Mas e agora me pergunto: que tipo de professor estou (me) formando?

No texto do professor André ele aponta várias situações que podem “justificar” a ignorância de muitas pessoas sobre a história do Egito e das pirâmides, mesmo aquelas que passam pela academia. Pois não é diferente com a história do Paraná. Se existe a necessidade de realizar um balanço educacional, parte dessa necessidade é pela falta de conhecimento de nossa própria história. Repetimos erros do passado de maneira sistemática. Conhecemos os erros e os remédios, mas em vez de buscarmos uma medicina preventiva para esses males, esperamos a doença voltar (até fazemos algumas coisas para que ela volte) e depois necessitamos de remédios (muitas vezes dolorosos) que quase sempre trazem efeitos colaterais.

Repetimos erros e mesmo assim não recuperamos o estrago quando existe a necessidade de melhorar nossa concepção de mundo através da história. Pois se a história é o elemento necessário para entendermos melhor o mundo e a sociedade em que vivemos. Ela é também o gatilho que utilizamos para darmos sentido e significado as experiências históricas que estabelecemos nas mais diferentes relações sociais. É através da história também que conseguimos olhar o passado e fazer uma perspectiva para o futuro e assim não incorrer em erros que o passado nos apontou. Se é com a história que obtemos as referências do passado e orientamos nossas ações futuras, fica a pergunta que cada professor de História do Paraná tem que fazer; Onde erramos na formação e o que deixamos de fazer para que nossos alunos consigam entender e reagir frente a esse desafio?

Se utilizarmos Jörn Rüsen (2010) ele vai dizer que essa (re)orientação é a tal consciência histórica.

A consciência histórica serve como um elemento de orientação chave, dando à vida prática um marco e uma matriz temporais, uma concepção do ‘curso do tempo’ que flui através dos assuntos mundanos da vida diária. Essa concepção funciona como um elemento nas intenções que guiam a atividade humana, ‘nosso curso de ação’. A consciência histórica evoca o passado como um espelho da experiência na qual se reflete a vida presente, e suas características temporais são, do mesmo modo, revelados. (RÜSEN, 2010, p. 56)

Se a consciência histórica tem a capacidade de influenciar na vida prática, na determinação de valores morais no presente, a questão ainda é mais pertinente. Pois ainda há poucos dias, uma acadêmica me inquiriu sobre o que trabalharíamos em História do Paraná no ano de 2016. Se “por acaso” iríamos discutir sobre a tradição paranaense em votar nas mesmas famílias. Respondi que me parece mais seguro estudarmos as diversas populações do Paraná, as relações sociais e de poder que esses povos estabeleceram como meio de sobreviver dentro da sociedade paranaense. Parece-me mais apropriado olhar se essa “tradição” no voto nas famílias ao longo do tempo não é um tipo de estabelecimento de tais relações sociais e de poder. Enfim, este assunto daria certamente um grande estudo sobre a história paranaense.

No entanto, essa indagação me sugeriu que uma das conceituações de Jörn Rüsen é extremamente válida, em especial quando ele diz que existem quatro tipos de consciência histórica: a tradicional, que é a ação orientada por valores culturalmente estabelecidos; a exemplar, a qual é orientada por regras de valores relacionados a regularidade das decisões tomadas no passado por diversos outros agentes históricos; a crítica, a qual o individuo possui seu próprio ponto de vista, mas ele se limita a negar a validade dos demais valores e possibilidades existentes; e a última que é a consciência histórica genética, a qual o individuo considera os diversos pontos de vista e constrói os seus valores e assim consequentemente a sua conduta que irá orientá-lo no presente em situações que necessitam dessas ações.

Sendo assim, me parece que o desenvolvimento pleno da consciência histórica se daria pela consciência histórica genética, que possibilita ao individuo se reorganizar mentalmente através do uso de seus conhecimentos históricos e assim repensar sua ação na sociedade de maneira que essa ação contribua para o desenvolvimento social sem incorrer nos erros do passado novamente. Dessa forma, o cabe refletir se não despertamos algumas das outras três consciências históricas, que a meu ver são incompletas para o pleno desenvolvimento humano.

O desenvolvimento da consciência histórica genética deve partir do professor e ser possibilitado na sala de aula, onde os professores tem a responsabilidade de oportunizar aos estudantes o acesso às diferentes experiências temporais. Deve ajudá-los na construção de saberes históricos que tragam uma carga de significados que sejam reconhecidos pelos estudantes, fazendo com que reconheçam dentro da realidade de cada indivíduo, e assim se descobrirem como sujeitos históricos que são transformadores da sociedade em que vivem.

Claro que isso é uma construção entre professores e alunos, não podendo ser atribuída apenas a um desses grupos a culpa pela empatia encontrada quando trabalhamos com história do Paraná em sala de aula. Ao professor cabe o domínio do conteúdo, seu pleno conhecimento. Cabe também o domínio da teoria além de possuir uma metodologia de ensino eficiente. Aos alunos, cabe trazer para a sala de aula as suas próprias experiências de vida para a sala de aula. Com isso os professores devem tomar essas experiências, sejam elas quais forem, negativas ou positivas, e fazer delas o ponto de partida da construção da consciência histórica, dando a elas um sentido histórico que possibilite aos estudantes se tornarem agente de construção do próprio conhecimento. Esse processo criará investigadores críticos da história e assim a construção do conhecimento histórico fará com que o estudante passe por um processo cognitivo que lhe possibilita seu crescimento como pessoa.

Estudar um processo como a Revolta dos Posseiros no Sudoeste paranaense na década de 1950, forçará aos estudantes a investigarem processos mais complexos da posse da terra no sul do Brasil e assim até relacionar esse conflito com outros fatos como a Guerra do Contestado ou a luta do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra - MST. Encontrar os elos dessas lutas seguramente fará com que os mesmos (re)organizem seu conhecimento sobre os conflitos de terras no sul do Brasil e as alianças socioculturais e de poder estabelecida por esses diferentes grupos sociais.

Assim, conhecer a história do Paraná vai além de ler um texto e debater isoladamente cada evento. Vai além também de apenas ler um texto e debater processos isolados que ocorreram nos século XIX ou XX, pois esses eventos históricos, em geral, possuem imbricações relacionadas à distribuição de terras no estado ou na época da província. Cabe a nós professores estudantes à utilizar de maneira correta as diferentes possibilidades e auxiliarmo-nos a criar uma consciência histórica que auxilie na reorganização de nossas ações no presente, evitando assim os erros do passado.

Referências

BUENO, André. Contatos imediatos no ‘3º grau’: história antiga e os problemas em seu ensino universitário e escolar em BUENO, André; CREMA, Everton e ESTACHESKI, Dulceli. Tecendo Amanhãs: O ensino de história na Atualidade. Rio de Janeiro/União da Vitória: Edição Especial Sobre Ontens, 2015. Disponível em:
Acessado em 05/02/2016.
CREMA, Everton Carlos, As diretrizes curriculares paranaenses da educação básica em história a partir da experiência do núcleo regional de educação de União da Vitória: um balanço educacional necessário (2004-2014) em BUENO, André; CREMA, Everton e ESTACHESKI, Dulceli . Tecendo Amanhãs: O ensino de história na Atualidade. Rio de Janeiro/União da Vitória: Edição Especial Sobre Ontens, 2015. Disponível em:
Acessado em 05/02/2016.
ESTACHESKI, Dulceli de Lourdes Tonet, O estágio supervisionado na formação docente em história: entre teoria e prática em BUENO, André; CREMA, Everton e ESTACHESKI, Dulceli . Tecendo Amanhãs: O ensino de história na Atualidade. Rio de Janeiro/União da Vitória: Edição Especial Sobre Ontens, 2015. Disponível em:
Acessado em 05/02/2016.
RÜSEN, Jörn. O desenvolvimento da competência narrativa na aprendizagem histórica: uma hipótese ontogenética relativa à consciência moral. In. SCHIMDT, Maria Auxiliadora; BARCA, Isabel e MARTINS, Estevão de Rezende (orgs.) Jörn Rüsen e o ensino de história. Curitiba: Ed. UFPR, 2010.



16 comentários:

  1. Boa tarde, professor Rogério.

    Não conhecia a expressão "consciência histórica genética" e seu artigo foi a primeira fonte sobre o termo com a qual tive contato. O senhor poderia falar um pouco mais sobre esse conceito e indicar uma bibliografia mínima para discuti-lo?

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    1. Olá Isis. Peço desculpas pela demora em responde-la, mas ontem estive realizando exames em Curitiba e hoje pela manhã aqui onde resido. Respondendo sua pergunta, posso lhe indicar o texto de Jörn Rüsen, o qual eu indico na bibliografia da conferência. Neste texto ele espoe a sua análise sobre os diversos tipos de "consciência histórica", uma dela é a genética, a qual eu abordei no artigo. O bom deste texto é que ele reflete sobre os diversos conteúdos que cada individuo possui, cada "tipo de história" que ele conhece e processa em sua mente. Leia, garanto que será uma ótima leitura. Abs Prof. Rogério

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Boa noite, professor Rogério.
    O termo história genética me soa muito familiar à expressão "mnemo história" utilizada no decorrer de uma disciplina eletiva que cursei. Sendo assim, seria possível fazer essa correlação de história da memória com a expressão que o senhor propõe ou deixei passar algum aspecto que as tornam diferentes?

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    1. Olá Felipe. Sou franco em te dizer que a única vez que eu ouvi a expressão "mnemo história", foi quando estudei em antropologia a evolução da mente humana. E mesmo assim a expressão era apenas Mnenônico, ou "período mnemônico" que foi um período da evolução, há 4.000 anos atras, ligado em especial ao raciocínio contábil. Isso impulsionou o aparecimento da escrita cuneiforme na região do Eufrates. Já a História Genética tem outro significado, pois ela é que possibilita ao individuo se reorganizar mentalmente através do uso de seus conhecimentos históricos e assim repensar sua ação na sociedade de maneira que essa ação contribua para o desenvolvimento social sem incorrer nos erros do passado novamente. É mais ou menos como você saber o quão brutal é uma ditadura e assim organizar sua mente para que defenda a democracia sempre, seja ela falha ou não. Quem passa por uma experiência como a ditadura militar, e vê nela a sua brutalidade, e tem a consciência história genética, nunca defenderá a sua volta.
      Mesmo assim, vou procurar estudar sobre esse termo "Mnemo História", e quem sabe consigo fazer uma relação mais próxima entre os dois termos. Abs. Prof. Rogério

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  4. Demonstras que a consciência histórica genética é a forma mais aperfeiçoada dos tipos de consciência histórica. E achei interessante a metodologia que propões para que os professores possibilitem o desenvolvimento desse tipo de consciência histórica. Mas, sendo esse um processo subjetivo, os espaço da sala de aula é suficiente?

    Débora Araújo Fernandes

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    1. Olá Débora. Acredito que a sala de aula não é o único espaço que esse processo pode se desenvolver. Hoje somos bombardeados de informações e que devemos pelo menos saber discernir quais nos auxiliar na construção dessa consciência histórica.
      Abs. Prof. Rogério

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  5. Alfredo Coleraus Sommer10 de março de 2016 às 15:00

    Boa Noite!
    -Gostaria de perguntar-lhe exatamente sobre essa questão genética,ou melhor de como desenvolvemos uma consciência histórica genética?
    -Se for possivel gostaria de conhecer mais sobre o assunto,poderia indicar algum livro ou referência nessa linha?

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    1. Bom dia Alfredo. Como desenvolvemos uma consciência histórica genética? Isso é uma ótima pergunta, no entanto devo ressaltar que uma proposta de metodologia é a base para o professor na sala de aula, e que de uma turma para outra pode (e deve) haver diferenças na própria aplicação do método. Eu sugiro que se use o método de Aula Oficina, proposto pela Professora Isabel Barca. Ali o professor pode diagnosticar qual é o grau de conhecimento de cada aluno sobre determinado assunto. Depois, os passos devem ser dados em direção a concepção por parte do aluno que ele é parte da história, é um agente histórico, e que tem o papel de interferir na sua história. A intensão não é que saia uma turma de 20 alunos pensando igual, mas que cada um possa raciocinar sobre o assunto, sobre a história e dar os seus passos tendo consciência do que pode acontecer. Aí ele terá desenvolvido a consciência histórica genética. Para Ler você pode se apropriar dos textos sobre Jörn Rüsen no livro com a seguinte referência: SCHIMDT, Maria Auxiliadora; BARCA, Isabel e MARTINS, Estevão de Rezende (orgs.) Jörn Rüsen e o ensino de história. Curitiba: Ed. UFPR, 2010. Abs. Prf. Rogério

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  6. Boa noite Rogério, em primeiro lugar quero dizer que adorei seu texto, em segundo lugar preciso destacar a importância das discussões que vocês está fazendo nele, não apenas a que envolve Rüsen e a formação dos diferentes níveis de consciências históricas, mas a que fala sobre como aprendemos História enquanto estudantes dos cursos de licenciatura em História.
    Seu texto vai ser lido por graduandos e por professores que trabalham com Ensino Básico, com sorte será lido também pelos professores que trabalham com a formação de novos professores, e acredito que são esses últimos que devem prestar mais atenção ao que você está dizendo.
    Quando os graduandos ingressam em um curso de História e são bombardeados por teorias educacionais "rüsenianas" nas disciplinas de metodologias de ensino e afins, eles dificilmente vão perceber essas teorias em sua prática enquanto alunos, os cursos ensinam como se deve ensinar História e como os alunos da Educação Básica aprendem em seus diferente níveis de consciência histórica, mas esquecem de prestar atenção em como seus acadêmicos aprendem e em como eles desenvolvem as suas consciências históricas. Olhando para minha formação acadêmica (graduação e mestrado em andamento) me questionei já algumas vezes sobre como pouquíssimos dos meus professores se preocuparam em verdadeiramente desenvolver junto a nós enquanto alunos uma consciência histórica genética. Minha pergunta é, como você percebe esses entraves entre a teoria e a prática enquanto professor de um curso de Licenciatura em História? E mais do que isso, o que pode ser feito, em relação a formação dos novos professores, para que esse cenário mude.

    Novamente, parabéns pelo texto!
    Beijos
    Karoline Fin

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    1. Oi Karol. Olha, um professor só perceberá esses entraves, se ele próprio reconhecer que não é um ser infalível. Reconhecer que muitas vezes tropeçamos em nossa caminhada como professor é fundamental para crescermos e construímos nossa jornada. Com isso já damos o primeiro passo para realizar mudanças na formação de novos professores. No entanto, devo lembrar que o professor pode fazer o que for possível e impossível para abordar um tema com uma turma, mas a individualidade de cada aluno vai trilhar o seu uso da sua consciência histórica. Por exemplo, podemos mostrar/trabalhar o quão bruta é uma ditadura, seja de direita ou de esquerda, e no fim das contas ver seu aluno com um cartaz na mão pedindo a volta do Regime Militar. Nesse momento (ao ver isso) eu fico em duvida, e um professor que tenha trabalhado sempre buscando desenvolver a consciência histórica genética em seus alunos também deve ficar em duvida, se de fato esse aluno ultrapassou a fronteira entre a consciência crítica e a consciência genética. No entanto, nunca podemos desistir. Abs. Prof. Rogério

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  7. Em minha modesta opinião não acredito que a História possa ser utilizada para se evitar os erros cometidos no passado, talvez o exemplo mais ilustrativo se refira a questão palestina, por diversas razões, mas a principal, é aquele povo sofrer com a repressão de outro que até então era o reprimido. Enfim, a discussão seria longa nesse sentido, mas voltando ao texto, você acha que é mesmo possível desenvolver tal tipo de consciência entre todas as pessoas em todas as regiões do mundo? Ainda vivendo numa conjuntura globalizada, é possível que todos desenvolvam o mesmo tipo de consciência histórica? Será que a consciência história não seja um elemento cultural de determinado povo tal como é sua religião ou idioma? Se for, é válido tentarmos interferir nesse tipo de consciência? - João Gilberto Solano.

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    1. Bom dia João Gilberto. Lamento que você não acredite que a História possa a ser utilizada para se evitar erros do passado. Até me estranha que você esteja participando de um evento de História. Pois se ela não tem valia, a literatura seria um bom caminho. Isso também me leva a crer que você não tem interesse em conhecer a experiência histórica da humanidade porque não crê no futuro como ao que possa melhorar. Me parece que você compactua com a visão de que "o mundo é assim e sempre será". Que o homem não faz parte da história, que nada que tenha ocorrido no passado sirva para o presente.Nos confundimos as vezes, achamos que em algum momento somos privilegiados, em outro que somos escravos e até mesmo que não somos nenhum dos dois. Mas até na escrita do teu texto você utilizou elementos históricos para fundamentar sua opinião. Outra coisa que devo alertá-lo que olhar a História apenas por um fato, ou por alguns atos é falho, não nos dá a percepção correta. Bom, e como você mesmo disse, qualquer discussão nesse sentido seria demasiadamente longa. Sobre as suas questões, entendo de que a partir do momento que você não crê no uso da História para reorganizar as ações do futuro, me parece irrelevante minhas colocações sobre o desenvolvimento da Consciência Histórica, seja ela genética ou não, pois esses itens não lhe servirão em momento algum. Abs. Prof. Rogério

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  8. Belo Estado do Paraná, terra de araucárias e solo vermelho, onde o clima muda rápido, onde há rios belíssimos, lugar em que a flora e a fauna estão em abundancia mas, que se perguntarmos para os próprios moradores quem a colonizou provavelmente muitos não saberão responder, como então mudar esse dilema de "esquecimento" ? Onde professores e ou alunos errarão no aprender/ensinar ? como reorganizar 'geneticamente' os diversos conteúdos de historia ?
    Andressa Beatriz dos Santos

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  9. Sou aluno do curso de história, primeiro semestre, sou novato no assunto. Bom, professor Rogério, essa consciência histórica genética, podemos encontrar ela dentro da história das mentalidades ou da história demográfica? como podemos falar sobre essa consciência na sala de aula?
    Att. Pedro Wallan Machado Soares

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  10. A ideia seria explorar aquilo que o aluno traz e partir da metodologia da consciência historica genetica para atingir o tema com várias ligações, quebrando com o modelo fragmentado e linear.

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